Em pé: Valdomiro Correa, treinador; Zucco,
Altair Secchi, Ademir Rech, Euclides Riquetti
(eu mesmo..., o mais alto de todos),
Vicente Gramázzio, Malmir (Mazzo) Padilha.
Agachados: Domingos dos
Santos (Mingo Balbina), Valêncio de Souza,
Braguinha Ramos, Carmelino Nora e Sérgio
Scarton.
Na semana, perdemos amigos de longa data, que marcaram nossa vida. Partiram Valdomiro Correa e Willy Otto Lamb. Recentemente, Pedro Édison Lamb, o Pedrão do Besc. Pessoas com quem vivi ao longo de minha vida e que posso dizer que, por todos eles, nutri grande amizade. Agora, tanto quanto seus familiares, compartilho a saudade e rezo por eles!
O Valdomiro fora meu vizinho ali em Ouro na década de 1960. Eu tinha meus 10 anos e ele 27. Era ponta esquerda do Arabutã, canhoto habilidoso. Dezenas, quem sabe centenas de vezes, vi-o jogando com a vermelhinha, ali no antigo campo municipal, perto da estação ferroviária, em Capinzal. Morava perto do valo da usina da família Zortéa, trabalhou como tipógrafo na antiga Tipografia Capinzal, ali em Ouro. Depois esta passou a pertencer à família Baretta. Também com seu irmão Elói e, adiante, com o Osmar Capeletti, em Capinzal. Até recentemente, bem idoso, com a pastinha embaixo do braço, visitava as prefeituras e o comércio de Ouro e Capinzal para oferecer serviços gráficos. As pessoas lhe davam atenção, porque ele sempre foi uma pessoa muito humilde, respeitosa, responsável em tudo o que fazia. Gostava de que tudo fosse feito com capricho, perfeição.
"Riquetti, como vai a Dona Miriam? E o piá? E as meninas?" - Fazia esse tipo de pergunta às pessoas que encontrava na rua, após estender a mão para o habitual e formal cumprimento.
Foi meu treinador no Arabutã Futebol Clube, no estádio da Baixada Rubra. Cheguei em 1980, fiz alguns treinos com os aspirantes, contra os titulares. Eu viera do Grêmio Lírio, de Zortéa. Saí para o futsal com meus colegas professores e voltei, definitivamente, em 02 de fevereiro de 1983, aos 30 anos, mas direto na categoria de veteranos, onde eu me sentia bem. Nos vestiários, primeiro ele dava uma preleção, dizia como queria que o jogo andasse, distribuía as camisas. Primeiro a do goleiro, depois a minha, a dois, de lateral direito. Outras vezes a quatro, de quarto zagueiro. Nos intervalos, nos dava água, cobrava empenho no segundo tempo, fazia substituições, não queria nunca que perdêssemos os jogos. Vibrava com nossas vitórias. Foi assim por mais de uma década!
Tivemos grande participação, juntos, em celebrações de missas convencionais e celebrações de despedidas, na Matriz São Paulo Apóstolo. Trabalhamos nas festas de nosso Padroeiro, em muitos eventos. Em eventos sociais, ele trabalhou como garçom e até encaminhou os filhos. Valdomiro sempre foi um marido e pai zeloso. Seus familiares e a comunidade muito vão sentir a sua falta. E as centenas de jogadores que passaram pelas suas mãos no futsal e no campo gramado.
Willy Otto Lamb, o Willão, era mais um cara do bem. Simpático, educado e atencioso, dedicava a vida a sua família: Esposa e filhos. Exímio cozinheiro, sabia o gosto das pessoas que frequentavam seu estabelecimento, desde os tempos do Ginásio Dileto Betaioli até os dois últimos, no Parque e Jardim Ouro, primeiro em dependências do comércio da família Bernardi, até o seu próprio estabelecimento, nas proximidades da Escola Felisberto Vilarino Dutra.
Quantas vezes me ligava: "Riquetti, hoje vai ter feijoada!". "Riquetti, hoje tem coelho com macarrão". E lá eu costumava me encontrar com nossos amigos em comum, o Sérgio Durigon, o Alfeu Volpato, o saudoso Vinícius Golin, o Antônio Gramázzio (Pitchas), Beto Bazo, Vilson Farias, Odilon Gomes, Guiomedes Proner, e muitos outros. Era boa conversa, uma mesa de snooke, um baralhinho, umas caipirinhas, e assim por diante.
Além da comida, seu comércio sempre foi um ponto de encontro de amigos. Sua esposa, filho e filha, eram atenciosos. Os filhos foram meus alunos na Escola Prefeito Sílvio Santos. O sogro, Chico Minozzo, era meu amigão e até foi meu colaborador, em 1989, quando fui prefeito em Ouro. Recentemente, soube que ele não andava muito bem de saúde, mas não imaginei que partisse tão cedo, na casa dos 60 anos. Foi uma pessoa que eu nunca vi triste, estava sempre com o sorrisão estampado no rosto. A simpatia e a amizade do Willão ficam eternizadas em minha memória. Deus lhe dê o merecido descanso eterno.
O Pedrão do Besc, Pedro Édison Lamb, foi meu aluno na sua juventude, nas disciplinas de Português e Inglês. Filho da Dona Catarina, a fiel auxiliar do ex-Prefeito Celso Farina, quando este tinha loja em Capinzal, era a perfeita vendedora: Atenciosa, afável e competente. Trabalhou em diversas lojas daquela cidade. Minha esposa, Miriam, diz que comprou dela o primeiro sofá.
O Pedrão morou, nos últimos anos, aqui em Joaçaba, no Bairro Clara Adélia. Tinha ali sua família, falava dela com orgulho. Eu o encontrei, na primeira vez, na Borracharia do Batatinha, no trevo próximo da nossa Rodoviária de Joaçaba. Mais de 10 anos que não o via, ele me chamou pelo nome, reconheci-o pela voz. Os cabelos já não eram mais escuros, ele não era mais o menino que fora meu aluno, com quem eu tive grande amizade.
Nas vezes que o fui encontrando, num comércio aqui perto de casa, ele me relatava sobre coisas que eu falava para eles nas aulas, os conselhos que eu lhes dava. Acho que muito influenciei meus queridos alunos enquanto exerci o magistério. Sua irmã, Sônia, também fora minha aluna, no Mater Dolroum. E eu lhe falava do pai dele: Ido Pedro Lamb!
Ido Pedro Lamb era motorista de caminhão, dirigia um Chevrolet. Era conhecido como o "Lampa", pela gurizada. Era valente, assim como o fora o João D´Agnoluzzo. Os dois tiveram o mesmo destino, perderam a vida ainda jovens. Eram fortes e a vida lhes foi tirada bestamente. O "Lampa", assim como o João D ´Agnoluzzo, foram uma espécie de ídolos da galera. Os Adolescentes dos anos 60 admiravam pessoas que davam atenção a eles, que dirigiam, portentosamente, os seus caminhões. Eu falava do pai, e os olhos do Pedrão se enchiam de brilho, era alegria e não lágrimas. E eu tinha o prazer que narrar alguns feitos da fama do seu pai, capaz de enfrentar várias pessoas numa contenda, dada a sua força e valentia. Rendo, aqui, através do Pedro, minha homenagem ao Ido Pedro Lamp e ao João D´Agnoluzzo.
Então, aqui deixo registrada a minha homenagem a três grandes pessoas, cada um no seu tempo, na sua época. Meus amigos, amigos de verdade, que levam e merecem, igualmente, minhas orações. Um fraterno abraço nos que ficam!
Euclides Riquetti e Família
10-06-2023