sábado, 15 de dezembro de 2018

Só as rosas me inspiram

Resultado de imagem para rosas euclides riquetti

Rosa do jardim de minha casa - encantadora!


Só essas rosas me inspiram
Aquelas que cultivo cm paixão
Que no meu jardim desfilam
Aquelas da primavera-verão.

Rosas lindas e perfumadas
Que por si só nos encantam
Por nossas mãos são plantadas
Por mãos delicadas e santas.

Amo rosas,  verdadeiramente
Elas decoram-me os cenários
Tingem a vida, simplesmente
Em meus jardins imaginários.

Rosas, sempre belas, presentes
Me trazendo a inspiração
Tornando meus dias diferentes
E ânimo pro meu coração!

Euclides Riquetti
15-12-2018








O Kifas e Mr. Safik

Resultado de imagem para fotos capinzal e ouro história
Ponte Pênsil Padre Mathias Michelizza - liga Ouro
e Capinzal

          Em abril de 2007, li um artigo no Jornal A Semana, assinado por um certo Mr. Safik, em que abordava situações saudosistas e acontecimentos de Capinzal e Ouro, fazia indagações sobre pessoas conhecidas dele. Descobri, com o amigo Belotto, que se tratava do Derlico, de quem eu muito ouvira falar em minha infância, e que seria amigo de diversos amigos meus, mas que eu era um pouco mais jovem que ele e eu fazia parte dos "da Rua da Cadeia", e não dos "Da Turma dos Bazzo". Nós, da Rua da Cadeia, éramos meu irmão Ironi, os Coquiara (Ivanir, Valdir e Altivir Souza), os Miqueloto (Irineu, Nito e Neri), os Masson (Rosito, Heitor, Zé Raul, Félix e Aquiles), os Dambrós (Luiz Alberto e José Anibal), os Oliveira (Nereu e Irineu, pioneiros do Navegantes)), os Lucietti (Anildo e Adelir Paulo, depois o Darci e o Nego), os Campioni (Ermindo e Vicente), e os primos "Richetti", Moacir e Cosme, o Bianco (Ivan  Casagrande). Depois veio o Alcedir Bernardi e o Ademir, e o Sidnei Surdi. Até o Gilmar Rinaldi (o Mêti), ex -goleiro que agora é empresário do Adriano Imperador, do Danilo, do Washington Coração Valente e mais outros craques, e jogou no  Inter, São Paulo Udinese e Flamengo, foi reserva do Taffarel no Tetra, fazia parte de nossa tribo, quando vinha para a casa da mana Matilde.  Toda essa tropinha "mandava" lá pelos lados da Cadeia, em Ouro.

         Da turminha dos Bazzo faziam  parte   o Vilmar Matté, o Ivoney Bazzo, o Ivan Maestri, o Nelito Colombo, o Alcedir (Sebinho) Dambrós, O Rubens e o Edson Bazzo, o Hélio Novelo, o Castanha (Clóvis Maliska) o Rogério Caldart e o Roberto, o Antoninho Sartori, o Areia, o Homero, o Rômulo e  o Egomar Sartori, o Ademar Miqueloto, possivelmente o Adilson Montanari  e muitos outros, como os dois Mários, o Pina e o Lebrão, Morosini e Fávero.

         Mas, ao ler o texto do "Mr. Safik",  fui buscar saber quem ele era e, sabendo ser o Derlico, compus uma resposta, em que assinei com o pseudônimo "Touareg", e que foi publicada n´A Semana,  no dia 25 de abril de 2007, um dia após ele completar 56 anos. Passados alguns dias, o Belotto ligou-me para saber se eu o  autorizava a informar para o Mr. Safik que o Touareg era eu. (Em algumas oportunidades de minha vida, escrevi textos com pseudônimos). Autorizado, Mr. Safik ligou-me e conversamos muito, por telefone, ficamos "amigos de telefone". Voltamos a  conversar mais duas vezes e os encontros esperados não deram certo.

          Mas, no início desta semana, o amigo Antoninho Sartori me comunicou que o Derlico estaria lançando o livro "Camponovenses", na sexta-feira, na Casa da Cultura, em Campos Novos. Ah, recusei convites para um belo jantar com o amigo Neca Deitos e os amigos, pois não poderia deixar de ir buscar o livro do Derlico.

          Fomos, eu e a Mirian. Lá, encontrei o Teco Ronsani, o Vilmar Matté e a Ilce, a Maíra Almeida e diversos outros conhecidos.

          Cumprimentamo-nos, efusivamente, eu e o Derlico, que tem nome Derly Pedro de Souza, e que lá eles o chamam de "Kifas". E assim foi saudado pelo Dr. Enéias Athanázio, que prefaciou o livro, e é  renomado escritor catarinense, bem como  pelo Ex-Senador Dirceu Carneiro, que representou as famílias enfocadas no livro.

         Foi uma noite cultural simples, mas de alto nível, sem os enfadonhos e demagógicos discursos de políticos, houve apresentações de violinistas jovens e adolescentes de Campos Novos, algo muito sublime e elegante.

          De início, fiz minha análise: Kifas é resultado da inversão das letras de Safik. Foi de seu apelido que ele tirou seu pseudônimo. Mas não tive tempo de perguntar-lhe o porquê do apelido Kifas. Mas, por outro lado, adquiri o livro e coloquei-me bem à frente da mesa de autógrafos, com o livro aberto e caneta pronta: Tive a honra de ser o primeiro a ter seu livro autografado no lançamento. Aliás, este é o segundo livro dele.

          Dando uma olhadela no exemplar, já me foi possível localizar muitos amigos e conhecidos, inclusive o Dr. Edson Ubaldo, eminente jurista, que tive a honra de ter como assessor jurídico nos meus dois últimos anos de mandato como Prefeito em Ouro. Ele, que também, como nós, é escritor.

    Agora é ler todo o livro para curtir uma viagem em nossa História, pois, Campos Novos foi município-mãe da maioria dos municípios das microrregiões da Ammoc e da Amplasc.



Euclides Riquetti
19-04-2012

A cultura da corrupção, o João do Diabo, e os riscos a que estamos submetidos

Resultado de imagem para imagens João de Deus

"João de Deus" atendia a anônimos e a famosos

       Dezembro nos trazendo acontecimentos que nos alertam para termos atenção a tudo o que passa ao nosso redor. O perigo pode morar ao lado. Os incautos podem estar sendo lesados. Todos os dias acontecendo barbaridades. Tomara que as festas de fim de ano amenizem a situação e possamos ver e ouvir boas notícias.

       Uma “coisa feia” é o que veio a público sobre um assessor de um dos filhos do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Movimentando mais dinheiro do que sua renda permite! E a polícia federal continua agindo, todas as semanas está prendendo alguém envolvido em corrupção, ou mesmo buscando documentos em seus domínios. Alguns dos novos ministros, que ainda nem tomaram posse, já estão sendo mencionados em razão de seus processos na Justiça. Tanto Sérgio Moro quando Bolsonaro têm dito que cada um tem que se explicar e que, se houver denúncias robustas, serão exonerados ou afastados. Os brasileiros querem que seja assim mesmo. A cultura da corrupção fincou raízes profundas e eliminá-las é a tarefa mais árdua.

       Outro assunto “do mês” é a denúncia do tal médium João de Deus, que, ao meu ver, não passa de um “João do Diabo”. Aproveitador de mulheres que buscam seu “apoio espiritual”. Pessoas desesperadas buscam apoio em seres que julgam terem poderes e acabam tornando-se suas vítimas. Uma vergonha! Em poucas horas de abertura de um canal de denúncias, mais de 40 mulheres o denunciaram. E há informações de que chegarão a centenas. Ainda assim, muitos de seus fiéis seguidores continuam procurando-o, buscando sua “casa de orações”. O que soa muito esquisito, é que só depois que uma tem coragem de denunciar é que vêm as outras. Por que não buscam a polícia, pedem sigilo, não dão as informações para que isso não se prolongue?

      O fato é que todo o malandro age de uma forma estratégica, cercado de cuidados. O agressor não manda recados de que vai agredir ou ofender, vai lá e agride, ofende. Mas o que nos entristece, mesmo, é ver quantas mulheres são agredidas ou mortas pelos seus maridos, companheiros ou ex-companheiros enciumados. Não há justificativa para isso, mas a força física desproporcional leva à agressão. Fossem elas mais fortes do que eles e a coisa não seria tão fácil assim.

      O último mês do ano deveria ser apenas comemorativo e reflexivo. No entanto, as estradas abarrotadas de carros fazem vítimas fatais. O calor leva as pessoas a banharem-se em rios sem conhecerem os perigos que as águas podem representar e podem afogar-se. Outras bebem e comem mais do que seu organismo pode suportar. O ser humano é inquieto, busca satisfação às suas necessidades físicas e psicológicas sem medir as consequências possíveis. Os aproveitadores estão sempre de olho em vítimas fáceis e frágeis. Então, cautela, minha gente!

Euclides Riquetti – Escritor – Membro da ALB/SC – www.blogdoriquetti.blogspot.com


Há, entre nós....


 

Há, entre nós,  uma planta enramada
Cujas folhas, já amareladas
Foram levadas pelo vento...
Foram adubar os gramados e os canteiros
E desafiar meus mais libertinos pensamentos
A mergulharem nos seus sentimentos mais verdadeiros.

Há, entre nós, uma planta esquecida
Quase que fenecida!
Esperando o seu sopro perfumado
Enquanto o verde primaveril não reaparece
Ou o olhar de seu olho apaixonado
Não se restabelece...

E  eu espero que você me perceba
Sinta minha paixão e minhas fraquezas
Acolha, com amor, minhas sutilezas
Abra a janela e por ela e me receba!
Serei o cavaleiro e o cavalheiro
O medieval e o moderno
Serei seu namorado ou companheiro
Mas serei eterno!

Há, entre nós, a planta que deseja ser regada
Na noite da luz prateada
Enluarada!

Há, entre nós dois corações que pulsam
Mas que não se encontram
Que relutam
Porque se amedrontam...

E, enquanto isso, a planta segue desfolhada
Esperando ser socorrida
Regada
Abraçada.
E você com medo
De me dizer seu segredo!!!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Tarde de sol...






Manhã de céu desanimado
De sol se resignando, enfraquecido
Do vento triste, frio, acabrunhado
Dos rostos sóbrios, dos semblantes abatidos...

Tarde de gente altiva e animada
Rostos contentes e radiantes ressurgindo
Tarde doce, linda, ensolarada
O mundo inteiro está sorrindo.

Os corações tristes da manhã bem fria
Se alegraram na tarde redentora
E bailaram com as almas em harmonia.

De volta toda a energia reconfortante
Na espera pela noite promissora
Dos ternos sonhos e do sono deleitante.

Euclides Riquetti

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Nos dias depois das chuvas



 
Sol de uma manhã esperançosa



                                                Águas que lavam a alma e as mágoas...
 
 
Dissiparam-se as turbulências
Foram-se embora as águas  turvas
Perderam-se nas corredeiras e nas curvas
Foram banhar outras querências.

Rebrilhou meu sol e meu  céu revestiu-se de azul
A natureza nos devolveu os seus encantos
Recoloriu-se o mundo aqui no Sul
Enxugaram-se as lágrimas dos prantos.

A euforia e os ânimos se repuseram
Nos sorrisos dos rostos róseos, dentes brancos
Nas almas que já não se desesperam...

Nos dias depois das chuvas eu te busquei
E deliciei-me em admirar os  seus encantos
Nos dias depois das chuvas... eu te reencontrei!!

Euclides Riquetti

Quando nasce uma flor






Quando nasce uma nova flor
Meu  jardim se enche de alegria
E um divino mundo de cor
Nos cerca de encanto e magia.

Flores são dádivas abençoadas
Que amo com verdadeira paixão
Brancas, vermelhas ou rosadas
A acalentar meu coração.

Quando nasce uma nova flor
Mesmo que em canteiro acanhado
Não importa  onde for
Dê-se-lhe amor e cuidado.

Ah, flores, muitas flores
Nas praças e nas avenidas
Cravos e rosas multicores
Para alegrar nossa vida!

Euclides Riquetti

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Conflitos da alma







Conflitos da alma nos geram dores
Marcas indeléveis, vãs, duradouras
Sofrimentos que vêm de desamores
Nos deixam cicatrizes imorredouras.

Conflitos da alma nos enfraquecem
Aniquilam, mutilam e deprimem
Muitas vezes até nos enlouquecem
Geram danos que não se redimem.

Conflitos, mesmo que com cuidados
Podem deixar feridas muito fundas
Mágoas que formarão o mau legado
Deixarão as marcas mais profundas.

Fazei, ó Deus, com que a harmonia
Se instale em cada um de nós dois
E que nuvens do amor e de alegria
Jamais nos permitam viver sós!

Euclides Riquetti

Busque o equilíbrio necessário (... não se deixe abalar!)






Busque o equilíbrio  necessário para sua vida
Não deixe que perturbações irrelevantes lhe  incomodem
Imagine que há pessoas que têm problemas bem maiores do que os seus...

Pense nos que nada têm
Não têm ninguém a esperar por eles
Não têm sequer uma cama para dormir
Ou uma xícara de café pela manhã...

Faça uma reflexão sobre suas perdas e suas conquistas
Veja que sempre há um saldo favorável
Sempre há um pequeno êxito obtido que pode ser comemorado...

Amanhã é um novo dia!
E virá outro e outros ainda.
Não se deixe abater pelas circunstâncias
Você não pode esmorecer nunca...

Quem venceu uma vez na vida
Vencerá outras  mais.

Deus abençoe você!

Euclides Riquetti

Meu primeiro texto...

Meu primeiro texto - agora já perdi a conta de quantos escrevi, quantos joguei fora,
quantos publiquei...


Euclides - no Parque Municipal de Belo Horizonte

          Eu estava no último ano do antigo Ginásio, em Capinzal, ano de 1968. Ginásio Normal Juçá Barbosa Callado, formava professores para ensinar no Ensino Primário. Meus professores, em sua maioria, eram profissionais liberais. Outros haviam cursado o Segundo Ciclo Secundário, era assim que chamavam  o antigo "Normal", hoje Magistério em nível de Ensino Médio.

          Uma jovem professora fora contratada para nos ensinar Português. Não havia professores licenciados na cadeira naquela época na cidade. A professora era mais jovem do que a maioria dos alunos, uma vez que boa parte deles havia retomado os estudos com a introdução de uma Ginásio Noturno. Antes disso, apenas o Padre Anchieta e o Mater Dolorum ofereciam o ensino secundário em seus primeiro e segundo ciclos, ambos no período matutino. O início do ensino à noite abriu possibilidades para aqueles que precisavam trabalhar durante o dia. Eu fui um deles.

          Acostumado a morder as pontas das canetas esferográficas, (que anos depois o professor Geraldo Feltrin ensinou-me que era uma "ball-point-pen", ou seja, uma caneta com ponta de bola, daí esferográfica), eu ficava com os lábios e a língua sujos de tinta azul. E os dedos da mão direita também. As canetas-tinteiro, então, faziam estragos em mim, inclusive nas roupas. Mas houve um dia daquele mês de março de 1968 em que algo mudou, definitivamente,  em minha maneira de ser, e isso resultou no perfil que conservo até hoje: um apaixonado por ler e por escrever!

          Minha mente remeteu-me, hoje,  ao tempo de minha adolescência, fazendo-me voltar 45 anos atrás, às carteiras de Ginásio, ali onde hoje está nossa majestosa Escola de Educação Básica Belisário Pena. Aos professores João Bronze Filho, Paulo Bragatto Filho, Deoni Maestri, Adelino Frigo, Waldemar Baréa, Iria Flâmia, Holga Brancher, e à jovem e dinâmica Vera Lúcia Bazzo, estreante em ensinar-nos  nosso Português.

          Falou-nos a Vera da importância de as pessoas escreverem, dizerem o que sentiam, colocar no papel a opinião sobre as coisas e os fatos, escrever histórias. E nos deu um tema para que fizéssemos uma redação, não importando  a modalidade, podia ser narração, descrição, dissertação, poesia, desde que dentro do tema indicado.

          Peguei uma dupla folha de papel almaço, mentalizei uma história, narrei, descrevi ambientes e personagens, dei um cunho relativamente moral, fiz o bem sobrepor-se ao mal e lasquei-lhe um final feliz! Eu lera muitos livros, fotonovelas, gibis, revistinhas do Walt Disney, gostava de ler. Então  encorpei uma espécie de conto utilizando as quatro páginas. Caprichei na letra, coloquei travessões nas interlocuções, respeitei o distanciamento na margem esquerda da página para indicar cada parágrafo, respeitei o traço de uma margem imaginária de  uns dois centímetros à direita e três à esquerda, distribuí bem a matéria na página. Ficou bonitinho. Eu nunca entregara uma redação ou trabalho razoavelmente organizado em toda minha vida escolar. Mas, naquele dia, consegui!

          Na aula seguinte, a professora foi devolvendo as redações aos alunos, tecendo comentários elogiosos a uns, fazendo observações pertinentes e pontuais a outros, tudo de maneira muito sutil, educada, jeitosa. E, por último, a minha redação. Eu já estava ficando assustado. Era acostumado a ver colegas zoando de mim, não ganhar elogios. ( E nem os merecia...)

          "De onde você tirou isso, Euclides?" - "Ih, lá vem bomba de novo, pensei!" - Os colegas olhavam-me e eu estava apreensivo. A professora Vera começou a fazer as observações sobre a organização do meu texto, sobre a  verossimilhança que nele havia, pois a história, embora inventada, parecia verdadeira, cativante, atrativa. Ortografia perfeita, pontuação ideal, uma ótima composição, uma nota que eu jamais ganhara na área. Mas, mais do que a nota, foi-me prazeroso ouvir, pela primeira vez, um elogio por algo que eu mesmo criei, que era meu, só meu, defitivivamente meu! E nunca mais parei. Este é  meu 500º texto que estou publicando no meu blog. Escrevo porque gosto!

          Obrigado, professora Vera!

Euclides Riquetti
05-10-2013         

As dores dos espinhos do limoeiro


 

 

 
 
Tempos de incertezas, certamente
Dúvidas que afligem e atormentam
O amanhã que pode simplesmente
Apagar as chamas que alimentam...

Tempos de angústias e de medos
Futuro incerto, quase sem clareza
As vidas com seus enganos ledos
Toda alegria perdendo pra tristeza...

Tempos idos que talvez não voltem
Lembranças boas agora  já se vão
Se os  vulcões  as chamas cospem
Sofre muito mais meu coração!

As dores dos espinhos da roseira
Também dos que saem do limoeiro
Até o que brota da verde laranjeira
Machucam e me ferem por inteiro!

Perceba que no meu triste dilema
Da dor do espinho e da dor da alma
Resulta-me mais um triste poema
Nada mais me ajuda nem me acalma!

Euclides Riquetti

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Sonhos e sonhos


 

 





 
Sonhos e sonhos
Desejos, desejos
Sem ter medo
Apenas sonhar...

Sonhos e desejos
Sem medo de errar
Sem medo de amar
Apenas motivos para sonhar...

Sonhos, medos e desejos
Carícias na pele macia
Gostar, amar todos os dias
Viver momentos de extrema alegria...

Sonhos, afagos e carícias
O carinho da companheira
Na manhã que chega prazenteira
No rosto adorável da mulher faceira...

Apenas isso....
Tudo isso...
Muito mais que isso: você!

Euclides Riquetti

Para ser feliz






Na vida, não há um futuro a se prever
Nem sempre nos contentamos com o que temos
Não queira nada além do que pode ter
O que é pra ser nosso, nós nunca perderemos...

Sermos felizes, vivermos contentes
Poder dar e receber muito amor
Contar com os que estão aqui presentes
Darmos à vida muita cor e sabor...

Para ser feliz, cuidar das coisas simplesmente
Dar valor a quem nos quer e a quem queremos
Oferecer carinho, segurar a mão fortemente
Presente e futuro risonhos é o que teremos.

A felicidade precisa da  busca incessante
Da harmonia tênue, do entendimento
De termos um coração alegre e cantante
Aplausos pra vida sem dor ou sofrimento!

Euclides Riquetti

Quem ama só quer o bem







Quem ama só quer o bem
Quer ser amado
E quer amar também.

Desejar que o outro seja feliz
Do amor ser um adepto
Professor e aprendiz...

Quem ama o faz porque quer
Faz de caso (im) pensado
Em lugar qualquer...

Deseja dar alegria e contentamento
E que tudo aconteça do jeito certo
Tão certo como há sol e vento...

Quem ama só quer o bem!

Euclides Riquetti

Observações de um caminhante inquieto



 

 

          Há pouco mais de um ano, desde que comecei a cuidar mais de mim do que dos outros, desenvolvi um pouco mais meu senso de observação. E, nas andanças, algumas constatações que me deixam apreensivo, como o que verifiquei numa tarde de domingo, bem recentemente.

          Após uma daquelas costumeiras caminhadas, perto de uma casa, simples, uma senhora muito jovem estava diante de um tonel de lata com um belíssimo arranjo de balões brancos e rosas. Colocou-os sobre o tonel, pegou um cavaco no chão e começou a estourar um a um, até não sobrar nada. Depois, soltou aquelas borrachas grudadas a um barbante dentro do enorme vasilhão que servia de lixeira. Meu pensamento voltou ao passado e...

          Caminhei por uns minutos por uma rua recentemente asfaltada. Aquilo que se inaugurara efusivamente há poucos meses podia receber um Decreto de Situação de Emergência. Quem sabe logo vire um caso de Calamidade Pública...

          Mais algumas passadas e alcancei dois meninos que conversavam. Bem vestidos, bermuda e camiseta novos, tênis de marca. Um, aparentando no máximo oito anos, dizia: "Eu acho que as pessoas não devem roubar. É melhor pedir do que roubar, minha mãe me ensinou assim".  O outro, um pouco mais velho, talvez de dez ou onze anos, falou: "Eu já acho que tem que roubar. Pra que fazer diferente se roubar é muito mais fácil"...

          Direi a você, leitor, que são apenas três situações observadas em no máximo meia hora. Colocarei como A, B e C, respectivamente.

          Na situação A, lembrei-me da dificuldade que tínhamos, em nossa infância, de termos brinquedos. Nos natais e aniversários, ganhávamos coisas simples, normalmente feitas pelos pais, de forma artesanal. E balões, quando tínhamos "Dois Cruzeiros", conseguíamos comprar uma meia dúzia em bazar ou livraria. Não os enchíamos de uma única vez. Só enchíamos o segundo,  quando o primeiro estourava. Brincávamos longe dos espinhos das plantas e até dos gramados para que não estourassem. E fazíamos com que aquela meia dúzia de balões nos divertisse por pelo menos uma semana, quando não um mês. As facilidades do mundo consumista, do ter dinheiro sem muito esforço, levando uma mãe a jogar fora os balões que decoraram o aniversário de sua filhinha. Valeu a foto, os balões vão estar, possívelmente no álbum de fotografias, ou no facebook...

          Situação B: Uma rua que recebeu asfalto, inaugurada há menos de seis meses, com barro acumulado em muitas baixadas. Dezenas de metros de meio-fio "derretido", já destruído, onde se constata,  fácil,  que houve aplicação de cimento de má qualidade ou formulação inadequada. E as bocas-de-lobo,  localizadas em pontos mais elevados e faltando nas baixadas. Falhas na execução, na fiscalização, etc.,  etc.... Dinheiro "nosso" muito mal aplicado...

          Situação C: Mais preocupente que as duas anteriores. Família impotente, (ou desajustada) perdeu o controle sobre os filhos. Poder Público omisso, deixando a coisas correr. Educação daquele jeito. E isso gerando insegurança e falta de perspectivas melhores.

          Na minha condição de observador, estou aqui mostrando apenas três situações vivenciadas em menos de meia hora. Imagino, leitor, por quantas situações semelhantes ou mesmo diferentes você passa todos os dias. Vive, como eu, num mundo em que o "faz-de-conta" muito conta. Mas tudo é muito preocupante. De minha parte, procuro evitar o consumismo, que produz muito lixo e causa muita poluição. Sempre que encontro alguma autoridade, em qualquer lugar, estou procurando informá-los e cobrando seriedade no caso das obras mal executadas. E procurando, sempre que possível , dar conselhos e atenção às crianças que encontro na rua, dizendo-lhes que fazer o bem vale a pena! Omitir-me, seria um grande pecado...

Euclides Riquetti
13-02-2014

A política em tempos de festas


             
Resultado de imagem para imagens hortensias parizotto empresário
Sérgio Parisotto - nosso conterrâneo, fazendo bonito em Joaçaba!

       O mês de dezembro deveria ser o mês das festas.  Celebramos, em 25 de dezembro, o Natal de Jesus. Uma semana depois, vem o ano novo. Mas esses eventos vêm precedidos de muitos outros, pois acontecem formaturas, aniversários, casamentos, confraternizações entre colegas de trabalho e entre patrões e empregados, e muitas outras. Na verdade, último mês do ano é aquele em que as pessoas têm pelo menos metade de seu décimo-terceiro salário, também conhecido como Abono de Natal, para gastarem. Fazem, com isso, a festa do comércio, das lanchonetes, bares e restaurantes. Os mais cautelosos pagam contas vencidas ou fazem uma provisão para o tempo que há de vir.

       Pois,  em dezembro,  temos os noticiários recheados de notícias da política. O Presidente eleito, Jair Bolsonaro,  está finalizando a divulgação dos nomes dos seus ministros, que deverão chegar a 22. Os jornalistas apontando que ele falava em 15 e já está com 22...  Havia 29, deixaria com 15, ficou na média: sete a mais do que teria e 7 a menos do que há no Governo atual. Metade deles são secretarias e órgãos com status de Ministério. Ao meu ver, Saúde, Educação, Agricultura, Economia, Infraestrutura, Justiça e Segurança,  Ciência e Tecnologia, e Minas e Energia são ministérios. Os demais são órgãos necessários, mas que poderiam ser secretarias subordinadas a estes. Porém, o sistema político-administrativo  brasileiro está montado para o corporativismo funcional e político. E o novo Presidente está tentando organizar seu governo em meio a isso. Melhor que esteja negociando com bancadas representativas do que com partidos políticos. É uma experiência nova e torcemos para que dê certo.

      A primeira semana do último mês do ano começou com os olhos e ouvidos brasileiros voltados, mais uma vez, ao STF, mais especificamente à Segunda Turma deste, em que, na terça, iniciou-se mais um julgamento de um pedido de habeas-corpus em favor da liberdade de Lula.  Mais uma vez nossos ministros usando seu tempo para cuidar dos interesses de um cidadão e de um partido, enquanto pacotes de processos aguardam a vez para terem solução. E, como dessa turma tudo se pode esperar, após os votos de Edison Fachin e Carmen Lúcia votarem contra o pedido da defesa de Lula, Gilmar Mendes pediu vista do processo. Acho que a decisão vai ficar para o ano que vem... E o resultado pode não ser o que a maioria dos brasileiros quer!

       Algo de muito positivo que foi divulgado no site de uma emissora de rádio local teve boa repercussão na região: o empresário, meu conterrâneo, Sérgio Parisotto, com um de seus filhos, veio plantando hortênsias durante três anos na rua que nos leva ao Monumento de Frei Bruno. Conheço muito bem o Sérgio, sei de seu dinamismo e capacidade de liderança. Gosta de política, é educado e respeitoso. Enquanto alguns falam, ele faz. E há outras pessoas que fazem trabalho parecido com o dele. Apenas nos falta que uma liderança forte encampe a ideia e que também o Poder Público exerça o papel de animador da sociedade. A força do trabalho comunitário é muito grande, basta que se aproveite a boa vontade das pessoas de bem!

Euclides Riquetti – Escritor – membro da ALB-SC www.blogdoriquetti.blogspot.com

Minha coluna jo Jornal Cidadela - Joaçaba - SC - 07-12-2018

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Raios de sol









Raios de sol propulsionam pensamentos
Que flutuam no firmamento
Que pairam na leveza do ar
A vagar,  divagar,  de vagar.

Raios de sol incitam anseios  remotos
Escondidos nas mentes e corpos
Que andam a esmo nas ruas
Com as almas frias,  nuas.

Raios de sol são a vitamina do poeta
São a adrenalina discreta
Que movem o ideal compositor
E que fazem de mim um mero escritor.

Escrevo, sim, porque no céu há azul e sol brilhante
Escrevo, sim, porque sou apenas um corpo errante
Mas tenho uma alma que me inspira e impulsiona
E um há um coração que me anima e amociona.

Escrevo, sim, porque raios de sol iluminam meu pensamento
Que divaga em si
Que vaga até ti
Até ti...
Por isso escrevo, sim!

Euclides Riquetti

O Natal está chegando, minha gente!



Voltam a repicar os sinos que anunciam o Natal
É dezembro no país tropical!
As cidades se embelezam para receber o bom velhinho
Que virá no trenó com renas,  ou montado num burrinho.

Os olhos das crianças brilham de alegria
As mães correm atrás de meninos e meninas
Que querem andar no trenzinho
Que querem ganhar um brinquedinho.

As vitrines das lojas com aquele visual atentador
A atiçar a  imaginação do consumidor...
"Mamãe, pede pro Papai Noel trazar pra mim
Um ursinho grandãããão assim!..."

Não faltarão festas nem presentes
Nem rostinhos bonitos e risonhos
Nem mensagens bonitas, certamente
Nem corações cheios de sonhos:

Pois o  Natal está chegando, minha gente!

Euclides Riquetti

O que esperar para o novo ano?


Resultado de imagem para fotos brasília 2019



       Fim de ano quase que acabando, a população na expectativa do que pode vir em 2018. O novo ano com grandes mudanças, muita esperança em todos nós, que almejamos um Brasil mais sério e encaminhando-se para o seu desenvolvimento no mais amplo sentido. Considero que, em termos de Governo Federal, temos três pilares de sustentação:

  1. Área Econômica, capitaneada pelo ministro Paulo Guedes, que formou uma equipe de notáveis para cuidar dos diversos setores da mesma. Todos os convidados com muito conhecimento em seus departamentos, muita experiência e elevada capacidade intelectual;
  2. Justiça e Segurança Pública, pilotada pelo Juiz Sérgio Moro, o qual comandou a operação Lava Jato e através dela colocou na cadeia pessoas que nunca antes se imaginou que pudessem ser presas. Moro formou sua equipe com profissionais de carreira no serviço público, de sua absoluta confiança, todos muito conhecedores das atividades que terão que desenvolver, principalmente na redução da corrupção e no combate às facções criminosas.
  3. Assessoria Civil e Militar, com os mais renomados integrantes das Forças Armadas, notadamente do Exército Brasileiro, tendo como principal referência o General Augusto Heleno. Uma equipe muito sintonizada com o pensamento do presidente eleito Jair Messias Bolsonaro, que deseja imprimir métodos de disciplina e eficiência em todas as áreas do Governo. É gente de extrema confiança, que age sempre com muito cuidado e tem profundo zelo pela coisa pública. E, ainda, transferir esse espírito para a Educação, de forma a termos escolas e professores mais engajados no ensinar conteúdos do que impor algumas  ideologias, escolas geradoras de conhecimento.

       Os ministérios convencionais, como Agricultura (Deputada Tereza Cristina, Engenheira Agrônoma), Saúde (Deputado Luiz Mandetta, Médico) e Educação (Professor Ricardo Vélez Rodríguez, Filósofo e Escritor) , foram destinados a pessoas que vêm com forte apoio de grupos de suas áreas, notadamente os deputados, da bancada ruralista e da médica. Rodríguez, em especial, tem a tarefa de mudar a cara da Educação no Brasil. É mestre em pensamento brasileiro pela PUC-RJ, doutor em pensamento luso-brasileiro pela Universidade Gama Filho e pós-doutor pelo Centro de Pesquisas Políticas Raymond Aron. É de opinião que quem define o gênero é a natureza e não as leis. Fará com que se prime pela disciplina e a eficiência na Educação, em especial nas universidades públicas, onde o custo por aluno formado chega até a cinco vezes o de uma particular. E que o Ensino Médio precisa preparar os alunos para o mercado de trabalho, independente de frequentarem ou não a universidade.

       O que marcou os noticiários nos últimos dias foi a retirada dos médicos cubanos pelo Governo de Cuba. Pois, para  8.517 que iriam embora (alguns vão ficar por aqui mesmo, nem que seja para trabalharem em outras profissões), 30.734 médicos brasileiros se inscreveram para as vagas. E o quadro já estava  97,2 % recomposto no início desta semana! Ficou evidenciado, com o fato, que o Programa Mais Médicos, mais do que um programa de saúde, foi um programa político-ideológico do Governo Dilma Rousseff, mais a serviço da ditadura cubana do que aos brasileiros. Agora eles voltam lá para ganhar R$ 300,00 por mês...

       Em termos de estado de Santa Catarina, tudo muito morno. Sabe-se que temos muitas dívidas, muitas despesas, principalmente com funcionalismo, mas que, com as propostas de redução de funcionários, principalmente dos comissionados, o governo do Comandante Moisés pode dar a volta por cima.

       E, no âmbito local, o desembarque do PP da Administração Municipal é o assunto das ruas. Pessoalmente, eu não acredito numa grande ruptura. Afinal, não há como se desvincular o Vice-prefeito, Jucelino Ferraz, do PP, do Prefeito Dioclésio Ragnini, do PSDB. Acho que uma boa conversa poderia ajustar as coisas. Mesmo porque, sabemos, há partidos que não fazem parte do Governo Municipal que não conseguem “ser oposição”. Um simples aceno e viram situação também “de direito”!

Euclides Riquetti – Escritor – membro da ALB/SC  - www.blogdoriquetti.blogspot.com


Minha coluna no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC - 30-11-2018



domingo, 9 de dezembro de 2018

Não tente compreender o Universo



Resultado de imagem para imagens mulher  olhando o universo

Não tente compreender o Universo
Com toda a sua imensidão e infinitude
Pois não  há como saber o que há além
Se nem sequer entendemos também
O que nos dizem os brancos versos
Que componho na noite de negritude.

Não tente entender o incompreensível
Nem imaginar o que for inimaginável
Pois há coisas que fogem de seu alcance
Não há perdão se não houver uma chance
Nem o novo se tudo parecer impossível
Então me entregue seu coração afável!

Não deixe que o seu tempo passe célere
Não perca os seus anos, os meses e dias
Busque viver a sua vida intensamente
Liberte seu corpo, sua alma e sua mente
Usufrua de tudo o que a vida lhe confere
Viva cada instante com paixão e alegria!

Euclides Riquetti
09-12-2018







A legião dos Dançarinos Extraordinários - uma doce reedição

Assisti, neste domingo, na Netflix, ao fime "Batalhas", em que Mikael e Amalie fazem um belo par romântico. Romântico que sou, minha sensibilidade para filmes do gênero, em que se observam espetáculos de dança, mesmo de hip-hop ou ballet, me emocionam. Então, fui buscar lá nos fundos do meu blog, texto que escrevi e publiquei já há sete anos. E apresento para quem gosta de romance..., em especial romance com dança!

       Quem já não se encantou com danças harmoniosas, passos bem ensaiados, ou mesmo "singles" ou "dobles", que se apresentam em festivais de dança? Quem não se encantou com musiciais que viu na TV ou no cinema?

         Bem, a harmonia da dança á algo extraordinário.Às vezes movimentos espontâneos, outras com grupos cadenciados, articulados extraordinariamente, encantadores. Há, na dança, um inimaginável senso de poesia. É o belo expresso nos movimentos, que nos atrai, embasbaca, embala nossos sonhos, nos leva às mesmas viagens que nos leva a música, o poema, o canto, o voo do pássaro, o flutuar das patas dos animaizinhos sobre a relva, o sorrir e o abanar da criança, a calmaria das ondas nas águas. A dança, como a poesia e o canto, exercem um magnânimo fascínio sobre mim. Tudo se reveste de musicalidade. Definitivamente, é o belo que se expressa em múltiplas formas.

          Mas, o que me tem encantado docemente, nos últimos dias, é a capacidade coreográfica dos componentes da Legião dos Dançarinos Extraordinários. Vi-os num filme, busquei vídeos no you-tube, estudei sobre eles. Encantaram-me, sobremaneira, alguns personagens: Primeiro, Trevor Drift, o menino moço que consegue expressar-se em movimentos harmonicamente extraordinários, e que se incorpora à LXD. Igualmente, Jato e Katana, Katana e Jato, dois apaixonados, pela dança em um pelo coração, pela alma do outro. Jato, com sua estupenda  beleza ( e sutileza) de movimentos de seu corpo, atrai Katana, seu partner, seu amado, e nos embebece, nos envolve, transporta-nos para um mundo irreal, de imedível encantamento.

          E o maravilhoso mundo web nos permite buscar isso, deleitar-nos, navegar pelo universo sem sair de casa. Deus, salve os dançarinos, os músicos, os cantadores, os poetas extraordinários.

Euclides Riquetti - 04/10/2011

Coloque sua alma dentro de meu coração






Coloque sua alma dentro do meu coração
Levemente
Suavemente
Sutilmente...

Feche seus olhos e apenas me abrace
Gentilmente
Carinhosamente
Firmemente...

Traga seus lábios vermelhos para junto dos meus
E me beije
Deliciosamente
Perdidamente
Amadamente...

Apenas porque
O lugar de sua alma é estar em mim
O lugar de meus lábios é estarem em você
Juntos de novo... sempre...bem assim!


Euclides Riquetti

Objetos em desuso - reflexão para final de ano


Resultado de imagem para imagens galochas de borracha antigas

          Quando criança ainda, numa de minhas férias escolares, fui passar um mês com meus avôs em Linha Bonita. Os Baretta  eram comerciantes, tinham um casarão que mais atrás servira também de pousada. E, naqueles idos de 1961, eu era bastante observador, cuidava dos movimentos das pessoas e daquilo que faziam. Lembro que,  nos domingos à tardinha, após os jogos de futebol, vinham os jovens de toda a redondeza para jogar baralho. E tomar umas "birotas". Naquele tempo não tinham geladeira, pois não tinham energia elétrica suficiente, embora a maioria das casas tivessem  um rodão d´água, que acionava um dínamo, que permitia clarear os ambientes apenas para umas duas, no máximo três lâmpadas. Então, a cerveja era resfriada num tanque de alvenaria, construído sob o assoalho de madeira, com água do poço, retirada com baldes de madeira também. E pediam para minha nona, Severina, cozinhar ovos na água, em dúzias, para matarem a fome no final de tarde.

          Lembro que um dos jovens senhores que vinham até lá era o Vitalino Bazzo, com chapéu de feltro cinza, terno da mesma cor, de um xadrez discreto. (Foi na década de 1970 que os paletós "xadrezão" entraram na moda. Combinavam com aquelas calças boca-de-sino e os cabelos longos das pessoas).  baldes do poço. E havia o Américo Módena, o Fernande Maziero, o Dirceu Viganó, o Nézio e o Vilson Rech, o Alcides Antonietto, o Nelson Falk, o Itacir Dambrós, o Valdir Baretta, que se misturavam com outros mais jovens e com meus tios. Tinham chapéu de feltro, que eram os chiques. Alguns, de palha. Comprei um aos 9 anos, quando já estava moranda na cidade e trabalhava. Lavava louça e lustrava a casa para uma prima. Com meu primeiro salário, comprei um belo chapéu.... Ah, e trabalhar não tirou nenhum pedaço de mim, não me queixo disso, mas me orgulho, pois aprendi a valorizar todas as minhas coisas.

          Na época, havia um cidadão que vinha da Estação Avaí, que ficava do outro lado do Rio do Peixe ,o Nelson Martins, e ia ver a namorada, filha de um dos muitos Barettas que ali moravam, do Serafim. E tinha algo que dava inveja a todos os outros: um par de galochas de borracha, pretas. Era um material bem elástico e flexível, um "sapato maior que envolvia um sapato menor", que não deixava que o de couro embarrasse, nem que nele entrasse umidade. E ainda tinha um guarda-chuva com as varetas de madeira, bem grande. Vinha a pé, passava pela balsa ou bote, vinha de uma distância de dois quilômetros e meio para ver a namorada. Quando passava defronte à bodega, todos o invejavam. Naquele tempo não conhecíamos ainda as capas  chuva, de nylon, que apareceram por lá apenas uns cinco anos depois. Imagine o sucesso dele se tivesse também uma capa de chuva. Ter uma, foi um de meus sonhos de adolescência, que não pude realizar, pois só "quem podia" conseguia ter uma. (Só consegui comprar um chapéu...)

          Era o tempo em que não havia tratores para trabalhar. Colhíamos trigo com foicinhas, usávamos as enxadas para carpir, as máquinas pica-paus para plantar milho. E trilhadeira alugada para colher o trigo. Havia máquinas acionadas a mão para debulhar ou moer milho. Depois vieram equipamentos a gasolina e os elétricos. Foi uma "revolução na roça".

          E, relembrando dessas coisas, das galochas que caíram em desuso, lembrei-me do cinzeiro que meu pai ganhou de uma aluna, lá do Belisário Pena, do 4º ano, a Cássia.  Isqueiro  era um presente bonito para um aniversário, dias dos pais, formaturas. (Agora, eu não daria cinzeiros ou isqueiros para ninguém).  E davam também abotoaduras, algumas combinadas com um filete metálico que prendia a gravata, tudo ornando e combinando. E, antes ainda, as mulheres usavam luvas e  chapéus, que as tornavam mais elegantes. Bonitas não, pois bonitas elas já eram, apenas que os ornamentos as deixavam mais atraentes, chamativas, engraçadas.

         Hoje os sonhos de consumo são outros, criaram outrs necessidades para nós, encontraram outras formas de nos atrair, contagiar. As máquinas de escrever foram substituídas por computadores com impressoras. Muitos deixaram de fumar e dar um isqueiro ou um cinzeiro de presente é coisa muito brega e deselegante. Luvas, agora, para o trabalho,  para pilotar motos, ou proteger contra o frio. As máquinas fotográficas convencionais foram substituídas por digitais. Os filmes de pelícola 35 mm estão dando lugar a sistemas digitalizados. As vitrolas , os gravadores de rolo ou fita, os toca-discos, deram lugar a mídias moderníssimas, chegando-se aos blue rays.

          Muitos  acessórios clássicos, tão presentes nas novelas e filmes de época e revistas  podem voltar à nossa mente nesses dias em que paramos para refletir a chegada de mais um final de ano. Pensar nos chapéus de feltro, nas abotoaduras, nas luvas das senhoras, nos isqueiros, nos cinzeiros, nas galochas, nas agulhas dos toca-discos e nos discos de vinil. Quanta coisa mudou e quanto ainda tudo vai mudar. Até as bodegas das colônias desapareceram, junto com a energia da juventude de muitos amigos que se foram ou que estão aí, resistindo ao tempo. Olhamos para trás e vemos um filme que nos traz simples, mas saudosas lembranças.  E nos resta pedir saúde a Deus, e que nossas ideias não caiam de uso, não se tornem obsoletas também!

Euclides Riquetti

Almanaques de Farmácia



Sempre é bom relembrar...





          Quem não teve em sua casa um "Almanaque Renascim" que fazia a publicidade do Sadol, o fortificante do organismo, do sangue e dos músculos?  Ou o do " Biotônico"que mais adiante virou "Almanaque Fontoura"? O Biotônico Fontoura, certamente, andou nas prateleiras de sua casa, não é, leitor? Pois eu vi muitos almanaques em minha casa  quando criança e ao longo de minha vida. E você, madurão ou madurona, certamente  conheceu o Xarope São João, o Melagrião, a Alicura, o Melhoral e muitos outros medicamentos que foram muito bem propagandeados ao longo do tempo.

          Era normal sermos presenteados com almanaques nas farmácias São Pedro e São Paulo, em Capinzal. O pessoal da Colônia, ali do Ouro, dava muito valor ter um almanaque todos os anos. Alguns os colecionavam, pois traziam histórias do Jeca Tatu ou  Jeca Tatuzinho, personagem de Monteiro Lobato.  Muito engraçadas, enfocavam o homem caipira preguiçoso e com vermes na barriga.Também trazia uma  "Carta Enigmática", que as famílias se desafiavam em decifrar.  Em algumas cidades havia também o Almanaque d'A saúde da Mulher, em que constavam muitas recomendações para elas.

          Nos tempos em que ainda não havia televisão e poucos eram os proprietários de aparelhos radiofônicos, a maneira mais efetiva e garantida de se fazer chegar ao consumidor de medicamentos a propaganda desses era o almanaque. Então, os grandes laboratórios brasileiros, para divulgar seus produtos, faziam o hábil uso dos almanaques. Havia dezenas deles em nosso país.

          Com uma linguagem simples e ilustracões de excelência para a época, lembro bem de alguns medicamentos que eram bastante divulgados: "Colírio Moura Brasil", bom para os olhos irritados; Pílulas de Vida do Dr. Ross; a Cibalena,além do Sadol e do Biotônico.   Pois agora o SESC está brindando seus integrantes e alunos com uma expoição sobre os almanaques. E, em Joaçaba, na tarde de ontem, 13 de novembro, os alunos SESC tiveram a oportunidade de conhecerem uma exposição com material que mostra muito sobre a História deles. De produção da cuiabana Yasmin Nadaf, pós-doutora em Literatura Comparativa pela UFRJ. Além da visualização dos cartazes da exposição e uma bem feita explanação pela professora Rita Baratieri, que propôs uma reflexão sobre o conteúdo dos almanaques,  cada aluno foi contemplado com exemplar do catálogo "Tempo de Almanaque", que foi produzido em função de uma pesquisa de Nadaf. É um material de fina produção textual, visual e gráfica. Algo para se guardar para sempre.
         Nossos colegas, gente que tem muita história em sua vida, lembraram de muitas situações relativamente a isso, rodando um verdadeiro saudosismo no amiente.

          Coincidentemente, bem no momento em que concluo o texto, a Canal Brasil deTV a cabo traz as imagens de um filme do Mazarópi, este interpretando o Jeca Tatu, de nosso consagrado Monteiro Lobato. Lembranças que nos remtetem à infância e juventude, que tanto nos fazem bem!


Euclides Riquetti
14-11-2013

Tu me cantas uma canção... e eu te componho um poema!







Na noite da escuridão
Entre o conflito e o dilema
Tu me cantas uma canção
E eu te componho um poema...

Na noite do luar escondido
Em que a prateada se deleta
Sonharei o amor bandido
Na madrugada discreta...

Na noite do sonho da espera
Contarei as horas passando
A mesma alma que te quisera
Te quisera ver voltando...

Rezarei por ti nos meus sonhos
E em todos os meus devaneios
Quero rever teus olhos risonhos
Poder abraçar teu corpo inteiro!

Euclides Riquetti