Toda a sorte de pessoas e todo o tipo de
situação e acontecimentos sempre têm algo a nos ensinar. Cabe a nós fazermos as
escolhas certas, aquilo que nosso senso pessoal nos diz que é de boa valia, nos
é útil e nos faz bem. Aprender é um ofício permanente, nos ajuda a manter ativo
nosso cérebro, este que impulsiona nossas ações. Tenho procurado aprender
conhecendo, visitando cidades, mergulhando em sua cultura, costumes e economia.
Na última sexta-feira, rumamos para
Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, com o objetivo de rever a terra de nossos pais,
participando da sua Festa da Uva. Estive, antes, no Parque da Festa da Uva, mas
nunca no dia do evento. Agora, escolhi participar da abertura, na sexta-feira,
da festa que atrairá cerca de um milhão de visitantes. Uma estrutura fabulosa
está lá à disposição dos que gostam de respirar cultura, fazer negócios,
degustar os melhores vinhos e a melhor comida colonial italiana. Um lay-out
esplendoroso, onde a uva é a estrela.
Na abertura da festa, estiveram
presentes o General Hamilton Mourão, devidamente escoltado e protegido por
forte aparato da Polícia Federal, com o Governador Eduardo Leite, bem como
turistas de todos os cantos do Brasil. Muitos paulistas e cariocas por lá,
conversei bastante com eles. Muito bem organizada, a Festa da Uva estava composta
pelo novo e pelo velho. Do “novo”, a estrutura digital, com 24 catracas
eletrônicas na entrada, estacionamento amplo e organizadíssimo, bem
sistematizado, com atendentes muito bem preparados. Ainda, o Fiorin Card, o
cartão magnético que era utilizado para o pagamento do consumo de alimentos e
bebidas, e a aceitação do cartão de crédito, de todas as bandeiras, nos stands
e barracas de vendas de produtos locais e regionais.
No quesito “velho”, justamente o modelo
das festas tradicionais, no molde “colonial italiano”, o mesmo propagado em
nossas comunidades rurais até o presente, o modelo que sempre deu certo, em que
as pessoas trabalham voluntariamente e, ao contrário das festas urbanas,
resultam em lucros para as entidades promotoras. Ainda, a percepção do arrojo e
da coragem de se promover um evento de tamanha envergadura, numa área ampla,
que vem sendo estruturada ao longo dos anos, com bons pavilhões e edificações,
não dependendo de locações de alto custo, aquelas que se montam e desmontam em
cada evento, que subtraem os lucros ou sobras financeiras. Pessoas de todas as
idades, jovens bonitos lá vendendo e promovendo seus vinhos e suas uvas, as iguarias
preparadas pelas famílias. Produtos manufaturados de todas as espécies e até um
stand do Exército Brasileiro, com soldados orgulhosos em mostrar os
equipamentos bélicos e conhecimentos.
Há de se destacar ainda a simpatia de
todos os gaúchos, a beleza das soberanas da festa, de suas embaixatrizes e das
rainhas e princesas das cidades menores da região, lá acompanhadas com seus
prefeitos, divulgando as festas e exposições que acontecem ao longo do ano em
suas cidades. Atualmente, Capinzal e Concórdia conseguem oferecer algo do
gênero, mesmo que em proporção
menor. No âmbito cultural, similar à
Tirolerfest, de Treze Tílias, mesmo que com raízes culturais bem
diferentes. Ambiente ótimo para se
aprender e, quem sabe, se copiar aquilo de bom que lá oferecem, numa festa que
se estenderá até o dia 10 de março, com 17 dias de duração. Vale a pena visitar
Caxias do Sul e toda a sua região em todas as épocas do ano, em especial nos
próximos dias.