sábado, 27 de outubro de 2018

Luiz Faccioni - o colono inventor - Homeganem aos saudosos Vicenza e Deoclides Rech


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          Em outubro de 1910, quando inauguraram a estrada de Ferro da Rede Viação Paraná Santa Catarina, mais tarde RFFSA, já havia muitas famílias morando em Rio Capinzal e no então Distrito de Abelardo Luz. E, pela questão do Contestado, Abelardo Luz, hoje Ouro, não pertencia a Santa Catarina e sim à cidade de Palmas, Paraná.

          Ocorre que, pela conveniência da história, contada pela "classe dominante", sempre se omitiu dizer que havia, em Ouro, muitos caboclos e "brasileiros" antes da chegada dos descendentes de italianos. (Se buscarmos a literatura histórica do saudoso amigo Dr. vítor Almeida, vamos ver que é um pouco diferente do que se propagou durante os anos). Mas, em reuniões que realizei, há 10 anos, nas diversas comunidades do Ouro, com as pessoas mais idosas, levantei que antes de nossos italianos havia, por exemplo, os Teixeira Andrade, em Linha Bonita (1902), o Veríssimo Américo Ribeiro (viram d Vacaria em 1919, mas ainda não havia italianos ali), e outros em Pinheiro Baixo, e um "tal Francisco D ´amendoa e um Benedito", em Leãozinho, e os Silva, em Pinheiro Alto. Os Teixeira Andrade e os Américo Ribeiro adquiriram sua terras. Os outros eram considerados posseiros.

          Pois bem, em Pinheiro Alto até hoje é bom escutar as histórias contadas pelos Morés, Masson  Dambrós e  Borsatti. Quando se reunem para jogar baralho ou bochas, no pavilhão da comunidade, tomando um brodo no inverno,  ou umas birotas, é até bom só ficar ouvindo-os contarem as histórias. E eles riem até dos próprios infortúnios.

          Uma das histórias que mais me marcaram foi a sobre Sr. Luiz Faccioni, um dos primeiros a chegar. Contam os que ali ainda vivem que este senhor era um grande inventor. Tinha farta imaginação e tudo o que imaginava gostava de materializar. Enquanto carpia ou roçava, pensava. Pensava muito. E, nos dias de chuva, procurava dar forma às suas ideias. Gostava de inventar máquinas e equipamentos. Até  inventou uma máquina de costura, feita em madeira. fez as agulhas com espinhos de laranjeira, que quebravam facilmente e isso o deixava irritado, mas não desistia nunca.

          Agora, do que mais riem nossos amigos lá, é da história das asas. De certa feita, com madeiras leves e panos, confeccionou um par de asas. Queria voar. Se os pássaros voavam, era possível que ele também pudesse voar. Amarrava-as ao corpo, às costas, e corria pelo pátio, ali onde morou, até recentemente, o Mário Masson. Fica numa estradinha que dá acesso à estrada geral, indo-se do sentido da cidade para lá,  uns dois quilometros antes da Igreja, à direita.

          E chegou o grande dia. reuniu esposa e filhos e falou-lhes, em seu dialeto italiano, que tinha chegado a hora. ia fazer sua primeira viagem voando. Voaria até Caxias do Sul, onde rencontraria seus parentes. Depois voltaria para o Pinheiro Alto. E, se as asas fossem aprovadas, faria depois umas que lhe permitissem voar até a Itália...

           E, no dia escolhido, subiu ao sótão da casa  e  fixou, com a ajuda dos filhos seu par de asas. Despediu-se e planou... Seu voo breve deu-se até sobre os arames do parreiral, onde quebrou umas costelas. A notícia logo espalhou-se pelas redondezas.

          Conta-me o amigo Deoclides Rech que ele era bem criança ná época e foi com seus pais visitar o vizinho que, além de algumas costelas quebradas estava com muitos hematomas pelo corpo. Lá, ainda encontrou a Vicenza Masson, uma menina da comunidade.

          Agora, o Vovô Deoclides e a Dona Vicenza, bem idosos, moram na Vila Unidos, no mesmo local ainda. E, quando contam essa história, riem muito. E fazem a gente rir junto!

     

         Euclides Riquetti - 2012

Desolação - o universo da alma...








Penam-se as almas, dilaceram-se corações aflitos
Corroem-se os sentimentos, mutilam-se paixões
Constroem-se seres inquietos, ensejam-se conflitos
Tropeça-se nas pedras bandidas das tensas desilusões.

Edificam-se muros frágeis com a  solidez das verdades
Encurtam-se os caminhos, alongam-se as trajetórias
Derrubam-se barreiras, despem-se as frívolas vaidades
Descobre-se que há lutas renhidas, perdidas e inglórias.

O universo é, por si mesmo,  algo não dimensionável
Sujeito a tempestades, intempéries e turbulências
O universo é uma imensidão desconhecida e formidável.

O universo da alma se constitui em algo dócil e  sensível
Sujeito a decepções, inconstâncias e incoerências
O universo  humano comporta a face do incompreensível.

Euclides Riquetti

O anjo azul sobrevoou as flores




 


O anjo azul sobrevoou as flores na tarde cinzenta
Estendeu suas asas e planou divino sobre meu jardim
Abençoou primeiro as rosas champanhe e as magentas
Depois o cravo bordô, o lírio amarelo e o vaidoso jasmim.

O anjo azul entoou um cântico santamente sagrado
Secundado por clarinetes com seus acordes triunfantes
Alegrou-nos com seus versos docemente cadenciados
Encantou-nos com a harmonia das notas ressonantes.

O anjo azul azulou com sua túnica discreta a manhã nova
O anjo azul enfeitou com seus cabelos dourados a manhã ditosa
O anjo azul te protegeu com suas armas em todas as horas...

E eu esperei por ele enquanto olhava pela minha janela
E eu rezei por ele e pedi por ele na oração venturosa
Enquanto o dia passava e eu ficava a esperar por ela...

Euclides Riquetti

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Eu te espero pro café da manhã...





Eu te espero pro café da manhã
Eu e as uvas e minhas maçãs
Quero ouvir de baladas a tangos
Quero tortas, biscoitos, morangos.

Eu te espero porque eu preciso
Reencontrar o teu doce sorriso
Quero sentir teu perfume frutado
Quero morder o teu lábio rosado.

Eu te espero porque sinto saudades
Eu te quero com virtudes e defeitos
Quero viver nosso amor de verdade
Quero olhar pros teus olhos perfeitos.

Eu te espero pro café da manhã
Eu, meus versos e meus poemas
Vem meu sol, vem meu talismã
Vem tornar minhas horas amenas!

Euclides Riquetti

As canções das essências florais







Quando as canções das essências florais
Encontram as do passaredo em sua toada
E no sonante valsar das manhãs outonais
Bailam as plantas na natureza embalada.

Enquanto soam os clarinetes angelicais
Perfilam-se os anjos em suas vestes alvas
Então voam sobre as planícies celestiais
Saem a saudar os apanhadores  das almas.

Mas se astros nos clareiam com os lumes
Para decorar nossas  noites espetaculosas
As flores nos brindam com seus perfumes.

Então mergulho nos sonos e sonhos meus
E vou clamar pelas musas bem cheirosas
Vou poetar meus versos aos ouvidos teus...

Euclides Riquetti
18-06-2016



quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Turbulência da alma








Deixa-se abalar uma alma em turbulência
Conflitada pela desavença de seu exterior
Deixa-se abater diante da maledilência
E do pranto que se desnuda de seu interior.

Se se abala a alma, abala-se o corpo frágil
Somatiza-se a dor da mente em febre ardida
Reveste-se de inconstância seu rosto grácil
O sorriso se oculta atrás de sua pele dorida.

Alma intranquila em corpo cambaleante
Corpo debilitado numa alma turbulenta
Alma que se aniquila pela dor constante.

Alma que sofre, corpo padecente em dor
Corpo a buscar água para a alma sedenta
Enquanto eu espero pra lhe dar meu amor!

Euclides Riquetti

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Ninguém é perfeito... vale a pena viver!







Sempre que se sentir incomodada porque algo não está como você quer
E seus planos não se realizam como gostaria ...
Sempre que os aborrecimentos lhe chegam para a atormentar
Atrapalhando seu sonho de mar em calmaria...

Sempre que você pensar em ouvir canções de amor e de paz ..
E acabar ouvindo apenas ruídos desagradáveis e dissonantes...
Sempre que você imagina que lhe digam um saudável bom dia
E acaba ouvindo apenas lamentos nada estimulantes...

Sempre que você mergulhar sua mente a navegar em saudosas lembranças
Porque quer lembrar de nossos momentos de alegria...
Sempre que você me procurar no horizonte azulado e com nuvens brancas
Porque quer  reviver momentos agradáveis e que trazem  nostalgia...

Lembre-se de que o mundo não é perfeito
De que as pessoas não são perfeitas:
Ninguém é perfeito!

Mas que, mesmo com todas as imperfeições
Vale a pena lutar
Vale a pena amar
Vale a pena viver!

Euclides Riquetti

Meu primeiro poema (para ti...)







Meu primeiro poema
Tinha que ser surpreendente
Tinha que contagiar num repente
Tinha que ter alma de gente
Meu primeiro poema.

Meu primeiro poema
Tinha que ter versos singelos
Como os lírios amarelos
Como os belos castelos
Meu primeiro poema.

Meu primeiro poema
Tinha que começar às onze horas
Para continuar até agora
Antes de nos irmos embora
Meu primeiro poema.

Seria um poema divino
Da alma branca lavada
Da noite abençoada
E da nova manhã esperada (da madrugada)
Ah, sim, seria um poema divino!

(Seria um poema perfeito
Sem nehum defeito)

Mas, como sou imperfeito
Como minhas métricas e rimas
Só consegui escrever
As palavras acima...

Para ti!

Euclides Riquetti

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Um poema romântico







Eu queria te fazer um poema romântico
Que pudesse ser lido em todo o mundo
Desde o Oceano Pacífico até o Atlântico
Em que eu te falasse de amor profundo...

Nele colocaria as palavras selecionadas
Escolhidas com zelo, carinhosamente
Em versos com rimas simples e ousadas
Talvez falar de teus olhos, simplesmente.

Eu queria que meu poema te encantasse
Que fosse uma forma sutil de te atrair
Um belo poema em que eu  te exaltasse

Mas, se eu não conseguir  o meu intento
Se eu não conseguir fazer-te me ouvir
Sentirás apenas meu pranto,  meu lamento!

Euclides Riquetti

Um luar ao amanhecer


Um circulo prateado postou-se diante de minha janela
No céu da manhã de pré- inverno, cinzenta
Flutuando na imensidão sedenta
De amor e paz , de após noite singela.

Era um como se fosse um astro ocidental
A decorar a paisagem que me enternece
A abençoar o dia que amanhece
Com sua bênção fraterna e divinal.

Era um indício de que o luar queria continuar presente
Desafiando o sol que ainda se escondia
E que eu esperava com suave nostalgia
Para que viesse num repente!

Oh, doce luar extemporâneo que concorre
Com o sol bloqueado pelas nuvens densas
Vem para reafirmar minhas convicções e crenças
Do amor que veio e que nunca morre.

Oh, doce olhar que perpassa o firmamento
Que vai, que corre no universo
Doce olhar que canto em prosa e verso
Doce olhar que leva meu pensamento...

Até você!



Euclides Riquetti

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Bom dia, mamãe...








Bom dia, mamãe!
Bom dia pra você que cuidou de seus filhos, que os educou com carinho, que teve o apoio do esposo com quem dividir as tarefas de cuidar, educar e prover...

Bom dia pra você que, por uma ou outra razão, teve que cuidar deles sozinha, sem um companheiro leal e digno com quem dividir as responsabilidades (porém com quem não precisou dividir o mérito e o êxito da tarefa bem cumprida...), foi mãe e pai...

Bom dia pra você, que não teve como ficar junto ao filho ou à filha, não por questões de preferência, mas por causa de circunstâncias que levaram a isso, causando-lhe dor e sofrimento...

Bom dia pra você, que perdeu seus filhos, cuja vida tornou-se um recordar de bons momentos, sem a condição da presença deles, mas que sabe que os amou e foi por eles amada, e que um dia se reencontrarão num outro plano...

Bom dia pra você que teve que ralar, teve que trabalhar desde o amanhecer de cada dia, até tarde da noite, mas que o fez sem queixar-se, sabendo que como resposta e prêmio terá sempre o amor incondicional de filhos e dos demais descendentes...

Bom dia pra você que partiu cedo, foi morar com Deus, mas que ficou confortada pelas orações dos filhos que ficaram, e que sempre sentirão saudades...

Bom dia pra você que abre mão de seu conforto, de seu próprio lazer, para dedicar aos filhos e netos o seu tempo, provendo-os de amor e, muitas vezes, de seu sustento...

Bom dia pra você que pode orgulhar-se de seus filhos, de tê-los amado sempre, lhes dado a maior atenção e digno apoio, e que os viu seguirem seus ensinamentos e buscado propagar o bem...

Bom dia a você, criatura adorável, que teve o coração do tamanho do mundo, que fez caber neles tanta gente, que conseguiu dar-lhes amor incondicional e sem tamanho, foi uma verdadeira mãe...

Bom dia a você, que de alguma forma, com sua  complexidade ou simplicidade, com seu orgulho ou sua humildade, com sua força ou fraqueza, com sua determinação ou timidez, mas que, sempre, foi uma verdadeira mãe!

Parabéns a vocês, queridas Mães!

Euclides Riquetti

Escrevi meus versos na areia branca











Escrevi meus versos na areia branca
Daquela praia onde você molhou seus pés
Depois copiei-os numa folha de papel
E quando os leio minha dor se espanta...

Escrevi meus versos inspirado em recordações
Dos bons momentos em que juntos nós vivemos
E as boas lembranças é o que de melhor nós temos
Dos afagos, dos carinhos e das muitas  emoções...

Escrevi meus versos pra poder eternizar
Pra que os leia e guarde sempre na memória
E, através deles, meu carinho registrar .

Eles são a prova de um amor que existe
E fazem parte de nossa bela história
Quanto mais o tempo passa, mais ele resiste!

Euclides Riquetti

domingo, 21 de outubro de 2018

O frio chegou






O frio chegou
Quando a tarde começou
Chuvosa.

O frio veio lentamente
Anunciando-se sutilmente
Porque estava com saudades!

Queria apenas reencontrar
O seu velho lugar
Na minha mente saudosa.

Ele veio e pra ficar
E no inverno respirar
Nossos perfumes e nossos ares.

Quer apenas acariciar
E seu rosto beijar
Na tarde chuvosa
De lembranças, de saudades
Das saudades mais saudosas...
Das nossas saudosas saudades
Dos tempos eternos
Dos outros invernos.

Veio, como vieram outros tantos
De todos os nortes e de todos os cantos:

Ele veio de mansinho
Quietinho
Devagarinho
E quer apenas ficar!

Euclides Riquetti

Amor do outono bravio





No outono bravio, sinfonizam-se os acordes do vento
Maestrados  pela orquestra sincrônica  do universo
Sinaliza-se a vinda de um inverno frio e perverso
Com nuvens cinzentas redesenhando o firmamento...

Pois que venham as gélidas noites e as manhãs geadas
Em que os corpos se refugiarão nos mantos ou vinhos
Em que outros se encostarão em seus pares quentinhos
Em que se perderão como se fossem almas alinhadas.

E, que depois da inconstância do inverno, a primavera
Nos traga a beleza natural das flores em cada florir
Nos traga os perfumes e aromas de seu afável sorrir
Enquanto planto meus  sonhos e alimento  quimeras.

Para que, quando, novamente, o alto do verão chegar
E o sol morenar  o seu corpo divinamente gracioso
Pudermos nos abraçar e trocarmos o beijo delicioso
Possamos, alegremente, nos amar, sonhar, viver, amar!

Euclides Riquetti
22-05-2016