sábado, 4 de março de 2023

Na terra em que todos dizem (e escrevem) o que querem...



Carnaval de Joaçaba 2023


             Vivemos num país em que “tudo vale” sob o argumento da democracia. Falam-se bobagens, emitem-se opiniões furadas, sem nenhum fundamento, se procura transformar em verdades coisas que alguns imaginem serem. As emoções e os ímpetos e arroubos levam pessoas a dizerem aquilo que pensam, sem medir as consequências e sem a preocupação com os danos que posam causar aos outros. Autodisciplina está muito longe das cabeças de muita gente, principalmente os que usam a internet como principal meio de se comunicar ou propagar suas ideias.

       Na atualidade, apareceram as figuras dos influenciadores, que se dizem, com a conivência   da imprensa fajuta, “influencers”! Aliás, está na moda usar os termos estrangeiros, principalmente o Inglês, para se designar coisas simples a que se quer dar um charme. E muitos ganham dinheiro, milhões com isso, porque trouxa para apoiá-los estão em todos os lugares. E, enquanto alguns enriquecem em razão disso, outros se ferram vítimas das merdas que saem de suas bocas e de seus dedos que teclam. Inveja deles? Jamais!

       Um exemplo muito clássico foi o de um famoso jogador de vôlei da seleção brasileira que organizou uma enquete perguntando quem daria um tiro no atual Presidente. Logo em seguida, alguém deve tê-lo aconselhado, apagou o que escreveu. O cara é muito burro mesmo. Aliás, como tem gente burrinha ganhando a simpatia de pessoas com pouca noção da vida, inclusive alguns já bem vividos, que ficam discutindo bobagens. Discutir política e futebol é coisa que está enraizada no âmago do brasileiro, mas discutir preferências por integrantes de uma programa de televisão (que os americanos chamam de “grande irmão”), é um impropério, uma babaquice. Aliás, reafirmo aqui que sou poeta e cronista, tenho um número razoável de leitores, muitos anônimos e alguns famosos, sou político, tenho filiação partidária, mas não sou ativista político. Consigo enxergar os defeitos de meus companheiros e as virtudes de meus adversários. 

       Mas o tempo ajusta algumas coisas e estrega outras que podem estar certas, isso é do comportamento humano, do jogo da política (que não deveria ser um jogo, mas uma coisa muito séria). 

       Passei umas semanas  fora de Joaçaba, visitei cidades de outros estados, aprendi muito, melhorei meus conhecimentos, a alguns dei conselhos e falei bem de nossa cidade, nosso estado e nosso país. Falar dos defeitos, isso não faço, porque já tem gente demais fazendo isso. Passei uma semanada em Canasvieiras, Florianópolis, o local preferido pelos argentinos, mas lá havia muitos uruguaios, chilenos, paraguaios e de outras nacionalidades, de outros continentes, inclusive. A animação está geral, as pessoas sempre têm algo a comemorar. Gosto de ir lugares onde sou pouco conhecido, onde minha opinião é analisada por quem não sabe de minha origem, meinha história e meus costumes. Procuro ouvir mais do que falo, embora não seja esta a minha característica. Tenho uma dúzia de pontos em que já fiz amigos, padaria, restaurantes, mercados, lojas, pessoas comuns, aposentadas, que desejam aproveitar o tempo de vida que lhes resta. Todos têm sua posição política, que respeito. Procuro captar o que pensam. Naturalmente que vale aquela máxima de que as pessoas pensam conforme seu interesse quando este é o assunto. Todos, como eu, querem um Brasil pacífico, em que a população seja protagonista e as autoridades, de todos os poderes, sejam justas e honestas, e cumpram com suas obrigações, até mesmo porque é a população que os sustenta. 

       A violência, a força bruta, a falta de respeito para com o ser humano – Crimes continuam acontecendo, os mais fortes arrebentando com os mais fracos, os maiores destruindo a vida dos menores, os armados (bandidos e sociedade) matando os indefesos. Gente esnobando, gastando dinheiro à toa, desperdiçando, enquanto outros têm necessidades de coisas básicas, como comida, moradia e saúde. Nem falo em educação e segurança, pois são dois setores onde é investido muito dinheiro. Não estuda quem não quer, há escolas públicas, para quem quer pagar há as privadas. Falta vontade, tem sido dado dinheiro de graça pra muito mais gente do que os que merecem ou precisam. Precisamos falar mais em seriedade, estudo, trabalho, honestidade, respeito, conhecimento, boas virtudes e fazer o bem. Cuidar mais de nossa própria vida, não prejulgar, ouvir sempre os dois lados das situações, ver os ambos os lados da moeda. 

       O ano começa de verdade, enfim! – Passadas as festas momescas, é hora de fazer com que tudo ande, produza-se, trabalhe-se, em qualquer ordem. Para os políticos catarinenses, a cobrança para que haja agilidade e investimentos em algumas rodovias que estão atrapalhando quem passa por elas para transporte da produção, trabalho, ou lazer.  A BR 470, por exemplo, que há 11 anos vem na tentativa de ser melhorada, teve alguns investimentos, dinheiro do Estado de Santa Catarina lá colocado para ajudar o Governo Federal. O primo pobre ajudando o primo rico! Mass tem muitos gargalos, ainda, a serem alargados.

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com


Um comentário:

  1. Concordo com quase tudo o que disseste, no entanto, penso que devemos muitas vezes, ou quase sempre, dar nome aos bois. Ou seja, se temos o conhecimento e os argumentos necessários sobre qualquer assunto, a critica consciente e honesta, é o único remédio que ´poderá nos salvar como sociedade democrática.
    É isso que está nos faltando., não adianta tergiversar. Precisamos ser mais objetivos: elogiar, sim, apontar os erros e dizer quem os está cometendo, também. Só assim poderemos ser chamados de cidadãos plenos.
    Pinço apenas uma frase do teu discurso: "todos, como eu , querem um Brasil pacífico em que a população seja protagonista (...)
    Com base no que disse acima penso que precisamos dizer ao povo, com todas as letras, quais são as principais causas de nossos males sociais:
    Primeiro temos que dizer que todo o mal que nos acontece, vem de Whashington, deste maldito neoliberalismo, que, ao corromper nossas instituições impõe ao mundo essas tristezas desde a década de 1970.
    (Reagan, thatcher ... .. os que corrompemn;
    FHC, Molina, Menen, Fujimori, Macri, temer, bolsonaro... os corrompidos.
    Esse sistema Exclui, concentra renda, destrói a natureza e produz os males citados por você, onde os mais fortes matam os mais fracos...
    Exemplo? Muitos. Me atenho apenas aos últimos seis anos,:aqui no Brasil
    . Ponte para o futuro de michel temer (destruição dos
    direitos trabalhistas e previdenciários, limitação dos gastos
    sociais por vinte anos...)
    . Liberação geral do porte armas e incentivo à violência
    (Exército, polícias, ruralistas, "cidadãos de bem")
    . Impunidade
    . Mentiras (as fake news)
    . destruição das instituições em geral
    . Perseguição aos mais fracos, pobres, negros, mulheres, i
    ndígenas...(garimpo ilegal, derrubada e queima das
    florestas. Aqui, sendo honesto com o que prego acima, há
    a questão da máfia Amazôncia onde muitos políticos, que
    se dizem sérios, como o governador Jorginho Mello de SC
    ,precisam explicar as denúncias gravíssimas dessas
    bandidagens ocorridas lá..
    È o mesmo tratamento que precisa ser dado aos
    assassinatos de Marielle Franco e seu motorista.
    Uma investigação séria que aponte e puna
    os culpados de acordo com a lei.
    . Lava Jato a destruição do Brasil sob a orientação do Tio
    Sam.
    . Entrega ao capital internacional de nossas empresas
    estratégicas. (Petrobras, Eletrobras...)
    . Autonomia do Banco Central ( essa autonomia atende ao
    rentismo nunca à Nação e ao povo. É a raposa cuidando
    do galinheiro).
    Do povo pouco podemos exigir, sabemos, de cor e salteado, todas as dificuldades enfrentadas no dia a dia, basta andar pelas cidades e observar o nível de indigência de muitos de nossos irmãos, sem moradia, emprego, mal vestido , passando fome, sem esperança.
    Esse é o resultado final do sistema que estamos vivendo.
    Temos que mudar ou morreremos todos.

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