domingo, 28 de junho de 2015

Cassius Clay Bortoli - um verdadeiro artista

           O Cassius Clay Bortoli foi meu aluno na Escola Sílvio Santos, em Ouro, no início da década de 1980. ´Tenho ótimas lembranças dele. Li, ontem, no clicrbs que ele está se aposentando, depois de 29 anos trabalhando na Polícia Civil de Santa Catarina. Nosso Estado tem uma das polícias mais eficientes e bem qualificada do Brasil. Tanto a Civil quanto a Gloriosa Polícia Militar fazem um ótimo trabalho de campo. Fazem a parte deles com muita competência.

          Uma vez passei um recado para o Cassius pelo facebook. Lembrei-o de que era o único aluno que usava relógio de pulso na sua turma. Acho que o que chamava a atenção era a elegante pulseira preta no pulso esquerdo. Mas, o que nos chamava muito a atenção eram os desenhos que fazia durante a aula. Vascaíno, uma vez desenhou o professor  Nolberto Zulian de uma forma razoavelmente caricata. Pôs uma bola na barriga do Zuzão. E uma banana de dinamite na mão dele. Uma homenagem ao vascaíno. Tive outros alunos que eram bons na arte: Luiz Carlos Minks,Edson Andrade (o Beré), Tércius Almeida (neto do Borin), e meu afilhado capoeirista Wellington.

          O Cassius foi um aluno diferenciado. Conversávamos muito entre nós. Era sobrinho do Valmor Bortoli, meu amigão, que foi vereador e ganhador de um prêmio de loteria em Porto União na época em que eu lá residia. No início da década de 1970, como Diretor da Associação Atlética Iguaçu, era listado como um dos Sete Heróis da cidade. Assim era tratado pela imprensa local. Mas, sobretudo, era filho do Alceu Bortoli e sua mãe era filha do Gigi ( Ângelo) Gramázzio, de Capinzal. O Alceu, em 1980, foi nosso companheiro de Diretoria da APP da Escola Sílvio Santos, na época em que trouxemos a equipe de juniores do Internacional, de Porto Alegre, então tricampeão brasileira de juniores,  para jogar contra o Arabutã, na baixada rubra, em Ouro, numa promoção que fizemos para angariar fundos.

         O Alceu foi um grande jogador do Vasco, em Capinzal, nos anos 60. Participou da excursão que o clube fez para participar de um torneio de futebol internacional em Posadas, na Argentina. Era lateral direito, um craque. Adiante, deixou de ser serralheiro e entrou para a Polícia, sendo, inclusive, Delegado em Zortéa, onde está sepultado juntamente com a esposa. Há, em Zortéa, uma rua com seu nome. Uma merecida homenagem.

         O Cassius fez cerca de 5.000 retratos falados para a policia catarinense. Ficou muito conhecido quando identificou, através das imagens de TV, o Engenheiro Miguel Orofino, que estava com Meire Ouriques vendo um jogo da seleção brasileira de vôlei em Barcelona. Um observador detalhista, que consegue passar ao papel ou tela não apenas aquilo que vê, mas também o que os outros veem. Uma estupenda habilidade!

         Se você, leitor, leitora, buscar pelo google "Encantos da Ilha de Cassius Clay Bortoli", em que mostra temas ligados a nossa Ilha da Magia, Florianópolis, e muitos de seus personagens característicos. Conhecerá parte de seu acervo artístico. E, para nós, um orgulho em ver que fez sucesso como retratista. Também tenho a certeza de que, com mais tempo disponível, vai maravilhar muito mais nossas artes catarinenses.

Grande abraço e ótima aposentadoria, Cassius!

Euclides Riquetti

28-06-2015
        

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