Eu estava no último ano do antigo Ginásio, em Capinzal, ano de 1968. Ginásio Normal Juçá Barbosa Callado, formava professores para ensinar no Ensino Primário. Meus professores, em sua maioria, eram profissionais liberais. Outros haviam cursado o Segundo Ciclo Secundário, era assim que chamavam o antigo "Normal", hoje Magistério em nível de Ensino Médio.
Uma jovem professora fora contratada para nos ensinar Português. Não havia professores licenciados na cadeira naquela época na cidade. A professora era mais jovem do que a maioria dos alunos, uma vez que boa parte deles havia retomado os estudos com a introdução de uma Ginásio Noturno. Antes disso, apenas o Padre Anchieta e o Mater Dolorum ofereciam o ensino secundário em seus primeiro e segundo ciclos, ambos no período matutino. O início do ensino à noite abriu possibilidades para aqueles que precisavam trabalhar durante o dia. Eu fui um deles.
Acostumado a morder as pontas das canetas esferográficas, (que anos depois o professor Geraldo Feltrin ensinou-me que era uma "ball-point-pen", ou seja, uma caneta com ponta de bola, daí esferográfica), eu ficava com os lábios e a língua sujos de tinta azul. E os dedos da mão direita também. As canetas-tinteiro, então, faziam estragos em mim, inclusive nas roupas. Mas houve um dia daquele mês de março de 1968 em que algo mudou, definitivamente, em minha maneira de ser, e isso resultou no perfil que conservo até hoje: um apaixonado por ler e por escrever!
Minha mente remeteu-me, hoje, ao tempo de minha adolescência, fazendo-me voltar 45 anos atrás, às carteiras de Ginásio, ali onde hoje está nossa majestosa Escola de Educação Básica Belisário Pena. Aos professores João Bronze Filho, Paulo Bragatto Filho, Deoni Maestri, Adelino Frigo, Waldemar Baréa, Iria Flâmia, Holga Brancher, e à jovem e dinâmica Vera Lúcia Bazzo, estreante em ensinar-nos nosso Português.
Falou-nos a Vera da importância de as pessoas escreverem, dizerem o que sentiam, colocar no papel a opinião sobre as coisas e os fatos, escrever histórias. E nos deu um tema para que fizéssemos uma redação, não importando a modalidade, podia ser narração, descrição, dissertação, poesia, desde que dentro do tema indicado.
Peguei uma dupla folha de papel almaço, mentalizei uma história, narrei, descrevi ambientes e personagens, dei um cunho relativamente moral, fiz o bem sobrepor-se ao mal e lasquei-lhe um final feliz! Eu lera muitos livros, fotonovelas, gibis, revistinhas do Walt Disney, gostava de ler. Então encorpei uma espécie de conto utilizando as quatro páginas. Caprichei na letra, coloquei travessões nas interlocuções, respeitei o distanciamento na margem esquerda da página para indicar cada parágrafo, respeitei o traço de uma margem imaginária de uns dois centímetros à direita e três à esquerda, distribuí bem a matéria na página. Ficou bonitinho. Eu nunca entregara uma redação ou trabalho razoavelmente organizado em toda minha vida escolar. Mas, naquele dia, consegui!
Na aula seguinte, a professora foi devolvendo as redações aos alunos, tecendo comentários elogiosos a uns, fazendo observações pertinentes e pontuais a outros, tudo de maneira muito sutil, educada, jeitosa. E, por último, a minha redação. Eu já estava ficando assustado. Era acostumado a ver colegas zoando de mim, não ganhar elogios. ( E nem os merecia...)
"De onde você tirou isso, Euclides?" - "Ih, lá vem bomba de novo, pensei!" - Os colegas olhavam-me e eu estava apreensivo. A professora Vera começou a fazer as observações sobre a organização do meu texto, sobre a verossimilhança que nele havia, pois a história, embora inventada, parecia verdadeira, cativante, atrativa. Ortografia perfeita, pontuação ideal, uma ótima composição, uma nota que eu jamais ganhara na área. Mas, mais do que a nota, foi-me prazeroso ouvir, pela primeira vez, um elogio por algo que eu mesmo criei, que era meu, só meu, defitivivamente meu! E nunca mais parei. Este é meu 500º texto que estou publicando no meu blog. Escrevo porque gosto!
Obrigado, professora Vera!
Euclides Riquetti
05-10-2013
sábado, 5 de outubro de 2013
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
João Libório - o vendedor de bananas
Pessoas podem ocupar generosos espaços em nosso imaginário. E, mesmo que esse espaço seja compactado e armazenado lá no fundo da nossa consciência, é possível que, de um momento para outro, ele nos volte à memória, como se as personagens, os ambientes, os fatos, esteivessem, de novo, desfilando em nossa frente. E, para determinados seres, não importa se a fortuna os contemplou, se seus nomes ocuparam os noticiários ou as páginas dos jornais ou livros de história. Importa, mesmo, é que essas personagens nos tenham deixado boas lembranças e que, quando elas nos voltam, a realidade parece refazer-se e nos trazer a alegria de uma saudosa e maravilhosa lembrança.
É possível viver dignamente, estar bem, ficar bem, continuar bem, ter o carinho dos familiares, amigos e vizinhos, quando se tem a bondade na alma, a simpatia se estampando no semblante, a elegância nos gestos. É possível, sim, marcar a presença na cidade, mesmo sendo um quase que anônimo cidadão, ter a admiração das pessoas, construir uma biografia simples mas recheada de méritos. E o mérito principal ser o de ter vivido e deixado os outros viverem.
Na minha infância, em muitas de minhas tardes e manhãs, eu presenciava a passagem de um cidadão de altura mediana, magro, rosto fino, pele morena (como diria o Dr. Vítor Almeida, cor de cuia!) que, alçando alternadamente nos braços uma cesta de vime, oferecia no comércio, nas casas, ou mesmo para os que andavam despretenciosamente nas ruas, pequenas pencas de bananas, João Libório. Belas e saudosas lembranças de sua fala calma e macia, de seus gestos delicados, da singeleza de seus modos.
(Não, não é preciso ser "poderoso" para cativar ou influenciar os outros. É preciso ter, em si, algo que nos caracterize, que nos dê uma marca, que nos identifique, que faça com que os outros nos percebam...)
Pois o Seu João Libório, com seu nome inteiro, assim, não apenas João, nem apenas Libório, vendia-nos bananas, em pencas com oito, nove, dez, onze bananas, dependendo do tamanho de cada uma delas. Mas pencas que dificilmente tinham seu peso distanciado de 1 Kg. Ora, tinha ele tanto conhecimento de seu afazer, que apenas pelo olhar ou por segurar nas mãos uma das pencas, sabia dizer exatamente o seu peso, nem prcisava usar de uma balança para verificar isso. Ninguém duvidava dele. E vendia uma cestinha de bananas pela manhã e outra à tarde. Apanhava-as em dois pontos de abastecimento: o Depósito de Bananas do Augusto Hoch ou a Bodega do tio Adelino Casara, em Capinzal. Saía à rua e já tinha os fregueses certos. E, ainda, havia os colonos que estavam a visitar a cidade nas bandas do Ouro ou do Capinzal, e que compravam uma, até duas pencas, para levar para casa. Não era uma fruta rara, mas na época tudo era difícil, não havia os supermercados, os sacolões, como há hoje, onde pudesse ser comprada.
E, nesta manhã, ao acordar bem cedo, não sei se para sugerir-me o escrever de uma crônica, não sei realmente por qual motivo, mas algo me trouxe à tona a imagem do João Libório. De origem simples e humilde, um homem honesto, um pai zeloso, um cidadão exemplar, nunca teve telefone, provavelmente não teve aparelho de tevê em casa, jamais imaginou que pudesse ter um carro... Mas nunca perdeu sua credibilide, jamais deixamos de confiar na decência e seriedade com que nossa personagem levava a vida e nos deixava bons exemplos, dentre eles o de como tratar bem as pessoas com quem convivemos ou com que nos relacionamos!
Minha homenagem ao João Libório, de cujos descendentes não tenho nenhuma notícia, mas que devem estar por aí vivendo honrosamente como ele viveu.
Euclides Riquetti
04-10-2013
É possível viver dignamente, estar bem, ficar bem, continuar bem, ter o carinho dos familiares, amigos e vizinhos, quando se tem a bondade na alma, a simpatia se estampando no semblante, a elegância nos gestos. É possível, sim, marcar a presença na cidade, mesmo sendo um quase que anônimo cidadão, ter a admiração das pessoas, construir uma biografia simples mas recheada de méritos. E o mérito principal ser o de ter vivido e deixado os outros viverem.
Na minha infância, em muitas de minhas tardes e manhãs, eu presenciava a passagem de um cidadão de altura mediana, magro, rosto fino, pele morena (como diria o Dr. Vítor Almeida, cor de cuia!) que, alçando alternadamente nos braços uma cesta de vime, oferecia no comércio, nas casas, ou mesmo para os que andavam despretenciosamente nas ruas, pequenas pencas de bananas, João Libório. Belas e saudosas lembranças de sua fala calma e macia, de seus gestos delicados, da singeleza de seus modos.
(Não, não é preciso ser "poderoso" para cativar ou influenciar os outros. É preciso ter, em si, algo que nos caracterize, que nos dê uma marca, que nos identifique, que faça com que os outros nos percebam...)
Pois o Seu João Libório, com seu nome inteiro, assim, não apenas João, nem apenas Libório, vendia-nos bananas, em pencas com oito, nove, dez, onze bananas, dependendo do tamanho de cada uma delas. Mas pencas que dificilmente tinham seu peso distanciado de 1 Kg. Ora, tinha ele tanto conhecimento de seu afazer, que apenas pelo olhar ou por segurar nas mãos uma das pencas, sabia dizer exatamente o seu peso, nem prcisava usar de uma balança para verificar isso. Ninguém duvidava dele. E vendia uma cestinha de bananas pela manhã e outra à tarde. Apanhava-as em dois pontos de abastecimento: o Depósito de Bananas do Augusto Hoch ou a Bodega do tio Adelino Casara, em Capinzal. Saía à rua e já tinha os fregueses certos. E, ainda, havia os colonos que estavam a visitar a cidade nas bandas do Ouro ou do Capinzal, e que compravam uma, até duas pencas, para levar para casa. Não era uma fruta rara, mas na época tudo era difícil, não havia os supermercados, os sacolões, como há hoje, onde pudesse ser comprada.
E, nesta manhã, ao acordar bem cedo, não sei se para sugerir-me o escrever de uma crônica, não sei realmente por qual motivo, mas algo me trouxe à tona a imagem do João Libório. De origem simples e humilde, um homem honesto, um pai zeloso, um cidadão exemplar, nunca teve telefone, provavelmente não teve aparelho de tevê em casa, jamais imaginou que pudesse ter um carro... Mas nunca perdeu sua credibilide, jamais deixamos de confiar na decência e seriedade com que nossa personagem levava a vida e nos deixava bons exemplos, dentre eles o de como tratar bem as pessoas com quem convivemos ou com que nos relacionamos!
Minha homenagem ao João Libório, de cujos descendentes não tenho nenhuma notícia, mas que devem estar por aí vivendo honrosamente como ele viveu.
Euclides Riquetti
04-10-2013
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
Um eterno poema!
O mundo é uma grande tenda
Que nos cobre com um manto sagrado
É é bem mais do que uma antiga lenda
Mais que um planeta bem desenhado.
O mundo não é uma convenção de gentes
Nem uma cadeia de montanhas
Em que há lugar para crentes e descrentes
Há muitos caminhos em suas entranhas.
E onde quer que nele estejamos
Sempre estaremos em sintonia
Pode estar perto quem nós procuramos
Junto de nós ao curso do dia.
Nossas histórias, cidades e costumes
Tudo envolto num grande sistema
Há os dias de sol, e há noites de negrume
Mas será sempre um eterno poema!
Euclides Riquetti
03-10-2013
Que nos cobre com um manto sagrado
É é bem mais do que uma antiga lenda
Mais que um planeta bem desenhado.
O mundo não é uma convenção de gentes
Nem uma cadeia de montanhas
Em que há lugar para crentes e descrentes
Há muitos caminhos em suas entranhas.
E onde quer que nele estejamos
Sempre estaremos em sintonia
Pode estar perto quem nós procuramos
Junto de nós ao curso do dia.
Nossas histórias, cidades e costumes
Tudo envolto num grande sistema
Há os dias de sol, e há noites de negrume
Mas será sempre um eterno poema!
Euclides Riquetti
03-10-2013
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
Andando pela cidade - uma reflexão
Enquanto lavavam meu carro num posto de serviços aqui da Vila Pedrini, em Joaçaba, aproveitei para fazer uma caminhada pelas ruas adjacentes. Andei por mais de uma hora e pude curtir a alegria de um fim de tarde com a temperatura amena, até um sol delicioso nos acariciou a pele neste dia. Passei, em dado momento, defronte uma escola, Passos Maia, que foi desativada e que até foi invadida, recentemente, por um casal que não tinha onde morar. Isso me remeteu a observar melhor todo o ambiente.
No pátio abandonado, uma quadra de esportes e um campinho com gramado, o mato crescendo. Lembrei-me de quando morava em União da Vitória e, numa tarde de domingo, fui com umas crianças jogar uma bolinha no PREMEN e, tão logo adentramos à quadra, vieram lá e nos expulsaram: um bem público, ocioso, e lá, intocável... Que decepção!
Adiante, o Ginásio de Esportes Ivo Silveira, o Silveirão, palco de tantas emoções dos desportistas joaçabenses: vai ser demolido, dizem que está fora dos padrões para a prática do esporte, que é mais barato demolir e fazer um novo do que recuperar. Lembrei-me que, em Lages, vão recuperar um Silveirão com a mesma idade ao custo de R$ 200.000,00. Do mesmo tamanho. Lá o padrão serve, aqui...
Caminhei pelo gramado do Estádio Oscar Rodrigues da Nova, que pretendem desativar também. Olhei para aquelas arquibancadas de alvenaria, para as cabines de rádio, para a cobertura das arquibancadas, pisei o gramado que foi tapete para os pés do Glorioso "Doutor Sócrates" num amistoso do Joaçaba com o Santos, uma vez, e onde joguei bola contra ex-craques do JAC como Juarez, Bahiano, Valmir, Edinho e outros, e fiquei pensando: "Querem demolir. Quanto custou para que isso fosse construído?"
Gente que diz pensar no futuro e que, VERGONHOSAMENTE, fala que quem gosta de história e coisa velha é museu, está fora da realidade histórica e contextual. Pode conquistar todas as medalhas que puder, pode tirar fotografia de sua equipe e por no jornal, na internet, onde quiser, mas para mim tem um conceito, uma definição, como dizem os dois Vilson Duarte lá do Ouro: "É um pranada", ou seja, um sujeito que não serve "para nada"! Egocentismo puro, lamentavelmente.
Adiante, vejo mais um campo de futebol tomado pelo mato. Encontro um amigo, o conterrâneo Dirceu Bazzo, advogado, pergunto se é área pública ou privada, diz-me que é particular... Fico pensando: Não jogam mais bola? Será que o esporte popular, comum, jogado nos campinhos, não tem mais lugar? Será que foi substituído pelos de computador, pela internet, pelo celular? Então, tanto áreas públicas como particulares ali passivas, adubando o mato!
Ah, acho que estou mesmo "por fora" da nova realidade das coisas, devo ser muito careta. Estou inserido no meio digital, tenho facebook, blog, e-mail, escrevo minha coluna "Do Alto da Cidade", aqui no Jornal Cidadela, em Joaçaba, leio jornais impressos e revistas, escrevo poemas, crônicas, tenho sentimentos e emoções e, por ser saudosista, então, minhas ideias e pensamentos deveriam ir "para um museu?"
Como é triste ver que muitas pessoas, que ainda não conseguiram por sobre si o verniz da maturudade, possam achar que elas estão certas e que os outros estão errados! Bem, pelo menos a caminhada valeu para mim, pois também reencontrei o Tito Sartori,( irmão do Hermes de saudosa memória, dos "doutores em motores", ) marido da antiga vizinha Angelina Masson, caminhando nas margens do Rio Tigre, apenas para manter a forma e curtir a vida saudável. Feliz, diz-me que parou, definitivamente, de trabalhar. Sua oficina, agora, está adaptada para as festas da família e dos amigos, ali perto do Estádio.
Minhas caminhadas, por todos os lugares, me permitem ver pessoas, sentir mais de perto o que elas pensam, reencontrar conterrâneos e fazer novos amigos. Até me permitem reformular conceitos. Mas, há alguns, bem arraigados, de que não abro mão: a história e os costumes fazem parte da condição humana e não podem, jamais, serem relegados a segundo plano.
Euclides Riquetti
02-10-2013
No pátio abandonado, uma quadra de esportes e um campinho com gramado, o mato crescendo. Lembrei-me de quando morava em União da Vitória e, numa tarde de domingo, fui com umas crianças jogar uma bolinha no PREMEN e, tão logo adentramos à quadra, vieram lá e nos expulsaram: um bem público, ocioso, e lá, intocável... Que decepção!
Adiante, o Ginásio de Esportes Ivo Silveira, o Silveirão, palco de tantas emoções dos desportistas joaçabenses: vai ser demolido, dizem que está fora dos padrões para a prática do esporte, que é mais barato demolir e fazer um novo do que recuperar. Lembrei-me que, em Lages, vão recuperar um Silveirão com a mesma idade ao custo de R$ 200.000,00. Do mesmo tamanho. Lá o padrão serve, aqui...
Caminhei pelo gramado do Estádio Oscar Rodrigues da Nova, que pretendem desativar também. Olhei para aquelas arquibancadas de alvenaria, para as cabines de rádio, para a cobertura das arquibancadas, pisei o gramado que foi tapete para os pés do Glorioso "Doutor Sócrates" num amistoso do Joaçaba com o Santos, uma vez, e onde joguei bola contra ex-craques do JAC como Juarez, Bahiano, Valmir, Edinho e outros, e fiquei pensando: "Querem demolir. Quanto custou para que isso fosse construído?"
Gente que diz pensar no futuro e que, VERGONHOSAMENTE, fala que quem gosta de história e coisa velha é museu, está fora da realidade histórica e contextual. Pode conquistar todas as medalhas que puder, pode tirar fotografia de sua equipe e por no jornal, na internet, onde quiser, mas para mim tem um conceito, uma definição, como dizem os dois Vilson Duarte lá do Ouro: "É um pranada", ou seja, um sujeito que não serve "para nada"! Egocentismo puro, lamentavelmente.
Adiante, vejo mais um campo de futebol tomado pelo mato. Encontro um amigo, o conterrâneo Dirceu Bazzo, advogado, pergunto se é área pública ou privada, diz-me que é particular... Fico pensando: Não jogam mais bola? Será que o esporte popular, comum, jogado nos campinhos, não tem mais lugar? Será que foi substituído pelos de computador, pela internet, pelo celular? Então, tanto áreas públicas como particulares ali passivas, adubando o mato!
Ah, acho que estou mesmo "por fora" da nova realidade das coisas, devo ser muito careta. Estou inserido no meio digital, tenho facebook, blog, e-mail, escrevo minha coluna "Do Alto da Cidade", aqui no Jornal Cidadela, em Joaçaba, leio jornais impressos e revistas, escrevo poemas, crônicas, tenho sentimentos e emoções e, por ser saudosista, então, minhas ideias e pensamentos deveriam ir "para um museu?"
Como é triste ver que muitas pessoas, que ainda não conseguiram por sobre si o verniz da maturudade, possam achar que elas estão certas e que os outros estão errados! Bem, pelo menos a caminhada valeu para mim, pois também reencontrei o Tito Sartori,( irmão do Hermes de saudosa memória, dos "doutores em motores", ) marido da antiga vizinha Angelina Masson, caminhando nas margens do Rio Tigre, apenas para manter a forma e curtir a vida saudável. Feliz, diz-me que parou, definitivamente, de trabalhar. Sua oficina, agora, está adaptada para as festas da família e dos amigos, ali perto do Estádio.
Minhas caminhadas, por todos os lugares, me permitem ver pessoas, sentir mais de perto o que elas pensam, reencontrar conterrâneos e fazer novos amigos. Até me permitem reformular conceitos. Mas, há alguns, bem arraigados, de que não abro mão: a história e os costumes fazem parte da condição humana e não podem, jamais, serem relegados a segundo plano.
Euclides Riquetti
02-10-2013
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Menino matreiro
Corre pra lá
Vira pra cá
Pula que pula
Volta a pular
Criança marota
Criança feliz
Adora nas plantas
Fazer seu xixi.
Sobe que sobe
Desce que desce
A noite vem logo
O céu escurece
Sorri como o sol
Sorriso matreiro
Mordendo o lençol
E o seu travesseiro.
Canta que canta
Cantigas de roda
Se finge de santa
Criança dengosa
Me conte piada
Me conte menino
Você vai traçando
Seu jeito ladino.
Dorme que dorme
Bonito menino
Come que come
Vagar, vagarinho
Você é o anjo
Que me faz feliz
Você é o sonho
Que eu construí!
(Composta quando o Fabrício
tinha 8 anos)
Euclides Riquetti
09-03-1995
Vira pra cá
Pula que pula
Volta a pular
Criança marota
Criança feliz
Adora nas plantas
Fazer seu xixi.
Sobe que sobe
Desce que desce
A noite vem logo
O céu escurece
Sorri como o sol
Sorriso matreiro
Mordendo o lençol
E o seu travesseiro.
Canta que canta
Cantigas de roda
Se finge de santa
Criança dengosa
Me conte piada
Me conte menino
Você vai traçando
Seu jeito ladino.
Dorme que dorme
Bonito menino
Come que come
Vagar, vagarinho
Você é o anjo
Que me faz feliz
Você é o sonho
Que eu construí!
(Composta quando o Fabrício
tinha 8 anos)
Euclides Riquetti
09-03-1995
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Escrever: viver, sentir, sonhar...
Pouco me importo com coisas banais
Porque a vida não me permite perda de tempo
Gosto de expressar meus sentimentos
Escrever poemas e lançá-los ao vento
Mostrá-los a todos, dizer dos meus ais!
Gosto de escrever crônicas, brincar com a escrita
Jogar palavras no papel, articular meus textos
(Rejeito alguns temas pois não tenho cabrestos
Recuso se quiser, tenho lá meus pretextos)
Escrevo pra gente que, ao ler, se sente bonita.
Sim, escrevendo eu me deleito e posso deleitar!
Compor é uma arte que me dá satisfação
Escrevo com alegria e desmedida paixão
Enquanto dou asas a minha imaginação
Ajudo a viver, a sentir, e sonhar, sonhar!...
Euclides Riquetti
30-09-2013
Porque a vida não me permite perda de tempo
Gosto de expressar meus sentimentos
Escrever poemas e lançá-los ao vento
Mostrá-los a todos, dizer dos meus ais!
Gosto de escrever crônicas, brincar com a escrita
Jogar palavras no papel, articular meus textos
(Rejeito alguns temas pois não tenho cabrestos
Recuso se quiser, tenho lá meus pretextos)
Escrevo pra gente que, ao ler, se sente bonita.
Sim, escrevendo eu me deleito e posso deleitar!
Compor é uma arte que me dá satisfação
Escrevo com alegria e desmedida paixão
Enquanto dou asas a minha imaginação
Ajudo a viver, a sentir, e sonhar, sonhar!...
Euclides Riquetti
30-09-2013
domingo, 29 de setembro de 2013
Eu queria que o sol brilhasse
Eu queria que o sol brilhasse (todos os dias)
Principalmente nas manhãs e tardes de inverno
E que no verão, inclemente e severo
Fosse mais ameno, nos desse alegria
E também o ânimo por que eu tanto espero.
Eu queria que o sol nos cobrisse com seus raios dourados
Para que pudéssemos andar pelas ruas distribuindo sorrisos
E que todos ficassem contentes por serem escolhidos
A andar pelas calçadas com os braços enlaçados
Nos caminhos traçados neste meu paraíso.
Mas tem sido turbulenta nossa primavera
Turbulenta nas intempéries e nas almas fragilizadas
Tem sido a expectativa simplesmente frustrada
E não a dos dias que há muito se espera
De ver a estação das flores definitivamente chegada.
Ah, eu queria, sim, que o sol brilhasse
E que por aqui ficasse para nos acalentar.
Trazendo de Deus sua energia estelar.
Que viesse, nos aquecesse e nos animasse
Viesse radiante, brilhante, para nos confortar...
Euclides Riquetti
29-09-2013
Principalmente nas manhãs e tardes de inverno
E que no verão, inclemente e severo
Fosse mais ameno, nos desse alegria
E também o ânimo por que eu tanto espero.
Eu queria que o sol nos cobrisse com seus raios dourados
Para que pudéssemos andar pelas ruas distribuindo sorrisos
E que todos ficassem contentes por serem escolhidos
A andar pelas calçadas com os braços enlaçados
Nos caminhos traçados neste meu paraíso.
Mas tem sido turbulenta nossa primavera
Turbulenta nas intempéries e nas almas fragilizadas
Tem sido a expectativa simplesmente frustrada
E não a dos dias que há muito se espera
De ver a estação das flores definitivamente chegada.
Ah, eu queria, sim, que o sol brilhasse
E que por aqui ficasse para nos acalentar.
Trazendo de Deus sua energia estelar.
Que viesse, nos aquecesse e nos animasse
Viesse radiante, brilhante, para nos confortar...
Euclides Riquetti
29-09-2013
Assinar:
Postagens (Atom)