A Ponte Pênsil Padre Mathias Michelizza, que liga os municípios de Capinzal e Ouro, e cuja história já publiquei, e reeditei no sábado, neste blog, foi idealizada em 1932 e inaugurada em 1934. Passou por quedas e avarias em razão de enchentes, mas encontra-se ali, com seus 81 anos de bons serviços prestados às duas cidades.
Mas há algo que me intriga: vi uma enquete num portal de notícias de Capinzal em que se pergunta se ela deveria ser demolida para dar lugar a uma que comportasse a passagem de carros. E, pasmem, 67% dos internautas responderam serem favoráveis à demolição. Assustei-me! Senão, vejamos:
Nossa ponte pênsil, durante muitos anos, deu-nos o orgulho de estufarmos o peito e dizermos que era a quarta ponte do mundo no gênero. Considero-a patrimônio material e imaterial das duas cidades, que já foram uma só, e onde eu nasci e nasceram meus filhos. E isso independentemente de haver ou não Lei específica de tombamento ou algo que o valha. Entendo que a preservação de nossa história deve acontecer porque somos pessoas que queremos valorizar o que nossos pais construíram e que nos proporcionam lembranças. Nem preciso repetir que "povo sem história é... " ou que "povo sem memória é..." (Fique à vontade para completar, leitor, leitora.
Claro que uma enquete é apenas uma enquete, não tem valor jurídico, mas reflete o pensamento das pessoas. E isso nos faz concluir que nossa cultura anda paupérrima!!! Ora, a ponte foi construída e reconstruída, (as duas primeiras vezes...), com muito dinheiro da comunidade: cerca de 55% do investimento financeiro e ainda a prestação de serviços pelos moradores dos então distritos de Capinzal Ouro. O Governo do Estado, participou com menos de metade do investimento.
A maioria das pessoas que ajudou, com dinheiro ou dias de serviço, já faleceu. Os filhos do Sr. Ivo Luiz Bazzo, ex-Prefeito de Ouro, têm ainda a plaqueta se "sócio" da ponte. E muitas outras famílias ainda as têm guardadas. Mas, quer com dinheiro, quer com serviços prestados, podemos elaborar uma extensa lista de colaboradores da época, das famílias: Bazzo, Baretta, Germani, Maestri, Lanccini, Toaldo, Bonissoni, Cadore, Dambrós, Rech, Mantovani, Nepomuceno, Colombo, Volpato, Carleto, Carletti, Almeida, Baratieri, Barison, Rech, Richetti, Thomazoni, Penso, Suzin, Cruz, Caldart, Viecelli, Masson, Lucietti, Ribeiro, Tessaro, Miqueloto, Bonadiman, Zortéa, Brancher, Zuanazzi, Zóccoli, Spadini, Surdi, Vidi, Branbilla, Olivo, Santos, Machado, Sufredini, Parisotto, Scopel, Dalla Páscoa, Segalin, Casagrande, Dalssasso, D ´Agnoluzzo, Sartori, Ferro, Zaleski, Rossetti, Bertaiolli, Golin, Hachmann, Favorito, Savi, Viccari, Meyer, Maliska, Andrioni, Gasparetto, Boff, Durigon, Correia, Souza, Macarini, Casara, Frigo, Masiero, Viganó, Bonamigo, Zanini, Richetti, Silva, Ferreira, Siviero, Campioni, etc, etc, que, além de ajudarem na obra, também ajudaram a construir o Hospital Nossa Senhora das Dores, a Igreja Matriz.
É claro que a comunidade não vai deixar que isso aconteça!
Até mesmo porque está projetada uma ponte, com 232 metros comprimentos, com projeto executivo já aprovado, para retirar o trânsito pesado da ponte Irineu Bornhausen, que atravessará o Rio do Peixe ali na Capela do Caravággio, até a Linha Galdina, com subida de uma rodovia (contorno viário), até as proximidades da BRF/Unoesc, em Capinzal. Quem participou das audiências públicas que realizamos, em 2012, no Centro de Eventos de Nossa Senhora do Caravággio, conhece o projeto.
Ainda, se com isso não for resolvido o problema, há o espaço junto à garagem da Prefeitura de Ouro e a Área de lazer Dr. Arnaldo Favorito, que antes de termos a ponte, era o porto da balsa com que o Sr. Afonsinho da Silva realizava as travessias de pessoas, animais, carroças e veículos. Não se precisaria demolir nada para se ter uma nova obra.
O Governador Raimundo Colombo, sobrevoando as duas cidades de helicóptero, recentemente, confidenciou a uma assessor que tem grande preocupação com a ponte Irineu Bornhausen, pois é a única na cidade e, no caso de alguma interdição ou incidente, teríamos o caos. O Orçamento de Santa Catarina tem rubrica aberta de 4 milhões de reais para a ponte e o contorno viário. Vai mais de 30 milhões para a execução da obra, mas, estando no orçamento e no PPA, como está, é possível a execução iniciando ainda em 2015.
Entendo que a comunidade empresarial e política, mais a sociedade organizada, precisam agir firmemente com o objetivo de mostrar ao Governo a necessidade de execução da obra na maior brevidade possível. Mobilizem-se!
Euclides Riquetti
01-08-2015
Justo o que eu procurava sobre etiqueta patrimonial, etiqueta poliester e plaqueta pvc. Obrigada!
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