Fria manhã cinzenta de maio
Mês da mãe, da noiva, da mulher
Manhã que inspira o desejo da noite
Da cama, do lençol, de alguém que se quer...
Fria manhã dos pensamentos perdidos
Dos sentimentos doridos
Do amor escondido
Do olhar proibido!
Fria manhã das almas confusas
Das palavras difusas
Das mensagens escusas...
Fria manhã do encontro casual
Do olhar fatal
Do tratamento legal!
Bom dia!!!
Com muta alegria
Com carinho, amor, nostalgia...
Euclides Riquetti
(Poema publicado no Livro "Santa Catarina Meu Amor"
Coletânea da Academia de Letras do Brasil para
Santa Catarina) em 2010
sábado, 11 de maio de 2013
sexta-feira, 10 de maio de 2013
Mergulhar em você
Eu queria mergulhar em você
Infinitamente...
Eu queria me jogar em você
Perdidamente...
E me inundar de seus lábios que atraem
Constantemente...
E olhar os seus olhos bonitos
Certamente...
Eu queria abraçar o seu corpo
Desejosamente...
E esquecer de meu mundo agitado
Num repente...
E gritar pra você que seus beijos
São ardentes...
E alimentar meus sonhos para que sejam reais
Para sempre...
E que você nem respondesse
Mas apenas dissesse:
"Eu também quero você!"
Euclides Riquetti
10-05-2013
Infinitamente...
Eu queria me jogar em você
Perdidamente...
E me inundar de seus lábios que atraem
Constantemente...
E olhar os seus olhos bonitos
Certamente...
Eu queria abraçar o seu corpo
Desejosamente...
E esquecer de meu mundo agitado
Num repente...
E gritar pra você que seus beijos
São ardentes...
E alimentar meus sonhos para que sejam reais
Para sempre...
E que você nem respondesse
Mas apenas dissesse:
"Eu também quero você!"
Euclides Riquetti
10-05-2013
quinta-feira, 9 de maio de 2013
O "Zico Show"
Nos primeiros anos da década de 1980, apareceu lá em Ouro um jovem muito dinâmico oriundo da cidade de Tubarão-SC. O Prefeito da época, Ivo Luiz Bazzo e eu, seu Secretário, o recebemos em seu Gabinete. Moço simpático, aquele rapaz de tez morena, cabelos escuros e olhos um tanto claros mostrava bons modos ao falar e na postura das mãos. Viera à cidade para exercer a função de Exator da Fazenda Pública Estadual, concursado que fora. Seu nome: Selézio Guido Lopes.
Pois que o Selézio enturmou-se nas cidades gêmeas em pouco tempo. Além de sua comptência profissional, tinha algumas habilidades que o destacavam: Tocava muito bem o seu violão, cantava e jogava futebol, de campo e de salão. Praticava tênis. Nós o convidamos para jogar em inaugurações de quadras de futsal e campos de futebol e ele ia, entusiasmado. Depois, passou a disputar os campeonatos no Ginásio Municial de Esportes e a atuar no Penharol Esporte Clube, um time amador local, mas que costumava ir às finais do estadual. E, a outra paixão, o violão e a voz, o tornavam conhecido em toda a região. Construiu sua casa ali na Rua Senador Pinheiro Machado. Branca, com janelas de madeira, venezianas de arco, estilo colonial, pintadas de verde. As portas, idem. Casou-se com uma bela jovem de Tangará, mas diferentes estilos de vida não combinaram e veio o divórcio.
Já na chegada, fez grande amizade com os Riquetti da Alfaiataria e da Churrascaria, o Sérgio, o Ovídio e o Hélcio, conhecido como o "Fantasma". Meu primo Sérgio, costumava chamar todos os rapazes de "Zico". Era o vocativo que empregava para chamar qualquer pessoa de que não conhecesse o nome. Com o tempo generalizou e passou a usar esse nome como se quisesse significar: "Cara!, Moço!, Amigo! e equivalências. E o Selezio era o cara certo pra ser mais um "Zico", até porque isso poderia representar uma corruptela de seu nome. E o Selézio virou nosso "Zico".
E o Zico animou-se com sua popularidade como bom cnator e aprendeu a cantar em italiano. Cantava todas, os boleros românticos, as marchas, as valsas, e até os vanerões em dialeto vêneto. E começou a fazer pequenos shows pelo Vale do rio do Peixe. Mandou até imprimir cartazes em "off set", coloridos, a melhor tecnologia da indústria gráfica na época.
Frequentemente, no início dos anos de 1990, o cantor Valdir Anzolin, de Veranópolis - RS, que tinha um vozeirão e gravava LPs em italiano, autor e intérprte de "Filton", era contratado para realizar bailes por aqui. Animou pelo menos duas Noites Italianas no Centro Educacional Celso Farina, em Capinzal. Com exceção de Capinzal, ele trazia uma equipe que preparava os jantares italianos nos bailes. Vinha com uma carreta enorme e um ônibus trazendo a banda e os cozinheiros. Fui a bailes em que ele tocou em Treze Tílias, Tangará e Campos Novos. Em Tangará, quando lá fomos, tivemos uma bela surpresa: O Show de Abertura de seu baile era protagonizado pelo amigo Selésio, nosso Zico. E o locutor, animadamente, anunciava: "E agooooora, Senhoras e Senhoooreeesss: Zico Show". E ele fazia um show muito bonito, cantando as músicas em italiano.
Nessa época, nosso Zico pediu transferência e veio morar em Herval D´oeste. Comprou um terreno, fez nova casa e aquilo que mais gostava e queria ter: uma quadra de futsal, com iluminação. Angariou uma nova legião de amigos e ainda convidava os da nossa cidade para lá jogar.
Fatalmente, após um desses jogos, ao desligar a chave da iluminação da quadra, eletrocutou-se e morreu...E seu corpo foi levado para sua cidade natal, Tubarão.
A lembrança desse rapaz, que se tornou nosso amigo e companheiro em muitas de nossas jornadas esportivas e políticas, nunca mais me saiu da cabeça. E, há dez anos, uma vez em que eu passava por Tubarão, conversei com um senhor que me perguntou de onde e eu era e, ao saber, falou-me que tinha perdido um amigo aqui na região, o Selésio. Era vizinho deles, amigo dele e de sua famíla. Levou-me para conhecê-los: estavam lá sua mãe, uma irmã e um sobrinho.
Ficaram emocionados quando lhes falei que não poderia passar pela cidade e, sabendo que ali residiam os familiares de um amigo que se foi, deixar de visitá-los. Sua mãe abraçou-me carinhosamente, jamais esquecerei disso. Aquele senhora simpática, meiga e de olhar benevolente e marejados mostrava-me, nas paredes, orgulhosamente, fotos do filho, com as camisas dos times em que jogou, ali de Capinzal e Ouro, Penharol, Arabutã, CME. Lá estavam muitos rostos de amigos nossos que conosco jogaram uma bolinha. E, bem ao meio de uma parede da sala, um daquele cartazes em que aparecia caracterizado para cantar em italiano e a sua marca grafada: "Zico Show".
Não sei por que hoje me veio à mente as lembranças do Selézio. Tive vontade de chorar. Não poderia deixar de homenageá-lo, amigo Zico. Zico foi, realmente, muito show!
Euclides Riquetti
09-05-2013
Pois que o Selézio enturmou-se nas cidades gêmeas em pouco tempo. Além de sua comptência profissional, tinha algumas habilidades que o destacavam: Tocava muito bem o seu violão, cantava e jogava futebol, de campo e de salão. Praticava tênis. Nós o convidamos para jogar em inaugurações de quadras de futsal e campos de futebol e ele ia, entusiasmado. Depois, passou a disputar os campeonatos no Ginásio Municial de Esportes e a atuar no Penharol Esporte Clube, um time amador local, mas que costumava ir às finais do estadual. E, a outra paixão, o violão e a voz, o tornavam conhecido em toda a região. Construiu sua casa ali na Rua Senador Pinheiro Machado. Branca, com janelas de madeira, venezianas de arco, estilo colonial, pintadas de verde. As portas, idem. Casou-se com uma bela jovem de Tangará, mas diferentes estilos de vida não combinaram e veio o divórcio.
Já na chegada, fez grande amizade com os Riquetti da Alfaiataria e da Churrascaria, o Sérgio, o Ovídio e o Hélcio, conhecido como o "Fantasma". Meu primo Sérgio, costumava chamar todos os rapazes de "Zico". Era o vocativo que empregava para chamar qualquer pessoa de que não conhecesse o nome. Com o tempo generalizou e passou a usar esse nome como se quisesse significar: "Cara!, Moço!, Amigo! e equivalências. E o Selezio era o cara certo pra ser mais um "Zico", até porque isso poderia representar uma corruptela de seu nome. E o Selézio virou nosso "Zico".
E o Zico animou-se com sua popularidade como bom cnator e aprendeu a cantar em italiano. Cantava todas, os boleros românticos, as marchas, as valsas, e até os vanerões em dialeto vêneto. E começou a fazer pequenos shows pelo Vale do rio do Peixe. Mandou até imprimir cartazes em "off set", coloridos, a melhor tecnologia da indústria gráfica na época.
Frequentemente, no início dos anos de 1990, o cantor Valdir Anzolin, de Veranópolis - RS, que tinha um vozeirão e gravava LPs em italiano, autor e intérprte de "Filton", era contratado para realizar bailes por aqui. Animou pelo menos duas Noites Italianas no Centro Educacional Celso Farina, em Capinzal. Com exceção de Capinzal, ele trazia uma equipe que preparava os jantares italianos nos bailes. Vinha com uma carreta enorme e um ônibus trazendo a banda e os cozinheiros. Fui a bailes em que ele tocou em Treze Tílias, Tangará e Campos Novos. Em Tangará, quando lá fomos, tivemos uma bela surpresa: O Show de Abertura de seu baile era protagonizado pelo amigo Selésio, nosso Zico. E o locutor, animadamente, anunciava: "E agooooora, Senhoras e Senhoooreeesss: Zico Show". E ele fazia um show muito bonito, cantando as músicas em italiano.
Nessa época, nosso Zico pediu transferência e veio morar em Herval D´oeste. Comprou um terreno, fez nova casa e aquilo que mais gostava e queria ter: uma quadra de futsal, com iluminação. Angariou uma nova legião de amigos e ainda convidava os da nossa cidade para lá jogar.
Fatalmente, após um desses jogos, ao desligar a chave da iluminação da quadra, eletrocutou-se e morreu...E seu corpo foi levado para sua cidade natal, Tubarão.
A lembrança desse rapaz, que se tornou nosso amigo e companheiro em muitas de nossas jornadas esportivas e políticas, nunca mais me saiu da cabeça. E, há dez anos, uma vez em que eu passava por Tubarão, conversei com um senhor que me perguntou de onde e eu era e, ao saber, falou-me que tinha perdido um amigo aqui na região, o Selésio. Era vizinho deles, amigo dele e de sua famíla. Levou-me para conhecê-los: estavam lá sua mãe, uma irmã e um sobrinho.
Ficaram emocionados quando lhes falei que não poderia passar pela cidade e, sabendo que ali residiam os familiares de um amigo que se foi, deixar de visitá-los. Sua mãe abraçou-me carinhosamente, jamais esquecerei disso. Aquele senhora simpática, meiga e de olhar benevolente e marejados mostrava-me, nas paredes, orgulhosamente, fotos do filho, com as camisas dos times em que jogou, ali de Capinzal e Ouro, Penharol, Arabutã, CME. Lá estavam muitos rostos de amigos nossos que conosco jogaram uma bolinha. E, bem ao meio de uma parede da sala, um daquele cartazes em que aparecia caracterizado para cantar em italiano e a sua marca grafada: "Zico Show".
Não sei por que hoje me veio à mente as lembranças do Selézio. Tive vontade de chorar. Não poderia deixar de homenageá-lo, amigo Zico. Zico foi, realmente, muito show!
Euclides Riquetti
09-05-2013
quarta-feira, 8 de maio de 2013
Dia de poesia
Todo o dia é dia
De fazer poesia
De escrever lembranças saudosas
De dizer palavras carinhosas.
Todo o dia é dia
De fazer poesia
De falar de sonhos vividos
De falar de amores sentidos.
Todo o dia é dia
De fazer poesia
De pensar nas breves ilusões
Que flecham os corações.
Todo o dia é dia
De lembrar com nostalgia
Dos momentos de nossos sonhos
De seus olhos morenos, risonhos.
Todo o dia...
Euclides Riquetti
23-03-2004
De fazer poesia
De escrever lembranças saudosas
De dizer palavras carinhosas.
Todo o dia é dia
De fazer poesia
De falar de sonhos vividos
De falar de amores sentidos.
Todo o dia é dia
De fazer poesia
De pensar nas breves ilusões
Que flecham os corações.
Todo o dia é dia
De lembrar com nostalgia
Dos momentos de nossos sonhos
De seus olhos morenos, risonhos.
Todo o dia...
Euclides Riquetti
23-03-2004
segunda-feira, 6 de maio de 2013
A Implantação do Alvorada/Costa do Sol
Alvorada é um lugar de vista maravilhosa, de onde se pode contemplar um belíssimo cenário. Olhando-se para o Norte visualiza-se o serpenteio de nosso Rio do Peixe, que nasce em Calmon, perto de Matos Costa-SC. Nosso rio tem suas formosas corredeiras, algumas ilhotas e muito verde em suas margens. Ao chegar em Ouro, faz uma curva acentuadíssima, como o desenho de uma ferradura. Participei ativamente das lidas de implantação do Alvorada e do Costa do Sol, ali ao lado do Parque e Jardim Ouro.
Em 1988, na época do Prefeito Domingos Boff, na cidade de Ouro - SC, idealizou-se um projeto para a construção de um conjunto habitacional através da COHAB, órgão vinculado ao Ministério da Habitação. Vivia-se uma turbulência econômica no país, a inflação causando muitos transtornos e a população de baixa renda vendo seus salários corroídos. Dar casa para as famílias morarem era uma grande ajuda que o Poder Público podia fazer. Até porque a inflação facilitava a vida dos Estados e Municípios, que não podem pagar juros sobre débitos empenhados. Mas torturava trabalhadores de baixa renda!
A Prefeitura adquiriu e loteou uma área em local alto e relativamente plano, de propriedade da família Campioni, representada pelo Sr. Aldecir. Organizaram e apresentaram projeto ao Governo Federal, obtendo uma boa soma de recursos para a compra de materiais para o início da sua execução. O regime a ser adotado para a construção das casas foi o de "mutirão", com os beneficiários executando a construção das casas.
Vieram as eleições e, logrando resultado favorável, coube-nos, após nossa posse como Prefeito, dar andamento a isso. De imediato reunimos a equipe de trabalho: o Secretário de Obras Ademar Zócolli, o de Administração Caio Zortéa , a Secretária de Educação e Saúde Celita Colombo e os Diretores Neri Miqueloto e Amantino dos Anjos. Esta era a equipe que o Município comportava e que nos assessorava, conjuntamente, na execução dos projetos. E os beneficiários tinham seus representantes: Antônio Vilmar Varela, Antoninho Coeli, Itamar Zanchet, Airton Lorega Duarte e Antoninho Córdova, dentre outros. Este contratado como funcionário da Prefeitura e se constituindo em seu primeiro morador. Fizeram a primeira casa e o colocaram lá parar morar, acompanhar os trabalhos e cuidar dos materiais.
Quando assumimos, havia muito trabalho a ser feito e o desafio era grande: Dar continuidade a algo iniciado pela administração anterior, sem alterar os rumos e o planejamento. As pessoas que estavam sendo contempladas trabalhavam aos sábados e domingos, e muitas vezes à noite, para erguer suas casas. Foram valentes e determinados. Uns ajudavam aos outros.
Ao final da obra, faltaram recursos para a compra de outros materiais necessários à conclusão do projeto, mas com os esforços do Poder Público e dos interessados, tudo foi resolvido da melhor maneira e, ao final, as 50 casas foram concluídas, algumas já com ampliações. Pusemos rede de água em parceria com o Simae e de energia elétrica com a Celesc. Com recuros do Município de Ouro, implantamos a iluminação pública. E, junto à antiga Telesc, conseguimos a instalação de um telefone público. Na época não existiam ainda os telefones celulares e nem havia cabo telefônico até o local. Apenas um fio para o fone público.
Mas o novo Bairro precisava de um local para os eventos sociais e culturais. Fizemos um projeto e apresentamos ao então Secretário de Estado da Habitação, Afonso Dresch, que liberou a verba com que foi construído o Centrinho Comunitário e uma cancha de bochas. Fundaram um time de Futebol, o Grêmio Alvorada, organizaram-se, melhoraram o padrão de suas casas e, no início da década de 1990 suas ruas receberam pavimentação com pedras irregulares, na Administração do Prefeito Sérgio Durigon. Também houve a implantação, em anexo, o Bairro Costa do Sol I. E, da Administração de José Camilo Pastore, o Costa do Sol II, concluído na da Neri Luiz Miqueloto. Miqueloto, por sua vez, implantou ali o Centro de Apoio ao Trabalhador da Agricultura Familiar - Pronat - e iniciou a execução de um projeto de asfaltamento da rua principal.
Das pessoas mais "maduras" dentre os primeiros moradores, lembro, pelos nomes como eram chamados, da Dona Júlia, que era benzedeira; do Seu Juca, do Guerino Coeli e do Carmozino de Jesus; do Tio Bila; do Dinarte João Pedro; do Seu Nelson; do Auri BR; do Marianinho; do Alemão Schmitt, pai da Rose dos Anjos; da Tonha; da Ero Schwantes; da Dora e do Laerci Duarte; do Rovaldino.
O Bairro Alvorada/Costa do Sol está com cerca de 100 famílias atualmente. Passaram-se 25 anos desde o início dele até o presente momento. Muitas famílias venderam suas casas e mudaram de cidade. Pessoas idosas faleceram e vieram seus sucessores. Mas podemos asseverar que o pdrão de vida de todos foi melhorando desde a fundação. Os filhos foram para a escola, tornaram-se profissionais em diversas áreas e, com isso, a sociedade local se fortaleceu. Gente humilde, mas determinada. Gente que não esperou que nada caísse do céu. Trabalharam num sistema muito bom de mutirão e hoje ainda se unem para fazerem as promoções para algumas melhorias. Se o mesmo sistema fosse utilizado em todo o país, certamente que com o dinheiro gasto em Habitação se teria o dobro do número de casas construídas.
Euclides Riquett07-05-2013
Em 1988, na época do Prefeito Domingos Boff, na cidade de Ouro - SC, idealizou-se um projeto para a construção de um conjunto habitacional através da COHAB, órgão vinculado ao Ministério da Habitação. Vivia-se uma turbulência econômica no país, a inflação causando muitos transtornos e a população de baixa renda vendo seus salários corroídos. Dar casa para as famílias morarem era uma grande ajuda que o Poder Público podia fazer. Até porque a inflação facilitava a vida dos Estados e Municípios, que não podem pagar juros sobre débitos empenhados. Mas torturava trabalhadores de baixa renda!
A Prefeitura adquiriu e loteou uma área em local alto e relativamente plano, de propriedade da família Campioni, representada pelo Sr. Aldecir. Organizaram e apresentaram projeto ao Governo Federal, obtendo uma boa soma de recursos para a compra de materiais para o início da sua execução. O regime a ser adotado para a construção das casas foi o de "mutirão", com os beneficiários executando a construção das casas.
Vieram as eleições e, logrando resultado favorável, coube-nos, após nossa posse como Prefeito, dar andamento a isso. De imediato reunimos a equipe de trabalho: o Secretário de Obras Ademar Zócolli, o de Administração Caio Zortéa , a Secretária de Educação e Saúde Celita Colombo e os Diretores Neri Miqueloto e Amantino dos Anjos. Esta era a equipe que o Município comportava e que nos assessorava, conjuntamente, na execução dos projetos. E os beneficiários tinham seus representantes: Antônio Vilmar Varela, Antoninho Coeli, Itamar Zanchet, Airton Lorega Duarte e Antoninho Córdova, dentre outros. Este contratado como funcionário da Prefeitura e se constituindo em seu primeiro morador. Fizeram a primeira casa e o colocaram lá parar morar, acompanhar os trabalhos e cuidar dos materiais.
Quando assumimos, havia muito trabalho a ser feito e o desafio era grande: Dar continuidade a algo iniciado pela administração anterior, sem alterar os rumos e o planejamento. As pessoas que estavam sendo contempladas trabalhavam aos sábados e domingos, e muitas vezes à noite, para erguer suas casas. Foram valentes e determinados. Uns ajudavam aos outros.
Ao final da obra, faltaram recursos para a compra de outros materiais necessários à conclusão do projeto, mas com os esforços do Poder Público e dos interessados, tudo foi resolvido da melhor maneira e, ao final, as 50 casas foram concluídas, algumas já com ampliações. Pusemos rede de água em parceria com o Simae e de energia elétrica com a Celesc. Com recuros do Município de Ouro, implantamos a iluminação pública. E, junto à antiga Telesc, conseguimos a instalação de um telefone público. Na época não existiam ainda os telefones celulares e nem havia cabo telefônico até o local. Apenas um fio para o fone público.
Mas o novo Bairro precisava de um local para os eventos sociais e culturais. Fizemos um projeto e apresentamos ao então Secretário de Estado da Habitação, Afonso Dresch, que liberou a verba com que foi construído o Centrinho Comunitário e uma cancha de bochas. Fundaram um time de Futebol, o Grêmio Alvorada, organizaram-se, melhoraram o padrão de suas casas e, no início da década de 1990 suas ruas receberam pavimentação com pedras irregulares, na Administração do Prefeito Sérgio Durigon. Também houve a implantação, em anexo, o Bairro Costa do Sol I. E, da Administração de José Camilo Pastore, o Costa do Sol II, concluído na da Neri Luiz Miqueloto. Miqueloto, por sua vez, implantou ali o Centro de Apoio ao Trabalhador da Agricultura Familiar - Pronat - e iniciou a execução de um projeto de asfaltamento da rua principal.
Das pessoas mais "maduras" dentre os primeiros moradores, lembro, pelos nomes como eram chamados, da Dona Júlia, que era benzedeira; do Seu Juca, do Guerino Coeli e do Carmozino de Jesus; do Tio Bila; do Dinarte João Pedro; do Seu Nelson; do Auri BR; do Marianinho; do Alemão Schmitt, pai da Rose dos Anjos; da Tonha; da Ero Schwantes; da Dora e do Laerci Duarte; do Rovaldino.
O Bairro Alvorada/Costa do Sol está com cerca de 100 famílias atualmente. Passaram-se 25 anos desde o início dele até o presente momento. Muitas famílias venderam suas casas e mudaram de cidade. Pessoas idosas faleceram e vieram seus sucessores. Mas podemos asseverar que o pdrão de vida de todos foi melhorando desde a fundação. Os filhos foram para a escola, tornaram-se profissionais em diversas áreas e, com isso, a sociedade local se fortaleceu. Gente humilde, mas determinada. Gente que não esperou que nada caísse do céu. Trabalharam num sistema muito bom de mutirão e hoje ainda se unem para fazerem as promoções para algumas melhorias. Se o mesmo sistema fosse utilizado em todo o país, certamente que com o dinheiro gasto em Habitação se teria o dobro do número de casas construídas.
Euclides Riquett07-05-2013
Palavras bonitas...
Não vou poder te dizer palavras bonitas
Não vou poder atiçar a tua imaginação
Não vou entender as palavras já ditas
Não vou alimentar uma doce ilusão.
Não vou poder dizer dos teus olhos bonitos
Não vou poder elogiar dos cabelos a cor
Não vou rimar co´s teus doces conflitos
E nem te dizer mil palavras de amor.
Não vou entender o que se passa comigo
E nem o que vai em teu pensamento
Não quero mudar o caminho que sigo...
Só quero teus beijos, teu corpo moreno
Nem que seja por um breve, curto momento
Quero sentir os teus lábios que tanto desejo...
Euclides Riquetti
18-03-2004
Não vou poder atiçar a tua imaginação
Não vou entender as palavras já ditas
Não vou alimentar uma doce ilusão.
Não vou poder dizer dos teus olhos bonitos
Não vou poder elogiar dos cabelos a cor
Não vou rimar co´s teus doces conflitos
E nem te dizer mil palavras de amor.
Não vou entender o que se passa comigo
E nem o que vai em teu pensamento
Não quero mudar o caminho que sigo...
Só quero teus beijos, teu corpo moreno
Nem que seja por um breve, curto momento
Quero sentir os teus lábios que tanto desejo...
Euclides Riquetti
18-03-2004
domingo, 5 de maio de 2013
Quinze anos sem meu irmão
Houve algo que mexeu muito comigo neste sábado, 4 de maio: Aniversário da perda de meu irmão mais velho, Ironi, há exatos 15 anos. Parece-me que foi ontem...
Lembro-me bem daquele dia. Vim antes do meio-dia para Joaçaba visitar meu irmão que estava doente, no Hospital Santa Terezinha. Ele estava ali internado fazia alguns dias. Muito debilitado, fragilizado. Naqueles dias havia falecido o Leandro, da dupla Leandro e Leonardo. Um radinho a pilhas tocava as músicas deles e os locutores comentavam sobre o falecimento do cantor. Nós escutávamos e falávamos sobre isso. Era uma surpresa, pois houve pouco tempo entre o dia da descoberta da doença e o falecimento do Leandro.
No último dia de vida de meu irmão, ele foi transferido para a UTI. Os médicos devem tê-lo colocado lá para nos poupar de mais sofrimento. Passamos o dia entre o quarto e as escadas do hospital que permitiam ir para o andar de cima. Bem ao final da tarde, liguei para a Escola Prefeito Sílvio Santos, onde eu deveria lecionar à noite. Justifiquei, disse que não poderia ir para lá. Orientei sobre o que os alunos deveriam fazer de atividade. Depois, comecei a relembrar de nossa vida...
Na adolescência, o Ironi era muito forte. Muito mais do que os outros da mesma idade. Orgulhava-se em exibir os músculos dos braços e das costas. E também de seus olhos azuis claros, como os da Nona Baretta. Gostava de jogar futebol, jogou e foi treinador do Palmeirinhas, ali da Rua da Cadeia, no Ouro. Torcia para o "Palestra", de São Paulo, e para o Botafogo, no Rio de Janeiro, coisa rara na nossa cidade. Mostrava-me que o Bota tinha um elenco fabuloso, era a base da Seleção Brasileira. Tinha o Garrincha, que era fenomenal. Manga, o Goleiro. O jovem Jairzinho, que depois foi o "Furacão da Copa do Tri", em 1970. Tinha Didi, o Folha-seca. Amarilo, que substituiu Pelé em 62, no Bi. E ele me mostrava as fotos, comprava a "Revista dos Esportes" e me falava sobre os jogadores e os times.
Foi pelas mãos dele que recebi os primeiros gibis. Ia, aos domingos, fazer trocas, antes das sessões de matiné do Cine Glória, do Tex, do Pato Donald, do Mickey, do Búffalo Bill, do Fantasma, do Tarzan e outros.
Tenho eterna gratidão por ele. Quando fui definitivamente para a Fafi, em União da Vitória, foi comigo procurar uma pensão. Ficamos o primeiro dia num hotel e, no dia seguinte, depois que me acomodou numa pensão, ele retornou. Todas as vezes que eu ia passear em casa ele me dava uma calça nova, de "Tergal", que mandava confeccionar, sob medida, na Alfaiataria do tio Ivo Baretta. Para minha irmã, quando ela foi estudar na mesma cidade que eu, deu uma máquina de costura, para que ela pudesse costurar e sustentar-se. Ele fez apenas parte do Ginásio, mas nos incentivava a estudar. Repassa o filme em minha cabeça, lembro de tudo como seu fosse hoje.
Ao anoitecer, ele faleceu, naquele 04 de maio de 1978, há 15 anos...
O Ironi partiu na véspera do aniversário de minhas filhas. Quando chega esta data, aguça-se por demais minha sensibilidade. No dia 05 de maio, comemoro a aniversário das filhas gêmeas. Por outro lado, tenho aquela lembrança... Que Deus o tenha em sua Glória Eterna!
Euclides Riquetti
04-05-2013
Lembro-me bem daquele dia. Vim antes do meio-dia para Joaçaba visitar meu irmão que estava doente, no Hospital Santa Terezinha. Ele estava ali internado fazia alguns dias. Muito debilitado, fragilizado. Naqueles dias havia falecido o Leandro, da dupla Leandro e Leonardo. Um radinho a pilhas tocava as músicas deles e os locutores comentavam sobre o falecimento do cantor. Nós escutávamos e falávamos sobre isso. Era uma surpresa, pois houve pouco tempo entre o dia da descoberta da doença e o falecimento do Leandro.
No último dia de vida de meu irmão, ele foi transferido para a UTI. Os médicos devem tê-lo colocado lá para nos poupar de mais sofrimento. Passamos o dia entre o quarto e as escadas do hospital que permitiam ir para o andar de cima. Bem ao final da tarde, liguei para a Escola Prefeito Sílvio Santos, onde eu deveria lecionar à noite. Justifiquei, disse que não poderia ir para lá. Orientei sobre o que os alunos deveriam fazer de atividade. Depois, comecei a relembrar de nossa vida...
Na adolescência, o Ironi era muito forte. Muito mais do que os outros da mesma idade. Orgulhava-se em exibir os músculos dos braços e das costas. E também de seus olhos azuis claros, como os da Nona Baretta. Gostava de jogar futebol, jogou e foi treinador do Palmeirinhas, ali da Rua da Cadeia, no Ouro. Torcia para o "Palestra", de São Paulo, e para o Botafogo, no Rio de Janeiro, coisa rara na nossa cidade. Mostrava-me que o Bota tinha um elenco fabuloso, era a base da Seleção Brasileira. Tinha o Garrincha, que era fenomenal. Manga, o Goleiro. O jovem Jairzinho, que depois foi o "Furacão da Copa do Tri", em 1970. Tinha Didi, o Folha-seca. Amarilo, que substituiu Pelé em 62, no Bi. E ele me mostrava as fotos, comprava a "Revista dos Esportes" e me falava sobre os jogadores e os times.
Foi pelas mãos dele que recebi os primeiros gibis. Ia, aos domingos, fazer trocas, antes das sessões de matiné do Cine Glória, do Tex, do Pato Donald, do Mickey, do Búffalo Bill, do Fantasma, do Tarzan e outros.
Tenho eterna gratidão por ele. Quando fui definitivamente para a Fafi, em União da Vitória, foi comigo procurar uma pensão. Ficamos o primeiro dia num hotel e, no dia seguinte, depois que me acomodou numa pensão, ele retornou. Todas as vezes que eu ia passear em casa ele me dava uma calça nova, de "Tergal", que mandava confeccionar, sob medida, na Alfaiataria do tio Ivo Baretta. Para minha irmã, quando ela foi estudar na mesma cidade que eu, deu uma máquina de costura, para que ela pudesse costurar e sustentar-se. Ele fez apenas parte do Ginásio, mas nos incentivava a estudar. Repassa o filme em minha cabeça, lembro de tudo como seu fosse hoje.
Ao anoitecer, ele faleceu, naquele 04 de maio de 1978, há 15 anos...
O Ironi partiu na véspera do aniversário de minhas filhas. Quando chega esta data, aguça-se por demais minha sensibilidade. No dia 05 de maio, comemoro a aniversário das filhas gêmeas. Por outro lado, tenho aquela lembrança... Que Deus o tenha em sua Glória Eterna!
Euclides Riquetti
04-05-2013
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