A perda de
Antônio Delfin Netto
– Com seu falecimento na segunda cedo, aos 96 anos, Delfin Netto, o mais jovem economista a se
tornar nosso Ministro da fazenda, é uma referência como professor e gestor. Também
foi Ministro do Planejamento e da Agricultura. Foi durante o Governo Militar
que ele deus as diretrizes para nosso desenvolvimento econômico. Até os
adversários costumavam elogiar a sua desenvoltura e a firmeza em suas opiniões
sobre as questões da nossa economia. Conheci-o, há alguns anos, quando ele veio
palestrar no auditório Afonso Dresch, aqui a Unoesc de Joaçaba. Lúcido, inteligente,
respeitado, incontestável! Influenciador em governos de direita e esquerda,
muitas vezes criticado, mas nunca igualado. Sua biblioteca particular era
composta por mais de 100.000 livros e 80.000 revistas.
Sob a sua
condução, o Brasil cresceu muito naquilo que classificam como “Milagre
Brasileiro”. Sobre isso, falou:
“Nunca houve milagre. Milagre é
efeito sem causa. É de uma tolice imaginar que o Brasil cresceu durante 32 anos
seguidos, começando na verdade em 1950, a 7,5% ao ano, por milagre”. Ainda: É preciso "fazer o bolo crescer,
para depois dividi-lo", defendendo que primeiro era necessário impulsionar
o PIB para depois dividir a riqueza entre a população. Esta última etapa não
aconteceu… -
Sobre a política e a administração no Brasil: “Nós não temos competência para
acabar com o Brasil. O Brasil vai sobreviver a todas as bobagens que nós
fizermos”.
O Brasil fracassou nas Olimpíadas de Paris –
As olimpíadas de 2024 foram uma decepção para os torcedores brasileiros. No
futebol masculino, nem fomos classificados a participar. Em algumas
modalidades, como o Vôlei masculino, nada de pódio. Na realidade, salvos por
mulheres, que fizeram, no geral, mais bonito do que os homens.
Nós somos
apaixonados por esportes, compensamos com ele nossas frustrações e perdas. Mas
a realidade nos mostra que a evolução nos outros países é maior do que no
Brasil. Não se pode dizer que os atletas não se esforçaram o bastante. Mas, se
queremos resultados, precisamos melhorar as condições de treinamento e
estabelecermos metas a serem conquistadas. Enquanto o futebol domina a imprensa
e os investimentos, não temos praticamente competições de alto nível no Brasil.
Tanto é verdade que os atletas que conseguem algum patrocínio, precisam treinar em outros países
para melhorarem seu desempenho. Em Paris, conquistamos menos medalhas do que
há quatro anos, em Tóquio.
O crescimento de
nível viria se, em vez de terem a si mesmos como adversários nos treinos,
tivessem atletas de outros países contra quem competir.
Continua a confusão na Venezuela – A bagunça instalada na Venezuela
em razão da contestação dos resultados das eleições naquele país está cada vez
maior e o Presidente Auto- Declarado, Nicolás Maduro, continua firme e
repressor em sua condição política e como autoridade. Amparado pelo Sistema
Judiciário e pelos militares, Maduro manda e desmanda, fazendo prender seus
adversários e até hoje as atas das urnas, que equivalem aos nossos boletins de
urnas, não foram publicados. As evidências, segundo jornalistas de dezenas de
países, são de que houve fraude nas eleições e que o opositor Edmundo Gonzalez
é que teria sido eleito, com mais de 70 por cento dos votos.
O Brasil, por
seu Presidente Lula e seu assessor especial Celso Amorim, tem declarado que não
vai reconhecer a vitória do Presidente se não receber as atas com os resultados
de cada urna. A história vai longa e promete se estender. Muitas notícias
faltas estão jogadas na mídia e o certo é de que Maduro continua imperando em
sua condição de ditador por lá. Enquanto isso, os venezuelanos sofrendo em
razão da fraqueza da sua economia, com altas de preços dos alimentos, do custo
de vida em geral, e sem perspectivas de uma solução. Lula está se recusando a
reconhecer a vitória de Maduro por pressão de seus próprios assessores, que já
entenderam o tamanho do desgaste do Governo Brasileiro, pelo fato de Lula ser
amigo daquele ditador. Setores da imprensa brasileira, tenazes defensores das
posições de Lula, já estão criticando-o pela sua demora em tomar uma posição em
favor do povo venezuelano.
O desastre aéreo
de Vinhedo – O avião
que saiu de Cascavel, Paraná, e caiu um Vinhedo, São Paulo, quando 62 pessoas
perderam a vida, sendo 4 tripulantes e 58 passageiros, de fabricação francesa,
mesmo tendo passado em manutenção recentemente, não era mais uma nave segura.
As opiniões de alguns especialistas, e as estatísticas sobre quedas de unidades
em diversos lugares do mundo, desacreditam a empresa proprietária e o
fabricante. Sonhos de 62 pessoas desfeitos em um minuto! Algumas das vítimas
são conhecidas de meus parentes que moram em Cascavel.
Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com
Publicado no Jornal Cidadela - Joaçaba SC
Em 15-08-2024