domingo, 1 de junho de 2025

Zina e Breca - Cachucha e Cride - uma história real! Hoje, 52 anos depois, exatamente

 









Personagens principais 
Neuzina Fischer - a Zina - faleceu em Porto União neste
dia 13-09-2018 
Miriam Carmignan Riquetti - É escritora - detentora do
Blog Buscando o Sol e autora do livro (que está no mercado)
"Há vida em cada verso"
Celso Breca Lazarini - tem uma loja de carros em União da
Vitória e exerce múltiplas atividades
Euclides Riquetti - Poeta, cronista e editor de crônicas
Administrador do Blog do Riquetti


          Dois de junho de 1973 - sábado. Dia de Festa Junina em Porto União, no Colégio Cid Gonzaga. Toda a juventude das cidades gêmeas do Iguaçu estava ansiosa para que esse dia chegasse. É que acontecia uma festa muito badalada por lá. Além dos folguedos, dança na sala do auditório. Talvez que essa fosse a parte mais esperada da festa...

          O Professor Welcedino, um "serra-abaixo" catarinense gostava de ter tudo bem organizado. A festa era muito esperada. Quadrilhas de danças, quentão, pipoca, pinhão, doce de abóbora, amendoim, pé-de-moleque... Foguetes espocando no ar. As rádios Colmeia, Difusora e União com seus locutores falando do evento. Os jornais "O Comércio", "Caiçara" e "Traço de União" dando força. E nós, jovens, na expectativa.

          Mandei uma carta para minha irmã Iradi convidando-a. Veio com a prima Salete Baretta. Foram hospedar-se na casa da prima Gena Casara que estava estudando por lá. Chegaram na sexta à tarde. Tudo preparado para irmos à Festa no sábado. Imperdível.

          Mas um imprevisto quase que atrapalha nossos planos. Nosso colega da República Esquadrão da Vida, o Celso Lazarini, o Breca, nascido no hoje Lacerdópolis (quando ainda petencia a Capinzal) e que  morou na casa do Serafim Andrioni, no Ouro, e em 1968 trabalhava nas Casas Eduardo, em Capinzal, estava machucado.  Agora era o melhor goleiro de futsal em União da Vitória, fora profissional no futebol de campo. Pois na  sexta levou  um chute no nariz, na Quadra do Túlio de França.  O Dorinho  ia fazer o gol, o Breca foi brecar e o pé do artilheiro arrebentou o nariz de nosso colega. Emergência, cirurgia. Ficamos todos muito preocupados. Víamos o sofrimento do amigo e tínhamos nossa programação de lazer. Não queríamos perder a festa,  nem deixar o amigo sozinho em casa naquele sábado. Precisava de cuidados. Ele dizia que podíamos ir, que ele mesmo se cuidava. Gentil como sempre. É assim até hoje.

          Pertinho de casa havia um salão de estética, o "Silhueta". A Zina, a Célia comandavam. A Ivone, cunhada da irmã da Zina, estava sob seus cuidados. Eram minhas amigas. A Zina estava chorosa, de mal com a vida, deprimindo-se. Pedi-lhe um favor. Perguntei-lhe se poderia cuidar do Breca naquela noite para que pudesse participar da festa junina no Cid. Disse-lhe que ele estava machucado e precisava de cuidados. Pensei que um podia cuidar do outro. Aceitou que eu o deixasse em sua casa. Cuidaria dele. E assim o fez.

          Fomos com os colegas, o Osvaldo e os dois  Odacir, o Giaretta e o Contini, mais  minha irmã  e a prima para a festa. Eu de braços dados com minha irmã. O Boles não foi, tinha que ficar no ponto de táxi com seu Corcel 4 portas. Era um horário bom pra ganhar uma graninha.
Na chegada, percebi que havia uma bela garota com quem eu tinha dançado no "Clube 25"  duas semanas antes. Ela deve ter-se decepcionado comigo, pois eu estava de braços dados com uma de quase minha altura. Não sabia ela que era minha irmã que estava comigo.  Adiante, contou-me que pensou que era minha namorada...

         Na dança, muita animaçao na sala do auditório. Um colega meu era Cabo do Exército Brasileiro, do 5º BE, de Porto União, Odacir Contini. Educado, respeitava as regras dos militares. Quando íamos ao cinema, com os Cabos Frarom, Backes, Godói, Figueira ou Maciel, tínhamos que sentar atrás de qualquer oficial superior deles. Então, no Cine Ópera, entrávamos olhando para as cadeiras e precisávamos  ir ao fundo do cinema ver os filmes e respeitar essa regra hierárquica. Nenhum subalterno podia sentar à frente de um superior.  Pois bem, o Contini falou-me: "Vou tirar aquela morena que está com a Dora pra dançar. E, educadamente, deu a volta por detrás dos  presentes, pois havia um sargento no local.

          Quando vi que era a garota que eu conhecera poucas  semanas antes, cortei caminho pelo meio do salão. Eu não era militar, não  tinha superior, podia ir por onde bem entendesse. E, quando ele lá chegou, eu já estava com ela. E dançamos. Dançamos, dançamos  muito, rimos, contei-lhe piadas.

           Hoje, mais de 40 anos depois, continuamos a dançar, juntos. Temos três  filhos, uma neta, um neto... Dois genros, uma nora!

           E o Breca e a Zina?    Bem, ela está cuidando dele há  40 anos também. Têm uma filha, a Marcela, que voltou recentemente para Porto Uni'ao depois de estudar na Austrália. O Breca  vende carros em sua loja numa bela esquina da ida para o Estádio do Ferroviário. A Zina tem seu salão ali perto do Clube Concórdia. Continua igual há  40 anos. A mesma disposição, a mesma silhueta, a mesma amabilidade e a mesma simpatia. Visitei-os recentemente. Rimos muito, contei para duas amigas dela essa história. Disseram-me que eu deveria escrever sobre isso. Então aqui está.

           Duas histórias que começaram no mesmo dia. E, mesmo com as dificuldades do dia-a-dia, com todas as barras enfrentadas, formamos nossas duas famílias. A Zina e o Breca, a Cachucha e o Cride.


Euclides Riquetti
24-03-2013

Beleza, romance, sensualidade

 


 


Beleza, romance, sensualidade

Amor com carinho, muito desejo

Substâncias bem além da amizade

A nossa sedução, o prazer do beijo...


Há um horizonte a ser conquistado

Uma planície a ser sobreposta

Um mundo de prazer e pecado

Uma montanha a ser transposta.


Um reencontro em novo lugar 

Carícias, afagos, calor e paixão

Deitar na areia ao lado do mar!


Ah, sonhos... sonhos dourados

Do afeto, da ilusão e da perdição

Dar-te o amor, dormir abraçados!


Euclides Riquetti

Há pessoas que muito importam! (Você, por exemplo...)

 


 


                                                            Rosas de meu cultivo

Há pessoas que muito importam

Pelo pelo que fazem, pelo que são

Há aquelas que nos confortam

Que mandam em nosso coração!


Há flores de todas as cores

Brancas, amarelas ou vermelhas

Exalam perfumes, expandem olores

Como os morangos e as cerejas...


Há uma luva para cada mão

Há lábios para a reciprocidade

Também realidade na doce ilusão

O que importa é a felicidade!


Há uma estrela para cada observador

Ela cintila na noite enluarada

Nas escuras, no frio ou calor

No anoitecer e nas madrugadas.


Euclides Riquetti

Revisitando o Deus Negro (e os anos 70) - ( crônica de memórias)

 


 


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Ponte do Arco - União da Vitória - PR


          Não sei o porquê de hoje ter-me voltado à década de 1970, uma das mais produtivas de minha vida. Mas algo me impeliu a retornar a ela e, por conseguinte, relembrar de como era a vida dos jovens. Eu queria estudar, fazer uma carreira, construir uma vida digna, ter confortos que não tive antes, "ser alguém". E então  lembrei-me de pessoas que me apoiaram, me ajudaram... e também dos que me jogavam na vala da "ninguenzada".

           Quanta coisa contabilizei naquela década: Fiz 18 anos, terminei o curso de Técnico em Contabilidade, passei no vestibular, mudei de cidade, de estado, de trabalho, badalei muito, namorei,  terminei meu curso de Letras/Inglês, casei-me, tirei carteira de motorista, comprei meu primeiro carro, fiz concurso para professor, fiz minha casa, tive duas filhas, gêmeas. Ah, e escrevi algumas poesias que acabei jogando no lixo. Como gostaria de reavê-las! Apenas duas salvei, porque foram publicadas num livro, em União da Vitória e me restaram "Tu" e "Uma Oração para Você", esta muito significativa, que compus no verdor de meus 20 anos...

          Naquela década,  usávamos cabelos compridos, calças boca-de-sino e mais adiante pantalonas, camisa xadrez ou com estampas florais,  meias vermelhas, perfume Lancaster ou Pretty Peach. E, quem conseguia obter,  calça Lee ou Levi´s importada, indigo-blue. Era bacana ter jaquetas Lee ou então verde-oliva, a cor do Exército Brasileiro. Comprávamos distintivos "US Army" ou "Marinner", que aplicávamos nos ombros das jaquetas,  e isso era marca de prestígio perante a galera. Alguns conseguiam umas camisetas de malha de algodão que tinham a inscrição: "University of Californy" ou "Columbus University". Isso significava sucesso garantido.

          E as mulheres? Bem, a maioria delas também usava roupas assim, unissex. E a minissaia dos anos 1960 e as saint tropez  acabaram  substiuídas  por shorts curtos, aquelas meias "cabaret" e botas de cano médio ou longo. E, a partir de 72,  aquela onda de, no inverno, usar blusa de tricô e meia da mesma lã e das mesmas cores.

          Nos cinemas Guiliano Gemma fazia o Ringo derreter os corações das mulheres e as múscas italianas e  francesas que vinham nos compactos simples ou duplos e nos long-pays imperavam nas rádios.  A onda "inglês" veio meio junto, com  "The Beatles" em seu rock.

          Mas a grande onda da década veio por conta de uma ofensiva da Igreja Católica no sentido de mobilizar as novas lideranças jovens e reanimar as já maduras para suas lides religiosas.  Começaram com o cursíhos, obra iniciada na Espanha bem antes do que no Brasil.  Nunca participei de um, mas muitos amigos meus fizeram parte de ações cursilhistas. Jovens que optaram por deixar o seminário passaram a atuar como professores ou engajando-se nas atividades da Igreja. Inteligentes e com boa formação,  eram bons exemplos a serem seguidos.

         Foi nessa época que o corumbaense que foi para São Paulo aos 16 anos, Neimar de Barros, deixou o trabalho de junto à TV do Sílvio Santos, onde dirigiu os programas "Cidade Contra Cidade" e "Boa Noite Cinderela" e converteu-se de ateu para Católico Apostólico Romano. Tornou-se escritor poeta e pensador,  e passou a ter forte liderança dento da Igraja Católica. Visitou mais de 4.000 comunidades religiosas e vendeu mais de 4 milhões de exemplares de seus mais de 10 livros que escreveu nas línguas portuguesa e espanhola.

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          Em 77, quando eu me iniciava efetivamente no Magistério Catarinense, na Comunidade de Duas Pontes, hoje município de Zortéa, em Santa Catarina, a moda  era ler "Deus Negro", de Neimar de Barros. Logo depois surgiram outros livros dele e o que mais chamava  atenção era "O Diabo é Cor-de-rosa". Todos liam, recomendavam, iam passando adiante a idologia, o pensamento do convertido autor. E, em seu rastro,  também vinha o Artur Miranda, que conheci lá na Casa Paroquial de Capinzal.
          Em 1986 Barros concedeu uma entrevista à Revista Veja que fez grandes estrondos nos meios religiosos brasileiros. Declarou que estava infiltrado na Igreja a serviço da maçonaria ( o que nunca foi comprovado, acho que foi invencionismo dele), que estava descobrindo os podres da mesma e disposto a revelá-los para o mundo. E declinou diversas "vergonhas" que estariam acontecendo nos meios eclesiásticos. A repercussão foi das piores.

         Eu tinha lido justamente os dois livros que mencionei, entrei na onda da época, era imaturo, não tinha propriedade sobre minha opinião ainda. Fiquei muito revoltado com ele e mesmo os comentários que li sobre ele, oriundos de seus admiradores internautas, não me fizeram mudar em relação ao péssimo conceito que formei a seu respeito. Acho que ele foi ou oportunista, ganhando muito dinheiro e se promovendo em cima da de nossa Fé, ou  um baita enganado,  que usou de meios pouco legítimos para atingir  seus nebulosos objetivos.

          Acho que de bom alguma coisa restou nessa história:  muitos jovens, na época, foram surgindo como lideranças nas cidades, alguns que se conheceram nesses encontros até constituíram família, tornaram-se importantes gestores públicos e privados, empreendedores, educadores. Enfim, essa geração teenager que tornou-se adulta  naquela década, deixou filhos com elevado nível de formação pessoal e intelectual que estão espalhados pelo Brasil e pelo mundo,  fazendo sua parte no contexto de nossa história.

          No ano passado, dia 06 de maio, bastante debilitado em função do Alzaimer de que estava acometido, Neimar de Barros veio a falecer. Sua morte passou em branco. Não pela doença, mas por ter sido rejeitado pelos eus fãs em razão da falta de coerência entre o que pregou e o que deixou de concreto como exemplo. Caiu no ostracismo e os brasileiros o esqueceram. Só lembram de seu nome os pré-idosos que viveram em seu tempo. Os outros, só conhecem o Neymar que joga no Santos, baita craque de bola!

Euclides Riquetti
27-02-2013

Busque encontrar um porto seguro

 


 



Quando em seu coração houver turbulência
Estiver abalada, ferida de agonia
Busque reencontrar a calmaria
Faça seu pensamento navegar com maestria
E vá  buscar motivação para a existência.

Quando sentir que o céu de seu dia ficou escuro
E que o chão parecer ter-se aberto de repente
Cuide de analisar o que seu íntimo sente
Tome a atitude que precisar, firmemente
Para ir de volta ao seu porto seguro.

Busque encontrar quem lhe dê apoio
Irrestrito, amplo, incondicional
Pois quem ama, a ninguém quer o mal.

Procure agir de modo simples e natural
Na tarefa de separar o trigo do joio...

E se a tarefa lhe parecer difícil e espinhosa
Pense em mim, delicie-se com meus beijos
Na noite silenciosa, longa, silenciosa...

Euclides Riquetti

Preciso encontrar o sonho

 


 


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Preciso encontrar o sonho que não consegui sonhar
Aquele que desejei, mas não voltou na noite passada
E todos os outros antigos sonhos eu preciso resgatar
Todos os que eu sonhei ao longo de minha estrada.

Todos os sonhos bonitos eu os sonhei intensamente
Criei jardins onde coloquei você, jardins imaginários
Pintei-os com as cores mais lindas, pintei suavemente
Idealizei e coloquei você em todos os meus cenários.

Relembro com muito carinho dos sonhos e da realidade
Revivo cada momento em minha imaginação atiçada
Revivo beijos e abraços,  de tudo tenho muita saudade.

Relembro e quero a sonhar, ter sonhos simplesmente
Revivo porque quero sentir a emoção já vivenciada
Revivo porque quero sonhar, amar você eternamente!

(Bem assim...)

Euclides Riquetti

Para a felicidade, há receita?

 


 











Para a felicidade há receita?
Há alguma fórmula possível?
Por que é que você não tenta
Você e sua alma sensível?

Poderia ser seu belo sorriso
Ou um abraço terno também
Ponha seu olhar de paraíso
Em tudo o que nos faz  bem!

Misture um pouco do carinho
E de toda sua amabilidade
O amor que vem devagarinho
Que se transforma em saudade.

Coloque o doce de seus lábios
Acrescente seu jeitinho natural
Adicione os bons  presságios
E faça com seu encanto jovial.

Então, sorva tudo alegremente
Mas antes enfeite com flores
Sinta os aromas deliciosamente
De seu mundo de lindas cores!

Para a felicidade, amor e vida
E seu otimismo que contagia
A melhor receita redigida
É aquela que dá brilho ao dia!

Euclides Riquetti

Entenda-me

 




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Entenda-me... compreenda-me...
Procure me entender porque eu sou assim
Procure minha história de amor sem fim
E você vai finalmente me entender!

Pesquise então... busque mais informação...
Procure ler, procure ouvir e saber mais
E vai perceber eu sou do bem, que sou da paz...
Que a realidade determina o rumo de meu chão...

Verifique bem... constate muito bem...
Procure formas de viver a vida como eu faço
Não me entrego nem nas horas de cansaço
Busque viver bem...busque ser feliz também...

Mas me inclua no seu  contexto de cumplicidade...
Não me deixe fora de seus ternos planos
Deixe-me lembrar dos belos rumos que traçamos
De dividir os sonhos, a alegria, a felicidade!

(Bem assim...)

Euclides Riquetti

Quando se douram os trigais




 

 
 

 
Quando se douram os novos  trigais
Fica primavera na minha alma
Quando se esverdeiam os laranjais
Deles brotam as  flores mais  alvas.

Quando se azulam as águas cristais
E correm em direção aos  oceanos
Penso em dias que não voltam mais
Que se somaram em meses e anos.

Quando o caminho fica  extenso
E o porvir fica bem  menor
Olho pro meu passado e penso
Se o que me aguarda será melhor.

Não posso deixar tristes as manhãs
Nem as tardes perderem o sentido
Minhas noites jamais serão vãs
Jamais  serei um poeta exaurido.

Quando se douram os novos trigais
É meu recomeço, minha nova energia
É a força que volta cada vez mais
E me dá ânimo, luz e alegria.
E eu aqui,  pensando em você...

Apenas em você...
E em nada mais!
 
Euclides Riquetti

Depois do último café... do último beijo...

 

 



Depois do último café

Do último beijo

Do último abraço...

Da perdição

Do desejo

E do cansaço...


Depois do último olhar

Do passeio pela praia

Do nado no mar...


Depois do estresse da estrada

Das horas de insônia 

Na noite passada...


Depois do dia ensolarado

Do céu azul anilado

Do corpo perfumado...


Depois de tudo, sim

Faço pra ti este poeminha

Que parece desarrumado

Mas foi articulado

Pra ti,  por mim!


Euclides Riquetti

sábado, 31 de maio de 2025

É preciso dizer... (E é preciso assustar-se!...) - Pode se repetir, acredite!

 




 Rua XV de Novembro, centro - Capinzal SC - Enchente Rio do peixe, 1983 (Foto RC)

Rio do Peixe, enchente de 1983, ponte pênsil, ligação entre Ouro e Capinzal SC (foto RC)

Áre Central de Capinzal - SC - Enchente de 1983 - Rio do Peixe (foto RC)
          O tempo passa e muitas situações que não desejamos que nos voltem acabam voltando-nos. Em 23 de fevereiro de 2011, ou seja, há pouco mais de dois anos, tive publicado, na coluna do Ademir Belotto, do Jornal A Semana, de Capinzal/Ouro, um texto em que propunha uma reflexão sobre comportamento ambiental. É um comportamento que relaciona o Homem e a Natureza. Depois disso, várias tragédias já aconteceram. E elas nos mostram que práticas da vida diária das pessoas, em todos os lugares, ocasionam desastres que poderiam ser evitados ou amenizados. Lembro que em 1983, no mês de julho, as enchentes dos Rios do Peixe, Iguaçu e Itajaí assombraram os três vales, causando vítimas e ocasionando prejuízos. E muitos traumas.  A ocupação das cidades em  suas margens,  com muitas edificações e pavimentações das vias,  vem impermeabilizando o solo das mesmas e isso é muito preocupante.   Assim, estou republicando a matéria, pois acho que ela se universaliza ao ponto de eventos adeversos se repetirem: Aí está, na íntegra:

          "Vivemos em cidades charmosas, colonizadas por descendentes de italianos ou germânicos, com declives e aclives acentuados, numa topografia altamente irregular. É assim nosso Vale do Rio do Peixe. Matas exuberantes cobrem os morros e formam os cílios dos riachos e de nosso majestoso rio, outrora piscoso, cujas águas já foram muito cristalinas, depois tornaram-se turvas (e turbulentas).

         Ouro e Capinzal não fogem à regra. São belas e prósperas. Por aqui já aconteceu "de tudo", coisas boas e muitas barbaridades. São cidades onde acontecimentos tristes têm ocupado as notícias no âmbito microrregional ou até estadual. Tivemos perdas humanas que jamais serão compensadas, até porque a vida é irrecuperável. Coisas insignificantes, recorrentemente, ocupam os noticiários.

          Mas os temas verdadeiramente sérios e importantes não têm sido debatidos. Meio ambiente e mobilidade urbana têm ficado em plano secundário. Deveriam ser discutidos à exaustão. Nas conferências das cidades estiveram na pauta, mas a participação popular não foi expressiva.

          Os eventos adversos da segunda semana deste ano, em cidades da serra e do litoral carioca, nos remetem a uma reflexão profunda: De quem é a responsabilidade pelas catástrofes?

          As catástrofes naturais podem acontecer a qualquer tempo e em qualquer lugar. No entanto, algumas delas podem  devem ser previstas e evitadas, ou minimizadas, e isso é responsabilidade dos governos e da sociedade. Note-se que as catástrofes que ocasionam a perda de vidas humanas são decorrentes de danos que o próprio homem já causou à Natureza. E elas podem, então, ser evitadas. Acima das leis, deve haver o bom senso e o conhecimento histórico do que já aconteceu em cada cidade.

          Todo esse intróito é para chegar a um relato cujo conteúdo gostaria que você analisasse:

          Há cerca de três anos, realizamos em Ouro um Seminário Regional do Meio Ambiente. Na oportunidade, um dos palestrantes referiu-se ao Furacão Katrina (ou Catarina), que ocorreu no litoral sul de Santa Catarina, e que causara muitos prejuízos materiais. E sobre as Tsunâmis, na Indonésia. Estudantes presentes indagarm se isso poderia se repetir, quando e onde,  e se ia morrer muita gente. O palestrante disse que sim, e  que "morreria muita gente,sim". No intervalo, foi censurado pelo dito. Houve divisão de opinião sobre o que ele disse. Intelectuais a favor e intelectuais contra.

          Passados poucos meses, a história nos mostrou algumas verdades: A Tragédia de Ilhota, Gaspar e Blumenau; a Tragédia de Angra dos reis. E, agora, a maior delas: a das cidades do Rio de Janeiro.

          Numa palestra que proferi para acadêmicos da UNOESC, apresentei imagens sobre algumas áreas de risco de Ouro  Capinzal, algumas incoerências que causam danos ambientais, e relatei um pouco das histórias das anormalidades climáticas dos últimos 30 anos por aqui: As enchentes de 1983, os vendavais que ocasionaram a queda da ponte pênsil, os vendavais que destruíram parte das instalações de uma agroindústria em Capinzal, bem como dezenas de resiências no Bairro São Cristóvão. As estiagens que ocasionaram prejuízos nas lavouras, as enxurradas que destruíram (e continuam destruindo) pontes e estradas, o granizo que destruiu casas em Linha Sagrado, e outras calamidades.

          Tudo isso é muito preocupante: temos áreas de risco, altamente vulneráveis, e há de se retomar um debate necessário, em que surjam proposições e ações para  minorar impactos ruins que podrão efetivar-se sobre nós. É preciso dizer... E é preciso assustar-se, sim!!!  (Professor Euclides Riquetti)."

Euclides Riquetti
16-03-2013

Na subida da maré





Na subida da maré
Deixei-me levar
Fui buscar os seus encantos
Nas ondas do mar.

Por conta da maré
Comecei a me inspirar
Imaginei lugares tantos
Onde a fui procurar...

Procurei nos pensamentos
Nas florestas e gramados
Senti o seu corpo  nos ventos
Deliciosamente perfumados.

Na descida da maré
Você foi embora
Foi pro sul se esconder
Nas lembranças de outrora...

Foi como os sonhos vividos
De quem deseja e quem quer
Sonhos de hoje, sonhos antigos
De menina mulher!

Bem assim, apenas assim!

Euclides Riquetti

Dionísio Ganzala - Cabo do 5º BE - padrinho e afilhado! (saudosas memórias)

 







Soldados do 5. Batalhão de Engenharia de Combate Blindado - Porto União - SC




Porque dos verdadeiros amigos, daqueles que tiveram importância em nossa vida, 

jamais devemos nos esquecer!

Escrevi há dez anos e pouco atrás!

domingo, 7 de setembro de 2014

          "Recebi, no sábado, a informação do falecimento do amigo Dionísio Ganzala. Ligou-me sua sobrinha, Kátia Bazzo, minha ex-aluna, ex-colega de trabalho, que mora em Ouro. Ela sabia do carinho e apreço que eu tinha por ele. Fiquei muito triste por ele ter partido. Um pouco mais velho do que eu, natural do interior de Campos Novos, localidade de Pouso Alto, perto do Rio Pelotas, no hoje município de Zortéa. Conheci-os em União da Vitória, em março de 1972. Era Cabo do Exército Brasileiro, servindo ao 5º BE, em Porto União".


          Fui convidado pelo conterrâneo Leoclides Frarom, o Leo Fra, para morar na "República Esquadrão da Vida", localizada na Rua Professora Amazília, 322, bem em frente a onde se localiza o Banco do Brasil, em União da Vitória. Era uma casa de madeira com frente em alvenaria, amarela. Formamos uma turma de 10 jovens, todos estudantes, a maioria universitários. A antiga "CABOLÂNDIA" que antes abrigava cabos do 5º BE, estava hibrizada, agora com muitos civis, pois os que se desligavam do Exército, acabavam trabalhando em bancos e na iniciativa privada.

          Aderbal Tortato era ex-Cabo e trabalhava no Banco do Brasil. Mineo Yokomizzo e Francisco Samonek eram meus colegas de Letras na Fafi e também atuavam no BB. Evaldo Braun e Osvaldo Bet em companhias que construíam rodovias. Odacir Giaretta era moveleiro. E havia os Cabos Frarom, Backes (João), Dionísio (Ganzala). Depois vieram os Cabos Figueira (local), Maciel (Concórdia) e Godoi (Caçador).  E o Boles (Boleslau Myska), taxista e depois empresário, virou hoteleiro (Rio Hotel). O Aclair (Dias), também Cabo, que veio de Caçador, já havia buscado outro rumo. O mesmo acontecera com o Cabo Arnaldo Della Giácomo.Também moraram conosco o João Luiz Agostini, seu irmão Carlos, que estão em União da Vitória, e o Eduardo Bet, de Bituruna, que fez carreira militar em Brasília. O Celso Lazarini, que jogou no Iguaçu, e está morando no Porto. Lodovino Pilatti, de Tangará, era uma espécie de convidado, também se alojava lá nos tempos de FAFI. Tínhamos um grupo com muita força intelectual e até física.

          O Dionísio era uma "santa alma". Um cidadão muito simples, levantava de madrugada e, às 5 horas, era normal ouvi-lo fazendo exercícios físicos e tomando banho com o chuveiro desligado naquelas madrugadas frias de inverno, que só quem morou lá sabe como é. Maior do que eu, que tenho 1,83 metros. Muito forte, um gigante. Competia nos jogos do Batalhão. Rastejava na lama sob arame farpado, subia pelas redes, pulava obstáculos, era um exímio remador. Corria atletismo e, nas marchas a pé, ia até São Mateus do Sul com seus companheiros. Nem cansava. Assim era meu colega Dionísio, com quem desenvolvi grande afinidade por sermos oriundos da mesma região.

          Fui estudar Letras e não tinha boa base em Inglês. Ele me deu seu livro básico para eu fosse resolvendo exercícios (ele estudava no São José, num curso intensivo que denominavam de mini-Ginásio, à noite). Depois, vendo que eu gostava de jogar bola e não tinha chuteiras, deu-me sua "Gaetta nº 43", que ficava um pouco folgada no meu pé, mas que quebrava o galho. Era assim o amigo. O que era seu era dos outros também.

          Quando criaram a Loteria Esportiva, começou  a jogar adoidadamente. Ensinou-me que "zebra" era quando um time grande perdia para um pequeno.  Era muito festeiro, frequentador de casas noturnas, de todos os ambientes possíveis. Fazia sucesso com as gatas. Me apresentava aos outros como "Sargento Riquetti", pois eu havia raspado o cabelo ao passar no vestibular e parecia mesmo um milico. Dava-me moral. Contava-me suas histórias de pescarias e caçadas na beira do Pelotas. Tinha planos, mas teria que deixar o Exército porque não conseguira estabilizar a "QM", como dizia ele.

          Aplicou suas economias de cinco anos num Fundo de Investimentos que quebrou e ele ficou sem nada. Saiu do batalhão e não tinha mais tudo o que economizara. Mesmo assim, com um colega do Exército, que era de Concórdia, compraram a"Boite Karandache", que acabaram vendendo porque há uma diferença muito grande entre você ser frequentador e ser administrador.

          Num fim de tarde, chegou um recado através de um vizinho, um funcionário gentil da Copel que tinha telefone: seu pai havia falecido em Pouso Alto, interior de Campos Novos. Veio com o Corcel 4 portas do Boles para dar adeus ao seu progenitor. Em razão disso, voltou para o sítio da família, definitivamente. E, quando fui morar em Zortéa, encontrei-o no escritório da Zortéa Brancher, onde eu trabalhava à tarde no Financeiro e lecionava pela manhã e noite na Escola Major. Ele, por sua vez, estava lecionando na Escola Municipal de Três Porteiras, ali perto de onde morava.

          A vida dele deu uma guinada extraordinária. Um dia, disse-me: "Riquetti, você sabe tudo o que eu já fiz na minha vida, de bom e de ruim. Mas agora estou com Deus. Fui um pecador, mas agora deixei de ser. Deus é minha vida e meu norte é a Bíblia". E o Cabo Dionísio, que baixara das Forças Armadas como Terceira Sargento da Reserva, era um soldado de Deus. Ficava muito nervoso quando as coisas saíam do rumo, defendia a moral e os bons costumes.

          As pessoas o jugavam doido, mas eu o compreendia e respeitava. Fora um bravo soldado no 5º BE e era o responsável pelo "Paiol de Munição", um serviço que era outorgado somente para pessoas de extrema confiança do Comando Militar. Um atleta vigoroso e obstinado e eu ficava chateado porque as pessoas não davam a ele o devido valor. Muitas vezes, as pessoas tratam os outros pelas aparências, sem conhecer as virtudes que eles têm. Nos últimos anos, juntou-se aos companheiros de Igreja, fez pregações, realizou batizados nos rios, foi servente de pedreiro, agricultor e até participou dos Movimentos  dos  Sem-terra. Eclético, nunca perdeu a candura...nem sua alma deixou de ser nobre, nem seus gestos deixaram de ser polidos!

          Ele e o Cabo Backes me apelidaram de "Alegria". Também me chamavam de "Sorriso". E o Backes o chamava de "Triste". Coisa de jovens! O Jair Backes, que é meu vizinho aqui em Joaçaba, informou-me que o Backes, seu irmão, o Cabo, faleceu há três anos,  no Mato Grosso. Tinha casado com a namorada, Holga, me parece, que era vendedora na Loja Vencedora, ali em União da Vitória.

          Ontem escrevi um poema que postei no meu blog: "No dia em que você partiu". Era minha homenagem aos amigos que se foram. vale para o Dionísio, o Backes, o Godoy, que fez carreira no Exército e já faleceu. Enquanto escrevia, as lágrimas dificultavam-me ver a tela do computador. Amigo verdadeiro é sempre amigo verdadeiro! Que os três amigos se encontrem lá no céu e possam continuar com o lema de nossa república de estudantes do início da década de 1970: "Neste Natal, nós, da República esquadrão da Vida, estaremos alertas e vigilantes". E continuamos sempre vigilantes, rezando pelos amigos que se espalharam pelo Brasil, tiveram suas famílias e são pessoas muito honradas.


           O Dionísio sempre me procurava lá em Ouro. Imaginei que aquela fortaleze devesse durar 100 anos! Mas não foi assim, infelizmente. Tenho algumas histórias que eu poderia escrever sobre ele. Quem sabe, num sonho, ele me autorize a contar. Ao contrário, serão segredos que ficaram em mim e nas pessoas que melhor o conheceram... De qualquer forma, em algumas ocasiões, pude ajudá-lo a resolver problemas seus. Ele me dizia que eu era "seu padrinho". E eu dizia que não, que era ele que era meu padrinho, desde os meus 19 anos, lá no Porto. Importa-nos, tanto a mim quanto a ele, que éramos amigos e o que eu posso fazer por ele é rezar e poder dizer aos amigos quem ele foi, o que foi, e quanto bom ele foi.


Grande abraço, amigo Dionísio, de seu amigo Riquetti, "sempre alerta e vigilante"!

Euclides Riquetti
07-09-2014

Não tenha medo de sonhar

 


 








Não tenha,  nunca,  medo de voar
Libere as suas asas à imaginação
Não tenha,  nunca,  medo de sonhar
O sonho é vital para o seu coração!

Voe, livremente, busque o espaço
E, se precisar, repouse nas nuvens
Voe, contente, livre-se do cansaço
Contemple as estrelas que reluzem.

Vá, com a força de sua liberdade
Ela  é um bem, é sua maior conquista
Considere quem lhe devota lealdade
Busque seus sonhos, nunca desista.

Vá , experimente todas as sensações
Seja, na vida, uma eterna aprendiz
Dê vez a seus anseios e às emoções
Não desista, nunca, de ser feliz.

E, em cada novo dia, nova jornada
Haverá uma mão esperando pela sua
Pensarei em você na manhã ensolarada
Rezarei por você nas noites de lua!

Euclides Riquetti







Não tenha,  nunca,  medo de voar
Libere as suas asas à imaginação
Não tenha,  nunca,  medo de sonhar
O sonho é vital para o seu coração!

Voe, livremente, busque o espaço
E, se precisar, repouse nas nuvens
Voe, contente, livre-se do cansaço
Contemple as estrelas que reluzem.

Vá, com a força de sua liberdade
Ela  é um bem, é sua maior conquista
Considere quem lhe devota lealdade
Busque seus sonhos, nunca desista.

Vá , experimente todas as sensações
Seja, na vida, uma eterna aprendiz
Dê vez a seus anseios e às emoções
Não desista, nunca, de ser feliz.

E, em cada novo dia, nova jornada
Haverá uma mão esperando pela sua
Pensarei em você na manhã ensolarada
Rezarei por você nas noites de lua!

Euclides Riquetti