domingo, 28 de março de 2021

O Domingo de Ramos e minha conduta como seguidor da Igreja Católica.

 


Matriz São Paulo Apóstolo - Capinzal - SC

       A Igreja Católica Apostólica Romana comemora, hoje, o Dia de Ramos, ou Domingo de Ramos. É uma data móvel que se comemora um domingo antes do Domingo de Páscoa. É costume, nesse dia, as pessoas levarem ramos para serem benzidos na Igreja. Embora qualquer tipo de ramo possa ser utilizado na ocasião, tradição milenar, o ramo da Oliveira é o levado para as Igrejas na data. É dito que o ramo da Oliveira tem a significação da piedade e da derrota do pecado. Para os judeus, significa a paz e a abundância. 

       Na minha adolescência, em Ouro, costumávamos, eu e meu irmão Ironi, ou meu pai, Guerino, buscar ramos de Oliveiras na propriedade de meu tio Juventino Baretta, na antiga Rua do Comércio, hoje Presidente Kennedy, subida para o Bairro Kleinubing, lado esquerdo. A tradição católica recomendava levar os ramos para serem benzidos. Mas meu pai dizia que, se levássemos folhas de uma palmeirinha que tínhamos, o efeito era o mesmo. As famílias levavam os ramos para benzer e depois penduravam, com um lacinho de pano, num prego postado na parede da sala de refeições da casa, no lugar considerado o mais sagrado. Era assim na nossa casa, era assim, na dos meus padrinhos João Frank e Raquele Vitorazzi, em Leãozinho, interior do antigo Rio Capinzal. 

       Nos dias em que temporais se avizinhavam, algumas folhas de ramos eram colocadas  no fogo do fogão a lenha para queimarem. Diziam que aquela fumaça sagrada nos protegia contra os perigos das intempéries.  

       De vez em quando me perguntam de que religião eu sou, se frequento igreja, se rezo e outras coisas. Respondo que, sim, frequento a Igreja Católica e Apostólica  Romana, fui devidamente batizado na Igreja matriz São Paulo Apóstolo, de Capinzal, estado de Santa Catarina. Pois foi ali mesmo que eu fui batizado, crismado, fiz a primeira comunhão, a cruzada, assisti a muitas missas na infância e na juventude. Fui morar em União da Vitória, no Paraná, divisa com Porto União, Santa Catarina, onde, nas manhãs de domingo, frequentava a Matriz Sagrado Coração de Jesus, hoje catedral. 

       Em 13 de dezembro de 1975, casei-me na Capela do Bairro São Bernardo, naquela cidade, pois, no mesmo horário, 18 horas, meu conterrâneo Roque Manfredini casava-se com a Regina Mendes, de Porto União. Ele era jogador de futebol profissional da A.A.Iguaçu. Quando ele foi lá na Mercedes, empresa de Álvaro Mallon e Filhos, e falou-me que iria se casar, e que ia me mandar convite, pois fui um dois responsáveis pela sua ida para jogar futebol no Iguaçu, conversei com minha noiva, a Mirian, e marcamos na outra igreja disponível. 

       Em 05 de maio de 1979 nasceram nossas gêmeas, Michele e Caroline, no Nossa Senhora das Dores, Capinzal, SC, pelas mãos do Dr. Adão da Silva Tatin,  e foram batizadas pouco tempo depois na Capela de Santa Catarina, em Duas Pontes, interior de Campos Novos, hoje município de Zortéa. Em 28 de novembro de 1987 tivemos o Fabrício Guilherme, nascido no Hospital São José, da mesma cidade, trazido à luz pelo Dr. Paulo Jeferson Mendes.  Foi batizado na Capela de Santa Catarina, em Leãozinho, no mesmo dia da realização da gruta de Nossa Senhora de Lourdes, pelo frei Victorino Antônio Prando, meu conterrâneo. Participo, ocasionalmente, das celebrações das missas e cultos da Capela de Santa Luzia, 5 minutos a pé de minha casa, no Bairro Nossa Senhora de Lurdes, em Joaçaba. Ao menos uma vez por semana, paro na Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, logo abaixo de casa, onde faço orações pela saúde de meus familiares e amigos, até acendo velas para ela. 

       Em Zortéa fui secretário do Conselho Administrativo da Capela e celebrante de cultos. Em 1980 fomos morar em Ouro e nossa igreja passou a ser a matriz São Paulo Apóstolo. Comecei a participar de duas equipes litúrgicas, fui dirigente de grupo de Círculo Bíblico, tornei-me palestrante, vice-Presidente do Conselho Administrativo Paroquial e posteriormente Presidente. Diziam-me que eu deveria licenciar-me do Conselho por ter sido eleito Prefeito da cidade de Ouro, que faz parte da Paróquia e eu respondia que era muito mais fácil promover a evolução de nossa Igreja estando com uma posição de liderança forte do que na situação anterior. Fiz o certo e ajudamos aos freis fundarem outras capelas, passando de 47 para mais de 50. 


Vista interna de nossa Igreja em Capinzal

       De vez em quando contesto algumas atitudes de minha igreja, não do âmbito local, mas de algumas posições que ela toma em relação à política, ou mesmo pelas suas omissões. Pouco vejo os padres católicos defenderem, com veemência, o combate ao aborto ilegal. E não é isso que minha religião recomenda. No entanto, agora, com maturidade, eu contesto e cobro das lideranças católicas com quem converso sobre a clareza que as autoridades religiosas precisam ter o exemplo que precisam ser. 

       A liberdade de culto é garantida pelas leis brasileiras e as pessoas devem ter, sempre, uma religião a seguir, mas sempre que pregue o bem, que trabalhe para que a humanidade se respeite e que todos possam viver com dignidade.

       E espero que venha a Páscoa, não como uma grande festa comercial, mas sim com um tempo de reflexão. O momento exige mudanças de comportamento para melhor, muita responsabilidade e, principalmente, respeito à vida humana.


Euclides Riquetti

28-03-2021

Um comentário:

Amigos, peço-lhes a gentileza de assinar os comentários que fazem. Isso me permite saber a quem dirigir as respostas, ok? Obrigado!