Os alfaiates tiveram grande importância, ao longo a História, na vida do homem. Mãos habilidosas, prática obtida com o tempo de exercício da profissão, talento nato e herança de conhecimentos levaram profissionais "oficiais" a viverem tempos de bonança e a deixarem os homens mais elegantes. Dentre meus familiares, muitos oficiais. Os "meio oficiais" eram aqueles que não tinham, ainda, o domínio total do metier, como, por exemplo, os que sabiam costurar mas não sabiam fazer o corte dos tecidos.
Perceber o "caimento", promover a combinação dos tecidos, ter o domínio da tesoura, da agulha e da máquina se coser, a habilidade e a precisão na obtenção das medidas do corpo do cliente, e até saber conversar com o cidadão ajudava, ou eram requisitos indispensáveis para que o alfaiate tivesse sucesso em sua profissão.
Em minha infância e adolescência, algumas alfaiatarias funcionavam no município de Capinzal e no Distrito de Ouro. Havia, em Capinzal, o Valdomiro e os Vicari, o Franchini, que era torcedor do Fluminense, e a do Vilson Dambrós (marido da Ruth Baretta) e do Angelin Sfredo marido da Stela Flâmia), que se localizava em anexo ao Posto Ipiranga, no lado de Capinzal. Ali era uma espécie de "Embaixada do Vasco da Gama, uma vez que estes jogavam no Vasco de Capinzal. Trouxeram o Vanderlei, um moreno alto e magro que jogava o fino da bola, para trabalhar na alfaiataria e jogar no time.
No lado do Ouro, havia a Alfaiataria Baretta, do meu primo Chascove, (Ludovino Baretta), em que trabalhavam meus primos Sérgio Riquetti e seus irmãos Hélcio e Ovídio. Também meu tio Ivo Baretta, o Ulisses Vergani e acho que o Sadi Dalposso. Adiante, cada um foi tomando seu rumo: Os Riqueti passaram a ter sua própria alfaiataria, primero no Ouro e depois em Capinzal, o Vergani a sua em Capinzal, onde ensinou o Celso Calegari, da Loja Calegari, o Dalposso manteve-se por longo tempo no Ouro, tendo costurado meu terno de posse como prefeito daquela cidade, na minha juventude. O Tonini, que hoje faz fretes com uma Kombi, trabalhou com familiares no Novo Porto Alegre, onde também havia uma delas. Outros amigos de que me lembro, foram o Alduino Thomazoni, que trabalhou com o Ivo Baretta; o Nílton Nora e o Alcides Faccin, que trabalharam com o Chascove em nossa época de juventude.
Hoje, restam poucos alfaiates exercendo a profissão. Normalmente, trabalham para lojas que vendem ternos e estão instaladas nos shoppings das grandes e médias cidades.
Neste dia 6, domingo, comemoraremos o Dia do Alfaiate. Deixo um grande abraço em todos os que conheci e que tornaram meus amigos.
Euclides Riquetti
04-09-2015
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