sábado, 12 de dezembro de 2020

O sol da noite escura

 



O sol da noite brilhou de repente
Intensamente
Depois  foi embora
Suavemente
Com seus raios transparentes.

Ele veio apenas para clarear os espaços
Pavimentar a avenida do amor e da paixão...

Foi o amor-sol que brilhou
E que me aliciou
Dentro de seu coração
E que me guiou até  seus braços.

O sol da noite escura  se fez sol de prata
E, no encanto da serenata
Brilhou!
Brilhou na noite como brilha no dia
Por pura magia...

O sol da noite
Forte, magnânimo
Reenergizou o meu ânimo
E fez rebrotar em mim plantinhas que estavam amedrontadas.

Agora, pedir que nossas almas sejam reconfortadas
Iluminadas pelo sol da noite
E por Deus abençoadas!
Euclides Riquetti

O Sonho que se tornou realidade

 


O Roque Manfredini é o primeiro dos goleiros, está atrás do agachado Lourival, o Moço de Rio Azul. O outro goleiro é o Paulo Hanrique, está atrás do agachado massagista e ex-jogador Casquinha. Associação Atlética Iguaçu - Estádio Enéas Muniz de Queirós - 1972 - certamente que eu estava no meio da multidão, na arquibancada. 

          Na adolescência e na juventude, somos verdadeiros sonhadores. Alguns querem ser motoristas de caminhão, preferencialmente carreteiros, seguindo a profissão do pai. Outros médicos, advogados, dentistas, engenheiros, na mesma linha. Alguns pelas circunstâncias, tonam-se professores. Outros, pedreiros, carpinteiros, vendedores, comerciantes, mecânicos, lavoureiros. Mas há um sonho que muitos filhos buscam realizar e que os remetem para conquistar algo que poucos pais conseguiram: o de tornar-se jogador de futebol profissional. 


          Na minha geração,  isso já era o sonho de muitos colegas. Mas reconhecíamos que não tínhamos as habilidades para isso, então buscávamos nossa realização profissional em outras ocupações, que também nos permitissem sustentar uma família, ter casa, automóvel, poder dar boa educação aos filhos nossos. E, um dos jovens meus contemporâneos, o Roque Manfredini, também alimentava, embora que silenciosamente, este sonho. Na juventude, fora aluno de meu pai no Grupo Escolar Belisário Pena, em Capinzal, no final da década de 1970. Tinha avantajado porte físico. Não era levado muito a sério pelos colegas, pois não demonstrava muita vontade de estudar. Justamente meu pai lhe deu forças  e motivação, dando-lhe tarefas especiais, uma espécie de ajudante do  professor"." Adolescente, jogou no "Botafoguinho"e no Juvenil do Arabutã FC.

          Antes de completar seus 18 anos, na inauguração do Estádio do Arabutã, atuou pela primeira vez como titular deste, num confronto com a poderosa equipe da Perdigão, de Videira, Campeã Estadual de Futebol em 1965. Tinham um timão e por isso mesmo foram convidados a atuar numa  pré-inauguração. Nos primeiros 45 minutos enfrentaram o Arabutã,  e no segundo tempo o Grêmio Esportivo São José. Levou gols, mas não se abalou. Pouco tempo depois, foi cumprir com suas obrigações militares no "Quinto BE", o Exército Brasileiro, no quartel de Porto União.

          Cumpriu seu Serviço Militar por um ano e voltou a Capinzal, onde começou a trabalhar como
vendedor de máquinas agrícolas. Trabalhava com uma caminhonete de cor laranja, visitava as propriedades rurais do Baixo Vale do Rio do Peixe.  E voltou a jogar no Arabutã, embora estivesse com um peso um pouco acima do normal para quem jogasse futebol.
 
         Nesse tempo, o Arabutã tinha bons goleiros, o Coquiara era um deles. E eu saí para estudar na Faculdade, a FAFI, em União da Vitória. E, numa de minhas viagens de volta a minha cidade para visitar os familiares, no início de 1972,  encontrei-o ali o lado do Posto Ipiranga, em Capinzal. Havia voltado de Porto União há dois anos, mas fizera o nome lá quando estivera no Exército, jogara no "União". E gostaria muito de voltar para lá, fazer testes na Associação Atlética Iguaçu, havia pessoas na cidade que conheciam seu futebol. Sinceramente, achei que ele só estava contando vantagens, mas compometi-me de falar com o Leoclides Fraron, que era Cabo no BE, que conhecia os dirigentes do Iguaçu.

         Quando falei com meus colegas da República Esquadrão da Vida,  fiquei muito surpreso: O Roque tinha muita popularidade na cidade, fora um grande goleiro, um dos melhores que o União já tivera. Mandei-lhe uma carta pelo correio dizendo-lhe que o Fraron falara com o Capitão Dal'Acqua e que este disse que ele podia vir para os testes.

         Ele me mandou recado dizendo que estava fazendo exercícios físicos para perder peso com o Joe Luiz Bertola, que foi meu colega de aula no Contabilidade. Pois, em poucos dias,  o Joe operou um verdadeiro milagre: O Roque caiu da casa dos 100 Kg para 82 Kg.

          Esperei-o no dia marcado: Um final de dia, chegou de trem, com uma sacola de boleiro branca, e as inscrições em vermelho: Arabutã FC. Sapatos esporte sem meias, uma calça Lee bem desbotada, uma camisa estampada com base branca e estampas de um vermelho rosado, que eram "muito da moda"na época. Levei-o a um hotel perto da Estação Ferroviária e marcamos que eu chegaria na manhã seguinte, às 7 horas, para pegarmos a lotação até o Batalhão. Cheguei antes da hora, mas  ele já havia ido. Fora cedo. Sempre fora assim, determinado.

          Tomei um ônibus e cheguei às 8 horas no campo do Batalhão. Estava lá, treinando, pegando tudo. Lembro que o lateral esquerdo Santos, que tnha um chute portentoso, batia forte e ele defendia. Pegava firma, seguro, nem sequer espalmava, Dois dias de treinos e ele estava aprovado. Mas não levara os  documentos para seu registo na Federação. Bem do jeito dele... Pegou o trem na quarta-feira e voltou a Capinzal buscar os documentos. Um dia de viagem para ida e outro para volta. Na sexta-feira o registro em Curitiba e, no domingo , a estreia, no estádio do Ferroviário, em casa, contra a Mourãoense, de Campo Mourão. Vitória  do Iguaçu por 2 a 0. E o Roque escolhido como o melhor jogador em campo, enaltecido pelos locutores das rádios Colmeia e União. E muito aplaudido pelos torcedores. E eu vibrava na arquibancada, junto com mus colegas Osvaldo, Odacir, Fraron, Tortato, e outros.

          Nossa amizade ficou muito fortalecida a partir de 1972. Encontrávamo-nos na Praça Coronel Amazonas. Ele estudava Contabilidade à  noite no Colégio David Carneiro. E eu Letras, na Fafi. Eu o incentivava a estudar, da mesma forma que meu pai o fez, alguns anos antes...

          Valeu a pena ter incentivado o Roque a realizar seu sonho. Um sonho que realizou em razão de sua extrema determinação e força de vontade. Só pessoas com nível de determinação e objetividade tão elevados conseguem realizar sonhos que parecem impossíveis!

          Ele teve uma carreira vitoriosa. Em 1975 foi escolhido como o melhor jogador do Campeonato Paranaense pelos clubes do interior. Chegou a ser contratado pelo Coritiba Futebol Clube.
Voltou para União da Vitória onde tornou-se empresário. 

         Mas sua história não termina aí. Oportunamente, vou falar mais sobre ele. Muitas vezes, quando vejo jovens que falam em ser jogadores de futebol profissional e vejo que têm algum talento, não os desencorajo. Mas faço algumas indagações, dentre elas pergunto se sabem que é mais fácil tornar-se médico do que jogador de futebol. Eles não entendem, mas a matemática é simples: "Quantos de seus conhecidos se tornaram médicos?  - Quantos de seus conhecidos conseguiram tornar-se jogadores de futebol?"  Certamente que mais de 50 pessoas que conheci tornaram-se médicos. E, menos do que a quantia de dedos de uma de minhas mãos tornaram-se jogadores profissionais. É uma realidade. O sonho nem sempre pode ser realizado pelo caminho que nos parece mais fácil.

Euclides Riquetti
22-04-2014

De repente, a saudade...

 



De repente, a saudade:
Saudade da infância
Das bolicas de vidro
Do meu primeiro livro
De ser criança!

Saudade, saudade:
Saudade do pão caseiro
Do mel e da nata
Do marmelo e do marmeleiro
E da marmelada.
Do café na caneca esmaltada
Do leite quente e das torradas.

Saudade, sempre saudade:
Saudade dos chinelos de couro
Das valetas de água correndo
Do joelho esfolado e doendo
De brincar de caça ao tesouro.

Saudade, muita saudade:
De brincar de couboy
Com revolvinho de espoleta de rolo
De gritar "camóin"
"Está preso, levante as mãos, seu tolo"!

Saudade, doce saudade:
De levantar cedo pra ir pra escola
De encontrar os amigos na rua
De gritar de noite pra lua
E de jogar muita bola.

Saudades, cada um sente de um jeito:
Pouca, muita, quase nada, demais
Mas todo mundo sente!

Do amor que nem bem chegou
E já se foi...
Da personagem que nos cativou
Marcou
E foi-se logo depois.
Saudade, tão vaga como uma oração
Sem sujeito
Que invade meu peito
Mas que ocupa extenso lugar no meu, no teu
No nosso coração!

Euclides Riquetti

E agora, Moisés?

 



       O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, viveu seu inferno astral no segundo semestre deste ano. De março a junho, teve que lidar com a situação da pandemia, quando Santa Catarina demonstrou estar com controle sobre a mesma. A partir de julho, com o recebimento de pedido para instalação de processo de impedimento em virtude de alterações salariais dos Procuradores do Estado e, posteriormente, por causa de uma aquisição desastrada de respiradores destinados a comporem as UTIs de hospitais por preços além da realidade de mercado. Do primeiro, foi absolvido pelo tribunal especial que o julgou. Do segundo, certamente que se livrará, até porque a Polícia Federal, após intensa investigação, o eximiu de culpas na operação de compra.

       Nos cinco meses de andamento dos processos, culminando com seu afastamento do cargo e agora com sua volta ao comando do Executivo Estadual, é possível perceber quanto todo o imbróglio, notadamente político, causou de prejuízos a Santa Catarina. E, então, quem pagará pelo prejuízo causado ao Estado, com toda a energia, inteligências e estruturas que foram usados para acusar, atacar, defender, julgar e absolver o Governador? Muitas horas de serviço de servidores, perda de tempo pelos parlamentares, e toda a despesa gerada no uso das estruturas, o trabalho da Justiça, que poderia ter sido usado para julgar outras questões importantes,  para uma ação que se mostrava visivelmente política.

       Enquanto isso, os casos de contaminação pela Covid 19 foram aumentando, as mortes, que estavam sendo reduzidas, tiveram número de crescimento assustador nas últimas semanas. Fora o nomeia-e-demite de secretários, diretores e assessores, pela vice-Governadora, situação agora desfeita por Moisés, que voltou ao cargo. Na minha cabeça, e de muitos outros, conta que, quando se viu que Daniela Reinehr não foi afastada, o impedimento não interessava mais aos parlamentares, que tinham seus interesses na ação, certamente de olho nos dois cargos e em todos os demais que uma mudança de governo resultaria.

       O Governador Carlos Moisés, agora, precisa agir rápido para dar caráter de normalidade a Santa Catarina, com ações firmes e concretas para a contenção da expansão do novo coronavírus, tocar os projetos que tinham sua execução programada e, inclusive, convocar os policiais militares que prestaram concurso e ainda não foram chamados, uma vez que diversas regiões estão reclamando e reivindicando a recomposição do efetivo, que está bem abaixo do ideal para a quantidade de habitantes que nosso estado tem. Além disso, a própria fiscalização do cumprimento dos decretos relativos à Coovid 19 precisa ser reforçada.

       De nossa Economia, com os setores em recuperação, a oferta de empregos voltando, é preocupante o que acontece com os serviços de turismo. Presenciei situações no litoral de Santa Catarina no início deste mês. Hotéis e restaurantes vazios, vendedores ambulantes na praia sem ter quem compre seus produtos, pessoas com medo, prestadores de serviços quebrados e com pouquíssimo serviço. A volta da pandemia, com toda a sua força, em nosso estado, é culpa de todos os valentões que não se cuidam e não cuidam de seus familiares, que se expõem ridiculamente, desafiando a natureza da doença.

       No âmbito federal, o ex-juiz Sérgio Moro aceitou trabalhar para um escritório de advogados que atende empresas condenadas ou investigadas pela Lava Jato. Chutou seus pênaltis, arrebentou com as melhores empresas brasileiras, tornou-se figura midiática, e agora vai defender o pênalti. Vergonhoso isso, seu Moro! Peça desculpas ao Brasil e vá ganhar dinheiro com suas palestras para quem estiver disposto a contratá-lo. Pisou na bola, menino mimado,  e seu projeto político já está ruindo. Enquanto isso, no fim de semana, o STF constituiu e formou maioria para dar como inconstitucional a possibilidade de reeleição de Rodrigo Maia, à Câmara, e Davi Alcolumbre ao Senado, como seus presidentes. Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandoswki e Alexandre de Moraes foram os que votaram em favor da reeleição, contrariando a Constituição que deveriam defender.

       Em São Paulo, João Dória promete iniciar a vacinação contra a Covid 19  em 25 de janeiro. A Anvisa nem aprovou a vacina ainda...  Dia 25, dia do Padroeiro da cidade de São Paulo!  Isso me faz lembrar de quando PSDB homenageou  45 professores da rede estadual aqui da região de Joaçaba. Por que não 50, ou 40? Política feita na época e nenhuma reclamação, oportunismo e demagogia!

Euclides Riquetti – www.blogdoriquetti.blogspot.com

 

Mãos mágicas

 



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Mãos mágicas, pintam os sonhos do poeta
Na tarde discreta
Quando brilha o sol
Ou quando a chuva é incerta!

Mãos mágicas afagam peitos
Acariciam ombros bem feitos
Moldados com a arte Divina
Com habilidosos jeitos...

Mãos mágicas
Afagam rostos de pele macia
Abanam com leveza e alegria
Acenam nas partidas doridas
Mas pintam vidas coloridas.

Mãos mágicas ternas e eternas
Sensuais
Magistrais
Suaves e ternas...

Mãos mágicas que escrevem poemas
Descrevem infortúnios e dilemas
Mas desenham flores
De todos os matizes e cores...

Mãos mágicas que já embalaram as crianças
Que nos trazem as mais saudosas lembranças:

Apenas mãos...
Mãos doces e santas
Mãos mágicas!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Houve um dia um sol




Houve um dia um sol que brilhou pra você
Mas que, talvez, por alguma razão
Com o tempo apagou-se e foi embora
Um sol que nasceu em seu coração
Isso já faz tanto tempo, é coisa de outrora...

Houve um dia um sol que cativou você
Mas que se traduziu apenas numa mera ilusão
Talvez seus raios não fossem tão fortes
E acabaram deixando-a sem chão
Assim perdida, sem rumo e sem norte...

Acho que foi um sol de inverno com raios tímidos
Ou de verão com os raios agressivos
Só não foi o sol que aqueceu você...

Acho que foi um sol falso, sem firmeza, nem cor
Não foi o da beleza, nem  o da franqueza
Que não lhe deu amor, que não lhe deu amor
Apenas dor, decepção,  muita dor...

Mas poderão vir outros dias de sol e de fulgor
Trazendo alegria, carinho e  afeto
Nas manhas amenas e nas tardes de calor!
O carinho esperado, o afago certo:
O sol que vai merecer você!

Euclides Riquetti

O Dilema do Galo Velho diante da Franga Poderosa (for remember...) e para rir!

 



          Diz que o Galo Velho é sempre o mais respeitado, ainda mais se for Galo de Terreiro. Terreiro dos arredores das casas, não daquele que você provavelmente pensou. Lá ele canta de galo de dia e de noite. De dia, para mostrar-se imponente e majestoso diante das galinhas, das frangas, pintainhas, das galináceas, enfim. Se for Galo de Rabichos, então, com toda aquela elegência, crista elevada e bem vermelha, olhos curiosos e radarizados, pescoço de periscópio, penachos brilhantes que partem das cores do cavalo zaino até a negritude das pelagens dos mais velozes puros-sangue, então ninguém segura. Meta-se com ele e vai ver o que é bom pra tosse! Se estiver pensando em sacá-los, os rabichotes, para por numa peteca de palha de milho, vá com cuidado. Esporas afiadas esperam por você!

          Pois que um galo desses houve de morrer e... morreu.  E, morrendo, foi parar num lugar que não era céu nem inferno. Era uma "Casa da Mãe Joana" acho, mas não tenho certeza. Lá cada galinha e cada galo fazia o que queria, era uma democracia bagunçada em que quem falava mais alto mandava e "quem tinha  juízo" obedecia, como diz o ditado. O Galo Eusébio, lá chegando, deixou sua mochila cheia de quireras de milho por sobre um tronco de madeira. Começou a estudar a situação e viu que cada galo já tinha seu feudo bem dominado. E, os mais vistosos, eram assediados por muitas frangas e galinhas. As pintainhas que morreram precocemente eram respeitadas, nenhum cocó velho queria ser tachado de pedófilo.
 
          Pois o Eusébio deu umas "bisoiadas" pelos cantos e viu que havia uns terreiros desocupados naquele latifúndio improdutivo. Reconheceu a Tiloca, uma franguinha deliciosa com quem já "contracenara em vida". Pensou em "ficar" com ela. Namorar sério não, pois vai que apareça alguma novidade, uma nova carne branca no pedaço, sem colesterol, e tenha que assumir compromisso maior. Melhor não se comprometer com a Tiloca, companheira de outras jornadas.

          "Você aqui, seu velho turrão?! Pensou que ia ser eterno?", falou a gracinha. Eusébio disse que falasse baixinho, que era pra não dar vexame, que iam pensar que eles eram caipiras, gente criada no mato, à base de radicci e de morder cascas de melancia. Por comum convenência acertaram de respeitar-se, "para o bem de todos e felicidade geral da nação", como diria o Galo Pedro.

          Mas isso não impediu a moçoila de tirar umas casquinhas: "Sabe, Galo Velho, escutei na Rádio Catarinense, no Programa da Alegria, do Amarildo Monteiro, lá de Joaçaba, uma propaganda que tinha "Galo Velho" em promoção num supermercado a R$ 1,49 ao quilo. Vocês estão em baixa, é uma vergonha pra vocês, que sempre se acham tão soberanos e absolutos. Coxinha de franga jovem como eu, bonita, teudinha, vale, no mínimo, uns R$ 7,00. Até as asinhas nossas, que antigamente chamavam de Tulipas, e que agora chamam de "meio-da-asa", estão pra mais de Dez Reais. Estamos muito valorizadas".

          Eusébio ficou indignado com o que a raça humana vinha fazendo com sua classe, desmoralizando-a. Pois os perus estão aí valendo uma nota e os galos totalmente desvalorizados. Uma afronta à dignidade "humana" dos galináceos de grande porte. Se um dia voltar à terra, vai criar um sindicato que os defenda no pós-morte.  Desde pintinho,  o Galo Cidadão precisa ir sendo educado, preparado e protegido, sindicalizado,  para que não façam piadas com ele.

          Matutou: "Pensando bem, elas têm razão. Na vida terrena, os galos são "os tais". A palavra galinha é usada muito pejorativamente, e tantas vezes injustamente, enquanto os galos são laureados. Há as exceções, os caras galinhas, da raça humana, metidos a querer todas... mas isso é problema deles. Melhor não confundir a cabeça, deixar a crista tomar sol e ar fresco..."

           E lembrou-se de que há coisas ainda piores. No domingo pela manhã, no Programa do Tchê Mendes, na mesma emissora, este falou: "Cada ovo comido é um pinto perdido!"  É uma criativa e cheia de lógica filosofia de parachoque de caminhão. Mas, pensando bem, melhor ser um Galo Velho vendido em promoção na velhice do que um ovo comido!

Euclides Riquetti
04-02-2014         

Deixa que o perfume dos ventos...

 



Deixa que o perfume dos ventos te acaricie
Afague tua pele e beije teus  lábios que eu tanto desejo
Erice  teus cabelos macios  e aplaque  teus medos
Permite  que o perfume dos ventos se delicie...

Deixa que a brisa da noite refresque teu corpo fogoso
Apalpe teus seios, teus braços, com toda a ternura
Que leve pra ti  os aromas  e toda doçura
E que a noite se transforme em algo sublime  e gostoso.

Deixa-te navegar na distância numa  viagem bonita
Ultrapassar as barreiras que te impedem de ser feliz
Voa pelos ares da mente na imensidão infinita

Deixa  que teu rosto receba o carinho de minhas mãos
E sente  o seu  toque sensual que você sempre quis
Deixa-te trazer até mim, embalada pelo som da minha canção!

Euclides Riquetti

Caroneiras e caroneiros: Homenagem a Ione e Zeno Gauze e outros...

 



          Na sexta-feira, na metade da manhã, voltava de minha caminhada quando, no Trevo da BR 282, aqui em Joaçaba, conhecido como o Trevo da Reunidas, observei que uma bela garota, vestida discretamente de branco, segurando  uma plaqueta de cartolina com esta mensagem: "Estudante - Chapecó". Mais do que o sentimento de curiosidade, veio ao meu coração o sentimento da preocupação, do cuidado. A gente sabe dos perigos do mundo...

          Aproximei-me, cumprimentei-a, perguntei se era acadêmica da UNOESC, o que cursava. "Medicina!", respondeu-me. E disse-me que as pessoas que passam não param.  Mencionei-lhe de minha preocupação: Há dois lados a serem considerados, o primeiro é o de que ela está ali, exposta aos lobos. O segundo, é a de que as pessoas que transitam com os veículos também têm desconfiança em pegar caroneiros ao lado das rodovias. Ela concordou comigo.

          Recomendei que saísse do local em que se encontrava, fiz-lhe ver que os veículos que vinham em velocidade não iriam possibilitar que os condutores lessem a mensagem. Indiquei-lhe um lugar para poicionar-se que fosse visto pelos que vinham do centro de Joaçaba, por duias razões: Tinham que parar para esperar pelo momento de entrarem na BR e seriam pessoas que, algumas delas, poderiam ir para Chapecó ou para o Oeste Catarinense. E, ainda, quando os carros parassem, ela poderia avaliar o tipo de pessoa que era. Ela assim o fez. Espero qu tenha dado certo para ela, conseguido sua carona e ido rever seus familiares com segurança.

          Mas isso tudo me remeteu ao passado, a 1972, quando estudava em União da Vitória. Uma vez, num feriado de sábado, vim de lá até Joaçaba para visitar meus familiares no Ouro. Se viesse de trem, faria uma viagem de 13 horas. Gastaria o sábado para vir e o domingo para voltar. Apenas ficaria uma horas com meus queridos pais e irmãos e depois voltaria. Vindo de ônibus, via Palmas, sairia de lá às 6,30 e estaria em Joaçaba às 13 horas. Fiz isso. E, chegando na antiga Rodoviária, fui a pé até as proximidades do Hospital São Miguel.

          Naquele tempo, não havia horários de ônibus no sábado, eram poucos os carros e a estrada era de chão, não tinha asfalto. raramente alguém ia a Capinzal ou Piratuba num sábado. Mas minha saudade era muita, meu pensamento era forte, precisava conseguir. Em menos de meia hora, parou um carro, um Corcel, com um casal bastante jovem, elegantes, óculos escuros. Conheci o cara. Vibrei. Pedi carona, eles gentilmente me deram a carona. Eu já o conhecia, ele vendia livros no Baixo Vale do Rio do Peixe. Eu era frentista e abasteci o carro dele muitas vezes, nos postos Dambrós e depois no Ipiranga.

          Aquela bela e encantadora jovem, alguns anos depois, acabou minha colega de magistério. Professora na área de Letras em Joaçaba. Ele continuou como representante comercial, vendendo material didático-pedagógico para escolas e prefeituras. Hoje, encontro-o em Joaçaba, tenho muito carinho por eles, que me ajudaram a ficar pelo menos cinco horas a mais com meu familiares, num tempo em que não tínhamos carro nem telefone, e que a vida era muito dura. Eu trabalhava no Mallon, em União da Vitória e tinha aulas na FAFI aos sábados à tarde. Não tinha como comprar um carro e nem como faltar vo serviço, pois o dinheiro era "contadinho". Pagava a "República Esquadrão da Vida", ali na Rua Professora Amazília, ao lado do Banco do Brasil. E meu pai me mandava dinheiro para pagar a mensalidade da faculdade e o Inglês do Yázigy.

          Minha filha, Michele, fez o que essa menina faz hoje. E eu me preocupava, achava que era doidice dela. Mas sei que imperava seu espírito de independência e de aventura. Quem sabe essa estudante de Medicina tenha que cuidar direitinho do seu dinheiro, pois estuda numa faculdade que não é pública. Imaginei o esforço da família para que ela possa estudar...E me emocionei.

          Quantas vezes vi soldados do Batalhão de Porto União esperando caronas nas BRs. Quantas vezes dei carona a estudantes dos Colégios agrícolas de Água Doce  e de Concórdia, aqui no Trevo do Chocodinho, até Ouro e Capinzal. Faço isso com alegria, reporto-me ao tempo, tenho saudades, amo isso! E me comovo só de lembrar...

          Você deve estar curioso para saber qual o casal de Joaçaba que me deu carona. Pois hoje sei que eles têm uma filha médica, o pai, orgulhosamente, me falou dela. Ele costuma passar por algumas lojas da cidade, especialmente na Bortoluzzi, e deixar-lhes espigas de milho verde. Meu filho trabalhou por quatro anos lá e ganhou milho verde também. Com o tempo, descobriu que eu era amigo do cidadão Zeno.

         Rendo, com muito carinho, esta homenagem ao ZENO  e à  professora  IONE GAUZE. Que tenham muitos e muitos belos anos de vida! Que a generosidade de vocês se espalhe pelos corações de todas as pessoas. Grande abraço. Jamais esquecerei de vocês!

16-03-2014

No campo dos girassóis (eu te encontrei)

 



Procurei-te nas manhãs azuis de meu imaginário
Nas manhãs de ontem, de hoje e de amanhã
Procurei-te nas granas deliciosas da romã
Que têm o terno gosto de teus lábios...

Procurei-te por debaixo de teus tenros lençóis
Nos gramados, bosques e colinas
Procurei-te em todas as praças e avenidas
Mas só te encontrei no campo dos girassóis...

Procurei-te,  mulher do sorriso contagiante
Que alimenta meus sonhos e pecados
E te encontrei moça, mulher, amada e amante...

Encontrei-te, fonte de meus sonhos e desejos
Encontrei-te,  musa de meus versos declamados
Encontramo-nos, eu, os girassóis e nossos beijos.

Euclides Riquetti

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Eu vim pra te fazer feliz!

 



Em termos de sentimentos
Já não sou nenhum aprendiz:
Aprendi  a sentir os ventos
A evitar os tormentos
A lembrar sempre de ti!

Em termos de emoções
Aprendi a lidar com elas:
Há, na vida, decepções
Há também desilusões
Quando menos se espera!

Em termos de felicidade
Digo sem nenhum receio:
Com toda a sinceridade
Amo-te bem de verdade
E jamais eu titubeio!

Eu vim pra te dar amor
Dar-te o melhor de mim:
Ofereço-te a vermelha flor
Ofereço meu mundo de cor
Eu vim pra te fazer feliz!

Euclides Riquetti

Coloque sua alma dentro de meu coração






Coloque sua alma dentro do meu coração
Levemente
Suavemente
Sutilmente...

Feche seus olhos e apenas me abrace
Gentilmente
Carinhosamente
Firmemente...

Traga seus lábios vermelhos para junto dos meus
E me beije
Deliciosamente
Perdidamente
Amadamente...

Apenas porque
O lugar de sua alma é estar em mim
O lugar de meus lábios é estarem em você
Juntos de novo... sempre...bem assim!


Euclides Riquetti

Sentir o teu perfume no ar

 



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Na manhã,  depois da tempestade
Volta o vento calmo do Sul
E lembro-me,  com muita saudade
De teu rosto de divindade
De teu  olhar verde-azul...

Na manhã, depois da tormenta
Volta-me toda a alegria
Meu coração já não  lamenta
E minha alma deseja, sedenta
Navegar nesta calmaria...

Na manhã do dia que chega
O canto dos pássaros a me alegrar
Para mandar embora a tristeza
E, no despertar da natureza
Sentir teu perfume no ar...

Euclides Riquetti

Buscar-te na noite, embalado ao vento...

 



O vento que move as folhas das aroeiras arredias
É o mesmo que me acaricia com seu dileto açoite
Que me traz as estrelas e o frescor da noite
Após as chuvas ditosas do final do dia...

O vento que beija teus lábios de vermelho maçã
É o que me inspira na noite sedutora
Que me acalma com sua aragem redentora
E alenta meu corpo e minha alma sã.

Ah, noite de verão que meus medos esconde
No aguardo do outono que derruba a folha
Noite para pensar em quem está longe.

Pensar, sim, viajar pelo ignoto  firmamento
Que essa seja a nossa melhor escolha
Buscar-te  na noite, embalado ao vento...

Euclides Riquetti

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

A música da noite

 




A música da noite
Veio embalando a brisa suave
Entrou em meu quarto
E pousou junto de mim.

Foi algo assim
Indescritível
Incrível
A música da noite...

A música da noite
Trouxe-me uma mensagem de amor
Uma mensagem de paz
Uma mensagem muito singela
Que veio pela janela
E me deu uma flor.

A música da noite
Trouxe-me a doce lembrança
De minha infância
E de  um rosto com traços suaves.

Ah, quantas saudades
Dessa mulher criança!

Trouxe-me o céu estrelado
A lembrança do passado
Dos anos dourados e dos sonhos sonhados
Mas não realizados.

A música da noite me trouxe você!
E eu me apaixonei...

Euclides Riquetti

Palavras mágicas de amor

 


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Três palavras mágicas:

Querer
Beijar
Amar

Uma frase mágica:

Eu te amo!

Euclides Riquetti

Decorshop - 23 anos - Parabéns, Marise, Hiroito e Naiana!

 




       A DECORSHOP, que há 23 anos vem ajudando você a sentir-se melhor no seu cotidiano, e cumprindo rigorosamente aquilo a que se propunha quando de sua fundação, ou seja, "levar requinte, beleza e conforto a lares e ambientes de convivência e de trabalho", está há pouco mais de um ano com  uma nova loja. 

       Seus idealizadores, Marize e Hiroito Riqueti, mais adiante com a agregação da filha Naiana Laís, sempre tiveram o entendimento de que os ambientes, por mais simples que possam ser, desde que bem preparados, podem ser alçados a padrões de sofisticação apenas com a introdução de alguns acessórios, se forem adequadamente escolhidos e dispostos. Esse conceito, desde a sua criação, evoluiu muito, e surgiram novas tendências no mercado da decoração, enriquecendo os espaços de residências, de trabalho, e de convivência, podendo-se melhorá-los com alguns pequenos investimentos. 

        A empresa, que veio para proporcionar a satisfação dos proprietários e dos clientes, pela sensação de estar ajudando estes a sentirem a alegria de morar ou trabalhar em locais agradáveis e aconchegantes, agora, com duas décadas de atuação no mercado de decorações do Baixo Vale do Rio do Peixe, Meio Oeste Catarinense e Norte do Rio Grande do Sul, ainda com  o pensamento de que "quem compra, quer receber em troca bens e serviços que justifiquem seus investimentos", amplia seu campo de atuação, em sua cidade sede, Capinzal - SC, oferecendo aos seus clientes um leque maior de oportunidades de escolha, em novo espaço, situado na Rua Dona Linda Santos, no centro da cidade.

    Assim, toda a região conta, há 13 meses, com a nova loja, num espaço maior e projetado por profissionais do ramo de decorações. Todo o design e o lay out da "Nova Decorshop" em favor de seus clientes. E, ao mesmo tempo, a Decorshop Tradicional, a matriz, localizada nos altos da Rua XV de Novembro, em Capinzal. 

       A satisfação de seus clientes, conquistados à custa de bom atendimento personalizado e da oferta de produtos de grande beleza e alta qualidade, são um motivo a mais para animar a família proprietária e suas colaboradoras a continuarem disponíveis à distinta clientela, com produtos das melhores marcas. Tradição, atendimento e bons produtos, sempre à disposição de todos, com uma gama ainda maior de opções para seu lar ou ambiente de trabalho ou de vivência.

Decorshop - com duas lojas para melhor atender os clientes. Na Rua Dona Linda Santos e na XV de Novembro, em Capinzal. Requinte, satisfação,  e negócios bons para todas as partes continuam sendo nossa proposta!



Marize, Hiroito e Naiana

Dionísio Ganzala - Cabo do 5º BE - padrinho e afilhado! Anos 1970...

 





Relembrando de amigos...
          Recebi, no sábado, a informação do falecimento do amigo Dionísio Ganzala. Ligou-me sua sobrinha, Kátia Bazzo, minha ex-aluna, ex-colega de trabalho, que mora em Ouro. Ela sabia do carinho e apreço que eu tinha por ele. Fiquei muito triste por ele ter partido. Um pouco mais velho do que eu, natural do interior de Campos Novos, localidade de Pouso Alto, perto do Rio Pelotas, no hoje município de Zortéa. Conheci-os em União da Vitória, em março de 1972. Era Cabo do Exército Brasileiro, servindo ao 5º BE, em Porto União.

          Fui convidado pelo conterrâneo Leoclides Frarom, o Leo Fra, para morar na "República Esquadrão da Vida", localizada na Rua Professora Amazília, 322, bem em frente a onde se localiza o Banco do Brasil, em União da Vitória. Era uma casa de madeira com frente em alvenaria, amarela. Formamos uma turma de 10 jovens, todos estudantes, a maioria universitários. A antiga "CABOLÂNDIA" que antes abrigava cabos do 5º BE, estava hibrizada, agora com muitos civis, pois os que se desligavam do Exército, acabavam trabalhando em bancos e na iniciativa privada.

          Aderbal Tortato era ex-Cabo e trabalhava no Banco do Brasil. Mineo Yokomizzo e Francisco Samonek eram meus colegas de Letras na Fafi e também atuavam no BB. Evaldo Braun e Osvaldo Bet em companhias que construíam rodovias. Odacir Giaretta era moveleiro. E havia os Cabos Frarom, Backes (João), Dionísio (Ganzala). Depois vieram os Cabos Figueira (local), Maciel (Concórdia) e Godoi (Caçador).  E o Boles (Boleslau Myscza ), taxista e depois empresário, virou hoteleiro (Rio Hotel). O Aclair (Dias), também Cabo, que veio de Caçador, já havia buscado outro rumo, casara com uma bela de uma loira. O mesmo acontecera com o Cabo Arnaldo Della Giácomo. Também moraram conosco o João Luiz Agostini, seu irmão Carlos, que estão em União da Vitória, e o Eduardo Bet, de Bituruna, que fez carreira militar em Brasília. O Celso Lazarini, que jogou no Iguaçu, e está morando no Porto. Lodovino Pilatti, de Tangará, era uma espécie de convidado, também se alojava lá nos tempos de FAFI. Tínhamos um grupo com muita força intelectual e até física.

          O Dionísio era uma "santa alma". Um cidadão muito simples, levantava de madrugada e, às 5 horas, era normal ouvi-lo fazendo exercícios físicos e tomando banho com o chuveiro desligado naquelas madrugadas frias de inverno, que só quem morou lá sabe como é. Maior do que eu, que tenho 1,83 metros. Muito forte, um gigante. Competia nos jogos do Batalhão. Rastejava na lama sob arame farpado, subia pelas redes, pulava obstáculos, era um exímio remador. Corria atletismo e, nas marchas a pé, ia até São Mateus do Sul com seus companheiros. Nem cansava. Assim era meu colega Dionísio, com quem desenvolvi grande afinidade por sermos oriundos da mesma região.

          Fui estudar Letras e não tinha boa base em Inglês. Ele me deu seu livro básico para eu fosse resolvendo exercícios (ele estudava no São José, num curso intensivo que denominavam de mini-Ginásio, à noite). Depois, vendo que eu gostava de jogar bola e não tinha chuteiras, deu-me sua "Gaetta nº 43", que ficava um pouco folgada no meu pé, mas que quebrava o galho. Era assim o amigo. O que era seu era dos outros também.

          Quando criaram a Loteria Esportiva, começou  a jogar adoidadamente. Ensinou-me que "zebra" era quando um time grande perdia para um pequeno.  Era muito festeiro, frequentador de casas noturnas, de todos os ambientes possíveis. Fazia sucesso com as gatas. Me apresentava aos outros como "Sargento Riquetti", pois eu havia raspado o cabelo ao passar no vestibular e parecia mesmo um milico. Dava-me moral. Contava-me suas histórias de pescarias e caçadas na beira do Pelotas. Tinha planos, mas teria que deixar o Exército porque não conseguira estabilizar a "QM", como dizia ele.

          Aplicou suas economias de cinco anos num Fundo de Investimentos que quebrou e ele ficou sem nada. Saiu do batalhão e não tinha mais tudo o que economizara. Mesmo assim, com um colega do Exército, que era de Concórdia, compraram a"Boite Karandache", que acabaram vendendo porque há uma diferença muito grande entre você ser frequentador e ser administrador.

          Num fim de tarde, chegou um recado através de um vizinho, um funcionário gentil da Copel que tinha telefone: seu pai havia falecido em Pouso Alto, interior de Campos Novos. Veio com o Corcel 4 portas do Boles para dar adeus ao seu progenitor. Em razão disso, voltou para o sítio da família, definitivamente. E, quando fui morar em Zortéa, encontrei-o no escritório da Zortéa Brancher, onde eu trabalhava à tarde no Financeiro e lecionava pela manhã e noite na Escola Major. Ele, por sua vez, estava lecionando na Escola Municipal de Três Porteiras, ali perto de onde morava.

          A vida dele deu uma guinada extraordinária. Um dia, disse-me: "Riquetti, você sabe tudo o que eu já fiz na minha vida, de bom e de ruim. Mas agora estou com Deus. Fui um pecador, mas agora deixei de ser. Deus é minha vida e meu norte é a Bíblia". E o Cabo Dionísio, que baixara das Forças Armadas como Terceira Sargento da Reserva, era um soldado de Deus. Ficava muito nervoso quando as coisas saíam do rumo, defendia a moral e os bons costumes.

          As pessoas o jugavam doido, mas eu o compreendia e respeitava. Fora um bravo soldado no 5º BE e era o responsável pelo "Paiol de Munição", um serviço que era outorgado somente para pessoas de extrema confiança do Comando Militar. Um atleta vigoroso e obstinado e eu ficava chateado porque as pessoas não davam a ele o devido valor. Muitas vezes, as pessoas tratam os outros pelas aparências, sem conhecer as virtudes que eles têm. Nos últimos anos, juntou-se aos companheiros de Igreja, fez pregações, realizou batizados nos rios, foi servente de pedreiro, agricultor e até participou dos Movimentos  dos  Sem-terra. Eclético, nunca perdeu a candura...nem sua alma deixou de ser nobre, nem seus gestos deixaram de ser polidos!

          Ele e o Cabo Backes me apelidaram de "Alegria". Também me chamavam de "Sorriso". E o Backes o chamava de "Triste". Coisa de jovens! O Jair Backes, que é meu vizinho aqui em Joaçaba, informou-me que o Backes, João, seu irmão, o Cabo, faleceu há três anos,  no Mato Grosso. Tinha casado com a namorada, Holga, me parece, que era vendedora na Loja Vencedora, ali em União da Vitória.

          Ontem escrevi um poema que postei no meu blog: "No dia em que você partiu". Era minha homenagem aos amigos que se foram. vale para o Dionísio, o Backes, o Godoy, que fez carreira no Exército e já faleceu. Enquanto escrevia, as lágrimas dificultavam-me ver a tela do computador. Amigo verdadeiro é sempre amigo verdadeiro! Que os três amigos se encontrem lá no céu e possam continuar com o lema de nossa república de estudantes do início da década de 1970: "Neste Natal, nós, da República esquadrão da Vida, estaremos alertas e vigilantes". E continuamos sempre vigilantes, rezando pelos amigos que se espalharam pelo Brasil, tiveram suas famílias e são pessoas muito honradas.


           O Dionísio sempre me procurava lá em Ouro. Imaginei que aquela fortaleze devesse durar 100 anos! Mas não foi assim, infelizmente. Tenho algumas histórias que eu poderia escrever sobre ele. Quem sabe, num sonho, ele me autorize a contar. Ao contrário, serão segredos que ficaram em mim e nas pessoas que melhor o conheceram... De qualquer forma, em algumas ocasiões, pude ajudá-lo a resolver problemas seus. Ele me dizia que eu era "seu padrinho". E eu dizia que não, que era ele que era meu padrinho, desde os meus 19 anos, lá no Porto. Importa-nos, tanto a mim quanto a ele, que éramos amigos e o que eu posso fazer por ele é rezar e poder dizer aos amigos quem ele foi, o que foi, e quanto bom ele foi.


Grande abraço, amigo Dionísio, de seu amigo Riquetti, "sempre alerta e vigilante"!

Euclides Riquetti
07-09-2014

Eu, você, nós dois apenas... E o mar!

 


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Eu, você, nós dois apenas...
E o mar!

O mar das ondas revoltas
Que leva embora as folhas soltas
Que o vento traz....
Sim, ele, o mar!

Eu, você, nós dois apenas...
E o mar!

Olhe para ele e sua imensidão
Olhe com os olhos do seu coração...
Para seu balanço que barulha
Enquanto você mergulha!

Eu, você, nós dois apenas...
E o mar!

E escute a sua canção
Aquela que vem junto com o vento
E, que por um momento,
Me enche de inspiração!


Eu, você, nós dois apenas...
E o mar!



Euclides Riquetti

Liberta-te das angústias que te afligem

 



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Liberta-te das angústias que te afligem
Que te incomodam, que te atormentam
Afasta-te de todos os que te agridem
Que o teu ânimo abalam e violentam.

Liberta-te de tudo o que te entristece
Agarra-te a aquilo que te traz o bem
Não é saudável aquilo que te aborrece
Não há o que receber de quem nada tem.

Busca, nas pessoas meigas ter o bom dia
O bom ânimo, o otimismo, a motivação
Alia-te a quem possa te dar toda a alegria.

Busca, procura encontrar toda a felicidade
A palavra de conforto, de apoio e atenção
Em quem lhe devota amor, luz e lealdade!

Euclides Riquetti

Alegria de escritor: 500.000 páginas visualizadas, graças a você!

 




Fiquei muito contente, ontem. As estatísticas me mostram que já tive 500,000 visualizações de minhas páginas no meu blog. Para um blogger amador, ter gente lendo o que escreve, é uma satisfação muito grande.

Comecei com 150 leituras por mês e, com o tempo, a marca foi subindo. Isso significa que há muitas pessoas que gostam de ler poemas. E que o mundo existe também para as pessoas românticas. Hoje mais de 30.000 leituras por mês. 

Obrigado a você que lê meus poemas, minhas crônicas e meus artigos! 

Grande e carinhoso abraço em você, meu caro leitor, leitora!


Euclides Celito Riquetti - Joaçaba - SC

09-12-2020


A alegria de sentir saudades

 


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A cor do teu beijo
É de tom vermelho
E brilham os olhos teus
Que seduzem os meus.

O sabor do teu sorriso
E o cheiro de teu cabelo liso
Me encantam, me embriagam 
E, meus pensamentos, divagam...

Se hoje é dia de comemorar
À vida devemos brindar.
Enquanto o sol vem e vai
Bronzeia tua pele e sai...

Feliz seja nosso novo dia!
Que venham montes de alegria
Alegria pura, alegria de verdade
Alegria de sentir saudade!

Euclides Riquetti

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

O passarinho que queria voar...

 



Pretendia voar o passarinho 

Era um filhote, na verdade

Queria libertar-se do ninho 

Voar para sua liberdade!


Era frágil o pequeno alado

Suas asas ainda fraquinhas

E o irmãozinho, coitado...

Tivera frágeis as perninhas.


O maninho já caíra, (voara?)

E ele também precisava voar

Fazer o que antes planejara

Para o mundo conquistar.


Nem tudo, porém deu certo

Caiu no chão, machucado

Sentiu seu fim estar perto

Pois estava bem fragilizado.  


Mas veio uma mão caridosa

Que o  recolheu e deu carinho

Então a avezinha gloriosa

Saiu voando de mansinho.



História: Um casal de pombinhas costuma fazer um ninho sobre um caibro, diante de minha janela. Ali põe ovos e os choca. Há duas semanas, nasceram dois filhotes. Nesta manhã, um deles caiu sobre a calçada dura e não resistiu às dores. O irmãozinho, como que a procurar o outro, acabou saindo do ninho e caindo ao lado do que já não tinha vida. Toquei em suas asas e percebi que ainda vivia, mas parecia estar com frio. Coloquei-o ao sol, debaixo de uma roseira. Refeito, voou e ganhou o mundo, uma hora depois. Fiquei muito contente, ganhei meu dia. E, a forma que tenho de eternizar o momento, é compor-lhes este poema...

Euclides Riquetti

08-12-2020




Obrigado, meu Deus!

 



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Meu Deus,
Tu que é tão bom
Tu que podes tanto, tanto
Eu te faço esta oração
Porque só Tu és Santo.

Meu Deus,
Tu que me  compreendes
Tu que me dás atenção
Eu peço e Tu me atendes
Porque me dás Tua proteção.

Meu Deus,
Tu que estás sempre comigo
Tu que estás em todo o lugar
Eu Te peço o bom abrigo
Porque quero estar em  meu lar.

Meu Deus,
Tu podes sempre contar
Com a minha fidelidade
Eu aprendi que se eu Te amar
Só vou ter a  Felicidade.

Obrigado meus Deus!

Euclides Riquetti

O sorriso que brilha

 





O sorriso que brilha
É como ouro que reluz
É como o corpo que seduz
Mesmo que em alma maltrapilha.

O sorriso singular
É aquele que me atrai
É aquele que vem e que vai
Que me convida a viver e sonhar.

O sorriso mais puro
É aquele que me encanta
É aquele da voz que canta
Que brilha no claro e no escuro.

O teu sorriso aberto
Estampa em ti a sutileza
Em teu rosto de luz e beleza
Que inspira a compor-te os versos:

Versos românticos para quem partilha
O sorriso que tanto brilha!

Euclides Riquetti