domingo, 26 de julho de 2015

Oitava Crônica do Antigamente (reprise...)

Reprisando minha série de crônicas "do antigamente:
 
          Sobre ser antigo ainda há muito a dizer. E, se tu ainda não o és, ainda o serás. A Marjorie Estiano, daqui a 30 anos, será bem antiguinha. Eu e a Vera Fischer também, porém um pouco mais do que ela. Seremos antigones.

          O ator Jim Sturgees tem 30 anos, nasceu em Londres. Em meio ao "fog londrino". E, nem por isso virou "foggy". Foi aceito para alguns filmes nos Estados Unidos. A Evan Rochel Woods nasceu no Canadá, tem 24 anos, onde tem neve em todos os invernos. No Canadá. Aqui tem sol em todos os verões, em todos os meses do ano. A dupla estrelou o musical  "Across the Universe", em que se apaixonam. Interpretam canções dos Beatles, o garotos de Liverpool que nos encantaram, a nós, antigos, e ao mundo, no início dos anos 60. Foram condecorados pela Rainha Elisabeth, da Inglaterra.

          A Gabriela é muito educada. E bonita. Toca piano. E nos deliciamos com os acordes que ela tira dele. De graça para nós, seus vizinhos, que escutamos, (e nos deliciamos), sem sair de casa! E toca belas músicas clássicas. O Heitor toca violino. O Fernando Spessatto tira belas composições de seu teclado. Ele  e o Heitor, juntos, são imbatíveis. O Pablo Rossi está melhorando sua condição de pianista no exterior, é um catarinense que nos orgulha muito.

          Uma mulher que tem o nome Gilberta Tedeschi pouco nos  diz. Mas se, seu prenome for Carla, aí a coisa melhora. Se disser que tem Bruni no primeiro sobrenome, tu já começas a pensar coisas. E,  se descobrires que ela é filha de mãe e pai músicos, industriais, ricos, e que foi modelo de sucesso e cantora, tem o italiano como língua materna, fala e canta em inglês e francês, é atriz, tem 54 anos, estudou na França e na Suíça, cursou a Sorbone, tu já concluis que é ela mesma, a fera,  casada com o Presidente da França, o Sarcozi: Carla Bruni, que não chegou onde chegou apenas por ser bonita, mas por ter alguns talentos e por ter frequentado as melhores escolas do mundo, orgulha os italianos e é bem quista pelos franceses.

          O Negão toca gaita.O Valdir Bonato também.  O Loide Viecelli também ajudava a animar as quadrilhas do Mater Dolorum nos invernos de minha adolescência. O velho Todeschini tocava uma Todeschini, lá na "Siap", que convencionaram chamar de Parque, mas que a maioria chama de Siap. Tem uma Senhora, amiga, lá na Linha Sete, que convencionaram chamar de Santa Lúcia, que toca gaita.

          Ah, o Michel Teló também toca gaita. O Borghetti toca gaita-ponto. O Luan Santana nem precisa de gaita, só canta. Outros tocam por ele. Eu nem toco flauta, porque respeito os outros. Não toco flauta nem em flamenguista. Só quero que percam os jogos para o Vasco, mas não temos tido muito êxito contra eles.

          O Teló arrumou uns padrinhos: O Neymar, jogador bem marqueteado; o Cristiano Ronaldo, jogador português que atua  na Espanha, e está enfernizando os ouvidos deles, lá. Ainda bem que eles nem entendem bem aquelas letras chulas, bregas, que mais desdizem do que dizem. O Luan Santana tem uma rede de TV que é sua madrinha, faz sucesso. O Negão, Olindo Esganzerla, nosso, tocava de graça. O Bonato  ainda ganhou uns dinheirinhos que lhe possibilitaram montar sua vidraçaria. O Todeschini morreu pobre, mas feliz. O Loide também foi morar no andar de cima. Tem o Tio Valério, meu vizinho, que  dedilha o teclado com maestria, animou os bailinhos de antigamente no interior do Ouro e em Nova Petrópolis.

          Acho que os compositores, aqui, têm contra si o Sol que,  em vez de iluminá-los, cozinha-lhes os miolos, e dali saem muitas composições que não nos orgulham em nada. Lá com o "fog" ou a neve, os cérebros se ativam para coisas mais "bem elaboradas".

           Ouvir canções dos Beatles, principalmente tendo o privilágio de conhecer suas letras, onde há canções de protestos, clamor pela paz e a propagação do amor, mesmo num rock pesado (para a época, pois agora isso já é clássico), e comparar com as bobagens gravadas atualmente no Brasil dispensa comentários. "Dear Prudence, see the sunny sky", (Querida Prudence, veja o céu ensolarado) cantaram Lucy  e Jude (Evan e Jim), no "Across the Universe". E eu, antigo que sou, lembrei de "Lucy in the  sky with diamonds", "Hei Jude", "Imagine", "Help" (I need somebody=Eu preciso de alguém) . E até chorei...

Euclides Riquetti
22-01-2012        

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