quinta-feira, 26 de maio de 2022

À deusa adormecida

 


                            

Repousa, qual deusa, qual princesa adormecida
Jazendo além das areias, além do casario
Como que a sonhar um sonho de menina
Na chuva do inverno, e no verão do estio
Repousa, majestosa, distante e altaneira
Moldurando a paisagem santa e praieira.

Estendida, inerte, plácida e soberana
Um  corpo  a se banhar ao sol que nos aquece
Uma alma a compor um ser que nos emana
A sensação de prazer  que nos enternece
Estendida, a esperar pela clara  noite de luar
Pelas estrelas no céu, pela brisa que vem do mar.

Nem o tempo a extingue, nem o frio a abala
Nem a chuva a destrói ou mesmo a amedronta
Nem mesmo o vento que as folhas  embala
Lhe ousam  desafiar com a mínima afronta
Enquanto que atiças, senhora,  os meus dilemas
Senhora que inspira meus versos, meus poemas.

 Euclides Riquetti

Poema composto na praia de Canasvieiras, onde, olhando da praia ao sentido Leste,  a geografia nos mostra uma figura natural comose fosse a de uma mulher deitada, uma deusa... Muito já me inspirei e muitos poemas já compus ali.

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