Quando pessoas
jovens principiam na política são relativamente humildes, escutam os conselhos
dos mais experientes, são idealistas e sonhadores, têm a energia própria da
juventude, são ousados, combativos, determinados, até altruístas. Têm posições bem
definidas, têm “um lado”, não ficam encima do muro, são confiáveis para os que
os seguem.
Porém, com o
passar dos anos, alguns desses adjetivos vão desaparecendo, o céu claro vai-se
nublando, o idealismo vai dando lugar ao “pragmatismo”, têm dificuldade em
posicionar-se perante a sociedade, a
simplicidade vai ando lugar à sua arrogância, tornam-se narcisistas, gostam de
“ficar de bem com todo o mundo”. A maturidade confere à maioria deles algumas
qualidades, como por exemplo agir com calma diante de situações difíceis.
Na comemoração
dos 40 anos do PT no Rio de Janeiro, no último final de semana, apareceram por
lá os presidentes do PSB, do PDT e outras agremiações sintonizadas com a
esquerda. Marcelo Freixo, do PSOL, disse algumas coisas bem próprias da cabeça
dele. Tirei do site da UOL:
"Temos
que destruir o governo Bolsonaro", afirmou o deputado federal Marcelo
Freixo (PSOL-RJ) neste sábado (8) no Rio de Janeiro, durante evento das
comemorações de aniversário dos 40 anos do PT. "Resistir é ganhar tempo.
Precisamos de algo mais que resistir", afirmou o pré-candidato à
Prefeitura do Rio de Janeiro."Ele sempre foi o esgoto do sistema. Ele
defendeu a legalização das milícias", disse o deputado sobre o presidente
Jair Bolsonaro. "Ele sempre representou o pior da política",
disse....
A estrela do
encontro, como não podia deixar de ser, foi o ex-Presidente Lula, que também
criticou Bolsonaro, secundado que foi por Haddad e outros. Lula, bem à vontade
em meio aos seus, não cumprimentou os presidentes do PDT e do PSB que estavam
presentes. E isso permite algumas leituras. Pode indicar que ele não deseja a
parceria com esses partidos nas eleições. Eu vejo isso como uma atitude
egocêntrica dele, quer ser sempre o centro de tudo, quer a exclusividade das
atenções. E não sou eu quem deve reclamar da maneira como ele age, mas sim
aqueles companheiros dele que foram prejudicados nas últimas eleições, quando
perderam muitas cadeiras na Câmara, no Senado, a Presidência da República, alguns
governos estaduais e muitas vagas nas Assembleias Legislativas dos estados.
Enquanto esteve
preso, na situação de mártir, Lula demorou muito em admitir que não podia ser
candidato a Presidente e isso prejudicou a campanha de seus companheiros nos
estados. Queria ter as rédeas na mão, ser a figura central, e acabou ficando com um partido fragilizado,
que não consegue mais fazer a oposição que já fez no passado.
No ambiente das
eleições municipais, embora haja a expectativa de que o PT eleja bem menos
vereadores, vices e prefeitos do que vinha elegendo, mesmo no Nordeste
Brasileiro, vejo que os nomes de seus candidatos que têm uma boa biografia e
que nunca se envolveram em escândalos de corrupção poderão figurar na lista dos
eleitos ou reeleitos. Poucos partidos se salvam, hoje, pois seus liderem
estiveram afundados em esquemas de roubalheira e corrupção. Se tentarem
defender o indefensável, terão suas campanhas prejudicadas. A estratégia é ser
fiel a quem neles votou, ser propositivo e deixar de lado as ventriloquias de
sempre. Que os bons se reelejam!
Euclides Riquetti – Autor do novo livro “Crônicas dos Antigos
Rio Capinzal, Abelardo Luz/Ouro e Arredores”
-
Publicado no Jornal Cidadela, de Joaçaba - SC - em 14-02-2020