Temos assistido
à pior campanha da história política do Brasil neste período eleitoral. Até as
pessoas idosas, aquelas que já viram de tudo na política, estão espantadas com
o que têm visto. Baixaria pura, agressões mútuas, os dois candidatos a Presidente
da República se digladiando nas campanhas em rádio e TV, nos debates, na
internet. E não venhamos querer dizer quem foi que começou, pois essa história
veio sendo escrita desde 2016 e a encrenca se avoluma a cada ano.
O candidato
Lula, do PT, segue favorito a levar a vitória. Não são duas pesquisas que
indicam isso, mas o agregado de todas elas. Não com a diferença que Datafolha e
Ipec mostram, mas o que é indicado pelo agregado de pelo menos 11 delas. Certamente
que a diferença de votos entre um e outro não é tão grande quanto dito, mas
existe e pode ser de até 5 milhões de votos. Enquanto Lula ataca Bolsonaro pelo
comportamento inadequado na pandemia, este tem explorado bem a questão do
petrolão. Tanto é verdade que, no debate realizado no domingo, organizado por
um pool de órgãos de comunicação, foram os dois principais assuntos.
Na questão da
corrupção, Lula foi provocado pelo atual Presidente e caiu numa armadilha, na
não administração do seu tempo, e deixou quase seis minutos do último bloco
para Bolsonaro ficar dizendo o que quisesse a respeito dele. A presença do
ex-juiz Sérgio Moro no ambiente do debate, informada a Lula pouco antes do
início, causou nele um certo abalo, pois estava perceptível o seu desconforto
no “terceiro bloco”. Mas ambos são bem experientes e treinados, conseguem
agredir-se verbal e moralmente, todos sabem disso. Cada lado acha que o seu
candidato preferido foi melhor que o outro. Mas as campanhas deles têm sido um
festival de baixarias e acusações, vergonhosamente.
Para os
catarinenses, o panorama político, embora vinculado ao que acontece em nível
federal, é bem diferente, graças a Deus. Jorginho Mello, candidato apoiado por
Bolsonaro, e Décio Lima, apoiado por Lula, foram bem e exemplares em seu primeiro
debate visando às eleições no segundo turno catarinense. Ambos fizeram menções
aos seus candidatos a Presidente, pelo PL e pelo PT, mas sua discussão ficou
muito mais restrita ao campo estadual e, diferentemente de lá, apresentaram
propostas, defenderam suas ideias, disseram como vão fazer aquilo a que se
propõem, que resultado esperam ter. Os dois candidatos têm carreiras políticas
vitoriosas e formação acadêmica surpreendentemente igual: ambos são formados em
Estudos Sociais e Direito. Não foi um debate de compadres, mas o respeito
mútuo, se comparado ao que vem acontecendo “lá encima”, é verdadeiro e merece
elogios. Enquanto Décio fez sua carreira em Blumenau, iniciado como Professor,
Jorginho começou como funcionário do antigo BESC. Natural de Ibicaré, tem
domicílio em Herval d ´Oeste. Parabéns a Décio e Jorginho pela postura lúcida e
educada, por apresentar propostas aos eleitores, coisa que não acontece na
eleição presidencial.
Luiz Henrique da
Silveira, com base eleitoral em Joinville, Norte Catarinense; Raimundo Colombo,
em Lages, no Planalto Catarinense; e Carlos Moisés, da Região Sul do Estado,
foram os últimos a Governar. Leonel Pavan, que assumiu o Governo, é do nosso
Oeste; Eduardo Pinho Moreira, de Criciúma. Há uma assertiva que precisa sempre
ser considerada: Quem é da região interiorana, é bem conhecido aqui e se
projeta no litoral. Quem é de lá, tem menos caminhada por aqui. Isso favorece
Jorginho Mello.
Perdas de joaçabaneses - capinzalenses muito sentidas: Há poucos dias faleceu, em Capinzal, Clorinda
Dambrós, que fez sua carreira profissional a maior parte do tempo em Joaçaba e
foi moradora de Helval d ´Oeste. Trabalhava na antiga Acaresc e sempre foi
corretíssima em seus compromissos profissionais e sociais. Chegou a ser
suplente de vereadora em Ouro, filiada ao PDS. Era cunhada do saudoso Breno
Toaldo, político muito atuante em Capinzal. Muito respeitada nas cidades gêmeas
do Baixo Vale do Rio do Peixe. Também perdemos, no domingo, Renan Dorini
Baretta, filho de Ângela e Anito Baretta Primo, que tocaram, por alguns anos, o restaurante da UNOESC.
Renan deixa esposa e um filho, além de um irmão. Engenheiro Elétrico, exercia
sua profissão em Joinville. Aos 34 anos, vitimado por Leucemia. Às famílias
Baretta, Dorini e Pelizzaro, nossas mais sentidas condolências.
Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com
Minha coluna no Jornal Cidadela - 21-10-2022