sábado, 17 de agosto de 2013

Caminhar ao sol

Caminhar ao sol, sorver seus raios dourados
Deliciar-se ternamente, feliz, feliz contente
Raios brilhantes, luminosos e  brilhados
Bronzeando as peles, os ombros elegantes
Aquecendo a alma da pensativa caminhante.

Caminhar ao sol, a mente navegando bem distante
E perdida em pensamentos já morenos
Em pecados que guiam passos errantes
Deletando da alma todos os venenos
Que possam inpregnar-se nos espíritos serenos.

Caminhar ao sol nos últimos dias de frio intenso
Amenizá-lo, numa agradável sensação de bem-estar
Caminhar ao sol, num prazer imenso

Caminhar a sol, embeber-se de luz e de  paixão
Deixar o pensamento leve a navegar
Afagar a alma, acalentar o coração!

Euclides Riquetti
17-08-2013


sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Os óculos de enxergar da mulher do Amílcar

          Ligo para o Amílcar para perguntar como tem passado desde nosso encontro, uma semana atrás. Eu queria agradecer pelo café que nos ofereceu, lá na Lanchonete de General Carneiro, na sexta passada. Nas primeiras tentativas de "fora de área", mas depois acabei me acertando com ele. Tinha ido levar mas ovelhas para engorda no sítio de um amigo. Ganhara uma na rifa da Capela e comprara outras no leilão de uma festa no final de semana.  

          O Amílcar é aquele me amigão que reencontrei em Canasvieiras em abril, na Semana dos Uruguaios, a que para nós é a Semana Santa. É aquela em que, no Uruguai, fazem uma semana de feriado para que as pessoas possam viajar, ir fazer turismo. E, pela proximidade, Rio Grande do Sul e Santa Catarina são os principais destinos deles.   Reencontrei o Amílcar na semana passada, quando estava de passagem por General. Combinei com ele enos encontramos.

          "Boa tarde, Riquetto! Come que tá o frio por aí? Minha véia disse que leu que você iscreveu alguma coisa sobre o sol, que aí não tinha sol hoje cedo! Ma aqui nun é diferente, amigo! Muito frio, de arripiá os cavei..."    Falei-lhe que ela deve ter lido meu blog e lido meu poema novo, "Vem, sol, vem!", que escrevi para chamar o sol. Ele compreendeu, disse "num intendo nada de brogue"e também não fiquei explicando isso pra ele, Conversa com ele tem que ser prática e mais objetiva.  

          Peruntei-lhe como foram seus últimos dias, o que tem feito além de tomar chimarrão. "Óia, Riquetto, num tá fácil a cosa aqui. Tenho que inventá até disculpa pra podê jogá um isnuquinho.. Digo que vô visitá meus cumpadre e vô cum eles jogá us taco no bar do Ziza, aqui em Palmas. Você sabe que sempre gostei de escorá o umbigo nas mesa de bilhá e num é agora que vô pará. Num posso isperá pa ficá veio im casa."

          Falei-lhe que tem razão, mas que não deve enrolar a mulher, que se ela desconfiar que ele está mentindo, vai passar a desconfiar de tudo o que ele disser. E, depois que perder a confiança dela, esá frito!

          Deu umas belas risadas, parecia-me ver seu jeitão. Perguntei-lhe como estava a esposa, que gostaria que viessem nos visitar, que ficaríamos muito contentes em recebê-los. E lá veio ele com essa conversa:"Ma nem te conto, Riquetto! Sabe que ela foi comigo consultá no Porto e comprô um par de óculos novo?. E eu que paguei o pato! Quando cheguemo im casa tava inxergando tudo, até demais. E começô a olhá pras parede, pro forro da casa, pras porta e janela e discobrio que tinha um mofo daqueles cinzento. I tudo sobrô pra mim. Me deu um baldo de áqua cum quiboa e um pano daqueles de pelúcia e me fez isfregá tudo aquilo, até tirá fora, deixá tudo branquino. Devia ter dexado ela orba que era meió pra mim. Capaiz de até vê coisa que num existe agora..."

         Tive que rir.  Disse-lhe que hoje em dia a gente precisa ajudar em casa e principalmente no inverno, que as faxineiras fazem, mas que isso tem um custo, uns oitenta reais por dia. Ele me disse que prefere fazer tudo sozinho, nem que leve dois dias,  e que o dinheiro que economiza dá pra comprar erva pra tomar chimarrão o mês inteiro e ainda para umas 30 fichinhas de bilhar.

          Conversa vai, conversa vem, disse-me  que ainda ontem estava olhando umas fotografias que tem guardadas numa caixinha de sapato, viu uma foto do tempo em que tínhamos aquele cabelão escuro, lá nos nossos 20 anos,  no Porto.  E começou a lembrar de uma vez que fomos no baile em São Miguel, Distrito do Porto, e que só deixavam entrar lá de terno e ele...Bem, isso é história pra outro dia!

Euclides Riquetti
16-08-2013


         

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Vem, sol, vem!

Vem, sol, vem/ Vem clarear o céu de minha tarde/ Vem com seus raios tímidos, mas vem/ Vem clarear o céu de minha tarde/ Vem, sol que eu espero tanto, vem!/ Vem, sol, não te afugentes por causa dessas nuvens cinzas/ Vem brilhar sobre as ruelas e campinas/ Vem encostar-te em minha pele fogosa/ Vem acalmar minha alma triste e ansiosa/ Vem, sol, vem clarear o céu de minha tarde!/ Vem, vem trazer de volta o ânimo perdido/ Vem refazer meu coração ferido/ Vem, com o poder de seus raios regeneradores/ Devolve às tardes as belas e singelas cores/ Devolve a todos os corações os seus amores./ Vem, sol, vem/ Que eu estarei aqui a te esperar!/ Euclides Riquetti 15-08-2013

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Importam nas rosas os colores

Importam mais nas rosas os colores/ E os perfumes que deixam nas estradas/ Importa-me que permaneçam simples flores/ A encantar a vida que me foi traçada./ Importa muito que as rosas ali estejam/ A esperar-me com seus lábios sedutores/ Importa-me que os espinhos as protejam/ Em seus cenários belos, multicores./ Rosas, belas rosas, razão de minha vida/ Sou cravo que se perde na inconstância/ Inseguro diante de tanta exuberância./ Rosas, cingem de encantos cada canto, cada dia/ E me remetem a uma gostosa nostalgia/ A inundar a minha alma fugitiva./ Euclides Riquetti/ 14-08-2013

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Vendo jogo do Vasco em Curitiba - Que alegria!

Quando era criança e jogava bola no campinho dos Masson, onde fica hoje a Cadeia Pública ali em Ouro, comecei a tomar gosto pelo Vasco da Gama, torcendo pela Associação Esportiva Vasco da Gama, de Capinzal, um clube amador que chegou a disputar um torneio na Argentina, o maior rival do Arabutã Futebol Clube, ambos daquela cidade onde nasci. Depois, ao crescer, fui tomar conhecimento da existência do Clube de Regatas Vasco da Gama, do Rio de Janeiro. Os "Coquiara", Ivanir, Valdir e Altivir Souza, mais meus primos Moacir e Cosme Richetti, eram torcedores deste, e acabei me tornando vascaíno. Posso dizer que "sou Vasco desde criancinha". Há coisas que acontecem por acaso, sem que planejemos. Eu já tinha em mente dar um pique no final de semana do Dia dos Pais, um giro rápido pelo Paraná. E, numa reunião do "Grupo Pensar Joaçaba", o Oliveira Júnior, da Rádio Catarinense, presenteou-nos com uma tabela do Campeonato Brasileiro. Quando a recebi, pensei: Vou ver que jogo bom tem em Curitiba e vou aproveitar para assistir. Abro a tabela e a agradável surpresa: Dia 11-08-2013, no Couto Pereira, em Curitiba, 16 horas, Coritiba x Vasgo da Gama. Nas mais de 50 vezes que fui para lá e nas mais de 100 que fui a Florianópolis, nunca coincidiu haver um jogo do time de meu coração numa delas. Vi muitos times, vi várias vezes jogarem Coritiba, Atlético, Paraná, Figueirense, Avaí, Joinville, Chapecoense, Internacional, Grêmio, Palmeiras, Botafogo, Santos, Ponte Preta e outros, mas nunca o meu Vascão. Torcedor há mais de 50 anos e nunca me "esforcei para vê-lo". Na sexta tomei café com o Amílcar em General Carneiro, almocei com a família de minha irmã vascaína Iradi, em União da Vitória, e passei o sábado na casa da filha Michele, ( e do Daniel) em Ponta Grossa. Pois não é que ela já tinha pesquisado tudo sobre o jogo do Vasco e, dentre os presentes, dava-me o ingresso para o jogo. No domingo, ao meio-dia bati na casa do Tio Celso, (Kaminski), em Curitiba, e às 16 horas estava eu lá na arquibancada, enturmando-me com os torcedores "visitantes". Ali conheci o Elton de Souza, o Jean Rodrigo e o Bernardo (ambos Bianchi Heizen). Foi uma imensa alegria conhecer jovens tão simpáticos e prestativos. Até postaram nossa foto, juntos, no facebook. Quando se divide uma mesma paixão, tem-se a mesma meta comum a alcançar, o mesmo objetivo a atingir, e a amizade vem em questão de segundos. E, poucos minutos depois, já cantávamos, juntos, as músicas e os gritos de guerra do Vasco. Quando Diogo Silva, Fagner, Jomar, Rafael Vaz, Henrique, Abuda, Wendel, Juninho Pernambucano, Pedro Ken, Eder Luiz e Tenório entraram em campo, uma grande vibração, muita sinergia, muita emoção saindo de nossos corações. O Coxa do poderoso Alex era um time forte em casa, vencera o Grêmio em Porto Alegre, no meio da semana. E os novos amigos já mé disseram, tão logo tirei meu gorro da cabeça: "Seu Guiñazu, hoje vamos ver se você é pé quente!" Pois apenas quatro minutos depois, o Pedro Ken faz o gol da vitória! Custava-me a acreditar! Mas era real. E, em nossa arquibancada, um número que estimo em menos que mil torcedores, tínhamos fôlego para gritar contra os 21.000 torcedores do Coritiba. E resistir na quase uma hora e meia de pressão não é fácil. Mas tudo deu certo. Eu parecia uma criança que ganhara meu primeiro brinquedo, meu primeiro picolé. Mas estava lá. E a realidade nos favorecia, nos favoreceu desde o momento em que os corpos dos atletas começaram a bailar no majestoso gramado do antigo Belfort Duarte. Ali mesmo, onde há 40 anos assisti ao meu primeiro Atletiba, estava a comemorar: minha primeira presença num jogo do Vasco, minha estreia com vitória. E lembrava-me de alguns amigos vascaínos: Do primo Sérgio Riquetti, do Leandro Machado,que trabalha na Apae de Capinzal, do Sérgio Durigon, meu colega, do João Fagundes dos Passos, pai de minha nora Luana, do Nolberto Zulian, do saudoso Pedro Zaleski, do Nélito Colombo, da Celita e da Maria Luiza, Nair Perla Toigo, da Vanessa e da Carol, filhas do Ico, netas da Dona Dileta, do Jáder Colombo, do Alex Sandro Silva,de meu filho Fabrício, do Júlio César Dambrós, do Felipe Miqueloto, de meus irmãos Iradi, Hiroito, Vilmar e Edimar, de minhas filhas Caroline e Michele, e de tantos outros. Como eu gostaria que estivessem lá comigo. Obrigado aos amigos torcedores que estavam comigo lá no Couto Pereira. Foi, realmente, uma alegria havê-los conhecido! Euclides Riquetti 13-08-2013

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O protetor solar do Amílcar

          Passei por General Carneiro na sexta-feira. Estou impressionado com o volume de obras que estão sendo executadas na BR 153, próximo ao trevo de acesso à cidade. Estão contemplados com túnel e estradas  marginais. Investimentos altíssimos. Quem passar por lá, no máximo em seis meses, vai-se admirar pela exuberância do em empreendimento.

          Parei para olhar para aquela igreja com aquele telhado com cúpulas metálicas, provavelmente de confissões que seguem as da Ucrânia ou Rússia, ou até quem sabe polonesas. Parecida com a dos Ucranianos de União da Vitória. parei num Posto de Gasolina e fui para a Lanchonete onde me esperava um amigo que reencontrei este ano. Havíamos combinado por telefone e estava lá a me esperar o Amílcar.

          "Venha cá, Riquetto, que quero te quebra as costela!"  -  Foi aquele abraço fraternal do amigão que me acompanhava nas idas para o Clube "25", lá em Posto União, quando nas tardes de domingo íamos dançar ao som do "Disparo 70". O Cícero era  guitarrista e vocalista. Bom músico, durante a semana lavava carros e lubrificava no Posto Ipiranga, dos Ravanello, ali na Manoel Ribas, em União da Vitória. Ficamos muito amigos os três, lá pelo início da década de 1970. Íamos á tarde dançante e depois ao Cine Ópera. Havia muitas gatinhas sempre no 25, devem ser todas avós, hoje!

          Cumprimentou minha esposa, estava radiante em nos ver. Tomamos um cafezão e comemos pastéis de vento.  Perguntamos como estava a família e ele começou falar de sua netinha, que convidara para vir mas que ela não quis porque estava vendo o Nick Jr. na TV. Trouxe-me dois quilos de erva para me presentear e eu lhe dei um CD de músicas italianas que foi gravado pelo Grupo Píccola Itália Del' Oro, lá do Ouro. Ficou contentíssimo, deu-me mais um abraço.

          Conversamos amenidades, tomamos nosso café e eu disse que teria que seguir viagem. Precisava almoçar com minha irmã Iradi e o Luiz Fernando Ghidini, lá do Restaurante X Burguer.
Ele queria que ficássemos para almoçar na casa da filha e do genro, prometi que farei isso em outra oportunidade. Perguntei-lhe como estavam os negócios com a erva-mate e ele me disse que estão bons, que no inverno vendem bem e os preços compensam.

          Depois, veio com essa: "Sabe Riquetto, no inverno tudo é fácil. No verão, além do mercado ficá difícil  ainda tem as dispesa extra. Veja bem que agora ele têm que comprá até protetor solar pros tirador de erva na pranta! Num acho que isso seja de obrigação do patrón, mas se é lei temo que cumpri. No inverno, fatore 30 e no verão fatore 50. Mais tenho uma ideia. Como o 50 é muito caro, asso que dá pra compra um de 20 e um de 30 e misturá, que fica de 50."

          Minha patroa se segurava para não rir, disse que ia tomar uma ar puro, pediu licença e foi lá fora rir sozinha...

          Expliquei-lhe que não é assim, como uma conta de matemática. Se misturar os dois cremes, vamos ter um volume em dobro, mas o fator passa a ser 25, e não os 50. Ele disse que sempre me admirou porque além de eu escrever umas poesias  também tinha um razoável senso de lógica matemática. Mas que não se conformava que podiam economizar se fosse do jeito que ele pensava.

          Comecei a despedir-me e me fez prometer que o visitarei em Palmas, onde reside, e não em General, onde mora a filha. Disse-lhe que em novembro, quando eu for na Festa da Família Richetti/Riquetti, em Cascavel, passo por lá e o visitamos. Prometeu-me que vai fazer um "costelón" pros amigos e para nós. Para o almoço do dia 17 de novembro, para comemorar meu aniversário do dia 23. Certamente que  estaremos lá!


Euclides Riquetti