Replay, para quem ainda não leu:
A História Catarinense traz, em seus registros, um fato que muito marcou nosso Vale do Rio do Peixe, há 104 anos, um antes da inauguração da Estrada de Ferro que serpenteia nosso Vale, e que ligou Porto União a Marcelino Ramos: O Assalto ao Trem Pagador, em Pinheiro Preto, na época em que o território daquele município ainda pertencia a Campos Novos. Foi na época em que estavam construindo o túnel para a linha férrea.
José Valdomiro Silva, que nasceu em 1902, na Fazenda Umbu, município de Campos Novos, autor de "O Oeste Catarinense - Memórias de um Pioneiro", editado em 1984, viveu sua infância entre o intrior de Campos novos, Piratuba e Capinzal e era um menino muito antenado já naquele tempo. Em 1908 ele já ajudava seu pai no abate e venda de carne para os que trabalhavam na construção da ferrovia.
Na infância empunhou fuzil ali no Centro de Capinzal para ajudar na defesa da cidade, sujeita a ataques de revoltosos da Guerra do Contestado. Conheci-o em 1982, quando eu era Secretário da Admnistração do Prefeito Ivo Luiz Bazo, em Ouro. Eles eram amigos e Silva o visitou. Fomos apresentados. Eu era bastante jovem ainda e pouco valor dava à História. A maturidade levou-me a mudar meus conceitos e meus interesses por História, principalmente do Vale do Rio do Peixe e os conflitos que precederam e sucederam a Guerra do Contestado.
Escutei do Seu Ivo que este era um homem de grande conhecimento e muito honesto. Do tempo em que os políticos eram muito idealistas. Prefeitos tinham ajudas de custo e vereadores não tinham ordenados. Agora...
Na página 16 de seu livro, ele traz uma menção interessante: "Por aquela época, já quase nos fins dos trabalhos da construção, eram empreiteiros de um trecho os Srs. Manoel Fabrício Vieira e Zeca Vaccariano, cujo nome verdadeiro não me recordo. Homens valentes e com fama de caudilhos. Em certo dia, a pretesto de cobrarem contas da Cia. que lhes devia, reuniram seus operários e, entre Videira e Rio das Antas colocaram pedras e outros obstáculos sobre os trilhos que obrigaram o trem pagador a parar, quando assaltaram e roubaram todo o dinheiro que se destinava ao pagamento do pessoal que trabalhava na linha até o Rio Uruguai".
Diversos historiadores se referem a esse fato que muito chamou a atenção dos meios noticiosos naquela época bo Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. Zeca Vaccariano, de nome José Antônio de Oliveira, ex-combatente da Revolução Federalista, empreiteiro, precisava de seus haveres para pagar seus empregados. Não recebendo, assaltou o Trem Pagador. Apanhou o dinheiro que vinha em envelopes destinados nominalmente aos empregados da Rede. Fugiu para o Rio Grande do Sul.
Herói ou vilão, vamos poder conhecer melhor essa história já no dia 28 de fevereiro, aqui em Joaçaba, quando o filme será exibido aqui no Teatro Alfredo Sigwald. O papel de protagonista do filme, que estreou nesta quarta, 20, em Pinheiro Preto, será o Tchê Mendes, locutor de rádio e cantor, agora também vereador em Concórdia, desde 1º de janeiro.
Não falo com o Tchê há bastante tempo. Entrevistava-me quando ainda era repórter em Capinzal, na Rádio Barriga Verde. Não sei qual é a formação acadêmica dele, mas fala com muita propriedade. Ouço-o aos domingos pela manhã, aqui na Rádio Catarinense, de Joaçaba. Trabalha também em Concórdia e no Rio Grande do Sul. Imagino que se eu estudasse comunicações meu TCC o teria como tema. Seu linguajar é muito singular. É um verdadeiro artista.
Tchê Mendes expressa-se como gaúcho nativista, fala meio acaipirado, filosofa, defende muitíssimo a ética. Fala com convicção e tem uma grande audiência. É acompanhado por brasileiros que residem no exterior e por conterrâneos que se espalham pelo território brasileiro. Acho que o cabeludo magrão é o cara certo para interpretar o Vaccariano. Tem um excelente nível cultural.
Meu amigo Jaime Teles, âncora da Rádio Líder do Vale, de Herval D ´Oeste, que também é compositor, cantor, declamador e incentivador de novos talentos, uma vez, dizia-me que "o Tchê Mendes por si só já é um artista, uma grande atração aonde vai". Concordo com ele.
O filme ainda traz a participação do amigo João Paulo Dantas, jornalista e produtor cultural que nos deixou a exato um mês, aos 60 anos. Dantas viveu o papel de Felip Schmidt, governador catarinense época e Gabriel Sater, cantor e compositor é quem faz o papel de Carlos Gaerthner, um esciturário. Gabriel é filho de Almir Sater, que esteve aqui em Treze Tílias quando filmaram a novela da extinta TV manchete, "A História de Ana Raio e Zé Trovão", dirigida por Jaime Monjardim. Almir Sater contracenava com Ingra Liberatto.
Dois outros assaltos a trens pagadores sucederam o primeiro: O Assalto ao Trem Pagador da Central do Brasil, em 1960, e o outro na Escócia, protagonizado por Ronald Biggs. Mas a repercução, na época, proporcionalmente, do assalto ocorrido em Pinheiro Preto, foi maior do que a desses.
Vamos torcer para que o filme possa ter sucesso!
Euclides Riquetti
21-02-2013
José Valdomiro Silva, que nasceu em 1902, na Fazenda Umbu, município de Campos Novos, autor de "O Oeste Catarinense - Memórias de um Pioneiro", editado em 1984, viveu sua infância entre o intrior de Campos novos, Piratuba e Capinzal e era um menino muito antenado já naquele tempo. Em 1908 ele já ajudava seu pai no abate e venda de carne para os que trabalhavam na construção da ferrovia.
Na infância empunhou fuzil ali no Centro de Capinzal para ajudar na defesa da cidade, sujeita a ataques de revoltosos da Guerra do Contestado. Conheci-o em 1982, quando eu era Secretário da Admnistração do Prefeito Ivo Luiz Bazo, em Ouro. Eles eram amigos e Silva o visitou. Fomos apresentados. Eu era bastante jovem ainda e pouco valor dava à História. A maturidade levou-me a mudar meus conceitos e meus interesses por História, principalmente do Vale do Rio do Peixe e os conflitos que precederam e sucederam a Guerra do Contestado.
Escutei do Seu Ivo que este era um homem de grande conhecimento e muito honesto. Do tempo em que os políticos eram muito idealistas. Prefeitos tinham ajudas de custo e vereadores não tinham ordenados. Agora...
Na página 16 de seu livro, ele traz uma menção interessante: "Por aquela época, já quase nos fins dos trabalhos da construção, eram empreiteiros de um trecho os Srs. Manoel Fabrício Vieira e Zeca Vaccariano, cujo nome verdadeiro não me recordo. Homens valentes e com fama de caudilhos. Em certo dia, a pretesto de cobrarem contas da Cia. que lhes devia, reuniram seus operários e, entre Videira e Rio das Antas colocaram pedras e outros obstáculos sobre os trilhos que obrigaram o trem pagador a parar, quando assaltaram e roubaram todo o dinheiro que se destinava ao pagamento do pessoal que trabalhava na linha até o Rio Uruguai".
Diversos historiadores se referem a esse fato que muito chamou a atenção dos meios noticiosos naquela época bo Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. Zeca Vaccariano, de nome José Antônio de Oliveira, ex-combatente da Revolução Federalista, empreiteiro, precisava de seus haveres para pagar seus empregados. Não recebendo, assaltou o Trem Pagador. Apanhou o dinheiro que vinha em envelopes destinados nominalmente aos empregados da Rede. Fugiu para o Rio Grande do Sul.
Herói ou vilão, vamos poder conhecer melhor essa história já no dia 28 de fevereiro, aqui em Joaçaba, quando o filme será exibido aqui no Teatro Alfredo Sigwald. O papel de protagonista do filme, que estreou nesta quarta, 20, em Pinheiro Preto, será o Tchê Mendes, locutor de rádio e cantor, agora também vereador em Concórdia, desde 1º de janeiro.
Não falo com o Tchê há bastante tempo. Entrevistava-me quando ainda era repórter em Capinzal, na Rádio Barriga Verde. Não sei qual é a formação acadêmica dele, mas fala com muita propriedade. Ouço-o aos domingos pela manhã, aqui na Rádio Catarinense, de Joaçaba. Trabalha também em Concórdia e no Rio Grande do Sul. Imagino que se eu estudasse comunicações meu TCC o teria como tema. Seu linguajar é muito singular. É um verdadeiro artista.
Tchê Mendes expressa-se como gaúcho nativista, fala meio acaipirado, filosofa, defende muitíssimo a ética. Fala com convicção e tem uma grande audiência. É acompanhado por brasileiros que residem no exterior e por conterrâneos que se espalham pelo território brasileiro. Acho que o cabeludo magrão é o cara certo para interpretar o Vaccariano. Tem um excelente nível cultural.
Meu amigo Jaime Teles, âncora da Rádio Líder do Vale, de Herval D ´Oeste, que também é compositor, cantor, declamador e incentivador de novos talentos, uma vez, dizia-me que "o Tchê Mendes por si só já é um artista, uma grande atração aonde vai". Concordo com ele.
O filme ainda traz a participação do amigo João Paulo Dantas, jornalista e produtor cultural que nos deixou a exato um mês, aos 60 anos. Dantas viveu o papel de Felip Schmidt, governador catarinense época e Gabriel Sater, cantor e compositor é quem faz o papel de Carlos Gaerthner, um esciturário. Gabriel é filho de Almir Sater, que esteve aqui em Treze Tílias quando filmaram a novela da extinta TV manchete, "A História de Ana Raio e Zé Trovão", dirigida por Jaime Monjardim. Almir Sater contracenava com Ingra Liberatto.
Dois outros assaltos a trens pagadores sucederam o primeiro: O Assalto ao Trem Pagador da Central do Brasil, em 1960, e o outro na Escócia, protagonizado por Ronald Biggs. Mas a repercução, na época, proporcionalmente, do assalto ocorrido em Pinheiro Preto, foi maior do que a desses.
Vamos torcer para que o filme possa ter sucesso!
Euclides Riquetti
21-02-2013
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