Iniciamos uma
nova semana com muitas novidades na política, tanto em Brasília quanto em Santa
Catarina. Como se os fatos políticos ajudassem em alguma coisa em período tão
conturbado para o povo brasileiro, que vê as estatísticas da ocorrência de óbitos
com os indicadores subindo assustadoramente!
As mudanças nos
ministérios, com a demissão de Ernesto Araújo, Ministro das Relações Exteriores, a qual já era esperada,
secundaram a substituição do Ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo, pelo médico
Marcelo Queiroga, há poucos dias. Uma
inesperada “reforma” ganhou corpo. O Núcleo Militar com as maiores mudanças.
Mas, o mais importante, foi a nomeação de um médico para a Saúde, e a troca de
Araújo por um diplomata de carreira, Carlos Alberto Franco França que, embora
jovem, é bem articulado, não entra e nem promove “divididas”. Para o Ministério
da Justiça e Segurança Pública, o delegado da Polícia Federal, Anderson Flores.
Todas as demais mudanças, embora sejam muito repercutidas pela imprensa, são irrisórias
no aspecto prático, apenas a satisfação das necessidades especiais de Jair
Bolsonaro, que gosta de ficar amparado (e bem protegido) em gente que tem
afinidade com suas ideias.
De positivo,
consideremos que as relações do Brasil com a China, Índia e Estados Unidos
precisam ser azeitadas, uma vez que o antigo chanceler era um desastre em
termos de relações diplomáticas. Eduardo Pazzuelo, que deixou a Saúde, era um
obediente ao Presidente, não tinha nenhuma luz própria, pecou por agir muito na
cartilha do chefe. Não dá para condená-lo pelo que fez, se deixou herança ruim
esta deve ser debitada a Jair Bolsonaro. Marcelo Queiroga, o novo Ministro da
Saúde, discreto, faz a politica do chefe mas não cegamente, consegue dialogar
mais com os setores públicos e privados da sua área.
Agora, aqui em
Santa Catarina, a virada da semana foi de inoperância governamental. Uma semana
antes, um grande movimento em favor da vacinação fez com que houvesse
ações no sábado e no domingo, em todo o
estado. Neste último, quem estava
saindo, o time de Carlos Moisés, não fez nenhuma força. De quem estava
entrando, a equipe da Governadora Interina Daniela Reinehr, nada se podia
esperar, pois não eram eles que tinham o dever de agir, até por questões de
ordem legal. Mesmo a chegada de uma boa quantidade de doses de vacinas não foi
devidamente repercutida, a maioria das secretarias municipais nem sabia quantas
doses iriam receber. A escolha da
Deputada Federal Carmen Zanotto para comandar a Saúde merece nosso aplauso.
Médica, já provou ser boa gestora quando ocupou o mesmo cargo no governo
anterior. Conhece como poucos a dinâmica política de Brasília, e é respeitada
tanto no ambiente político como no meio técnico.
Acompanho as
estatísticas, o calendário de vacinação de boa quantidade de municípios
catarinenses e de algumas cidades brasileiras. Percebo que Amazonas e Pará
estão contemplando faixas etárias bem abaixo das nossas. Quando a coisa ficou
gravíssima, lá, houve forte ação política, pressão nacional e internacional, e
receberam, proporcionalmente, mais vacinas do que nós. E que o Paraná e Santa
Catarina estão com percentuais de vacinados sempre acima dos de Santa Catarina.
No fim de semana, o site oficial do Governo mostrava que havíamos recebido
1.018.990 doses. Na terça, a mesma quantidade de recebimentos e um estoque de
318.379 doses nas geladeiras e freezeres das Secretarias Municipais de Saúde,
esperando para serem aplicadas.
Somente na
terça, Joaçaba e outras cidades , divulgaram informações sobre a vacinação, que
foi retomada na quarta, enquanto que as grandes cidades e as de regiões aqui
próximas estavam trabalhando até 12 horas por dia, e atingindo pessoas com
menos idade do que foi programado para a quarta-feira em Joaçaba. E as pessoas
ansiosas, preocupadas e revoltadas. Minha irmã, nascida em 1954, no sábado, já
estava vacinada em União da Vitória, Paraná. Aqui, somente na terça foi
divulgado que minha faixa, 1952, 68 anos, receberia na quarta-feira, 31, j unto
com os de 69 anos. No dia 30, terça, em Xaxim, já vacinavam pessoas com 67 anos
e acima. Duas constatações: Paraná e Rio
Grande do Sul vacinando em toda a velocidade, Santa Catarina na marcha lenta.
E, algumas cidades, aqui, com ação mais devagar do que em outras.
Ainda, as
informações sobre os números da pandemia, em nossa cidade, demoram para chegar
ao público em fins de semana. Os casos ativos, no Oeste e Meio-Oeste, estão
diminuindo. A informação clara e transparente, a proposição de metas de reduzir
os casos ativos, deveria ser a tônica das ações, além da vacinação. O
comportamento da população melhorou, a fiscalização está mais ágil e poderemos
sair dessa em pouco tempo. Façamos nossa parte, o Poder Público atuando com
agilidade e a população tomando os devidos cuidados para não se contaminar e
nem propagar o vírus letal.
Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com