Bela senhora dos olhos encantadores
Do sorriso envolvente
Do corpo atraente
Dos lábios rosados e desejados
De deliciosos beijos e sabores...
Bela senhora angelical
Que desperta meus desejos
Que acalma meus medos
Que afaga meu rosto amedrontado
E me atiça com seu jeito sensual...
Bela senhora que povoa meus sonhos de inverno
Que, elegante e divina agita minha mente
Com seus olhos que me fitam docemente
Cuide de meu coração, não o deixe maltratado
Que em troca eu lhe darei o amor eterno...
Euclides Riquetti
22-06-2013
sábado, 22 de junho de 2013
sexta-feira, 21 de junho de 2013
Se você não que que apareça...
Anos de 1970 e 1971. Brasil Tricampeão Mundial de Futebol no México. Vivíamos o início do "Milagre Brasileiro", tão contestado bem adiante. As pessoas tinham medo de ver seu nome exposto nos meios de comunicação e se cuidavam muito para manter uma razoável linha de conduta. Em Capinzal e Ouro, a Rádio Clube, sucessora da Rádio Sulina Ltda, que se localizava alii na Felip Schmidt, andar superior ao da Tipografia Capinzal. A "Rádio do Bonissoni", como a chamavam, utilizando uma aparelhagem simples e bem básica, prestava um grande serviço de utilidade pública.
Lembro bem da equipe que foi-se formando e se revezando na apresentação de seus noticiários: Chaves, Vilmar Pedro Maté, Márcio Rodrigues (Pimba), Dorneles Lago, Válter Bazzo, Joe Luiz Bertola, Aderbal Gaspar Meyer (Barzinho). Estes também atuavam nos programas musicais. Mas, exclusivamente nos musicais, que chamavam de "caipiras", o Tertulino Silva, conhecido como Terto, e sua equipe. Os musicais ao vivo, com gaiteiros, violeiros e violonistas. Na locução, ainda, Alda Roseli Meyer. Egídio Balduíno Bazzo, o Titi, com uma programa musical e de variedades. Seguidamente, uns comentários do advogado e diretor ~Enio Gregório Bonissoni. Na administração e atendimento, Mariza Calza.
Pois nessa época gloriosa, numa cidade geminada e provinciana, todo mundo conhecia todo mundo. E, na hora do almoço, junto ao Jornal do Meio Dia, vinha a temida, mas muito esperada, "Ronda Policial", apresentada pelo Sargento Altair, da PM, e normalmente pelo Vilmar Maté.
Era mais ou menos assim:
a- Boa tarde, ouvintes! Estamos iniciando, neste momeeeento...
b- Rooooonda policial.
a - Os fatos como acontecem, aqui nos microfones de sua Clube!
b - Apresentação do Sargento Altair......
a - E de Vilmar Pedro Matté.
b- ... e os inimigos do alheio andaram visitando a casa do Sr............. , lá na Entrada do Campo!
a- Mas os olhos da Dona Justina já estão de olho nos larápios. E, se alguém , amigo ouvinte, lhe oferecer um rádio de pilha marca Motorádio, por favor, denuncie diretamente na Delegacia de Polícia, diretamente ao o Sargento Altair, para que ele possa deter o meliante!
b- Mas um fato muito grave aconteceu na noite de ontem na Zona do Baixo Meretrício, nossa ZBM, mais conhecida como Frestão, quando o Sr. ........, armado de faca, investiu contra seu amigo, o Sr............., causando-lhe uma perfuração no abdômen. Dizem que a causa foi o desentendimento porque ambos queriam os serviços da mesma mulher!
a- Algumas senhoras que atendem no estabelecimento, fazendo uso de um táxi Opala que se encontrava no local, promoveram o transporte da vítima para o Hoispital São José, onde foi operado pelo Dr. Celso e já se encontra fora de perigo...
b- Lembre-se: Os olhos da Lei estão sermpre sobre você! Não faça nada de errado. E, se não quer que apareça... Não deixe que aconteça!!!
Era assim nossa Ronda Policial. Dona Justina era a Justiça, a Dona Justa, a Polícia. E era temida, mesmo. Nos bailecos, tínhamos que nos comportar porque, na segunda-feira, se bancássemos bobeira, nossos nomes poderiam estar na Ronda...As pessoas se cuidavam por dois motivos: tinham medo de que seu nome fosse exposto na Ronda, ou mesmo porque tinham medo de Deus, do Padre, da Freira, porque fazer "coisa errada! era pecado...
Hoje você, leitor, pode achar isso uma barbaridade. E é, pois não se pode expor o nome das pessoas ao ridículo. Mas, que as pessoas se cuidavam mais, ah como se cuidavam...
Euclides Riquetti
20-06-2013
Lembro bem da equipe que foi-se formando e se revezando na apresentação de seus noticiários: Chaves, Vilmar Pedro Maté, Márcio Rodrigues (Pimba), Dorneles Lago, Válter Bazzo, Joe Luiz Bertola, Aderbal Gaspar Meyer (Barzinho). Estes também atuavam nos programas musicais. Mas, exclusivamente nos musicais, que chamavam de "caipiras", o Tertulino Silva, conhecido como Terto, e sua equipe. Os musicais ao vivo, com gaiteiros, violeiros e violonistas. Na locução, ainda, Alda Roseli Meyer. Egídio Balduíno Bazzo, o Titi, com uma programa musical e de variedades. Seguidamente, uns comentários do advogado e diretor ~Enio Gregório Bonissoni. Na administração e atendimento, Mariza Calza.
Pois nessa época gloriosa, numa cidade geminada e provinciana, todo mundo conhecia todo mundo. E, na hora do almoço, junto ao Jornal do Meio Dia, vinha a temida, mas muito esperada, "Ronda Policial", apresentada pelo Sargento Altair, da PM, e normalmente pelo Vilmar Maté.
Era mais ou menos assim:
a- Boa tarde, ouvintes! Estamos iniciando, neste momeeeento...
b- Rooooonda policial.
a - Os fatos como acontecem, aqui nos microfones de sua Clube!
b - Apresentação do Sargento Altair......
a - E de Vilmar Pedro Matté.
b- ... e os inimigos do alheio andaram visitando a casa do Sr............. , lá na Entrada do Campo!
a- Mas os olhos da Dona Justina já estão de olho nos larápios. E, se alguém , amigo ouvinte, lhe oferecer um rádio de pilha marca Motorádio, por favor, denuncie diretamente na Delegacia de Polícia, diretamente ao o Sargento Altair, para que ele possa deter o meliante!
b- Mas um fato muito grave aconteceu na noite de ontem na Zona do Baixo Meretrício, nossa ZBM, mais conhecida como Frestão, quando o Sr. ........, armado de faca, investiu contra seu amigo, o Sr............., causando-lhe uma perfuração no abdômen. Dizem que a causa foi o desentendimento porque ambos queriam os serviços da mesma mulher!
a- Algumas senhoras que atendem no estabelecimento, fazendo uso de um táxi Opala que se encontrava no local, promoveram o transporte da vítima para o Hoispital São José, onde foi operado pelo Dr. Celso e já se encontra fora de perigo...
b- Lembre-se: Os olhos da Lei estão sermpre sobre você! Não faça nada de errado. E, se não quer que apareça... Não deixe que aconteça!!!
Era assim nossa Ronda Policial. Dona Justina era a Justiça, a Dona Justa, a Polícia. E era temida, mesmo. Nos bailecos, tínhamos que nos comportar porque, na segunda-feira, se bancássemos bobeira, nossos nomes poderiam estar na Ronda...As pessoas se cuidavam por dois motivos: tinham medo de que seu nome fosse exposto na Ronda, ou mesmo porque tinham medo de Deus, do Padre, da Freira, porque fazer "coisa errada! era pecado...
Hoje você, leitor, pode achar isso uma barbaridade. E é, pois não se pode expor o nome das pessoas ao ridículo. Mas, que as pessoas se cuidavam mais, ah como se cuidavam...
Euclides Riquetti
20-06-2013
quinta-feira, 20 de junho de 2013
O que querem os manifestantes populares
Neste início de ano escrevi um texto falando da Vergonha que representavam os gastos com a reforma do Maracanã, quando o Hospital Geral de Bonsucesso, no Rio de Janeiro, já estava há alguns meses fechado porque não tinha funcionários em razão da falta de dinheiro para contratação. É o único hospital daquele estado que realiza transplantes renais e outros procedimentos em crianças.
Mais recentemente, mencionei a vergonha que estava representada pelo Estádio Engenhão, naquele mesmo Estado, que foi inaugurado em 2007, e que vai ficar 18 meses fechado porque a estrutura de sua cobertura está cmprometida, oferecendo risco aos torcedores. E falei dos péssimos investimentos que são feitos no Brasil em detrimento do essencial, principalmente da Saúde Pública. E hoje pergunto a você, caro leitor, se Manaus vai conseguir, com a renda de seus jogos, cobrir os altos custos de seu estádio novo.
Agora, vemos a população manifestando-se nas ruas, numa ação programada pelo Movimento Passe Livre. E, autoridades e uma grande rede de televisão fazendo de conta que o foco das reclamações, no país sejam os preços das tarifas pagas pelos usuários de ônibus. Não foi isso que vimos escrito nos cartazes cujas fotos, de todas as cidades brasileiras onde ocorreram manifestações, trazem estampado: o povo não aguenta mais a classe política, a impunidade, a corrupção, a falta de saúde, educação e segurança pública. Manifestam-se também com relação a algumas votações que ocorrerão no Congresso Nacional.
Aqui em Joaçaba participei, na terça-feira, da manifestação local, muito bem organizada, ordeira e pacífica. Muitos jovens, pais e avôs com filhos e netos. Num dado momento, em razão de estar resfriado, afastei-me do grupo e fui buscar abrigo sob uma marquise de um prédio. Uma senhora, distinta, estava procurando o rumo da manifestação e pediu-me para que lado iriam. Expliquei que estavam subindo já no alto da Avenida Getúlio Vargas, em direção à UNOESC. Perguntei-lhe se ia enturmar-se e disse que não, que apenas fugira de seu trabalho e viera dar uma olhadinha, que seus dois filhos, jovens, tinham ido. E que lhe disseram que era para ela chamá-los de volta porque havia uma manifestação perigosa, que tinha um monte de baderneiros no protesto. Tranquilizei-a, disse-lhe que não havia perigo, que o pessoal era respeitoso, que havia policiamento, tudo em plena ordem. E ela agradeceu-me e voltou para o trabalho. Disse que apoiava o movimento e que só não estava lá porque tinha que ir trabalhar. Era contra a corrupção e a favor da saúde. O mesmo me disseram alguns balconistas de casas de comércio que estendem o seu atendimento para depois das 18 horas. Seu desejo era o de estarem lá, não podiam, mas apoiavam o movimento.
Depois, vi um aposentado deixar quase todo o seu salário numa farmácia, para comprar seus remédios. Isso me doeu...
Desde que iniciei minha atividade como colunista do Jornal Cidadela, convidado pelo proprietário, jornalista Mario Serafim, tenho conversado muito com as pessoas na rua e em todos os lugares onde ando. Uso as falas delas para embasar minha opinião nos textos que escrevo em minha coluna "Do Alto da Cidade". E é aqui, do alto da cidade de Joaçaba, que tenho visto, através de todas as mídias que me chegam, que o movimento, inédito no país, é bem mais do que uma simples reivindicação de não reajuste nas tarifas de ônibus. As pessoas querem, sobretudo, uma classe política atuando seriamente, sem corrupção. Querem agilidade, seriedade e menos demagogia. Tenho a certeza de que você também pensa assim. E tudo poderá ficar bem se a sociedade fizer pressão suficiente para que ocorra a tão esperada reforma política. É sabido que, se depender de nosso Congresso, apenas remendinhos e puxadinhos... Nada de sério!
Euclides Riquetti
20-06-2013
Mais recentemente, mencionei a vergonha que estava representada pelo Estádio Engenhão, naquele mesmo Estado, que foi inaugurado em 2007, e que vai ficar 18 meses fechado porque a estrutura de sua cobertura está cmprometida, oferecendo risco aos torcedores. E falei dos péssimos investimentos que são feitos no Brasil em detrimento do essencial, principalmente da Saúde Pública. E hoje pergunto a você, caro leitor, se Manaus vai conseguir, com a renda de seus jogos, cobrir os altos custos de seu estádio novo.
Agora, vemos a população manifestando-se nas ruas, numa ação programada pelo Movimento Passe Livre. E, autoridades e uma grande rede de televisão fazendo de conta que o foco das reclamações, no país sejam os preços das tarifas pagas pelos usuários de ônibus. Não foi isso que vimos escrito nos cartazes cujas fotos, de todas as cidades brasileiras onde ocorreram manifestações, trazem estampado: o povo não aguenta mais a classe política, a impunidade, a corrupção, a falta de saúde, educação e segurança pública. Manifestam-se também com relação a algumas votações que ocorrerão no Congresso Nacional.
Aqui em Joaçaba participei, na terça-feira, da manifestação local, muito bem organizada, ordeira e pacífica. Muitos jovens, pais e avôs com filhos e netos. Num dado momento, em razão de estar resfriado, afastei-me do grupo e fui buscar abrigo sob uma marquise de um prédio. Uma senhora, distinta, estava procurando o rumo da manifestação e pediu-me para que lado iriam. Expliquei que estavam subindo já no alto da Avenida Getúlio Vargas, em direção à UNOESC. Perguntei-lhe se ia enturmar-se e disse que não, que apenas fugira de seu trabalho e viera dar uma olhadinha, que seus dois filhos, jovens, tinham ido. E que lhe disseram que era para ela chamá-los de volta porque havia uma manifestação perigosa, que tinha um monte de baderneiros no protesto. Tranquilizei-a, disse-lhe que não havia perigo, que o pessoal era respeitoso, que havia policiamento, tudo em plena ordem. E ela agradeceu-me e voltou para o trabalho. Disse que apoiava o movimento e que só não estava lá porque tinha que ir trabalhar. Era contra a corrupção e a favor da saúde. O mesmo me disseram alguns balconistas de casas de comércio que estendem o seu atendimento para depois das 18 horas. Seu desejo era o de estarem lá, não podiam, mas apoiavam o movimento.
Depois, vi um aposentado deixar quase todo o seu salário numa farmácia, para comprar seus remédios. Isso me doeu...
Desde que iniciei minha atividade como colunista do Jornal Cidadela, convidado pelo proprietário, jornalista Mario Serafim, tenho conversado muito com as pessoas na rua e em todos os lugares onde ando. Uso as falas delas para embasar minha opinião nos textos que escrevo em minha coluna "Do Alto da Cidade". E é aqui, do alto da cidade de Joaçaba, que tenho visto, através de todas as mídias que me chegam, que o movimento, inédito no país, é bem mais do que uma simples reivindicação de não reajuste nas tarifas de ônibus. As pessoas querem, sobretudo, uma classe política atuando seriamente, sem corrupção. Querem agilidade, seriedade e menos demagogia. Tenho a certeza de que você também pensa assim. E tudo poderá ficar bem se a sociedade fizer pressão suficiente para que ocorra a tão esperada reforma política. É sabido que, se depender de nosso Congresso, apenas remendinhos e puxadinhos... Nada de sério!
Euclides Riquetti
20-06-2013
quarta-feira, 19 de junho de 2013
36 anos sem meu pai...
Hoje é uma data em que fico com minha sensibilidade aguçada. Voltam-me as lembranças de um sábado, 18 de junho de 1977. Morávamos em Duas Pontes, hoje Zortea. Cedo, tomei o ônibus para Capinzal. Fui à casa de meus pais, no Ouro, para ver como estavam as condições da debilitada saúde de meu pai. Um abraço em minha mãe, a busca pelo meu querido pai no quarto deles. Lá, ele enrolado nas cobertas, em sua cama, magro. Tínhamos o mesmo tamanho, mesma altura, mesmo peso. Porém, naquele dia, ele tinha chegado ao fundo do poço. Estava magro, acabado, o olhar muito fundo, e profundo. Frágil. Somente conseguia ingerir líquidos. O CA de estômago, esôfago e duodeno tinha acabado com ele.
Fiquei lá umas duas horas, conversamos. Poucas vezes tínhamos parado para conversar em 5 anos. Eu saíra para estudar e nas vezes que nos vimos falávamos de meus estudos, ele me contava sobre seu tempo de Seminário no São Camilo, em São Paulo, onde chegou a cursar Filosofia. Era uma pessoa muito culta, lia muito. Descrevia-me lugares em que nunca tinha estado como se tivesse morado lá por muitos anos. Falava de Veneza, de Roma, do Rio de Janeiro. Conhecia cada detalhe das cidades, dos países. Falava dos rios, das areias das dunas. Nas viagens, trazia-nos areia branca dentro de garrafinhas de refrigerantes, e pedaços de minerais e pedras em vidros de conservas. Para nós e para seus alunos. Falava das guerras, das revoluções, de Napoleão Bonaparte, Marco Polo, de Sócrates, Platão e Aristóteles. De Churchill, de Benito Mussolini. Mas, naquele sábado, apenas relatou-me sobre a situação de nosso sobrado, onde já morava, mas que faltava colocar concreto na laje da garagem, averbar a casa no INPS da época. Parece que estava a me passar recados e recomendações. Mesmo sabendo de sua condição difícil, ele fazia de conta que estava bem, poupava-nos de sofrer. E nós fazíamos o mesmo, para que ele não sofresse.
Despedi-me dele, disse-lhe que voltaria no sábado seguinte. Eu ainda não tinha carro, dependia de ônibus. Um abraço em minha mãe e começamos a descer as escadas lá detrás de casa para ganhar a rua. Escutei gritos de desespero, minha mãe chamava-me para voltar. Corri, assustado, meu pai estava com uma forte hemorragia. Chamei o Altevir Zampieri, que era nosso inquilino e tinha um táxi, um fusca branco. Peguei meu pai no colo, carreguei-o, um homem de 80 quilos estava com 35. Estava acabado, indefeso, como se a dizer: "Salve-me!"
Fomos ao Hospital Nossa Senhora das Dores, foi colocado num leito, não falou mais, apenas agonizou . O Dr. Acioli Viecelli, amigo da família, foi colega de colégio de meu irmão Ironi, autorizou a aplicação de soro e chamou-nos para o lado. Perguntei-lhe sobre as chances de meu velho e ele me disse: "Está difícil, ele não escapa". Perguntei-lhe se devia chamar minha irmã, Iradi, de União da Vitória. Disse-me que sim. Fui ao Mercado Lorenzoni e o Sr. Nelson fez a ligação para um telefone de uma vizinha de minha irmã. Pedi-lhe que viesse e assim ela o fez. Veio de ônibus, o Hiroito foi buscá-la em Joaçaba. Chegou aproximadamente às 21 horas. Quando ela pegou na mão dele, disse-lhe que tinha vindo vê-lo, ele apertou a dela e começou a partir... Pouco depois, nós o perdemos. Os irmãos Vilmar e Edimar não entendiam direito o que estava se passando. Minha mãe, desesperada. Tivemos que nos manter fortes para confortá-la.
Por um instante, agora mesmo, senti-me como se fosse aquele sábado, mas é apenas terça-feira. Revivi cada momento daquele dia. Não há como eu não chorar...
Euclides Riquetti
18-06-2013
Fiquei lá umas duas horas, conversamos. Poucas vezes tínhamos parado para conversar em 5 anos. Eu saíra para estudar e nas vezes que nos vimos falávamos de meus estudos, ele me contava sobre seu tempo de Seminário no São Camilo, em São Paulo, onde chegou a cursar Filosofia. Era uma pessoa muito culta, lia muito. Descrevia-me lugares em que nunca tinha estado como se tivesse morado lá por muitos anos. Falava de Veneza, de Roma, do Rio de Janeiro. Conhecia cada detalhe das cidades, dos países. Falava dos rios, das areias das dunas. Nas viagens, trazia-nos areia branca dentro de garrafinhas de refrigerantes, e pedaços de minerais e pedras em vidros de conservas. Para nós e para seus alunos. Falava das guerras, das revoluções, de Napoleão Bonaparte, Marco Polo, de Sócrates, Platão e Aristóteles. De Churchill, de Benito Mussolini. Mas, naquele sábado, apenas relatou-me sobre a situação de nosso sobrado, onde já morava, mas que faltava colocar concreto na laje da garagem, averbar a casa no INPS da época. Parece que estava a me passar recados e recomendações. Mesmo sabendo de sua condição difícil, ele fazia de conta que estava bem, poupava-nos de sofrer. E nós fazíamos o mesmo, para que ele não sofresse.
Despedi-me dele, disse-lhe que voltaria no sábado seguinte. Eu ainda não tinha carro, dependia de ônibus. Um abraço em minha mãe e começamos a descer as escadas lá detrás de casa para ganhar a rua. Escutei gritos de desespero, minha mãe chamava-me para voltar. Corri, assustado, meu pai estava com uma forte hemorragia. Chamei o Altevir Zampieri, que era nosso inquilino e tinha um táxi, um fusca branco. Peguei meu pai no colo, carreguei-o, um homem de 80 quilos estava com 35. Estava acabado, indefeso, como se a dizer: "Salve-me!"
Fomos ao Hospital Nossa Senhora das Dores, foi colocado num leito, não falou mais, apenas agonizou . O Dr. Acioli Viecelli, amigo da família, foi colega de colégio de meu irmão Ironi, autorizou a aplicação de soro e chamou-nos para o lado. Perguntei-lhe sobre as chances de meu velho e ele me disse: "Está difícil, ele não escapa". Perguntei-lhe se devia chamar minha irmã, Iradi, de União da Vitória. Disse-me que sim. Fui ao Mercado Lorenzoni e o Sr. Nelson fez a ligação para um telefone de uma vizinha de minha irmã. Pedi-lhe que viesse e assim ela o fez. Veio de ônibus, o Hiroito foi buscá-la em Joaçaba. Chegou aproximadamente às 21 horas. Quando ela pegou na mão dele, disse-lhe que tinha vindo vê-lo, ele apertou a dela e começou a partir... Pouco depois, nós o perdemos. Os irmãos Vilmar e Edimar não entendiam direito o que estava se passando. Minha mãe, desesperada. Tivemos que nos manter fortes para confortá-la.
Por um instante, agora mesmo, senti-me como se fosse aquele sábado, mas é apenas terça-feira. Revivi cada momento daquele dia. Não há como eu não chorar...
Euclides Riquetti
18-06-2013
terça-feira, 18 de junho de 2013
Lágrimas de cristal
Misturam-se as lágrimas de cristal
Aos pingos de chuva que caem
Que rolam pelo seu rosto ao natural
Que excitam o seu corpo escultural
E vão buscar o mar...
Perdem-se na imensidão das águas colossais
Perdem-se nos dias, nos meses, nas tardes outonais!
Levam consigo significados benditos
Dúvidas e certezas que se esvaem
Levam dores, sentimenos e conflitos
Brotados de corações sôfregos e aflitos
Que buscam sua alma para se abrandar...
Tornam-se grãos de areia a acariciar meus pés
Tornam-se diamantes que flutuam nas marés.
Assim são as lágrimas derramadas por amor
Que não se evaporam, eternizam-se simplesmente
E podem compor um mundo de alegria, ou mesmo de dor
Levemente, delicadamente, docemente...
Apenas lágrimas de cristal
Que caíram de seus olhos de mar!
Euclides Riquetti
18-06-2013
Aos pingos de chuva que caem
Que rolam pelo seu rosto ao natural
Que excitam o seu corpo escultural
E vão buscar o mar...
Perdem-se na imensidão das águas colossais
Perdem-se nos dias, nos meses, nas tardes outonais!
Levam consigo significados benditos
Dúvidas e certezas que se esvaem
Levam dores, sentimenos e conflitos
Brotados de corações sôfregos e aflitos
Que buscam sua alma para se abrandar...
Tornam-se grãos de areia a acariciar meus pés
Tornam-se diamantes que flutuam nas marés.
Assim são as lágrimas derramadas por amor
Que não se evaporam, eternizam-se simplesmente
E podem compor um mundo de alegria, ou mesmo de dor
Levemente, delicadamente, docemente...
Apenas lágrimas de cristal
Que caíram de seus olhos de mar!
Euclides Riquetti
18-06-2013
segunda-feira, 17 de junho de 2013
Os Jogos Estudantis de Capinzal e Ouro (JECOs)
No primeiro ano da década de 1980 voltei a morar em Ouro. Tinha passado os últimos 8 fora, 5 em Porto União da Vitória e 3 no interiorzão de Campos Novos, Distrito de Duas Pontes, que mais tarde veio a emancipar-se, tornando-se o Município de Zortea. Em Ouro adquiri um lote na área urbana, onde fiz minha casa.
Uma das melhores lembranças que tenho desta cidade, é uma competição esportiva escolar que era realizada anualmente, acontecendo no Ginásio Municipal de Esportes, que mais tarde veio a chamar-se "André Colombo". Ali o esporte acontecia. De segunda a sexta-feira, todos os horários disponíveis das 19 às 23 horas estavam outorgados. Durante o dia, a Escola Básica Prefeito Sílvio Santos o utilizava para as aulas de Educação Física. Nos sábados à tarde destinava-se à EF dos alunos do CNEC e, após estas, aos professores de nossa APROC. Nos domingos pela manhã, escolinhas de futsal. Era movimentadíssimo nosso Ginásio.
No segundo semestre do ano, quando as escolas já tinham trabalhado as modalidades esportivas mais praticadas pelos estudantes, voleibol, handebol e basquetebol, aconteciam os JECOs - Jogos Estudantis de Capinzal e Ouro, que envolviam as escolas Sílvio Santos, Mater Dolorum, Cenec e Belisário Pena. CNEC e Mater levavam vantagem na categoria Juvenil, pois seus alunos eram egressos do Sílvio Santros e de Belisário e, consequentemente, tinham uma idade média maior, mais anos de treinamento. O Sílvio Santos, por ter também ensino noturno, conseguia atletas de porte razoável. Mas estes não tinham o mesmo tempo de treinamento que os do diurno.
No ano em que cheguei, lecionando o Sílvio Santos, deram-me a incumbência de ser Chefe da Torcida, juntamente com a saudosa professora e futura comadre, Ivonete Bazzo. A escola fora bicampeã em torcida e tínhamos a meta de torná-la tri. Tarefa muito difícil, mas aceita como um desafio. Incentivamos os alunos a irem ao Ginásio com roupa verde, cor da escola, criamos gritos de guerra, frases de efeito, adereços, e toda a sorte possível de acessórios. E sabíamos que era uma tarefa muito difícil conquistar o Tri, pois nosso maior rival, o Mater Dolorum estava com os alunos que haviam feito o Primeiro Grau no SS, jogavam muito bem e, na quadra, eram fortíssimos. Fora ali mesmo, naquele ginásio, que aprenderam a jogar, conheciam cada centímetro da mesma.
Soube que os idealizadores dos JECOs teriam sido os próprios alunos da CNEC e outros desportistas da cidade, os quais não eram professores com formação na área. Mas conseguiram implantar um evento que era o mais esperado pelos estudantes durante o ano. Era uma grande motivação a espera pelos JECOs.
Naquele ano, lembro bem que os professores Jerônimo Santanaa/Eluiza Andrioni(Sílvio Santos), Neivo Ceigol (Mater Dolorum e CNEC) e Antônio Carlos Ruiz (Belisário Pena), dirigiam as equipes das escolas. A professora Denize Sartori, na época Bibliotecária era da base de apoio da competição. Os JECOs nasceram pela ideia de professores e alunos da CNEC. Mário Fávero, Amarildo Boff e Renato Caldart foram também alguns dos idealizadores. A rivalidade era grande, grande a disputa na quadra, mas, ao final, distribuída a premiação, com os troféus e medalhas, a comemoração era geral, havia o respeito, as pessoas se conheciam e os abraços selavam a amizade. Mais adiante, vieram também a Escola Frei Crespin, O São Cristóvão, o Alto Alegre e até os alunos do Joaquim D ´Agostini, de Lacerdópolis.
Gastamos a voz e a alma de tanto torcer. Por diversas vezes, eu puxava o nome do jurado, bem alto, como por exemplo: "Alô Ruites Andrioooooni!!!... e os alunos faziam coro, gritando: "Aquele abraaaaaço!!!", como aquela música de sucesso. Depois, eu ia trocando o nome dos jurados e eles secundando. Não deixávamos de torce um único momento, mesmo quando os resultados estavam adversos. Ao final da competição, o sonhado troféu de melhor torcida, nosso Tri. Objetivo da escola alcançado!
Lembro com muita alegria daqueles tempos. À frente, com a mudança de professores e com a mudança de conceitos em relação à Educação Física, os JECOs foram extintos. Dizem que estava aumentando a rivalidade e por isso acabaram com a competição. Uma pena, pois reuniam toda a classe estudantil das duas cidades. Depois disso, tímidos eventos isolados, uma separação que não leva a nada, e as arquibancadas quase vazias...Cidades pequenas fazendo competições isoladas. O próprio Sete de Setembro, comemorado em conjunto, feneceu. Resta-nos lembrar também disso. Mais um elemento a compor nosso acervo saudosista. Que pena!
Euclides Riquetti
17-06-2013
Uma das melhores lembranças que tenho desta cidade, é uma competição esportiva escolar que era realizada anualmente, acontecendo no Ginásio Municipal de Esportes, que mais tarde veio a chamar-se "André Colombo". Ali o esporte acontecia. De segunda a sexta-feira, todos os horários disponíveis das 19 às 23 horas estavam outorgados. Durante o dia, a Escola Básica Prefeito Sílvio Santos o utilizava para as aulas de Educação Física. Nos sábados à tarde destinava-se à EF dos alunos do CNEC e, após estas, aos professores de nossa APROC. Nos domingos pela manhã, escolinhas de futsal. Era movimentadíssimo nosso Ginásio.
No segundo semestre do ano, quando as escolas já tinham trabalhado as modalidades esportivas mais praticadas pelos estudantes, voleibol, handebol e basquetebol, aconteciam os JECOs - Jogos Estudantis de Capinzal e Ouro, que envolviam as escolas Sílvio Santos, Mater Dolorum, Cenec e Belisário Pena. CNEC e Mater levavam vantagem na categoria Juvenil, pois seus alunos eram egressos do Sílvio Santros e de Belisário e, consequentemente, tinham uma idade média maior, mais anos de treinamento. O Sílvio Santos, por ter também ensino noturno, conseguia atletas de porte razoável. Mas estes não tinham o mesmo tempo de treinamento que os do diurno.
No ano em que cheguei, lecionando o Sílvio Santos, deram-me a incumbência de ser Chefe da Torcida, juntamente com a saudosa professora e futura comadre, Ivonete Bazzo. A escola fora bicampeã em torcida e tínhamos a meta de torná-la tri. Tarefa muito difícil, mas aceita como um desafio. Incentivamos os alunos a irem ao Ginásio com roupa verde, cor da escola, criamos gritos de guerra, frases de efeito, adereços, e toda a sorte possível de acessórios. E sabíamos que era uma tarefa muito difícil conquistar o Tri, pois nosso maior rival, o Mater Dolorum estava com os alunos que haviam feito o Primeiro Grau no SS, jogavam muito bem e, na quadra, eram fortíssimos. Fora ali mesmo, naquele ginásio, que aprenderam a jogar, conheciam cada centímetro da mesma.
Soube que os idealizadores dos JECOs teriam sido os próprios alunos da CNEC e outros desportistas da cidade, os quais não eram professores com formação na área. Mas conseguiram implantar um evento que era o mais esperado pelos estudantes durante o ano. Era uma grande motivação a espera pelos JECOs.
Naquele ano, lembro bem que os professores Jerônimo Santanaa/Eluiza Andrioni(Sílvio Santos), Neivo Ceigol (Mater Dolorum e CNEC) e Antônio Carlos Ruiz (Belisário Pena), dirigiam as equipes das escolas. A professora Denize Sartori, na época Bibliotecária era da base de apoio da competição. Os JECOs nasceram pela ideia de professores e alunos da CNEC. Mário Fávero, Amarildo Boff e Renato Caldart foram também alguns dos idealizadores. A rivalidade era grande, grande a disputa na quadra, mas, ao final, distribuída a premiação, com os troféus e medalhas, a comemoração era geral, havia o respeito, as pessoas se conheciam e os abraços selavam a amizade. Mais adiante, vieram também a Escola Frei Crespin, O São Cristóvão, o Alto Alegre e até os alunos do Joaquim D ´Agostini, de Lacerdópolis.
Gastamos a voz e a alma de tanto torcer. Por diversas vezes, eu puxava o nome do jurado, bem alto, como por exemplo: "Alô Ruites Andrioooooni!!!... e os alunos faziam coro, gritando: "Aquele abraaaaaço!!!", como aquela música de sucesso. Depois, eu ia trocando o nome dos jurados e eles secundando. Não deixávamos de torce um único momento, mesmo quando os resultados estavam adversos. Ao final da competição, o sonhado troféu de melhor torcida, nosso Tri. Objetivo da escola alcançado!
Lembro com muita alegria daqueles tempos. À frente, com a mudança de professores e com a mudança de conceitos em relação à Educação Física, os JECOs foram extintos. Dizem que estava aumentando a rivalidade e por isso acabaram com a competição. Uma pena, pois reuniam toda a classe estudantil das duas cidades. Depois disso, tímidos eventos isolados, uma separação que não leva a nada, e as arquibancadas quase vazias...Cidades pequenas fazendo competições isoladas. O próprio Sete de Setembro, comemorado em conjunto, feneceu. Resta-nos lembrar também disso. Mais um elemento a compor nosso acervo saudosista. Que pena!
Euclides Riquetti
17-06-2013
domingo, 16 de junho de 2013
Sonhos prateados
Quando você estiver desolada, sentindo-se diminuída de vez
Quando você estiver injuriada porque não lhe deram o devido valor
Recusaram seu coração, rejeitaram seu infinito amor
Pense que há, em algum lugar, quem ainda esteja rezando por você.
Quando você estiver sem entender o porquê de algumas coisas acontecerem
Quando você estiver desesperançada porque seus projetos pessoais foram frustrados
Olhe para trás e veja que em muitos deles você teve bons resultados
Veja que nem tudo é ouro, mas você pode ainda ter seus sonhos realizados.
Quando você julgar que não tem mais um ombro para se amparar
Quando você estiver com o ânimo abalado, porque julga que tudo está perdido
Imagine quão grande é o mundo e que alguém ainda espera por seu sorriso
E que moveria montanhas apenas para seus lábios beijar.
Então, cuide bem de seus sonhos prateados
Eles ainda a levarão a algum lugar
E você poderá ver, com seus olhos encantados
Que valeu-lhe a pena me esperar!
Euclides Riquetti
15-06-2013
Quando você estiver injuriada porque não lhe deram o devido valor
Recusaram seu coração, rejeitaram seu infinito amor
Pense que há, em algum lugar, quem ainda esteja rezando por você.
Quando você estiver sem entender o porquê de algumas coisas acontecerem
Quando você estiver desesperançada porque seus projetos pessoais foram frustrados
Olhe para trás e veja que em muitos deles você teve bons resultados
Veja que nem tudo é ouro, mas você pode ainda ter seus sonhos realizados.
Quando você julgar que não tem mais um ombro para se amparar
Quando você estiver com o ânimo abalado, porque julga que tudo está perdido
Imagine quão grande é o mundo e que alguém ainda espera por seu sorriso
E que moveria montanhas apenas para seus lábios beijar.
Então, cuide bem de seus sonhos prateados
Eles ainda a levarão a algum lugar
E você poderá ver, com seus olhos encantados
Que valeu-lhe a pena me esperar!
Euclides Riquetti
15-06-2013
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