Sonhei com você na noite estrelada
Sonhei o sonho que meu coração ditava
Foi desde o anoitecer, até de madrugada
E acho que você também sonhava...
Sonhei o sonho do fogo e da perdição
Sonhei com você que me queria demais
Foi um sonho de amor, de verdadeira paixão
Como eu nunca sonhara jamais....
Alimentamos nossos sonhos neste verão
E juntos bailamos um gostoso bailar
Embalados na melodia da doce canção.
Sonhei com você o sonho do meu desejo
Sonhei porque você me permitiu sonhar
Sonhei com a alma, com o corpo e com beijos...
Euclides Riquetti
sábado, 7 de fevereiro de 2015
Meus pecados sairam para passear...
Meus pecados saíram para passear
Foram buscar outros deles na tardinha
Quase que se esqueceram de voltar
Acho que deram uma "escapadinha".
Foram encontrar os pecados seus
Que com os meus têm afinidades
Todos aqueles que você cometeu
E de que lembramos com tantas saudades.
Meus pecados saíram para passear
Foram cupidar no seu coraçãozinho
Demoraram muito para retornar...
Voltaram, sim, é verdade, pois!
Foram e voltaram juntos, juntinhos
Voltaram namorando como nós dois!
Euclides Riquetti
Foram buscar outros deles na tardinha
Quase que se esqueceram de voltar
Acho que deram uma "escapadinha".
Foram encontrar os pecados seus
Que com os meus têm afinidades
Todos aqueles que você cometeu
E de que lembramos com tantas saudades.
Meus pecados saíram para passear
Foram cupidar no seu coraçãozinho
Demoraram muito para retornar...
Voltaram, sim, é verdade, pois!
Foram e voltaram juntos, juntinhos
Voltaram namorando como nós dois!
Euclides Riquetti
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
Uma canção para você
Pensei em compor uma canção só pra você
Uma canção que tivesse versos bem rimados
Que chegassem até você vagando compassados
Uma canção de amor para meu bem-querer.
Tentei com o seu nome, tentei com seu olhar
Compor uma canção que a contagiasse
Mas não encontrei nada que a você levasse
Os versos que eu queria com você compartilhar.
Compus uma canção que você não escutou
Porque rasguei a letra e esqueci a melodia
Agora me arrependo fui um bobo aquele dia
Nada tenho a lhe mostrar, pois nada mais me restou.
/ Não tenho uma canção ou algo pra lhe dar
Mas tenho um coração dispoto a lhe amar
Não tenho mais poemas, perdi a inspiração
Como vou fazer, então, para ter seu coração? /
Euclides Riquetti
Uma canção que tivesse versos bem rimados
Que chegassem até você vagando compassados
Uma canção de amor para meu bem-querer.
Tentei com o seu nome, tentei com seu olhar
Compor uma canção que a contagiasse
Mas não encontrei nada que a você levasse
Os versos que eu queria com você compartilhar.
Compus uma canção que você não escutou
Porque rasguei a letra e esqueci a melodia
Agora me arrependo fui um bobo aquele dia
Nada tenho a lhe mostrar, pois nada mais me restou.
/ Não tenho uma canção ou algo pra lhe dar
Mas tenho um coração dispoto a lhe amar
Não tenho mais poemas, perdi a inspiração
Como vou fazer, então, para ter seu coração? /
Euclides Riquetti
Na noite silenciosa...
Na noite silenciosa, o céu se fecha em escuridão
O claro do dia rende-se às trevas inclementes
Que afligem meus medos antigos e os recentes
E enquanto os anjos me protegem firmemente
Eu rezo a Deus pela Divina proteção.
E, no silêncio que campeia
Vem o seu pensamento
Vem encontrar os meus devaneios
E os meus tormentos
Vem punir meu nefasto atrevimento
Vem punir-me em meu silêncio
Que também é o seu...
E enquanto ouço a orquestra dos ventos sinfonizando a natureza
Deixo-lhe uma oração de paz a vagar pelos ares
Quero que a encontre entre o céus, entre os mares
Arrefeço meus pensamentos, dando-lhes leveza
Pois só os pensamentos leves e libertos é que perdoam
Extinguem as palavras e atitudes que magoam...
E, enquanto escrevo, ouvido o murmúrio do mar
Ali, do outro lado da rua
Algo me impele a pensar:
Há uma forte presença sua
Em meu sonhar...
Euclides Riquetti
O claro do dia rende-se às trevas inclementes
Que afligem meus medos antigos e os recentes
E enquanto os anjos me protegem firmemente
Eu rezo a Deus pela Divina proteção.
E, no silêncio que campeia
Vem o seu pensamento
Vem encontrar os meus devaneios
E os meus tormentos
Vem punir meu nefasto atrevimento
Vem punir-me em meu silêncio
Que também é o seu...
E enquanto ouço a orquestra dos ventos sinfonizando a natureza
Deixo-lhe uma oração de paz a vagar pelos ares
Quero que a encontre entre o céus, entre os mares
Arrefeço meus pensamentos, dando-lhes leveza
Pois só os pensamentos leves e libertos é que perdoam
Extinguem as palavras e atitudes que magoam...
E, enquanto escrevo, ouvido o murmúrio do mar
Ali, do outro lado da rua
Algo me impele a pensar:
Há uma forte presença sua
Em meu sonhar...
Euclides Riquetti
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
O vento que leva meus versos
O vento que soprou na noite chuvosa
Não é o mesmo da manhã aprazível
Mas me traz uma mensagem indizível
Algo assim, indescritível
Que vem de uma alma esperançosa.
O vento que embaralha as nuvens escurecidas
Que move as ramagens verdes nas plantações
Aquele que embala os dóceis corações
Que aviva e desperta adormecidas paixões
É aquele que reativa esperanças já esquecidas.
O vento, (qualquer que seja ele, calmo ou violento)
De onde quer que venha e para onde quer que sopre
Que leva as folhas para o sul
E que também as leva pro norte
É sempre meu companheiro
Leal, verdadeiro
A levar os versos de meus poemas românticos a todos os lugares
A todas as pessoas
A todos os que os quiserem
A todos os que os desejarem
Inclusive a você!
Escrevo-os
Publico-os
Libero-os!
Com todo o carinho...para você!
Euclides Riquetti
Não é o mesmo da manhã aprazível
Mas me traz uma mensagem indizível
Algo assim, indescritível
Que vem de uma alma esperançosa.
O vento que embaralha as nuvens escurecidas
Que move as ramagens verdes nas plantações
Aquele que embala os dóceis corações
Que aviva e desperta adormecidas paixões
É aquele que reativa esperanças já esquecidas.
O vento, (qualquer que seja ele, calmo ou violento)
De onde quer que venha e para onde quer que sopre
Que leva as folhas para o sul
E que também as leva pro norte
É sempre meu companheiro
Leal, verdadeiro
A levar os versos de meus poemas românticos a todos os lugares
A todas as pessoas
A todos os que os quiserem
A todos os que os desejarem
Inclusive a você!
Escrevo-os
Publico-os
Libero-os!
Com todo o carinho...para você!
Euclides Riquetti
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
Dona Clorinda Baretta Casara - a partida
O primeiro dia do mês de fevereiro enlutou nossa família. Ao final do domingo, meu irmão Edimar me ligou: "A tia Clarinda acabou de falecer". Logo em seguida ligou-me minha irmã Iradi, de União da Vitória: "Já soube?" - Sim, eu já soubera. É nesses momentos que meu pensamento começa a retroagir, ir para trás nos anos, décadas... Foi assim quando o sol se escondeu atrás do monte e foi embora. Foi, como foi minha tia, minha madrinha, irmã de minha mãe, Clorinda Baretta Casara, esposa do tio Adelino, que deixou-nos para ir ao encontro de sua morada celestial. Completara recentemente seus 87 anos...
A "Tia Clarinda", como todos a chamávamos, foi acometida de doença grave há um ano. Ficou esse tempo aos cuidados das filhas Iradi, Geni (Gena), Gelci (Gessa) e Rosane, em Capinzal. O filho Luiz Carlos mora em Ponta Grossa, é advogado. Foi estudar no Colégio Agrícola Augusto Ribas e por lá ficou. A vida é assim mesmo. Ela perdeu todos os seus irmãos e agora só restou o Tio Arlindo. Os demais já se foram. E ela os seguiu...Foi juntar-se ao Juventino, Ivo, Névio, Dorvalina (minha mãe), Iracema, Aristides, Alcides e Ivani. E a dois outros irmãos, gêmeos, que se foram pequenos. E ainda a dois pequenos, filhos dela, que também perdera ainda bebês. Dizem que lá em cima todos se encontram novamente...
Mas, como falei, meu pensamento volveu-se ao passado: Lembrei-me de que , uma vez, quando eu tinha no máximo 4 anos, meu pai me levou de Linha Bonita para Capinzal. Deixou-me na casa de meus padrinhos para que meu outro padrinho, o João Frank, me apanhasse e levasse, a cavalo, até a colônia Leãozinho, pois eu fora morar com ele a madrinha Raquel com menos de um ano e dois meses. Sim, já falei sobre isso: Saí de casa quando minha irmã Iradi nasceu, ainda bebê...
Depois me veio a lembrança de mais tarde, quando eu fui morar na cidade, aos 8 anos, para ir à escola. Ia muito brincar com o Luizinho, que chamávamos de Dinho. Juntávamos ao Chiquinho Biavatti e outros meninos e íamos jogar bolicas, ali entre a casa deles e a do Sr. Marcos Penso, no centro de Capinzal. Aos dez anos, eu já virara funcionário da "Tinturaria Confiança", de propriedade de minha madrinha. Ia aos hotéis Imperial e Capinzal, algumas vezes por semana, para buscar ternos dos hóspedes. Fiz isso por pelo menos dois anos, quando passei a trabalhar como balconista.
As roupas eram lavadas no Rio do Peixe. Naquele tempo, as águas não eram poluídas. As mulheres as lavavam nos "lavadores" que assentavam na margem do rio. Minha tia tinha sua tinturaria em sua casa, numa sala que dava para a Rua do Comércio, hoje Ernesto Hachmann. Tia Clarinda e algumas auxiliares passavam as roupas com pesados ferros de brasas. Engomavam camisas, tingiam, deixavam os frisos das calças impecáveis, os ombros dos paletós perfeitamente passados e assentados.
A terceira boa lembrança vem de quando saí para estudar. Como em União da Vitória era muito frio, mandou-me um gorro de lã, preto, que eu usava infinitamente. E, quando eu ia passear na casa de meus pais, fazia uma visita a eles. Outra lembrança que tenho é a da comunicação entre minha mãe, 4 anos mais velha que ela, e ela. Tinham códigos simples e fáceis, num tempo em que os telefones eram raríssimos. A que queria convidar a outra para um chimarrão, colocava um pano branco na janela. Assim, a distância de 300 metros entre as janelas das duas casas, uma em cada margem do Rio do peixe se extinguia. E elas se visitavam com muita frequência. Era uma combinação inteligente de comunicação entre duas pessoas que estudaram somente até a "cartilha" do segundo ano primário, lá em Linha Bonita.
Pois, nesta segunda-feira, fui despedir-me dela. Revi meus irmãos e meus primos. E alguns amigos que há tempos não via. É nessas ocasiões que, infelizmente, as pessoas se reencontram. Conversamos muito, relembramos de algumas passagens de nossa vida. Não havia choro nem desespero. Todos entendemos que ela fez sua parte, legando ao mundo seus filhos e netos. E que os filhos a ampararam em todos os momentos da vida. Bom quando isso acontece: a despedida sem dramas, apenas com o sentido do dever familiar cumprido por todas as partes.
Esteja na Paz de Deus, madrinha!
Euclides Riquetti
02-02-2015
A "Tia Clarinda", como todos a chamávamos, foi acometida de doença grave há um ano. Ficou esse tempo aos cuidados das filhas Iradi, Geni (Gena), Gelci (Gessa) e Rosane, em Capinzal. O filho Luiz Carlos mora em Ponta Grossa, é advogado. Foi estudar no Colégio Agrícola Augusto Ribas e por lá ficou. A vida é assim mesmo. Ela perdeu todos os seus irmãos e agora só restou o Tio Arlindo. Os demais já se foram. E ela os seguiu...Foi juntar-se ao Juventino, Ivo, Névio, Dorvalina (minha mãe), Iracema, Aristides, Alcides e Ivani. E a dois outros irmãos, gêmeos, que se foram pequenos. E ainda a dois pequenos, filhos dela, que também perdera ainda bebês. Dizem que lá em cima todos se encontram novamente...
Mas, como falei, meu pensamento volveu-se ao passado: Lembrei-me de que , uma vez, quando eu tinha no máximo 4 anos, meu pai me levou de Linha Bonita para Capinzal. Deixou-me na casa de meus padrinhos para que meu outro padrinho, o João Frank, me apanhasse e levasse, a cavalo, até a colônia Leãozinho, pois eu fora morar com ele a madrinha Raquel com menos de um ano e dois meses. Sim, já falei sobre isso: Saí de casa quando minha irmã Iradi nasceu, ainda bebê...
Depois me veio a lembrança de mais tarde, quando eu fui morar na cidade, aos 8 anos, para ir à escola. Ia muito brincar com o Luizinho, que chamávamos de Dinho. Juntávamos ao Chiquinho Biavatti e outros meninos e íamos jogar bolicas, ali entre a casa deles e a do Sr. Marcos Penso, no centro de Capinzal. Aos dez anos, eu já virara funcionário da "Tinturaria Confiança", de propriedade de minha madrinha. Ia aos hotéis Imperial e Capinzal, algumas vezes por semana, para buscar ternos dos hóspedes. Fiz isso por pelo menos dois anos, quando passei a trabalhar como balconista.
As roupas eram lavadas no Rio do Peixe. Naquele tempo, as águas não eram poluídas. As mulheres as lavavam nos "lavadores" que assentavam na margem do rio. Minha tia tinha sua tinturaria em sua casa, numa sala que dava para a Rua do Comércio, hoje Ernesto Hachmann. Tia Clarinda e algumas auxiliares passavam as roupas com pesados ferros de brasas. Engomavam camisas, tingiam, deixavam os frisos das calças impecáveis, os ombros dos paletós perfeitamente passados e assentados.
A terceira boa lembrança vem de quando saí para estudar. Como em União da Vitória era muito frio, mandou-me um gorro de lã, preto, que eu usava infinitamente. E, quando eu ia passear na casa de meus pais, fazia uma visita a eles. Outra lembrança que tenho é a da comunicação entre minha mãe, 4 anos mais velha que ela, e ela. Tinham códigos simples e fáceis, num tempo em que os telefones eram raríssimos. A que queria convidar a outra para um chimarrão, colocava um pano branco na janela. Assim, a distância de 300 metros entre as janelas das duas casas, uma em cada margem do Rio do peixe se extinguia. E elas se visitavam com muita frequência. Era uma combinação inteligente de comunicação entre duas pessoas que estudaram somente até a "cartilha" do segundo ano primário, lá em Linha Bonita.
Pois, nesta segunda-feira, fui despedir-me dela. Revi meus irmãos e meus primos. E alguns amigos que há tempos não via. É nessas ocasiões que, infelizmente, as pessoas se reencontram. Conversamos muito, relembramos de algumas passagens de nossa vida. Não havia choro nem desespero. Todos entendemos que ela fez sua parte, legando ao mundo seus filhos e netos. E que os filhos a ampararam em todos os momentos da vida. Bom quando isso acontece: a despedida sem dramas, apenas com o sentido do dever familiar cumprido por todas as partes.
Esteja na Paz de Deus, madrinha!
Euclides Riquetti
02-02-2015
Entregue-me seus sonhos, seus segredos...
Entregue-me seus sonhos
Seus desejos
Seus medos
Entregue-me seu olhar
Seus cabelos
Seus seios
Seu corpo de modelo...
Entregue-me tudo sem pedir nada em troca
Faça-me perguntas sem esperar respostas
Faça-me carinhos e diga-me coisas que nos importam
E eu darei amor, abrigo, agasalho, e tudo de que gosta.
Entregue-me seus sonhos juvenis
Ternos
Eternos
Sutis...
Mas entregue-os.
Entregue-me tudo sem nenhum temor
Como se me estivesse dando apenas uma flor
Entregue-me seus lábios de cor delícia e de sabor cereja
Entregue-me sua alma que me acalenta e deseja.
Coloque suas mãos entre minhas mãos
E entre meus dedos seus delicados dedos
Entregue-me com paixão seus grandes segredos!
Apenas seus segredos...
Para que eu possa
Compreendê-los!...
Euclides Riquetti
Seus desejos
Seus medos
Entregue-me seu olhar
Seus cabelos
Seus seios
Seu corpo de modelo...
Entregue-me tudo sem pedir nada em troca
Faça-me perguntas sem esperar respostas
Faça-me carinhos e diga-me coisas que nos importam
E eu darei amor, abrigo, agasalho, e tudo de que gosta.
Entregue-me seus sonhos juvenis
Ternos
Eternos
Sutis...
Mas entregue-os.
Entregue-me tudo sem nenhum temor
Como se me estivesse dando apenas uma flor
Entregue-me seus lábios de cor delícia e de sabor cereja
Entregue-me sua alma que me acalenta e deseja.
Coloque suas mãos entre minhas mãos
E entre meus dedos seus delicados dedos
Entregue-me com paixão seus grandes segredos!
Apenas seus segredos...
Para que eu possa
Compreendê-los!...
Euclides Riquetti
domingo, 1 de fevereiro de 2015
De Navegantes e de Yemanjá
De Navegantes e deYemanjá
Em 02 de fevereiro várias cidades do Brasil e de Portugal comemoram o Dia de Nossa Senhora dos Navegantes. Isso acontece em Pelotas, Porto Alegre e Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, destaque para Navegantes e Itajaí, e para algumas praias. Em Salvador, na Bahia, é venerada como Yemanjá, a Rainha do Mar. No bairro do Rio Vermelho, 350 embarcações estarão participando de uma procissão e milhares de oferendas sendo jogadas ao mar. Se foram devolvidas, é porque não foram aceitas. Se o mar as levar, Yemanjá as aceitou.
No Rio de Janeiro há grande reverência à Rainha do Mar em toda a orla marítima. Estas são as referências mais badaladas anualmente. Contudo, outras cidades pequenas, de menos visibilidade, também veneram a Santa que está no coração de tantos e tantos. Para os católicos, Nossa Senhora dos Navegantes. Para os umbandistas, Yemanjá.
Acompanho Nossa Senhora dos Navegantes desde minha infância. Em janeiro de cada ano, meu pai começava a preparar seu bote para ajudar na procissão que costumava acontecer no Rio do Peixe. Ele e os amigos gostavam de trazer a imagem vinda desde proximidades da Ilha, na antiga SIAP, pelas águas do Rio, até o valo que abastecia de água a usina hidrelétrica da família Zoréa, ali abaixo da barragem de pedras. E isso se repete até hoje. É uma magnífica procissão fluvial, ao anoitecer. Um belo show pirotécnico a recebe quando chega, em sua comitiva, próximo à ponte, onde é retirada das águas no portinho da família Costa, segindo pelas ruas Giavarino Andrioni, Guerino Riquetti e Felip Schmidt, até a Praça Pio XII, onde acontece a Santa Missa. Lembro que o Sr. Olivo Zanini era um dos que sempre estavam ali esperando para ajudar a levar o seu andor.
Padroeira do Município de Ouro, é venerada pela população, que, no dia que lhe é consagrado, feriado, costuma aglomerar-se por sobre a Ponte Nova, na ligação com Capinzal, para presenciar a chegada da imagem que foi esculpida em cedro na década de 1980, pelo escultor Paulo Voss, que residia no Bairro que leva o nome da Santa. Nos dias anteriores, celebra-se um tríduo nos bairros da cidade, em preparação para o dia culminante.
Diz-nos a História local que o balseiro Afonsinho da Silva, logo após a Guerra do Contestado, construiu um pequeno capitel à margem direita do Rio do Peixe, colocando uma imagem para sua proteção, próximo ao passo. Contudo, na enchente de 1939 as águas levaram a imagem mas, tendo implorado pela sua ajuda, foi atendido, salvando-se num momento muito adverso, quando achava que isso já era impossível. Então, adquiriu outra, em Caxias do Sul, que acabou na primeira capela construída, aos fundos da atual Prefeitura e, depois, na esquina da Rua Formosa com a Pinheiro Machado. Atualmente, a imagem esculpida é exposta num belo capitel, na Praça Pio XII.
Há pelo menos três fatos que me marcaram a presença da Santa em minha vida: A primeira vez, na metade da década de 1980, eu estava em casa ouvindo no rádio as preocupações em relação à estiagem que vinha ocorrendo e pensando em Nossa Senhora dos Navegantes. Lembrei que o amigo Reinaldo Durigon, que aniversaria no dia 02 de fevereiro, e era muito devoto dela. De repente, escuto um bater de palmas, é o Durigon vindo a minha casa, coisa que nunca havia acontecido antes. Adivinhei o que seria: veio propor-me realizarmos uma procissão, mexer com a imagem da Santa que, dizem, ajuda a movimentar as águas. Organizamos uma procissão levando a imagem desde a matriz, em Capinzal, até o Seminário, em Ouro, e logo depois choveu.
Na segunda vez, a estiagem assolando nossas plantações, todo mundo desesperado e pedindo uma procissão para que chovesse. Aguentamos mais uma semana, até o dia 02, quando montamos um palco para celebração em cima de um caminhão do Ivo Maestri, na ponta do canteiro central, próximo do comércio de sua família. Bem na hora do Evangelho veio uma chuva tão intensa que todos foram abrigar-se embaixo das marquises das lojas. A Eliza Scarton trouxe uns guarda-chuvas para o Frei David continuar a celebração. Restaram somente o Padre e algumas abnegadas senhoras para ajudar. Poucos restaram para receber a comunnhão e para os ritos finais...
Numa oportunidade mais recente, estava participando da Festa de São Paulo Apóstolo, na área de Lazer, em Capinzal, quando o Sr. Pingo, o Pingo das Cocadas, veio falar comigo, queria autorização para vender seus doces na semana seguinte, dia da Procissão, na Praça Pio XII. Estava a explicar-lhe que a responsailidade do evento, naquele ano, era da Capela do Bairro Navegantes, liderados pelo Rovílio Primieri. Dizia-lhe que era para falar com ele, que eu concordava, e tentava mostrar-lhe onde se situava a casa do mesmo, apontando com o dedo, para que o Pingo o procurasse lá. Nesse instante, uma mão tocou meu ombro: era o Rovílio. Queria saber porque estávamos olhando para seu bairro! E já se entenderam ali mesmo. Coincidência, ou presença de Nossa Senhora?
Essas são apenas as minhas histórias, mas há as de outros. A grande verdade é que as pessoas acreditam, firmemente, que Nossa Senhora dos Navegantes tem poder e domínio sobre as águas dos mares e dos rios. Tem poder de regular as chuvas. E ajuda as pessoas a se defenderam das incertezas dos mares da vida. Como Yemanjá ou como Nossa Senhora dos Navegantes, o fato é que ela tem um elevado número de adeptos no país, principalmente nas cidades litorâneas. Então, todos os anos, no Dia da Padroeira, as pessoas se reúnem para render-lhes graças. E, se for em tempo de estiagem, para pedir por chuva...
Euclides Riquetti
No Rio de Janeiro há grande reverência à Rainha do Mar em toda a orla marítima. Estas são as referências mais badaladas anualmente. Contudo, outras cidades pequenas, de menos visibilidade, também veneram a Santa que está no coração de tantos e tantos. Para os católicos, Nossa Senhora dos Navegantes. Para os umbandistas, Yemanjá.
Acompanho Nossa Senhora dos Navegantes desde minha infância. Em janeiro de cada ano, meu pai começava a preparar seu bote para ajudar na procissão que costumava acontecer no Rio do Peixe. Ele e os amigos gostavam de trazer a imagem vinda desde proximidades da Ilha, na antiga SIAP, pelas águas do Rio, até o valo que abastecia de água a usina hidrelétrica da família Zoréa, ali abaixo da barragem de pedras. E isso se repete até hoje. É uma magnífica procissão fluvial, ao anoitecer. Um belo show pirotécnico a recebe quando chega, em sua comitiva, próximo à ponte, onde é retirada das águas no portinho da família Costa, segindo pelas ruas Giavarino Andrioni, Guerino Riquetti e Felip Schmidt, até a Praça Pio XII, onde acontece a Santa Missa. Lembro que o Sr. Olivo Zanini era um dos que sempre estavam ali esperando para ajudar a levar o seu andor.
Padroeira do Município de Ouro, é venerada pela população, que, no dia que lhe é consagrado, feriado, costuma aglomerar-se por sobre a Ponte Nova, na ligação com Capinzal, para presenciar a chegada da imagem que foi esculpida em cedro na década de 1980, pelo escultor Paulo Voss, que residia no Bairro que leva o nome da Santa. Nos dias anteriores, celebra-se um tríduo nos bairros da cidade, em preparação para o dia culminante.
Diz-nos a História local que o balseiro Afonsinho da Silva, logo após a Guerra do Contestado, construiu um pequeno capitel à margem direita do Rio do Peixe, colocando uma imagem para sua proteção, próximo ao passo. Contudo, na enchente de 1939 as águas levaram a imagem mas, tendo implorado pela sua ajuda, foi atendido, salvando-se num momento muito adverso, quando achava que isso já era impossível. Então, adquiriu outra, em Caxias do Sul, que acabou na primeira capela construída, aos fundos da atual Prefeitura e, depois, na esquina da Rua Formosa com a Pinheiro Machado. Atualmente, a imagem esculpida é exposta num belo capitel, na Praça Pio XII.
Há pelo menos três fatos que me marcaram a presença da Santa em minha vida: A primeira vez, na metade da década de 1980, eu estava em casa ouvindo no rádio as preocupações em relação à estiagem que vinha ocorrendo e pensando em Nossa Senhora dos Navegantes. Lembrei que o amigo Reinaldo Durigon, que aniversaria no dia 02 de fevereiro, e era muito devoto dela. De repente, escuto um bater de palmas, é o Durigon vindo a minha casa, coisa que nunca havia acontecido antes. Adivinhei o que seria: veio propor-me realizarmos uma procissão, mexer com a imagem da Santa que, dizem, ajuda a movimentar as águas. Organizamos uma procissão levando a imagem desde a matriz, em Capinzal, até o Seminário, em Ouro, e logo depois choveu.
Na segunda vez, a estiagem assolando nossas plantações, todo mundo desesperado e pedindo uma procissão para que chovesse. Aguentamos mais uma semana, até o dia 02, quando montamos um palco para celebração em cima de um caminhão do Ivo Maestri, na ponta do canteiro central, próximo do comércio de sua família. Bem na hora do Evangelho veio uma chuva tão intensa que todos foram abrigar-se embaixo das marquises das lojas. A Eliza Scarton trouxe uns guarda-chuvas para o Frei David continuar a celebração. Restaram somente o Padre e algumas abnegadas senhoras para ajudar. Poucos restaram para receber a comunnhão e para os ritos finais...
Numa oportunidade mais recente, estava participando da Festa de São Paulo Apóstolo, na área de Lazer, em Capinzal, quando o Sr. Pingo, o Pingo das Cocadas, veio falar comigo, queria autorização para vender seus doces na semana seguinte, dia da Procissão, na Praça Pio XII. Estava a explicar-lhe que a responsailidade do evento, naquele ano, era da Capela do Bairro Navegantes, liderados pelo Rovílio Primieri. Dizia-lhe que era para falar com ele, que eu concordava, e tentava mostrar-lhe onde se situava a casa do mesmo, apontando com o dedo, para que o Pingo o procurasse lá. Nesse instante, uma mão tocou meu ombro: era o Rovílio. Queria saber porque estávamos olhando para seu bairro! E já se entenderam ali mesmo. Coincidência, ou presença de Nossa Senhora?
Essas são apenas as minhas histórias, mas há as de outros. A grande verdade é que as pessoas acreditam, firmemente, que Nossa Senhora dos Navegantes tem poder e domínio sobre as águas dos mares e dos rios. Tem poder de regular as chuvas. E ajuda as pessoas a se defenderam das incertezas dos mares da vida. Como Yemanjá ou como Nossa Senhora dos Navegantes, o fato é que ela tem um elevado número de adeptos no país, principalmente nas cidades litorâneas. Então, todos os anos, no Dia da Padroeira, as pessoas se reúnem para render-lhes graças. E, se for em tempo de estiagem, para pedir por chuva...
Euclides Riquetti
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