Acarinhei uma rosa na pista do Clube Comercial, hoje, em Joaçaba.
Foto de Miriam Carmignan
No Dia do Jardineiro, volvi-me ao passado, saudosista que sou. Lembrei-me dos tempos de criança, quando eu ia para a casa de meus avôs, Severina (Coltro) e Victório Baretta,em Linha Bonita, Distrito de Ouro, na época pertencente ao município de Capinzal.
Defronte à janela da sala de jantar do casarão, havia um jardim. Flores que minhas tias, então solteiras, Iracema e Ivani, cultivavam com muito esmero e carinho, orientadas pela Nona Severina. Roseiras com as rosas pequeninas, brancas e cor-de-rosa, algumas bordô. Gerânios com as flores vermelho royal ou brancas, plantados em vasos retangulares feitos de madeiras. Outros em cascos de baterias descartadas, muito comuns na época, para alimentar os rádios a bateria.
Atrás da casa, em pequeno barranco, algumas hortênsias cujas mudas foram trazidas de Caxias do Sul, nas muitas viagens que Dona Severina fazia para visitar suas irmãs, naquela cidade da Serra Gaúcha, nascida que fora em Farroupilha. Ainda, uma planta de Três Marias, com belíssimas flores roxas. Gerânios, rosas, lírios, copos de leite, três marias, margaridas, hortênsias, coroa de cristo, beijos e cravos costumavam estar presentes nos belos jardins cultivados pelos colonizadores descendentes de italianos e alemães nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Hoje, aqui em nossa região, os mais belos jardins, praças e floreiras são encontrados em Treze Tílias. Os descendentes de imigrantes vindos da Áustria e do Tirol são muito caprichosos no quesito jardinagem. Outras cidades se descuidam, mas deveriam seguir o exemplo dos tiroleses.
Neste dia, fiz minha parte: cortei os gramados, reguei as plantas todas, e contemplei, com admiração e encantamento, uma fileira de girassóis e algumas roseiras que foram plantadas ao redor da pista olímpica do Clube Comercial, aqui em Joaçaba, onde costumo fazer minhas caminhadas diárias e corridas. O rapaz que mora lá faz muito mais que sua obrigação de manter cortados os vastos gramados e manter limpo o local. Planta flores, com sua esposa, ajudando o lugar a ficar cada vez mais bonito.
Quero, oportunamente, homenagear o José Gonçalino da Silva, o Zezinho, que por muitos anos foi o responsável por cuidar das plantas dos canteiros lá em Ouro, tarefa na qual foi sucedido pelo Aleoril Bernardi, estando ambos já aposentados. Cuidar das plantas com carinho é mais do que uma tarefa profissional, é fazer algo com sensibilidade, algo muito auspicioso.
Parabéns a todos os jardineiros pela passagem de seu dia.
Euclides Riquetti
15-12-2020