O ano de 2021 nos
chega com muitas incertezas. Temos mais dúvidas do que respostas para algumas
questões, principalmente sobre a possibilidade de darmos a volta por cima (nós
e o mundo!), com relação à superação do problema da Pandemia do Coronavírus. No
início desta semana, os números mostravam-nos um quadro para muita preocupação:
Ouro – 19 casos ativos; Capinzal, 29; Joaçaba, 285 no meio da semana. imagino que nossas autoridades estejam
encarando o problema de frente, a imprensa está fazendo muito bem sua parte, em
especial as emissoras de Joaçaba e Herval d ´Oeste, mas, aqui, as estatísticas
nos dão extrema preocupação.
Estamos na
torcida para que venham as vacinas, que a confusão política em nível nacional
se dissipe um pouco, e que Butantã, Fio Cruz e Anvisa façam sua parte com
rapidez razoável e a eficiência que sempre demonstraram ter. Na terça, alguns
governadores cobraram do Ministério da Saúde a divulgação de um calendário para
a vacinação. Burrice! É certo que o MS tem duas projeções: entre 20 de janeiro
e 10 de fevereiro, ou de 10 de fevereiro em diante. Fico com a hipótese de 10
de fevereiro em diante, com a organização dos estados e municípios.
Principalmente dos municípios, que são os que fazem as ações de fato
acontecerem. Fazem mais trabalho sério, seus funcionários se expõem muito, e
fazem menos política sobre a questão.
A maioria dos
municípios da microrregião da AMMOC terá uma continuidade administrativa, quer
pela reeleição dos prefeitos, quer pela eleição dos apoiados por quem estava no
Poder. Nestes casos, as ações precisam ser mantidas e em algumas cidades
melhoradas. Para quem veio “na virada”, onde a alternância é benéfica, é hora
de colocar o time a trabalhar, com a escolha de pessoas eficientes,
principalmente nas secretarias de saúde. Ao contrário de outros tempos, a
demanda de serviços aumentou sensivelmente em 2020, os recursos aportados aos
municípios, originários pela União ou pelo Estado, foi também maior. Hoje, a
dificuldade maior, em todos os estabelecimentos de saúde, públicos ou privados,
é o material humano. O risco da exposição constante e a remuneração baixa são
os principais desmotivadores ao trabalho na área, que é a mais complicada da
administração pública.
No entanto, em
todos os anos que acompanho a vida das prefeituras, constato que é o em que os
prefeitos terão a maior disponibilidade de recursos em caixa ao assumirem.
Muitas despesas com manutenção de escolas, como por exemplo com água, energia e
gás, ou até dos prédios públicos, foram reduzidas. Muitas ações programadas
para serem executadas em 2020 foram adiadas, muitas obras licitadas não
tiveram o curso de seu cronograma em andamento, e assim por diante. Ainda, as
câmaras municipais, com a redução da movimentação dos edis e funcionários, bem
como das viagens, sobraram muito dinheiro, que foi, por força legal, devolvido
ao Executivo ao final do ano. Então, agora, mãos à obra para executar. Quem
está chegando como novidade, com calma e bom planejamento, pode se dar muito
bem.
Aqui em Joaçaba
percebe-se que há o interesse em tocar alguns projetos que ficaram parados,
como a revitalização da Praça da Catedral, da antiga Rodoviária, a conclusão do
Ginásio do Bairro Santa Tereza, muitas ruas aguardando o asfalto, pois já têm a
rede de esgotamento sanitário implantada pelo Simae, o andamento da adequação e
melhorias do aeroporto Santa Terezinha, e outras reivindicações que vinham
sendo cobradas pelos vereadores. A conclusão das alterações do Plano Diretor
também é muito esperada.
Imagino que, após a superação do problema da
pandemia, ações de turismo e cultura sejam efetivadas não apenas para gerar
marketing, mas para se tornarem atividades que ensejem a geração de trabalho e
renda. A fase de auxiliar quem perdeu renda está passando, as pessoas precisam
se virar, mas há sempre o medo. Há de se pensar a projeção e execução de
estruturas e alguns equipamentos de lazer, cultura e entretenimento, aliando
nossa história, nossa arte e nossos costumes, mas sempre pensando-se que se
possa promover a inclusão com ganhos para a economia das pessoas, e por
consequência de nossa cidade.
Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com
Texto no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC - 08-01-2021