sábado, 11 de janeiro de 2025

Meu lado bem Paraná

 


 


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União da Vitória - PR

Meu lado bem Paraná

Eu tenho dentro de mim um lado bem Paraná
E sei bem quando angariei, sei bem como aconteceu
Foi algo que não morreu, de quando morei por lá
E ficou dentro de mim esse meu lado Paraná!

Ficou dentro de minha alma, gravou-se  na minha  memória
Misturou-se com meu sangue o vinho que fui tomar
Não me esqueço dos bons tempos ali em União da Vitória
E dos amigos que fiz, quando ali  fui estudar.

Pesquei no Rio Iguaçu, nadei em suas águas brandas
Li poemas do Furlani e os romances do Zé  Cleto
Tive aulas com Nelson Sicuro, professor naquelas bandas
E com o Geraldo Feltrin aprendi um  Inglês esperto.

Agora,  depois de décadas,  ali volto em meu pensamento
Pras dragas retirando areia e no fundo a verde paisagen
Lembranças da ponte do arco que resta  através do tempo
Do Cristo no alto do morro, protegendo a bela cidade.

Dos poetas herdei a veia que me tornou compositor
Com os colegas da Fafi eu aprendi a me portar
Nas danças dos domingos à tarde eu fui encontrar o amor
E tornei-me um verdadeiro Bicho do Paraná!

Euclides Riquetti

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MÃE

 





Homenageando, nesta data, minha querida e saudosa mãe Dorvalina Adélia Baretta Riquetti pelos 25 anos de seu falecimento




Mãe - das dadivosas mãos, mãe
Mãe - das caridosas bênçãos, mãe.

Mãe dos filhos gerados e amados
Mãe dos filhos cuidados e guiados.

Mãe - da vida dedicada, mãe
Mãe - da lida abnegada, mãe.

Mãe das manhãs azuis, esperançosas
Mãe das noites negras e chorosas.

Mãe - do filho perfeito e bem nascido
Mãe - do sagrado leito ali estendido.

Mãe do olhar bondoso mas austero
Mãe do falar que assusta mas sincero.

Mãe - do amor em plena difusão
Mãe - da flor, da alma e coração.

Mães são apenas mães:
Não dependem de elogios
Não dependem de flores
Não esperam por presentes.

Apenas rezam por seus filhos.
E eu rezo por elas.

Felicidades a todas as mães:
À minha, à tua, às mães das outras mães.

Euclides Riquetti
11-01-2025

Saudades de minha mãe , 25 anos depois!

 


 


       
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            Minha mãe, que faleceu em 11 de janeiro de 2000, e fazia aniversário no dia 11 de agosto. No dia 07 de agosto, era o aniversário de meu pai. De ambos tenho muitas saudades...

           Saudades, dá saudades, sim...  Sempre! É tudo como se fosse ontem, como se o tempo não tivesse passado, como se nada houvesse mudado. Sentimentos reais e verdadeiros são permanentes, eternos, não fugazes. Sentimentos, laços de família, são a expressão do amor mais singelo e verdadeiro, aquele que não se apaga, não se extingue, não se deixa abalar.

         Saudades, dá saudades, sim... Porque quem amou e foi amado não esquece nunca. Não importa se foi uma vida de facilidades ou dificuldades. Não importa que os dias tenham sido diferentes, que em alguns tenham havido tempestades ou alegrias... Importa, sim, é que tenham sido vividos com intensidade, que tenha havido o respeito mútuo, o amor mútuo. Importa, sim, que a memória nos compila a irmos em busca das lembranças que estão escondidas em nosso ideário. Importa que tenhamos a condição de perceber que um dia eles foram importantes e que isso não se extingue. Importa que guardemos em nosso coração uma elevada gama de carinho para podermos expressar nosso afeto para com eles. E, minha maneira de homenageá-los é reviver os sentimentos e lembrar dos bons momentos. E, sempre que possível, manifestar-me aqui, dividindo com meus leitores minha sensibilidade.

          Saudades de minha mãe Dorvalina. Saudades de meu pai, Guerino!
Ainda sinto, hoje, vontade de chorar...

Euclides Riquetti
11-01-2025

Tu me inspiras

 


 


 



 

Sou teu fã e tu me inspiras

Fico em ti muito inspirado

A compor-te mais um poema 

Imaginando-te numa bela cena

Em meio a meus anjos alados:

Sou teu fã e tu me inspiras!


Ah, muita inspiração presente

Sonhos que viajam pelo céu

Vão ao encontro de teu rosto

Belo e formoso a meu gosto

Mesmo que se cubra em véu

Ah, divina inspiração presente!


Ah, inspiração, por que somes?

E demoras tanto para voltar

Tu bem sabes que sendo teu fã

Minha mente precisa estar sã

Para sempre te sentir e abraçar

Então, amor, por que somes?


Euclides Riquetti

Num lago azulado





Imagino-a num lago azulado
Cercado
Por altos cedros e pinheiros
Por imbuias e caneleiras
Por perfumosas pitangueiras
Cerejeiras e pessegueiros.

Um lago azul com peixinhos dourados
Peixes grande e pintados.
E, em seu redor
Uma clara faixa de areia
Onde repousa você, bela sereia
Numa visão pitoresca:
Uma mulher animal, emergida da água fresca.

Aventuro-me a buscar os seus encantos
E ouvir os seus afinados cantos
Enquanto você  repousa
Escrevo versos na lousa.

Ouso atraí-la com um assobio breve
Tímido, cínico, mas respeitoso.
Quero ser seu príncipe carinhoso
E passar minha mão, de leve
Sobre seus ombros adoráveis
Elegantes
Estonteantes
Saudáveis.

Apenas isso:
Admirar você deitada na areia
Em seu corpo de sereia
Às margens de um lago azulado!

Euclides Riquetti

Pegue de volta seu sorriso franco

 






Pegue de volta seu sorriso franco
Aquele bonito com que você sorria
Aquele que era um sorriso e tanto
Que melhorava todo o nosso dia.

Pegue de volta porque você precisa
O seu sorriso lindo que me contagia
E dance comigo uma valsa antiga
Vamos viver toda nossa alegria.

Pegue de volta e vem sorrir pra vida
Dar cambalhotas, pular de contente
Sem mais tristeza e sem despedidas
Viver cantando e a sorrir somente.

Pegue de volta o seu sorriso leve
Nada de choro,  nada de tristeza
Não perca tempo nesta vida breve
Volte a sorrir com toda a realeza!

Euclides Riquetti

No porto do sol

 



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No porto do sol, pisando nas areias brancas
Olhando para o mar das ondas espumantes
Imaginando os prazeres mais eletrizantes
Componho poemas para as almas santas.

No porto dos desejos, dos sonhos projetados
Vejo,  nas sombras, a sua silhueta desenhada
Enquanto, nas estrelas,  na noite enluarada
Navega, pelo infinito, a paixão exacerbada.

Despem-se os pensamentos que se embalam
Na manhã azul, da inspiração derradeira
Em que as palavras brotam e se propagam.

E que,  em cada porto, em cada ancoradouro
Eu lá possa encontrar minha  musa verdadeira
Com seu sorriso bonito, divino, e duradouro.

Euclides Riquetti

Pedi pra garça

 



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Pedi pra garça levar meu recado
De menino travesso
De menino apaixonado
E entregar pra gaivota
Que bronzeia suas costas
Na beira do mar...

Pedi pra garça que lhe dissesse
Que em alguma cidade
Há alguém que não a esquece
Que a ama de coração
Que reza por ela com devoção
Em algum lugar...

E a garça cumpriu com a missão:
Levou o poema do poeta
Para alojar em seu coração!
E o recado mandado
Pelo romântico enamorado
Se espalhou pelo ar.

E todo mundo viu
Todo mundo percebeu
E todo mundo sentiu
Que um poeta louco
Quer pelo menos um pouco
Seus lábios beijar!

Euclides Riquetti

Obrigado por me amar

 





Obrigado por me amar, por dizer que me quer
Obrigado por me deixar feliz, ser um sonhador
Obrigado por dizer que também quer meu amor
Que estará comigo quando nossa velhice vier!

Obrigado por me escrever palavras sedutoras
Obrigado por olhar o céu nas noites estreladas
Obrigado por tornar as manhãs encantadoras
E fazer com que as tardes sejam abençoadas!

Obrigado por me amar, me desejar, me querer
Obrigado por tudo o que você ainda me fizer
Obrigado por me inspirar a criar e a escrever.

Agradeço a Deus pelo amor que você me deu
Agradeço por seus beijos e afagos  de mulher
Agradeço por eu ter você e eu poder ser seu!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Uma chuvinha fresca

 


 


 




Uma chuvinha  fresca caiu na tarde quente

E colocou tudo em seu devido lugar

Só não apagou as mágoas da gente

Nem reduziu os conflitos que se sente

Nem me permitiu acalmar-me para ninar!


Foi uma chuvinha tristemente silenciosa

Que parecia estar com medo de cair

Molhou a roseira da rosa mais formosa

Animou as folhas da dália branca, cheirosa

Fez até a flor amarela do hibisco sorrir!


Ah, chuva da tardinha que veio abençoada

Que vai tornar minha noite muito mais amena

Que lavou os pecados da alma manchada

E confortou-me da tristeza ora alojada

Para devolver-me a alegria mais serena!


Euclides Riquetti

Nunca deixe um amor morrer... (um amor de verdade!)

 




Nunca deixe um amor morrer
Nem tire da flor a sua candura
Procure sempre compreender
Laços de carinho e de ternura.

Nunca mate uma esperança
Nem feche as portas já abertas
Nunca troque a boa lembrança
Por estradas rudes e incertas.

Não abandone jamais a razão
E nem renuncie à realidade
Os problemas do seu coração
Precisam de afeto de verdade.

Haverá sempre um horizonte
Um céu azul, um sol brilhante
Alguém que sempre lhe aponte
Um caminho nunca distante.

A vida não precisará seguir
Uma lógica certa e definitiva
Quererei de você sempre ouvir
Palavras de amor e de vida!

Euclides Riquetti

Amo vocês incondicionalmente

 


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Amo vocês incondicionalmente
Amo sobre tudo e sobre todas as coisas
Amo vocês indubitavelmente
Em todos os dias e em todas as noites!

Amo vocês pelo que vocês são
Amo em todos os anos e em todos os meses
Amo de alma, amo de coração
Em todos os lugares, mil mais mil vezes!

Amo vocês apenas porque amo
Amo vocês porque amar me faz sentir bem
Amo sempre que nos encontramos
Em todas as situações difíceis também!

Amo vocês e continuarei amar
Amo na alegria e nos momentos de dor
Amo como o céu, a natureza e o ar
Em todos os instantes dar-lhes-ei amor!

Fiquem bem!

Se eu soubesse pintar...

 

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Se eu soubesse pintar
Começaria pelo teu rosto contente
Pincelaria teu corpo envolvente
Poria vermelho nas unhas de  teus pés...

Se eu pudesse pintar
Pintar-te-ia com roupas pretas
Que te tornam bonita, atraente
Que te deixam morena fascinante...

Se eu soubesse pintar
Pintar-te-ia como és:
Com toda a tua exuberância
Com tua beleza e elegância.

Se eu pudesse pintar
Pintaria teu rosto com tinta clara
Cor da primavera que chegara
E o próprio verão cobrir-te-ia com verniz...

Mas,  todo o teu corpo
Idealizado, desejado
Eu jamais conseguiria concretizar!
Não eu, nem outro:
Ninguém conceberia o ideal de tua perfeição...

Mas teu beijo
Sensual, gostoso, (ardoroso?)
Eu levaria!
Tuas palavras
Doces, amáveis, (adoráveis?)
Eu também as levaria!

E teus olhos fugidios teriam que fitar os meus e dizer:
"Eu te amo!"

Euclides Riquetti

Oração às crianças

 


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Crianças nos fazem felizes porque são crianças
Crianças nos dizem coisas que nos encantam
Crianças filhas de mães dignas, dóceis e santas
Crianças que nós amamos, lindas crianças!

A criança  torna o mundo muito mais feliz
Porque em cada olhar desperta ternura
Porque em cada rosto há carinho e doçura
Há amor em seus gestos e em tudo o que diz.

Deus, abençoe as crianças que cantam,  faceiras
E também as que buscam o pão pra comer
E aquelas sem pais e sem lar pra viver.

Proteja as que passam frio nas noites de inverno
E as que rezam, esperançosas, pelo Pai Eterno.
Abençoe, Meu Deus,  as crianças brasileiras!

Euclides Riquetti

Quero te dar flores singelas

 





Quero te dar flores singelas
Com seus perfumes naturais
Flores do campo, amarelas
Não há no mundo outras tais.

Flores amarelas com doçura
Para ti, e teu encantamento
Flores com toda a candura
Para atiçar teu pensamento.

Quero te dar um bom maceto
Daquelas lindas florinhas
Ou talvez apenas um terceto
Só três flores amarelinhas...

Em troca quero teus carinhos
Os quais só tu podes me dar
Sentir teu aroma e cheirinho
De mulher que sabe me amar.

Quero te fazer os meus poemas
Românticos, líricos, rimados
Poemas com olor de alfazema
E sentir os teus lábios rosados!

Euclides Riquetti

Raios de Sol

 



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Raios de sol propulsionam pensamentos
Que flutuam no firmamento
Que pairam na leveza do ar
A vagar,  divagar,  de vagar.

Raios de sol incitam anseios  remotos
Escondidos nas mentes e corpos
Que andam a esmo nas ruas
Com as almas frias,  nuas.

Raios de sol são a vitamina do poeta
São a adrenalina discreta
Que movem o ideal compositor
E que fazem de mim um mero escritor.

Escrevo, sim, porque no céu há azul e sol brilhante
Escrevo, sim, porque sou apenas um corpo errante
Mas tenho uma alma que me inspira e impulsiona
E um há um coração que me anima e amociona.

Escrevo, sim, porque raios de sol iluminam meu pensamento
Que divaga em si
Que vaga até ti
Até ti...
Por isso escrevo, sim!

Euclides Riquetti

Versos brancos e rosas vermelhas

 

 



Sorriem os cravos e as rosas vermelhas
Como se a primavera tivesse chegado
No primeiro dia de agosto,  ensolarado
Dia de sol, amor explodindo em centelhas.

Sorriem as dálias e as sempre-vivas
Sorriem também os lírios acanhados
Saúdam você , que busca em sua vida
Ver os seus sonhos todos realizados.

Sorri você o seu sorriso qual criança
O gentil sorriso do rosto e da voz que fala
Que você guarda desde a sua infância.

E eu escrevo versos nas pétalas macias
E tomo o vinho que me inspira e embala
Com as palavras que me contagiam.

Euclides Riquetti

Nas areias claras dos desertos

 




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Nas areias claras dos desertos


Porei as letras de teu nome em meu diário
Quem sabe bordadas em pano de algodão
Que eu  guardarei com zelo extraordinário
Para utilizar na letra de uma nova canção.

Um nome dissílabo, talvez até paroxítono
E quem sabe uma silhueta em frente ao mar
Um nome que eu pronunciarei em uníssono
Uma tela que eu pintei apenas pra te retratar...

E, se as letras não formarem a combinação
As palavras para que eu componha os versos
Procurarei nas areias claras a inspiração:

Com uma varinha mágica  eu configurarei
Teu rosto nas areias claras dos desertos
E, se o vento o apagar, de novo eu o farei.

Euclides Riquetti

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

O tempo passa como volta a chuva




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Sim, o tempo passa como volta a chuva
Que também passa, vai-se embora
O tempo passa porque nós também passamos
Como passam todos os animais...
Passa o tempo porque os ponteiros dos relógios não param
Porque os raios de sol vêm e também se vão!

Sim, o tempo passa como a mão passa pela luva
O tempo passa em dias, passa em horas
Enquanto nós divagamos e pensamos
Como passam os seres colossais...
Passa o tempo porque os relâmpagos se disparam
Porque eu quero que você volte a me dar atenção!

Sim, o tempo passa como o suco  que vem da uva
E em vinho seco se transforma
Como a energia que vem da força da água que bebemos
Como a sede que vai embora e não volta mais...
Passa o tempo porque essa é sua função, simplesmente
Porque precisamos do hoje como é,  e do amanhã diferente!

Euclides Riquetti

A histórica arte de assentar pedras - reedição

 



Pousada Cantelli - Bento Gonçalves - RS

          A pedra foi, historicamente, um elemento muitíssimo importante na construção da História do mundo. É comum, quando pessoas passem por locais em que há construções feitas com pedras, de qualquer tipo, admirarem-se pela excelência do trabalho das mãos humanas. Em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, conheci o Caminho das Pedras, em que as casas construídas há mais de 100 anos, basicamente em pedras trabalhadas, foram recuperadas recentemente. Dizem, lá, que as casas foram rebocadas no século XX, pois os proprietários tinham vergonha em morar em casas assim. Morar em casa de pedra era sinônimo de atraso, de pobreza... Então, rebocavam as paredes para esconder as pedras, parecendo alvenaria de tijolos de barro.

          Agora, depois que viram que isso é motivo para orgulho e não para vergonha, retiraram  os rebocos e mostraram  a beleza daquela arquitetura. Numa delas, inclusive, filmaram O Quatrilho, há duas décadas, com a participação da Patrícia Pillar e da Glória Pires. Aliás, a respeito disso, ressalte-se que a verdadeira História de O Quatrilho, filme que foi indicado para o Oscar na década de 1990,  aconteceu envolvendo 4 famílias que têm descendentes em nossa região atualmente: Baretta, Dalri, Trentin e Tessari (ou Tessaro). A personagem Pierina, vivida por Glória Pires, representava a Maria Baretta real, a traída na verdadeira história e no enredo. Há descendentes dela morando em Ouro:  em Pinheiro Alto, Linha Caçador e Pinheiro Baixo. Há outros em Joaçaba.

Casa de Pedra da Cantina Ztrappazon - Bento Gonçalves - RS - um dos cenários de "O 4trilho"


         Sempre que o Egito é referido, lembramo-nos da arte das pedras, enormes, maravilhosamente assentadas pelo homem  na construção das pirâmides de Quéops Quéfren e Miquerinos,  quando não se dispunha dos maquinários que possuímos hoje.

          Ontem pela manhã, ao dirigir-me ao centro de Joaçaba, ali defronte ao local onde a 50 anos se instalava a garagem dos ônibus da atual Reunidas, no início da subida para o Aeroporto, vi que demoliram um velho casarão (sepultou-se mais uma história...), e restou um muro de pedras-de-obra aparentes, que certamente será substituído por uma contenção de concreto armado, para suportar, imagino, o estacionamento de um novo edifício. E comecei a perguntar-me o que farão com as pedras que serão retiradas dali...

          Na Praça Pio XII, em Ouro, havia um muro desses para a canalização do Rio Coxilha Seca, que passava por debaixo da área da mesma. Uma enchente, há cerca de uma década,  derrubou-o. Foi substituído por tubulação de concreto de 2 metros de diâmetro.

          Na área do antigo Ginásio Padre Anchieta, dando sustentação ao acesso ao Hospital Nossa Senhora das Dores, há um muro com pelo menos 5 metros de altura. Aos fundos do Hospital, outros, ainda maiores.

          Se andarmos nas cidades colonizadas pelos descendentes de italianos no Vale do Rio do Peixe, veremos milhares de quilometros de taipas remanescentes, com pedras irregulares habilmente empilhadas em firme amarração, a maioria com um século de existência. E estão ali, resistentes. Quem não se lembra de ter ido ao sítio do vovô ou do titio, um dia, e corrido em meio aos potreiros gramados e cercados por taipas,  atrás de terneiros?



          As taipas tiveram duplas  funções quando da colonização: Primeiro, fazer os cercados para que os animais não invadissem outras propriedades e fossem causar estragos nas plantações dos vizinhos, ou até como forma de proteção desse patrimônio; depois, porque a retirada das pedras das áreas que haviam sido desmatadas melhorava o terreno para o plantio, facilitando o trabalho do homem, principalmente no arado, evitando acidentes aos homem e aos animais.  E também para que o trabalho rendesse. Vale registrar que a maioria das nossas taipas foram construídas por lajeanos, que vinham do Planalto para trabalhar nas colônias, em empreitadas. Hoje, a profissão praticamente se extinguiu.

          O último taipeiro de que tenho notícia (podem haver outros, no entanto), é o capinzalense chamado de  Lajeaninho. Fez um muro para mim, na subida para minha casa. Não sabia ler nem escrever. Não usava metro para medir. Ele cortava uma rama de árvore, reta,  do comprimento de seu braço mais o equivalente a uma medida obtida entre o dedo polegar e o indicador  com uma abertura de 90 graus, o obtinha seu metro. Media o comprimento e a altura de sua empritada e multiplicava "de cabeça", dando-me o cálculo certo da quantidade de metros quadrados que executava.

          Outros desses autênticos pedreiros (hoje o termo pedreiro vem para pessoas que não utilizam mais pedras para trabalhar), construíram os muros de contenção dos porões, das frentes e dos fundos da maioria das casas edificadas até a década de 1960 nas cidades do Vale do Rio do Peixe. Conheci alguns deles, como Sr. Matiollo, o Bugre, seu cunhado Mingo Barbina, os Bonadiman, o Adami,  o Leonel, que fizeram muros até essa época. Mas, pelas obras remanecentes, é possível ver-se que nossa região contou com grandes artífices práticos em nossa História. E os calçamentos nas ruas das cidades também contaram com o habilidoso trabalho da mão humana.

          Mas, o que me leva a voltar meu pensamento ao passado, é considerar a magnitude da arte no assentamento das pedras quando na construção de nossa Estrada de Ferro (hoje desativada, abandonada, açoitada...,) desde Marcelino Ramos até Porto União. Dezenas de vezes passei em todo o trajeto utilizando o trem para ir e vir entre Capinzal e o Porto, e o mesmo fizeram meus amigos que foram para o Colégio Agrícola de Ponta Grossa, e os que acompanhavam bovinos e suínos desde nossa Estação do Trem até Sorocaba e São Paulo.



          Há maravilhosas obras de arte ao longo da ferrovia. Só para citar, menciono as  situadas proximamente ao perímetro urbano de Capinzal, nas imediações das residências dos Rossetti, Miquelotto e Costenaro; também aquela sobre o Rio Capinzal, no Centro da cidade; e aquela do Lajeado Residência, na confrontação de Linha Residência com Galdina, onde na margem direita do Rio do Peixe situa-se o Parque e Jardim Ouro, antiga SIAP, nas proximidades do estádio do Arabutã. E, no Rio Leão, não distante do Balneário Thermas Leonense, há uma maior. Em Herval D ´Oeste, é possível divisar-se uma ao sul da cidade.

          Em Pinheiro Preto, o túnel histórico da ferrovia, é emoldurado por um belo trabalho em pedras-de-obra. As pedras, na maioria das construções, tinham uma altura de 40 centímetros e o comprimento  variável. E isso possibilitava uma excelente amarração.  Era uma convenção que não sei por quem foi instituída, mas era nessa altura que saíam das pedreiras.

Túnel RFFSA  - Pinheiro Preto - SC
          A pedra é um símbolo da resistência humana. Parece que dominá-la, com arte, era a glória e a materialização dos sonhos das pessoas. Em Machu Pichu, está presente com toda a maestria da mão humana.  Soberanos, na História do Mundo, fizeram usá-la para edificar suas cidades, suas muralhas para proteção contra o inimigo e para guardar seus domínios e territórios, ou para sua tumba. A custa do suor e do sangue dos escravos. Foi assim nos primórdios das civilizações. Foi assim até recentemente.

Euclides Riquetti
24-01-2013

Garimpando os raios de sol

 






Na manhã de domingo, vou garimpando os primeiros raios de sol.
Os primeiros que chegaram, cortando as nuvens cinzentas que encobriam a vista de minha janela.
Recolho-os para guardar em minha alma. Recolho-os para depositar em meu coração...
Recolho-os para que possa dar a você quando você acordar!

Dormes o sono calmo da noite e da madrugada, enquanto fico acordado planejando a vida.
Dormes como dormem as multidões na manhã do domingo santo.
E eu, com minhas vontades de poeta, penso em você...
Enquanto imagino versos que ainda porei no papel
E, quem sabe, entregarei a você!

Na manhã do domingo que sucede o sábado auspicioso
E que precede uma semana de ócio (ou de trabalho?)...
Rezo para que Deus coloque muita luz em seu caminho
E que todos os seus projetos se sucedam com pleno êxito
Porque nós escolhemos nossos caminhos, com gramados, pedras ou flores
E deveremos caminhar por eles enquanto nós existirmos, com ou sem conflitos...

Assim, vou recolhendo os primeiros raios de sol, que vou guardar
E que deixarei bem protegidos, para dar, junto com todo o meu amor e meu carinho
Para você!

Euclides Riquetti

Sobre um Pioneiro do Oeste Catarinense - reedição

 



 

 Antiga Rio Capinzal - foto de arquivos pessoais do Dr. Vítor Almeida

          Já me referi ao cidadão José Waldomiro Silva, que nasceu no interior de Campos Novos, em 21 de junho de 1902, na fazenda do avô paterno, Jordão Francisco da Silva. Silva é um exemplo de pessoa simples, que deu a volta por cima, que podemos considerar um vencedor, com méritos. Um menino de fibra, que tornou-se um homem de fibra, um líder incontestável. Exerceu, em sua vida,  mais de uma dezena de ocupações. O menino que, aos 12 anos,  ajudava a defender o povoado de Rio Capinzal empunhando uma Winchester 44, mesmo pobre, conseguiu, pela sua maneira simples a carismática de ser, eleger-se duas vezes prefeito de Joaçaba e duas vezes Deputado Estadual. Mas sua biografia vale mais pela maneira como conduziu sua vida simples mas de sucesso do que pela carreira política.

          Aos sete anos mudou-se para as proximidades do Rio Pelotas, poróximo da hoje Zortea e em 1910 a família foi para Rio Uruguai, ali próximo de Marcelino Ramos. Acompanhou a chegada da linha férrea, sendo que seu pai vendia carne para os trabalhadores da mesma. Ficaram pobres depois que revolucionários que vinham do Rio Grande do Sul passaram pela propriedade da família e saquearam seus bens.  Viu a construção da ponte sobre o Rio Uruguai, ligando Santa catarina ao Rio Grande, em Marcelino Ramos.

          Em seu livro, "O Oeste Catarinense - Memórias de um Pioneiro", ele conta toda a história de sua vida, com riqueza de detalhes sobre a construção da estrada-de-ferro, a enchente de 1911, o assalto ao trem pagador pelo grupo liderado por Zeca Vacariano e Manoel Francisco Vieira. Em 1912 foi  morar em São João do Triunfo (Paraná), voltando, em 1914, aos 12 anos, para Rio Capinzal.

          Sobre essa época,  faz uma minuciosa descrição do centro de Capinzal e dos acontecimentos de então,  sobre os conflitos entre os revoltosos do Contestado e os homens da madeireira Lumber. Conta sobre o acampamento de 500 soldados de uma Força Federal que ficaram acampados nas proximidades da estação Férrea de Rio Capinzal, para guarnecê-la,  na época. Interessante é saber que, naquele tempo,  a área situada à  margem esquerda do Rio do Peixe, chamada Rio Capinzal era ligada por uma balsa de Afonsinho da Silva à do lado direito, o então Distrito de Abelardo Luz, onde havia somente a rua central povoada, e hoje se localiza a cidade de Ouro, que pertencia ao Paraná, enquanto que a outra, Rio Capinzal,  pertencia a Santa Catarina.

           Vale muito a pena conhecer as descrições e narrações de José Waldomiro Silva, pois foi uma testemunha presencial dos conflitos em nossa região contestada.

          Das descrições em seu livro, citarei uma que julgo importante para todo o capinzalense conhecer, às páginas 21 e 22:   "O nome de Rio Capinzal se originou do seguinte fato: Segundo voz corrente na época, o fazendeiro-proprietário das terras de Capinzal, de nome Antônio Lopes, cuja fazenda de campos e matos fazia fundos com o Rio do peixe na barra do rio que levou o nome de Capinzal. Para fazer pastagens e invernar suas criações, fez grande desmatação à  margem do Rio do peixe, da barra do lajeado ali existente, acima e, depois da queima, semeou capim melado ou capim gordura, cuja semente trouxe de São Paulo, para onde viajava seguidamente com tropas de muares que vendia em Itapetininga, tendo assim formado uma grande pastagem (capinzal)"

          Em 1917, quando da criação e instalação de Cruzeiro, no povoado de Limeira (hoje Joaçaba), eles foram morar ali, onde exerceu diversos ofícios, inclusive o de balseiro. Em 1921, morou em Rio do Peixe (Piratuba), depois em Irani, e voltando para Limeira 9Joaçaba), ao final de 1924 para exercer a função de Escrivão de Paz. No ano seguinte, foi para Itá como cartorário, voltando a Limeira em 1927.

         Em suas memórias, José Waldomiro Silva fala da Revolução de 1930, da Construção da Ponte Emílio Baungharten, entre Joaçaba e Herval, sobre a passagens dos comboios de trem, sobre a fundação do Clube 10 de maio, de Joaçaba, sobre a morte do pioneiro de Treze Tílias Andreas Thaler, sobre a fundação do Município de Concórdia, o Tiro de Guerra, a enchente de 1951, e outros fatos marcantes.

          Em 1947, já aposentado, foi morar em Ponta Grossa, mas foi convidado a voltar a Joaçaba para concorrer a Prefeito, tendo sido derrotado por oscar Rodrigues da Nova. Fez sua campanha montado em lombo de cavas emprestados pelos seus correligionários, visitando as fazendas de Herciliópolis e Irani.

            Novamente candidato, foi eleito Prefeito de Joaçaba, assumindo em 31 de janeiro de 1951, ficando até 1954, ano em que se elegeu Deputado estadual, sendo o mais votado do Estado, reelegendo-se em 1958. E, em 1960, elegeu-se novamente Prefeito de Joaçaba, vencendo ao jovem Paulo Stuart Wright por uma diferença de apenas 9 votos. Ao final da década de 1960 foi morar em Florianópolis e em 1987 lançou o seu livro de memórias.

           José Waldomiro Silva foi propriamente um cigano. Nas cidades onde morou frequentou escolas do antigo primário, mas sua evolução na escrita veio em razão de tê-la praticado muito na atividades cartoriais. Seu livro de memórias nos traz muitas informações valiosas, inclusive citando os nomes dos primeiros moradores dos povoados onde residiu. Vale a pena ler!

Euclides Riquetti
14-09-2013