sábado, 7 de maio de 2016

Obrigado mãe, obrigado a todas as mães!






    

          Não escreverei uma bela mensagem de amor, nem direi que a minha foi a melhor mãe do mundo. Apenas direi que a perdi há dezesseis  anos, tão logo entramos no novo milênio. E que ela me deu boa educação e ajudou-me nos momentos mais difíceis. Vibrou quando nasceram minhas filhas e meu filho. Chorou quando perdemos meu pai e meu irmão. Comemorou comigo as minhas vitórias e chorou comigo os meus reveses. Foi minha mãe, foi o que um filho pode esperar dela. E sei que sempre morei em seu coração!

          Mas, nesta data tão especial, fico a lembrar daquelas mães que perderam seus filhos, contrariando a lógica de que são os filhos que devem enterrar os pais. Rezo por elas porque sei o quanto sofreram com as perdas que não podem ser compensadas por serem definitivas. Rezo por elas e sempre que posso lhes manifesto meu afeto, carinho e  meu sentimento humano.  Mas sei que, apesar de tudo, elas não esquecem jamais dos filhos que geraram, amaram e perderam.

          Rezo para aquelas que foram mãe e pai, pois perderam o companheiro  e tiveram que dar conta de prover seus filhos de educação, instrução e sustento. E por aquelas cujos filhos foram para longe dizendo que voltariam e que se esqueceram de voltar...

          Rezo também para que meus filhos e os dos outros pais possam ter-nos por muito tempo. E nós também possamos tê-los da mesma forma. E me sinto como um menino frágil que sente as coisas com o coração,  mas impossibilitado de evitar que a dor esteja presente no coração das mães.

          Rezo pelas mães jovens para que,  no mundo difícil, intolerante e constantemente mutável,  possam ter energia para cuidarem dos filhos que geraram. Rezo pelas mães que são  minhas amigas  pessoais e  virtuais que, no Dia das Mães, postam nas redes sociais  as fotos de seus amados filhos sorridentes que as deixam felizes e orgulhosas. Rezo pelas mães já avós, pois  são mães duplamente.

           Rezo! Rezo porque acredito que um Ser Supremo pode ajudar a  amenizar os sofrimentos, pode dar esperanças de que um dia todos se encontrarão novamente  e para que haja a vida eterna, quando as mães e os filhos possam estar todos juntos, um dia, no céu!

Obrigado, mãe, obrigado a todas as mães!

Euclides Riquetti

Dia das (minhas) Mães... Parabéns, Mâmis e vóvis!


          Mesmo com a sedução comercial, que enseja presentes a serem dados ( e esperados), precisamos ver o Dia das Mães como uma das maiores (e para muitos,  melhores), comemorações de nosso calendário civil. Por ser no segundo domingo de maio, não é um feriado, mas, se fosse uma data fixa, e ocorresse em dia útil, mereceria sê-lo, muito mais que o 21 de abril ou o 7 de setembro. E, a condição ecumênica, nos coloca dúvidas quanto a feriados oficiais comemorativos a datas como, por exemplo, o Dia de Corpus Christi, que ocorre numa quinta-feira do mês de junho. Mas, com relação às mães, há quase que uma unanimidade: todos somos filhos de uma!

          Então, oportunamente, quero lembrar e agradecer minha mãe, nascida Dorvalina Adélia Baretta, que cuidou de todos nós, 6 filhos, e que muito chorou quando perdeu meu pai, Guerino, com 55 anos (1976),  e meu irmão Ironi, com 51 anos (1998). Ela lavou muitas roupas de outras  famílias de  para nos ajudar e, quando fui para a Faculdade, mandava-me blusas bonitas e gorros de lã, para que eu não passasse muito frio no nevoento inverno de União da Vitória.

          E também à Dona Anita, que virou minha sogra, e que me dava um prato de sopa bem quente, nas tardes/noites muito frias, quando ia para a casa dela. Ainda  à Mirian, mãe de nossos filhos, Michele, Caroline, Fabrício, que sempre me compreendeu e apoiou.  À mamãe Caroline, minha filha, que tanto ama a filhinha Júlia, nossa Jujubinha. À Dona Maria Fagundes dos Passos, mãe da querida nora Luana e à Dona Teresinha Poletto Tesser, sogra da filha Michele, que nos presentearam com pessoas tão boas para nossa família.

           Uma homenagem especial às mães que, por alguma razão, estão longe dos filhos, que os amam, mas que não poderão estar com elas neste domingo. E às que foram pai e mãe, e que até hoje se rodeiam deles, têm o seu reconhecimento e o seu inestimável carinho, porque o fizeram por merecer.
  
          Mas há também aquelas outras mães que todos nós temos e que as outras pessoas têm. A Doutora Zilda Arns, que morreu no Haiti, e pode ser considerada a "Mãe das Crianças Carentes do Brasil", que tive o prazer de conhecer e conversar com ela pessoalmente, e isso é um dos maiores orgulhos que eu tenho. Foi uma "mãe" engajada, médica, bonita, simpática,  bondosa, caridosa, orgulho não só meu, mas de todos os brasileiros.

         Também à Comadre Vitória, que nos apoiou muito quando morávamos em Zortea, e nos apoiou e ajudou na orientação de como lidar com nossas gêmeas. Ainda à Dona Ézide, nossa vizinha, que com seu olhar protetor ajudáva-nos a cuidar de nossos filhos.

          E vou escolher outra mãe, para que represente,  em meu íntimo,  todas as outras mães, a quem considero dever e devo devotar o maior respeito: A "Vó Preta", mãe da Ilerene, , que, com seu Noninho Valduga, sempre foi muito simpática, afetiva, querida por todos.

          Não me esqueço de ti, ainda, que não tem filhos biológicos, mas que também te tornas mãe de sobrinhos, afilhados ou outras muitas crianças: teus gestos te dignificam e te tornam uma verdadeira mãe.

          E, num dia em que todas as mães choram, algumas de alegria por poderem abraçar ou receber o telefonema dos filhos ( e-mail e similares  não valem  muito nesse caso...), e outras de tristeza,  porque o mundo violento e desajustado levou seus filhos, rezo algumas orações e volto meu pensamento para a imagem de minha mãe, que era minha fã, que chorou e que vibrou comigo em muitos momentos de minha vida.


Euclides Riquetti

Reeditado, após atualização,
em 07-05-2016

Não maltratem as rosas ...




Não maltratem as rosas
Nem maltratem as flores
Cuidem bem das cheirosas
E das de todas as cores...

Não maltratem as rosas
Nem as pessoas de bem
Nem as mães caridosas
As daqui e as de além...

Cuidem para que não sofram
Não deixem que as pisem
Cuidem para que não morram
Nem que elas desanimem...

Rosas são deusas vegetais
De quem restarei devoto
Por quem rezarei demais
Com poemas meus próprios...

Cuidem bem de todas elas
Como aqueles que as cultivam
Também eu cuido delas
Pois quero que sobrevivam.

Sei que tu as cuidas direitinho
Dá-lhes água e muito adubo
Muito mais lhes dás carinho
E muito amor, sobretudo!

Também as amo como te amo
Também as quero como as queres
Dou-te uma rosa com ramo
Uma flor que muito venero...

Para ti...
Apenas para ti...
Bem assim...
Só assim:

Uma rosa com muito amor!

Euclides Riquetti
07-05-2016


















A música do vento...



A música do vento... embala meus sonhos
E me leva pra longe... me faz navegar
A música do vento... afaga meu rosto
E me transporta pra perto... pra perto do mar!

A música do vento me vem como uma canção
Que você cantava
Pra me animar
A música do vento acalma meu coração
Me faz pensar em você
E de novo sonhar

Adoro o vento que vem brando
Que sopra suavemente
Que vem me acariciando
Como se fossem suas mãos...

Adoro o vento soprando
Deliciosamente
E que vem acalentando
As minhas doces ilusões...

A música do vento é assim,  prazenteira
A música do vento me traz esperanças
De reencontrar a verdadeira
E a mais saudosa das lembranças.

A música do vento... me faz sonhar!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Corpos que se esculpem

 
 


Corpos que se esculpem e se queimam
Imersos nas brasas da paixão
Corpos que se jogam nas areias
Corpos que se estendem pelo chão...

Almas que se julgam e se penam
Imersas nos pecados, na ilusão
Almas que insurgidas se condenam
Almas enegrecidas de carvão...

Corpos que se vestem de vaidade
Belos, formosos, sedutores
Com almas que se esquivam da verdade
Belos, charmosos, pecadores...

Corpos que se deitam em falso chão
Almas que se atormentam na  razão
Vidas que navegam em  incertezas...
São corpos que envelhecem cedo,  cedo
São almas que levitam,  sem sossego
São vidas que flutuam nas correntezas.

(E se vão embora!...)

Euclides Riquetti

quinta-feira, 5 de maio de 2016

A primeira rosa de maio

 
 
 
 

        
A primeira rosa de maio rego com devoção:
Ela me traz a emoção dos encantos outonais
Com sua realeza e seus odores florais
Que embalsamam meu ardente coração.



A primeira rosa de maio poderia ser amarela
Ter a cor bordô, champanhe ou anilada
Mas ela floriu-se na cor rosa avermelhada
Sem perder sua condição de flor singela.






A primeira rosa de maio enfeita meu jardim
E se coroa como adorno sublime e natural
Esbanja seu charme matutino ou vesperal
E traz o perfume que se impregna em mim.




A primeira rosa de maio está te esperando
Para receber o carinho de tuas mãos graciosas
Para receber a suavidade das almas preciosas
Para colher a água com que a estejas regando.

Euclides Riquetti
05-05-2016
Rosa que fotografei no jardim
de minha casa em Joaçaba - SC
nesta manhã...


Parabéns, Michele e Caroline!







Michele e Caroline, as duas perolazinhas
Vindas ao mundo para nos trazer encanto
Dois pequenos rostos, quatro mãozinhas
Um par de olhos que nos levou ao pranto.

Foi emoção incontida, foi muita alegria
Ao chegarem as gêmeas do olhar terno
Pois a vida mudou-nos, desde aquele dia
Logo que elas saíram do ventre materno.

Duas meninas lindas, doces e saudáveis
Acarinhadas com o amor que mereceram
Personagens de tantas cenas memoráveis
Acalentadoras dos sonhos que nasceram.

A busca das letras na escola, a infância
O encontro com toda a gama de amigos
Dos primeiros desenhos as lembranças
Todos protegendo-as de todos os perigos.

A chegada do irmão, um presente sagrado
A felicidade no lar, com todo o carinho
Filhos queridos, por Deus abençoados
A proteção necessária em todo o caminho.

A adolescência badalada e efervescente
A turminha avassaladora do seu colégio
Uma geração destemida e muito valente
Com quem conviver  foi um privilégio.

Uma juventude intensa e com energia
A busca incessante da melhor formação
As conquistas escolares com galhardia
As vitórias diárias com muita emoção!

Na vida, flores coloridas e confrontos
Num mundo imperfeito, a desilusão
Mas,  apesar de alguns desencontros
Para cada obstáculo, uma superação!

Se correm ágeis os cavalos do tempo
Porém ganhos se acumulam fartamente
Que vivam a alegria em cada momento
Com sua alma leve e o coração contente!

Se é o tempo que nos esclarece e define
Que nos mostra quão gloriosa é a vida
Feliz aniversário, Michele e Caroline
Feliz aniversário, filhas queridas!

Euclides Riquetti
05-05-2016




quarta-feira, 4 de maio de 2016

Feliz aniversário, Michele e Caroline, minhas filhas gêmeas queridas!!

 
Michele, você é um poema que nem precisa de versos...

 
Caroline, minha filha querida, nos deu a Júlia, um sonho de menina... como a mãe...

 
Michele, sempre determinada a conquistar o que quer...

 
Caroline, uma leoa, capaz de virar o mundo de pernas para o ar... carinhosa filha... 

 
Michele, Miriam e Caroline: o trio que manda aqui em casa....

 
Michele... realizando seus sonhos onde quer que esteja...

 
Michele, Caroline e Júlia: madrinha e mãe de nossa adorável Jujubinha...

 
Caroline e Júlia, dupla aliada em todos os momentos...

 
Mama Caroline e Jujubinha... gente que sabe nos dar carinho...

 
Caroline e eu: juntos nas empreitadas mais desafiadoras!
 
Parabéns, Michele e Caroline! Quando vocês nasceram, foi um momento de grande alegria. E isso se repetiu por muitas vezes. E desejo que possamos repetir e partilhar de nossos êxitos por uma longa e bem-aventurada vida. Que Deus as abençoe!

Quinze anos sem meu irmão Ironi: muitas saudades!



 

          Houve algo que mexeu muito comigo neste 04 de  maio: Aniversário da perda de meu irmão mais velho, Ironi, há exatos 18anos. Parece-me que foi ontem... Passam os anos, mas as ternas e eternas lembranças ficam!

          Lembro-me bem daquele dia. Vim antes do meio-dia para Joaçaba visitar meu irmão que estava doente, no Hospital Santa Terezinha. Ele estava ali internado  fazia alguns dias. Muito debilitado, fragilizado. Naqueles dias havia falecido o Leandro, da dupla Leandro e Leonardo. Um radinho a pilhas tocava as músicas deles e os locutores comentavam sobre o falecimento do cantor. Nós escutávamos e falávamos sobre isso. Era uma surpresa, pois houve pouco tempo entre o dia da descoberta da doença e o falecimento do Leandro.

          No último dia de vida de meu irmão, ele foi transferido para a UTI. Os médicos devem tê-lo colocado lá para nos poupar de mais sofrimento. Passamos o dia entre o quarto e as escadas do hospital que permitiam ir para o andar de cima. Bem ao final da tarde, liguei para a Escola Prefeito Sílvio Santos, onde eu deveria lecionar à noite. Justifiquei, disse que não poderia ir para lá. Orientei sobre o que os alunos deveriam fazer de atividade. Depois, comecei a relembrar de nossa vida...

          Na adolescência, o Ironi era muito forte. Muito mais do que os outros da mesma idade. Orgulhava-se em exibir os músculos dos braços e das costas. E também de seus olhos azuis claros, como os da Nona Baretta. Gostava de jogar futebol, jogou e foi treinador do Palmeirinhas, ali da Rua da Cadeia, no Ouro. Torcia para o "Palestra", de São Paulo, e para  o Botafogo, no Rio de Janeiro, coisa rara na nossa cidade. Mostrava-me que o Bota tinha um elenco fabuloso, era a base da Seleção Brasileira. Tinha o Garrincha, que era fenomenal. Manga, o Goleiro. O jovem Jairzinho, que depois foi o "Furacão da Copa do Tri", em 1970. Tinha  Didi, o Folha-seca. Amarilo, que substituiu Pelé em 62, no Bi. E ele me mostrava as fotos, comprava a "Revista dos Esportes" e me falava sobre os jogadores e os times.

          Foi pelas mãos dele que recebi os primeiros gibis. Ia, aos domingos, fazer trocas, antes das sessões de matiné do Cine Glória,  do Tex, do Pato Donald, do Mickey, do Búffalo Bill, do Fantasma, do Tarzan e outros.

          Tenho eterna gratidão por ele. Quando fui definitivamente para a Fafi, em União da Vitória, foi comigo procurar uma pensão. Ficamos o primeiro dia num hotel e, no dia seguinte,  depois que me acomodou numa pensão, ele retornou. Todas as vezes que eu ia passear em casa ele me dava uma calça nova, de "Tergal", que mandava confeccionar, sob medida, na Alfaiataria do tio Ivo Baretta.  Para minha irmã, quando ela foi estudar na mesma cidade que eu, deu uma máquina de costura, para que ela pudesse costurar e sustentar-se. Ele fez apenas parte do Ginásio, mas nos incentivava a estudar. Repassa o filme em minha cabeça,  lembro de tudo como seu fosse hoje.

          Ao anoitecer, ele faleceu, naquele  04 de maio de 1978, há 18 anos...

          O Ironi partiu na véspera do aniversário de minhas filhas. Quando chega esta data, aguça-se por demais minha sensibilidade. No dia 05 de maio, comemoro a aniversário das filhas gêmeas. Por outro lado, tenho aquela lembrança... Que Deus o tenha em sua Glória Eterna!

Euclides Riquetti
 Reeditado em 04-05-2016

Volte pelo mesmo caminho




Volte pelo mesmo caminho, mas volte
Ultrapasse os obstáculos e barreiras
Deixe que seu coração dengoso se solte
Que busque a sua realidade verdadeira...

Volte pelo caminho em meio às flores
Mesmo que no rude tapete de betume
Deixe-se invadir num mundo de cores
Feliz e  faceira como um vagalume...

Volte, e no seu caminho me reencontre
Onde quer que eu esteja me procure
Passe pelas estradas, passe pelas pontes
Que a trazem de volta vinda de alhures.

De Sul, de Norte, do ensolarado Leste
Venha mergulhar neste pequeno mundo
Ou, então,  me volte pelo lado do Leste
Venha para me dar o seu amor profundo.

De qualquer lugar, por qualquer estrada
Desde que volte porque quer voltar
Venha, sim, venha minha musa encantada
Para meus sonhos de novo embalar!

Euclides Riquetti
04-05-2016









 

Mãe

 

                                    Mãe - mulher sempre muito especial...

Mãe - das dadivosas mãos, mãe
Mãe - das caridosas bênçãos, mãe.

Mãe dos filhos gerados e amados
Mãe dos filhos cuidados e guiados.

Mãe - da vida dedicada, mãe
Mãe - da lida abnegada, mãe.

Mãe das manhãs azuis, esperançosas
Mãe das noites negras e chorosas.

Mãe - do filho perfeito e bem nascido
Mãe - do sagrado leito ali estendido.

Mãe do olhar bondoso mas austero
Mãe do falar que assusta mas sincero.

Mãe - do amor em plena difusão
Mãe - da flor, da alma e coração.

Mães são apenas mães:
Não dependem de elogios
Não dependem de flores
Não esperam por presentes.

Apenas rezam por seus filhos.
E eu rezo por elas.

Felicidades a todas as mães:
À minha, à tua, às mães das outras mães.

Euclides Riquetti

terça-feira, 3 de maio de 2016

Gradação romântica





Janela quadrangular, vidro escuro
Roseiras, plantas, calçadas
E, o que haverá além do muro
Atrás da alva parede levantada?

Quem sabe um corpo desnudo
Ou um mistério indecifrável
Uma voz suave, um olhar mudo
Um coração frágil, ou inabalável?

Quem sabe uma rua bem rústica
Ou uma via ricamente pavimentada
Quem sabe uma celestial  acústica
Na mágica imensidão azulada?

Ou montes de concreto armado
Cimento, aço, madeiras e azulejos
Tudo simetricamente desenhado
Em que escondes sonhos e desejos.

Mas que, mesmo assim, ali vicejam
Plantas bem acarinhadas e vistosas
Que tuas mãos delicadamente regam
Com flores multicores e perfumosas!

Euclides Riquetti
03-04-2016














O Girassol





O girassol, com seu charme e sua beleza
Reina soberano, uma majestosa planta
Absoluto em sua portentosa realeza
Posta-se numa paisagem que se levanta
E dá ares festivos  à santa  natureza
A mesma que nos atrai e que nos encanta.

O girassol,  que colore campos e gramados
Também colore teus pensamentos de princesa
E se protege um pouco além dos cercados
Para esperar por teus olhares, na certeza
De ter os teus caprichos, os  teus cuidados
De sentir o teu perfume, cara Alteza.

Nosso Rei, porém, também não é eterno!
Há um tempo em que ele perde sua reverência
Com a chegada do rigoroso inverno.
Recolhe-se, reclusa-se,  em cândida dormência
Vai acalentar  suas sementes em solo fraterno
Para voltar, adiante, com galhardia e excelência.

Girassol, flor que sorri... como você!

Girassol, flor de meu encantamento, de  minha inspiração!

Euclides Riquetti

Quando os sonhos se esfarelam






Quando nossos  sonhos se esfarelam
É como se o mundo tivesse desabado
É como quando as estrelas se quebram
É como se tudo tenha dado errado...

Quando os nossos sonhos se esfarelam
Porque nossos planos não deram certo
Parece que os infortúnios que se sublevam
Nos fazem nadar num  inóspito deserto...

Quando nossos sonhos se esfarelam
E tudo parece ter ruído e ido ao chão
Então aparecem mãos que nos elevam
Que reconfortam o carente  coração...

O mundo é assim: há o hoje e o amanhã
O ontem turbulento que queremos apagar:
Mas podemos reencontrar uma vida sã
Se soubermos a quem deveremos amar...

Reconstruir sonhos,  transpor as paredes
Erigir fortalezas onde nos blindarmos
Aplacar os desânimos e nossas sedes
Então viver, sorrir, voltar a sonharmos!

Jamais chorar!

Euclides Riquetti
03-04-2016



O doce amargo do mate

 
O doce amargo do mate
Brota de teus lábios de luz
Vem de teu beijo escarlate
Que me excita e me seduz.

O doce amargo do mate
Que me acaricia e envolve
É sensação que me invade
Me anima e me absorve.

O doce  amargo do mate
Me abranda no chegar do dia
Quando espero que me abraces
Com muito amor e alegria.

O doce amargo do chimarrão
Que tomo no alvorecer
Vem pra alegrar meu coração
Me delicia e me dá prazer.

O doce  amargo do chimarrão
Tem o sabor do açúcar mascavo
É tão doce quanto a ilusão
Gostoso como o vinho rosado.

Ah,  doce amargo do chimarrão
Ah, amargo doce de charrua
Tem o sabor da divina paixão
Tem a graça da mulher nua!

Euclides Riquetti

segunda-feira, 2 de maio de 2016

O que seria das rosas se todos gostassem de girassóis?


 


 
         O Sr. Girassol estava resplandecente no mês de maio. Olhava, alegre, para todos os passantes, de todas as idades, credos...  Reinava, garboso e absoluto em seu reduto, um verdadeiro "dono do pedaço". O veranico o deixara forte, saudável, belo e formoso. Energia trazida pelas raízes que sugavam a água e os fertilizantes da terra. Energia oferecida pelos intensos raios solares em tempos de outono quente. Ninguém ousaria desafiar sua Majestade. Majestoso, sim, orgulhoso por demais, respeitado pelas flores e pelos fiores.

          Dona Rosa, tímida, acanhada, tivera abalos constantes desde abril. Ora o calor da atmosfera abafada, ora o frio ameaçador, as turbulências outonais. A inconstância climática, ameaçadora. O maio prazenteiro, festivo, dócil, não fora suficiente para atribuir-se a sensação de ânimo de que tanto precisava. Dona Rosa,  que já se travestiu de amarela, branca, lilás, azul, champanhe, rosa, pink, bordô, decidiu que seria vermelha. Vermelha escarlate, vermelha como lábios de morango, como faces de cereja. Vermelha!

          Girassol, sempre soberbo e acostumado a ser o centro das atenções, estava preocupado. Junho lhe seria perverso, certamente. Sem espinhos para defendê-lo,  não adaptado ao frio sulino, corria sérios riscos. E seu ciclo, curto, não lhe garantia sobrevida. Foi aconselhar-se com algumas florinhas pouco significantes que se avizinhavam. Havia beijos, dentre elas. Bonitas, mas frágeis. Sua insignificância contava pelo pouco poder de resistência, não por lhes faltarem charme e beleza. Tentavam consolá-lo com palavras animadoras e otimistas: "Olha, amigo, você  esteve ali, majestoso e poderoso ( e mais todos os outros "osos" que existem), enquanto que a Comadre Rosa aguentava, mesmo frágil, todas as ações das intempéries". Você não tem nada a fazer. Deixe que o colham e que as sementes que caírem por aí se transformem numa nova planta...

          E veio o junho dos namorados, de Santo Antônio, de São João, de São Pedro, dos folguedos juninos, das muitas calorias e dos  poucos exercícios. Ficou para trás o maio das noivas e das mães. Dona Rosa, reenergizada, veio com  tudo. Encantou, deslumbrou, sorriu, Viu-se, novamente, princesa. Uma princesa que também nos deixará energizados, encantados,  felizes e sorridentes, enquanto o amigo feneceu e boa parte de suas sementes misturaram-se à terra. Ficarão em dormência, esperando por uma boa temporada para que se transformem, novamente, em belíssimos girassóis. Muitos deles...

E penso: O que seria das rosas se todos gostassem dos girassóis?


Euclides Riquetti

Vento moreno de outono


 
 
 
 
 
Venta o vento moreno de outono
Venta e venta...
Cai a pálida folha, vencida no tempo
E venta o vento.

Brilha o brilho do sol brilhante
É maio, maio de mês
É a noiva que noiva, que sonha
Sonha com a noite da primeira vez...

Cintila a estrela prateada
Na madrugada
E sibila o vento na gélida  noite
Embala a noite, adentro avançada...

Escreve o poeta o poema, e a noite
É a moça, a musa
E os versos, dispersos, não rimam: fascinam
E a noite provoca, encanta, abusa!

E viva você, tema do canto
Viva, viva!
Como o barco que vai, flutuando, leve
Na noite breve
Festiva!

Euclides Riquetti
07-05-1997

Pra dizer que eu te amo




Pra dizer que eu te amo moverei o mundo
Dar-te-ei as flores de todas as estações
Mostrar-te-ei meu amor sincero e  profundo
Colocarei peito a peito os nossos corações.

Pra dizer que eu te amo farei mil loucuras
Dar-te-ei os versos de minhas canções
Mostrar-te-ei com beijos de infinita doçura
Viverei contigo as mais fortes emoções.

E, se tu me amas, dize-me com franqueza
Entrega-me teu corpo em desmedida paixão
Mostra-me com teus olhos de candura e beleza...

Se me amas de verdade, vem me acariciar
Vem trazer alento para o meu coração
Traze-me tua alma que eu a quero afagar....

Euclides Riquetti

domingo, 1 de maio de 2016

Não digas nunca, jamais!


 

 
 
Nunca digas nunca, jamais
Que desta água tu não beberás
Pois nos conflitos pessoais
Muitas voltas o mundo dá!

Nunca digas nunca, certo?
Pois o futuro a Deus pertence
O amanhã é sempre tão  incerto
E tudo pode mudar de repente!

Nunca  digas nunca, amor
Pois os caminhos são diversos
Se num verão há muito calor
No inverno te escrevo versos!

Não, não digas nunca, então
E procura nadar na calmaria
Reserva-me o lugar no coração
Para onde voltarei um dia!

Euclides Riquetti

16-04-2016

Natureza Colossal

 
 

 
                                          Rio do Peixe - ponte entre Lacerdópolis e Barra
                                          Fria (Erval Velho) - SC
Eu amo as plantas verdes de meu vale
Os belos girassóis, os cândidos cinamomos
Contemplo as águas dos riachos e das sangas
Que vagam entre as pedras rumo ao rio.

Encanto-me com os pássaros que cantam
E as borboletas entre as flores coloridas
Me perco em  ver crianças que sorriem
Com seus rostos inocentes  feitas anjos.

Admiro os jovens belos e sadios
Que buscam ideais de vida pura
A nobreza da alma das pessoas
Os rostos que irradiam muita alegria.

A  natureza  é a vida plena , é colossal.
É a dança harmônica do Universo
Que se move consoante a grande orquestra
Sem rimas, só com notas musicais.


Euclides Riquetti
 
Rio do Peixe em Capinzal - SC

Quando me deste o céu


 
 
 
Quando me deste o céu, eu te dei o mar
Quando me  deste o sol, eu te dei meu sorriso
Quando me deste as estrelas, eu te dei o luar
E descobri que tu és tudo de que eu tanto preciso.

Quando me propuseste sonhos, eu te permiti sonhar
Quando me disseste adeus, eu permiti o teu retorno
Quando me ofereceste carícias, te permiti me amar
E vi que tu és mais do que um simples adorno...

Quando a chuva molha as gramíneas e as plantas
Quando a chuva molha as pétalas das roseiras
Quando a chuva molha o corpo com que me encantas

Eu me entrego em divagações ternas e saudosas
Eu me inspiro em suas risadas doces e faceiras
Eu me perco em suas curvas belas e formosas.

Euclides Riquetti


 

Ayrton Senna do Brasil - 22 anos sem ele!




          Num domingo pela manhã, 1º de maio de 1994, Dia do Trabalhador, o determinado piloto brasileiro de Fórmula 1, Ayrton Senna da Silva, à época convivendo com a bela modelo Adriane Galisteu, fazia, como era de costume, mais uma corrida com bela performance. O Autódromo de Ímola, na Itália, onde se realizava o Grande Prêmio de San Marino de Fórmula 1,  tinha os olhos do mundo, através das maiores redes de Televisão. Mas havia um peça defeituosa em seu bólido e, logo adiante, a curva do Tamburelo Quando voava a 300 Km por hora, chocou-se contra um muro desprotegido. Ali, em 1987, acidentou-se outro brasileiro, Nelson Piquet. E, dois anos depois, Gerhart Berger, que só foi salvo de morrer queimado pela rápida ação dos fiscais de pista. .

          O narrador Galvão Bueno, da TV Globo, um apaixonado por corridas de automóveis e fã ardoroso do nosso Piloto "Ayrton Senna do Brasil", emudeceu de repente, perplexo. Parecia não conseguir dizer mais as palavras, que ficavam presas na sua garganta, de onde não fluía sua portentosa voz.  O Brasil parou diante da Televisão no momento daquela sétima fatídica volta. Algo de muito trágico poderia ter acontecido.  E começamos a chorar.

          De nada adiantou a rápida intervenção dos apoiadores, bombeiros, médicos e paramédicos. O capacete do Banco Nacional estava curvado sobre o volante. Dentro dele, o cérebro acostumado a se articular e a levar a decisões que, por décimos ou centésimos ou até milésimos de segundo, poderiam dar-lhes vitórias nas competições, parado. O corpo, imóvel, estático, fragilizado, jazia sem vida.

          Pouco tempo depois a condução até um hospital, e a notícia: "O Piloto Brasileiro de Fórmula 1 Ayrton Senna da Silva acaba de falecer!

          Aí, sim, começamos a chorar. Choramos o domingo, a segunda, a terça. Vimos todos os canais de TV ficarem repetindo, por dias, semanas, meses, aquelas imagens tristes. As revistas e jornais trazendo aquela imagem do piloto no carro, sem vida. E esta é a imagem que ficou gravada em nossa mente e coração, é a imagem que nos volta em cada Primeiro de Maio, Dia do Trabalhador.

          Na segunda-feira, eu lecionava  na Escola Sílvio Santos, em Ouro, e não havia como conter os alunos. Queriam ver televisão. Choravam. Escoravam-se uns aos outros e se abraçavam como se tivessem perdido alguém que muito amassem, de sua própria família.

          Perdemos, todos, com a morte de nosso piloto. Perdemos um cidadão exemplar, que tinha uma postura cidadã e cristã. perdemos um piloto que, em 20 anos, não conseguimos substituir. mas ficou-nos a lembrança de um cidadão que merce nomear ruas, autódromos, escolas e o quer que seja. Não um herói produzido por programas de televisão. Apenas um ser que, mais do que um piloto determinado, foi um cidadão que nos deixou memoráveis lembranças e os melhores exemplos.

          "Primeio de maio de 2014 - 20 anos sem o Ayrton Senna do Brasil!"

Euclides Riquetti
 
01-04-2016

Obra-prima


 

 
 
Pensei em produzir uma obra-prima
Algo que marcasse, que ficasse eternizada.
Quem sabe uma poesia com boa rima
Quem sabe uma foto envernizada.

Pensei em produzir uma obra-prima
Algo que ninguém houvesse ainda feito.
Podia ser uma escultura pequenina
Podia ser um monumento perfeito.

Pensei em buscar  uma obra-prima
Algo raro, quem sabe inimaginável.
Podia ser uma  composição divina
Uma ópera de lírica admirável.

Pensei, repensei, tentei, retentei...
Busquei tirar algo de minha inspiração
Fui longe, longe, mas sabes quem eu encontrei?
Foste tu, bem escondida...no fundo de meu coração!

Euclides Riquetti