sábado, 16 de julho de 2022

Economia, Política, Ideologia – a eleição dos grandes confrontos

 



       O tripé Economia, Política e Ideologia norteará a política nacional neste ano. A situação econômica sempre é o fator determinante numa eleição presidencial, não só no Brasil, como na maioria dos outros países. Alianças bem formuladas e boa articulação política aparece como o segundo fator. Neste caso, as misturança de partidos e pessoas chega a ser ridícula. Os mais espertos falam em “pragmatismo político”. Outros criticam os conchavos. No geral, parece que aquilo que me agrada é sempre bom e o que me desagrada é ruim. No momento, o fatores  ideologia e religião estão com espaço considerável nas discussões. Parece uma coisa muito besta, mas é o que está posto à mesa.

       Nas democracias, a Economia é o fator que mais tem importância na cabeça do eleitor para a decisão sobre em quem votar. O eleitor costuma esperar algo em troca de seu voto e isso não quer dizer que seja receber algum bem material em troca dele. Vota pensando em receber algo que o beneficie pessoalmente ou coletivamente. Isso pode parecer incompreensível, mas posso desejar que meu salário melhore, que eu pague menos imposto de renda, ou que eu receba benefícios em termos de educação, saúde, segurança, e que eu ande por estradas mais seguras e bem conservadas, por exemplo. Ou, coletivamente, que meu País fique bem posicionado perante a opinião pública mundial, que me sinta honrado por ter um presidente que me represente bem no cenário internacional. Se meu Pais, meu Estado ou meu Município estiverem indo bem, o custo de vida estiver dentro do razoável, eu tiver meu poder de compra estável, preservado,  voto na situação. Ao contrário, voto pela mudança.

       No aspecto da Política, boas coligações, capacidade de liderança do candidato, habilidades em comunicar-se e de transitar por entre várias correntes políticas, saber aumentar o tamanho do rebanho, tudo isso conta. E, a partir deste milênio, o aspecto ideológico, muito ligado à religião e aos costumes, tem sido fator muito importante na definição do eleitor. Esses aspectos influenciam muito no despertar da paixão do eleitor que, pelo seu candidato, inflama-se, briga, perde a compostura e comente até atrocidades.

       Esses motivos levam o Governo a agir conforme sua conveniência eleitoral, propondo leis que façam com que o cidadão brasileiro se sinta amparado, tenha benefícios diretos, como é o caso da redução dos preços dos combustíveis. Ao eleitor, não interessa o método nem os meios, mas sim que ele receba o benefício, ou seja, quando encosta deu veículo na bomba do posto de abastecimento, gaste menos para completar o tanque. Nesse sentido, além do estabelecimento de alíquotas de ICMS inguais em todos os estados, o preço do barril de petróleo brent voltou aos dois dígitos no início da semana, favorecendo a redução de seus preços. A importação de diesel diretamente por empresas e, da mesma forma, do etanol, não precisando passar pela intervenção da Petrobras, favorecem o consumidor e, por consequência, o projeto de reeleição de Jair Bolsonaro e alguns governadores.       

       Assassinato com revide em Foz do Iguaçu – Um policial penal federal invadiu uma festa de aniversário em Foz do Iguaçu, no Paraná, atirando contra um homem que estava comemorando seu aniversário de 50 anos e decorou sua festa temática com motivos do seu partido, o PT. Fazia parte da Guarda Municipal e era tesoureiro daquele partido. O atirador era bolsonarista e o atingido, petista, que revidou da mesma forma. O aniversariante perdeu a vida e o outro está hospitalizado, passando mal.  Isso já é um indicativo do que pode acontecer nas eleições deste ano. A política está polarizada, criou-se, ao longo dos anos, a rivalidade esquerda-direita, e vice-versa, e há indicativo de que o ex-Presidente Lula e o atual, Jair Bolsonaro, sejam os mais votados no primeiro turno, aparecendo o primeiro como favorito. No caso de Foz do Iguaçu, todos os fatos precedentes que geraram a animosidade e o embate precisam ser investigados e trazidos a público. E isso cabe à Polícia fazer.

       Tenho procurado notícias fora das emissoras de TV e sites de internet para ver o que fez com que a situação chegasse ao ponto em que chegou. O debate eleitoral foi antecipado, os ânimos estão acirrados, houve muito ativismo judicial e a confusão está feita. Se não houver um autocontrole dos candidatos e até os três Poderes, não se sabe onde a coisa vai parar. A livre manifestação do pensamento é garantida pela constituição, mas volto a repetir que o respeito natural é a melhor regra a ser seguida e obedecida. Vários atos impróprios que têm acontecido nos últimos dois anos, de todos os lados, precisam ser veementemente condenados e repudiados.

       O caso do médico anestesista do Rio de Janeiro – Um médico anestesista, de 31 anos, foi denunciado por enfermeiras de um hospital, de abusar de uma paciente que estava sendo submetida a uma cesariana. Sem muito auê, elas gravaram imagens dos atos desprezíveis do médico e entregaram à polícia, que o prendeu. Uma barbaridade, totalmente condenável, que precisa de uma punição exemplar. Já na terça-feira, seis casos de atos semelhantes do mesmo médico foram denunciados. Segundo se tem divulgado, a cada duas semanas acontece um caso de estupro em algum hospital do Rio de Janeiro.

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

 

Um comentário:

  1. É o que dá, ao invés de governar, vadiar, participar de motociatas, fazer arminha, incentivar o ódio..
    Ele conseguiu tirar do armário todos os fascistas enrustidos que matam as pessoas até em suas festas de aniversário.
    A naturalização da barbárie é feita pela mídia, principalmente, pelos inquéritos feitos pela Polícia Militar, quando dizem, no caso de Foz, que não houve motivação política. Ora, por favor, desse jeito, vamos acabar impedidos de sair à rua.
    Esse ódio é velho, está na gênese do Brasil , basta lembrar os mais de 300 anos de escravidão encerrado em 1888, porém, nunca resolvido..
    Para curar essa chaga só tem um jeito, "inclusão social", coisa avessa ao neoliberalismo presente em dose cada vez maior desde CollorFHC .até os dias de hoje.
    O ódio aos pobres sempre existiu no Brasil, quer um exemplo: a incitação nunca cessou, tendo períodos críticos como na queda de Vargas em 1954, na derrubada de Jango em 1964 e nos governos Lula/Dilma.
    Quando qualquer governo ousa dar o terceiro prato de comida diária ao pobre, a elite do atraso se arrepia e impede.
    Em 2005 Jorge Bornhausen, um dos políticos mais sujos desta nação disse textualmente: "Vamos acabar com essa raça. vamos nos livrar dessa raça por, pelo menos 30 anos.
    Esse senhor, segundo o Ministério público, por ocasião do escândalo Banestado, através da CC5, levou para o exterior U$$ 5 bilhões (provenientes do tráfico, doleiros, sobras de campanhas, sonegações).
    bolsonaro é responsável pela escalada de violência contra militantes petistas, com discurso de ódio que define estas eleições como "guerra do bem contra o mal".
    Disse o bolsonarista antes de executar apoiador de Lula: "Vou matar todos".
    Portanto, o momento não nos permite relativizar os fatos, é preciso combater essa coisa horrível que estamos vivendo, sob pena de virarmos reféns dessa barbárie.

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