sábado, 19 de março de 2022

Na primeira manhã de outono

 




Na primeira manhã de outono
Quando você acordar
Na primeira manhã de outono
E abrir a janela de seu quarto morno
Para que entre o frescor do ar...

Quando você perceber que  a manhã outonal
Não é diferente das do verão que se foi
E que haverá um tempo para amar depois
Mas que talvez seja uma manhã sem igual...

Quando você lembrar
Que no seu sonho eu estava desperto
Que eu a buscava e chegava tão perto
E você fugia sem poder me abraçar...

Quando você constatar
Que sempre há um novo dia em qualquer estação
Seja inverno, primavera ou verão
Mesmo ao ver o outono começar...

Então pense em mim...
Me queira
Pense assim
De qualquer maneira
Mas pense em mim
Nesta manhã de dia morno
Neste primeiro dia de outono.

Apenas isso
Nada mais!

Euclides Riquetti

O homem que matutava e os ombros da Letícia Sabatella

 




          O Apolinário matutava. Não era jeca, não era analfabeto. Tinha até pós-alguma coisa, acho que graduação, mas matutava. De vez em quando matutava e falava, baixinho, que era para que ninguém percebesse e não o achasse louco. Louco não era. Era normal como todos os outros meio anormais que estão por aí, matutando. Pensava no seu time que andava perdendo muitas. Não havia treinador que desse certo. O caso era de pouco sebo nas canelas. E a gurizada não quer mais saber de por o sangue nos olhos. Todo mundo quer sombra e água fresca, mesmo que seja à noite.
 
          Matutava o Apolinário. Não que matutar fosse sua predileção. matutava por matutar. E, enquanto matutava, contava. Não era o "contar causo", era o contar de fazer contas, contas "de mais" como a professora ensinou muito bem na primeira série. Na segunda, já as contas eram bem maiores, com mais algarismos. Algarismos são aqueles pequenos desenhos que hoje chamam de dígitos. E, matuta vai, matuta vem, e nada de respostas para suas indagações. Pensava na novela do horário das sete, "Sangue Bom". E constatava em sua matutice que pouco havia de bom no sangue daquela tropinha chamada elenco. Não nas pessoas deles, mas de suas personagens. Ah, que vontade de dar uma surra na Damáris. Podia ser na Gládis, aquela desavergonhada da irmã dela que está tentando o Lucindo...Não! Esses três fazem a parte boa, a engraçada da novela. Não merecem nehum castigo. Seria um sortilégio fazer isso, Santo Deus!

          Estava o Apolinário a matutar. Não havia outra coisa a fazer enquanto caminhava. As moçoilas e os rapazotes passavam, iam pra frente, pra trás. Certamente que não matutavam, não precisavam disso, nem tinham tempo para isso, tinham que falar ao telefone celular: " E aí, mano?! Vamos fazê umas quabrada na náite?! O Apôli não entendeu nada. Nem queria entender aquela falação sem graça. As "mâna", então, grudadas no seu Infinity-pré, também de nhém nhem:  "Oooooiiiii, lindaaaaa! Como cê tá massa!  - e o Apolinário, definitivamemente, nem queria ficar perto de gente assim. Continuava a pensar na novela: Quanta gente aquela Maiara/Amora, Amora/Maiara enganou antes de descobrirem todas as sacanagens que aprontou na novela! Pior que ela, só a mãe dela, a Bárbara Hellen. Elas são duas tranqueiras, bem que se merecem. Bonitinhas, mas ordinárias, como diria o Nélson Rodrigues... Mas tem o Bento que é gente boa. Tem sangue bom!

         Tendo matutato já um tantão,  o Apolinário pensou em virar o pensamento para outro lado. Uma psicóloga, uma vez, dissera para sua namorada que,  quando ela tivesse um pensamento runho,  era pra tentar pensar num pensamento bom, algo que deleitasse, que desse prazer. Então, ele começou a pensar nas personagens boas da novela e fixou-se na Verônica. A verônica, pra quem não sabe, é a mesma Palmira Valente que deixa seus afazeres de publicitária para exercitar seu hobby, cantar no Cantaí. E como ela canta! Com certeza seu vídeo vai bombar na internet. Mas a parte melhor, mesmo, a que mais toca o coração desapegado do amigo fica por conta dos ombros da Letícia Sabatella. Ah, que ombros! Você já reparou? Não? Então veja a novela e depois você vai ver se o Apolinário não tem razão. É um navio de areia para o seu caminhãozinho. Ah, se é! Como são belos os ombros da Letícia Sabatella.

Euclides Riquetti
20-10-2013

Para a vida ser poema, prosa, ser verso

 



Agradece a Deus pelo que Ele lhe deu

Por todas as coisas que já conseguiste

E, se houver algo que não te concedeu

Talvez seja porque não Lhe pediste!


Levanta teus olhos ao céu para rezar

Reconhece a importância de Sua ajuda

Pede as graças que precisas alcançar

A mão Dele tudo pode, ela tudo muda.


Pede agora, com tuas sinceras orações

Para que leve Paz onde ainda há guerra

Para abrandar as almas e os corações.


Então, comemora cada pequeno gesto

Valoriza tudo o que existe aqui na terra

Para a vida ser poema, prosa, ser verso.


Euclides Riquetti

19-03-2022







Pensa em mim

 


 




Pensa em mim, que eu pensarei em ti
Escuta minha voz, que escutarei a tua
Reza por mim, que eu rezarei por ti
E te ouvirei ao sol e te ouvirei à lua...

Pensa em mim, vê os versos que te escrevo
Sente  meus poemas como eu sinto os teus
Quando penso em ti, me empolgo e me atrevo
A querer te levar todos os beijos meus.

Pensa em mim, com toda a força do teu sentimento
Abre teu coração em toda a tua singeleza
Que eu penso em ti, com a força de meu pensamento.

Pensa em mim, com toda a tua energia
E eu te direi, com todo o carinho e sutileza
Que eu te amo em todas as horas de meu dia.

Euclides Riquetti

Uma perda sentida - Anilton Kiko Carmignan - 10 anos depois!

 



          No úlimo domingo, 18/03/2012, perdemos o querido Kiko. Morava em Pato Branco, PR, e trabalhava na Plásticos Pato Branco.

          O Kiko nasceu Anilton Carmignan, tinha 47 anos. Era gente muito boa, humilde, excelente pai e esposo, admirável amigo de todos. Deixou a esposa, Margrith, e os filhos Maurício e Frederico, de quem gostava muito, muito. Agora foi morar "lá no céu". E foi mesmo, pois era uma pessoa que só fez o bem, respeitou os outros, e conquistou, pelo  seu modo de ser,  uma legião de amigos.

          Seus muitos colegas de trabalho e familiares o acompanharam até sua última morada. Os colegas disseram-me que todos gostavam muito dele, e a presença de tantos me atestou isso. Lá, fiquei sabendo, pela sua patroa, Dona Vera, que nas reuniões na Empresa, ao final, sempre dizia: "É preciso que todos vistamos a camisa da empresa. E também a do Vasco da Gama".  Vascaíno como eu, como seu irmão Emílio, que o acompanhou mais de perto em toda a sua vida, o Kikão (que tinha tamanho de kikinho), teve problemas cardíacos e nos deixou aos 47 anos.

          Foi mais uma centelha que se desprendeu da terra, flutuou pelo espaço, perdeu-se na imensidão, e foi juntar-se ao Sírio, seu irmão que antecipou sua subida, ainda em 1994. Dona Ana, 82 anos, conseguiu manter-se firme, msmo tendo perdido seu neném.. A mana Sirlei, teve que ficar cuidando do Tio Celso, em Curitiba, hospitalizado. A Tia Bea, Tia Mirtes, Tio Jorge, a Mirian,  e o Tio Milo ficaram muito desolados. O Tio Kiko era um bibelozinho, um ursinho de estimação. Agora é uma daquelas estrelinhas que pode ser vista nas noites, no firmamento, em meio a tantas outras. É aquela estrelinha pequena, mas que tem um brilhozinho especial, que só pode ser identificado pelos que já aqui a conheciam.

          Que Deus, que o acolheu, abençõe todos os que ficaram!

Euclides Riquetti
23-03-2012

Esperavas que eu te mandasse rosas

 



Esperavas que eu te mandasse rosas
Talvez vermelhas ou amarelas
Desde que fossem cheirosas
Com suas pétalas singelas...

Esperavas que eu te mandasse flores
Mesmo que fossem gerânios
Ou cravos extemporâneos
De  matizes multicores...

Mas eu te mandei, gentilmente
Versos que na noite compus
Versos de amor e de luz...
Que eu compus sutilmente.

Versos que me dispus a compor
E que espero que tu aceites
São meus eternos  presentes
Meus doces versos de amor!

Para ti, somente para ti!

Euclides Riquetti

De mãos e de braços dados com seu sorriso

 


 




Dize-me que me amas e eu direi que te amo
Dize-me que me queres e eu direi que te quero
Dize-me que precisas de mim e direi que preciso de ti
Porque, na noite longa,  eu te procuro e te chamo
No dia claro eu te busco  e com saudades te espero
Adoro quando vibras, quando, alegre, me sorris!

Dize-me que não há espaço para as lamentações
E que em cada novo dia esperas por mais uma vitória
Dize-me que nossas almas e nossos corações
Já têm um caminho juntos, compartilham uma história
Dize-me que nossos caminhos levam-nos sempre a um lugar
Onde possamos nos termos e nosso desejo saciar.

E, se tudo o que desejarmos se tornar verdadeiro
Se nossos sonhos puderem  ser compartilhados
Se nos pudermos entregar  um ao outro por inteiro
E nossos ideais puderem,  sempre,  serem alcançados
Viveremos ainda dias muito animados e prazenteiros
E caminharemos  juntos, de mãos e de braços dados.

Euclides Riquetti

Obrigado por me quereres

 


 





Obrigado por me quereres
Por me deixares que te queira
E também por me dizeres
Que me amaste a vida inteira.

Obrigado por existires
Por fazeres parte de meu mundo
E por comigo dividires
Um sentimento tão profundo.

Obrigado por me escreveres
Um poema, um recado
Tens-me crédito, tens haveres
 Por me teres felicitado.

Obrigado por me aceitares
Do jeito assim como eu sou
Quero a tua felicidade
Pelo que me proporcionou.

Obrigado por estares comigo
Sempre bonita e formosa
Por me deixares estar contigo
Mulher doce e carinhosa!

Euclides Riquetti

Ambição, sangue e prepotência – para onde vamos? (com homenagem aos meus amigos do Vale do Rio Iguaçu)

 


                                           Foto: acervo do Grupo Kalena - Porto União da Vitória

       A guerra da Rússia contra a Ucrânia, compreendidas as suas causas históricas, nos trará efeitos danosos, prejuízos que somente serão recuperados em décadas de reconstrução, tanto pelas perdas materiais em razão de bombardeios da primeira em território da segunda, quanto pelos danos morais, pela dor, pelo sentimento de impotência, tanto de ucranianos como de russos.

       Convivi com descendentes de ucranianos, poloneses e russos nos meus tempos de universidade, em União da Vitória e Porto União. Vinham acadêmicos de Rio Azul, Mallet, Irati, Rebouças, São Mateus do Sul, Paula Freitas e Paulo Frontin, Cruz Machado, Porto Vitória,   Canoinhas e Mafra.  Eram pessoas dóceis, afáveis, com boa conduta pessoal e moral. Gente honesta, cujos pais ou avós vieram de seus países de origem durante a Primeira Guerra Mundial, e continuaram vindo até então, meio século e pouco depois. Pessoas trazem parentes, que vão ficando, estudam, trabalham, conhecem muito de agricultura, ajudam a alimentar o mundo. Não existe desarmonia entre eles, frequentam os mesmos meios escolares, sociais e de trabalho.

       Hoje, pensar nas famílias com quem convivi, nos meus colegas queridos, lembrar da maneira como falavam, de seus costumes, daquilo que aprendi com eles, faz-me sentir-me emocionado. Trabalharam e estudaram, invertendo a ordem atual da atividade humana. Criaram-se frequentando suas igrejas, seus clubes, influenciaram as gerações atuais. E, aqui, rendo minha homenagem aos que participavam e os que participam das lides da Igreja Ucraniana, em União da Vitória, pelas suas pessoas e até mesmo pela capela que edificaram, que se situa ali após o campo do Ferroviário, a Paróquia de São Basílio Magno. E os que participam do Clube Ucraniano de União da Vitória, localizada ali na Marechal Deodoro, na ida do Centro para o campo do Ferroviário, pertinho deste. Minha homenagem ao Grupo de Folclore Ucraniano Kalena, que está prestes a completar 53 anos de atividades culturais, executando a dança ucraniana com maestria, tendo, inclusive, participado de festivais na Ucrânia e nos Estados Unidos, em agosto e setembro de 2010.

        Quanta cultura, tradição e talento em suas comemorações. Banda e fanfarras com exibições estupendas nos desfiles do Sete de Setembro. Uma vez, com seu grupo Kalena, vieram a Capinzal, trazidos pela professora Seila Eliane Ribeiro e o Luiz Alcides Dambrós, e sua trupe, para participação no evento “Babados em Arte”, um dos mais concorridos e badalados da História do Vale do Rio do Peixe. Também, mais recentemente, apresentaram-se aqui em Piratuba.  Só quem conhece a capacidade de recuperação moral dos descendentes de ucranianos e poloneses, principalmente, sabe que a Ucrânia vai se recuperar em médio e longo prazo.

       A guerra poderia ter sido evitada. Bastaria que Putin não fosse tão ambicioso e que Zelesnki não fosse tão prepotente. O primeiro, dá asas à sua ambição, nutrida desde quando seu pai era cozinheiro das autoridades comunistas russas, até a chegada ao cargo máximo em seus país, que pretende governar até 2036. E o outro, o ator que imitava presidentes, que virou um deles, que não soube administrar a questão separatista com habilidade, não abrindo a possibilidade de plebiscitos ou referendos.

       Meu professor de Latin, o multititulado Leo Host, nos mostrava, no início da década de 1970, na FAFI, que plebs seria o povo e cito a manifestação ou citação deste. O site “ETIMOLOGIA”, traz as definições de plebiscito, que aqui cito para o leitor compreender melhor o termo: “Um plebiscito consiste em colocar um tema específico como questão perante o conjunto da sociedade para conhecer o sentimento da maioria, permitindo orientar o caminho dos g

      Sangue derramado, ucranianos em fuga, população russa também sofrendo em razão das sanções econômicas impostas por países do Ocidente, inflação alta, falta de itens básicos de sobrevivência, guerra de informações, a maioria oriundas da capacidades de os governos ucraniano e russo de criarem as narrativas que lhes interessam. Todos continuam perdendo, mesmo que houver um cessar fogo sempre haverá quem o burle e a encrenca vai continuar por muito tempo ainda.

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

 

No show da vida

 


 




No show da vida não tem replay
Mas certamente que tem stop and go
Existem as coisas pelas quais optei
Venho de um lugar e sei aonde vou.

A vida é um show, sou um dos artistas
Onde tento me animar e também entreter
Se acumulo reveses,  há as conquistas
As vitórias que vêm do desejo de vencer.

Eu, você, todos, fazemos as escolhas
Se escolhemos mal, isso pode ser fatal
Como nas plantas crescem flores e folhas
Lutar pelo que se quer é muito natural.

Lutar sempre, buscar o que se quer
Lutar com garra e com todo o afinco
Estar preparado para tudo o que vier
Colocar em meu poema tudo o que sinto!

Euclides Riquetti

O menino- aranha - na beira do mar

 


                                           Foto do autor, com autorização do pai.


O menino aranha

Brinca de brincar

Na beira do mar.


Areia e água salgada

Na tarde ensolarada

Hora de se banhar. 


A mão protetora

Suave e redentora

A acompanhar


Proteção paterna

E a condução Divina

A abençoar!


Menino-aranha

Que o pai acompanha

Na areia do mar!


Euclides Riquetti

19-03-2022




Muralhas também desabam

 


 


 



Muralhas também desabam com os tremores
Como desabam os corações despedaçados
Cimento e pedras quando amassam as flores
Ferem qual lágrimas em rostos desesperados.

A turbulência nos céus amedronta os viajores
As turbulências da alma nos atormentam
A fúria dos mares apavoram os navegadores
As desilusões nos abatem e nos violentam.

Caminhos desertos maltratam e torturam
Como o sol ardente nos queima e devora
Quando vozes sufocadas apenas sussurram.

Mas quando as luzes do amor nos acenam
E a força da esperança brilha e se renova
Nos campos do sul flores amarelas vicejam.

Euclides Riquetti

Quando os espinhos machucam

 


 




Quando os espinhos machucam
Nos ferem de dor extremada
Deixam a alma dilacerada
Deixam o corpo cansado...

Quando os espinhos machucam
Deixam a gente frustrada
Nossa vida conturbada
Nosso ânimo muito abalado...

Sim, eles nos machucam severamente
Com seu poder avassalador
Eles nos fazem sentir ódio e dor
Porque nos tratam dolorosamente.


Mas haverá o tempo para reagir
A defesa contra o maltrato e o insano
A energia que nos faz ressurgir
Pois isso é próprio do ser humano!

Euclides Riquetti

Registre, num caderno

 


 





Registre, num caderno, tudo o que você sente
Abra espaços para todos os seus sentimentos
Não deixe de concretizar o que vai em sua mente
Escreva ali seus versos, poemas e pensamentos.

Torne-o amigo íntimo, um atencioso confidente
Divida com ele suas angústias e suas ilusões
Compartilhe as alegrias com quem está presente
E está ali para guardar-lhe todas as suas emoções.

Quando os anos passarem e você abri-lo calmamente
Verá quão importante foi deixar ali suas confissões
Revivendo cada cenário com amor, saudosamente.

E espero que eu ali esteja como eterna personagem
Companheiro de belas jornadas, parceiro nas paixões
Dividindo nossos momentos com alegria e coragem!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 18 de março de 2022

Saí pra nadar

 


Saí pra nadar

Nas águas verdes do mar...

O céu estava nublado

E os raios de sol haviam se escondido

Por detrás dos morros envelhecidos.


O sol tinha se ausentado

Mas as pessoas queriam se embonitar

Saciando-se por bronzeados

Para seus corpos esculturados

E tu estavas por lá!


Eram as últimas tardes de verão!

Eram os tempos das chuvas de março

Era a espera do outono esparso

E pulsava forte o meu coração.

Coração de poeta, quase  que em colapso!


E o poeta poetava

Mesmo que sem a inspiração costumeira.

Fazia versos o papel, e rasgava

A sua poesia precisava ser verdadeira

Para a musa que... que tanto amava!


Euclides Riquetti

18-03-2022




Nas incertezas do tempo

 


Nas incertezas do tempo

Navegam as naves nas incertezas do tempo

Alinhadas nos trilhos dos raios solares

Calmas e tranquilas buscam no firmamento

Descobrir respostas aos seus indagares

Realidade ofuscada no atual momento...


Sabes tu que todos os nossos caminhos

Correm para as mais diversas direções 

Pra encontrar candura, afagos e carinhos

Tantas são as incertezas  e são as ilusões.

Recolho-me a pensar em meus lamentos

Francas são as doces palavras que me dizes

Tal como uma mãe que me traz alentos.

Quero pra ti dias auspiciosos e felizes

Não há lugar para dores ou sofrimentos

Nenhuma tristeza a marcar teu semblante

Apenas o sol a clarear nosso horizonte. 


Rendo minha homenagem sincera à vida

Esse dom tão precioso que Deus nos dá 

Que nasçam flores, nasçam almas floridas

E que brote o amor onde se possa amar!


Euclides Riquetti

Quando o céu se transforma em poesia

 


 




Quando o céu, na manhã,  se transforma em poesia

Parece-me que até a terra lhe obedece

As plantinhas verdes crescem

O ar fresco me envolve e me embevece

Lembro-me de ti, e fica muito melhor o meu dia!


Quando as nuvens brancas flutuam levemente

E o vento acaricia rostos macios com seu lufar

Meus olhos te buscam em algum lugar

Desejam, ardentemente, te ver e  te encontrar

Na paz da tarde calma e silente!


E, quando a poesia já tiver engraçado meus versos

Corações pulsam seus pulsares harmoniosos

Olhos olham com seus brilhos, charmosos

Mas continuam meus pensamentos pecaminosos

Meus pensamentos mundanos que voam pelo universo!


Euclides Riquetti

Anda, na Chuva!

 

 



Anda, na chuva
Caminha, na curva
Anda, no dia desensolarado
Cinzento, nublado
Mas anda na chuva!

Deixa que a água fresca acantarada
Molhe tua alma esbranquiçada.
Deixa que teu  pensamento navegue,  solto
Sobre um mar confuso e revolto
Mas anda na chuva!

Anda, na chuva da tarde, da noite, da madrugada
Caminha na manhã, esperançada.
Abre tua alma (alva) jazida em incertezas
Pensa em mim, pensa com leveza.
Pensa em mim, na curva, na chuva.

Mas pensa em mim!

Euclides Riquetti

E, se a rosa bordô...


 






E, se a rosa bordô

Não me sorrisse

E me tratasse com indiferença

Apenas para me maltratar?


E, se a rosa champanhe

Não me ouvisse

E se portasse com indecência

Apenas para me provocar?


Pois eu as mandaria pensar:

Vejam que isso pouco me importa

Pois tenho quem me conforta

Tenho a quem amar...


Tenho, sim...

Bem assim!


Euclides Riquetti

O toque de suas mãos...

 


 



O toque de suas mãos carinhosas
O beijo nos seus lábios vermelhos
O seu corpo refletido no espelho
O doce  sabor de nossos desejos
As minhas intenções pecaminosas.

O silêncio que vem depois
A quietude que toma lugar
O pensamento a duvidar
A água a se derramar
A inundar o caminho de nós dois.

O toque de minhas mãos em seus ombros morenos
A chama do amor que arde incessantemente
O meu olhar no seu olhar de veneno
A chama do amor que arde vorazmente
A rejeição da dor que mata lentamente...

Ah, lentas noites dos enamorados!
Do toque de nossas mãos, sensual
Do nosso envolvimento frágil mas  real
(Porque a vida não é banal...)
A vida é dos corações apaixonados!

Euclides Riquetti

Nos lábios seus

 


 






E, se eu roubasse um beijo seu
Assim, furtivamente
Deliciosamente
Será que eu me perderia
Definitivamente?

E, se você recusasse
Porque não me quisesse
E me dissesse
Que não me quereria
Será que eu ficaria
Bem triste, tristemente?

E, se nós dois concordássemos
Que a reciprocidade
O beijo dado e o recebido
Caloroso, ardente ou bandido
De feliz  felicidade
É tudo o que queremos?

Então, me deixe experimentar
Me deixe me embalar
Nos sonhos seus
Nos lábios seus!

Euclides Riquetti

Um poema romântico para você

 







Desejo compor pra você um poema romântico, sem igual
E nele colocar rosas de todas as cores
Algo fantástico, divino,  fenomenal
Depois, apenas ver o que acontece
Mandar-lhe, também, um buquê de flores
Pois você merece!

Um poema com palavras bonitas, com sabor de café quente
Perfumado com as mais finas essências
Um poema para calar na alma da gente
Que denote muito carinho e paixão
Eivado de amor,  a maior das evidências
Para ser guardado em seu coração!

Eu queria desenhar meu poema no seu corpo fogoso
Iniciando pelo seu ombro esquerdo e sensual
Escrevê-lo, também,  em seu dorso formoso
Como se os versos fossem guardados num altar
Uma mensagem lírica de teor universal
Onde somente eu, ninguém mais que eu, possa chegar!

Euclides Riquetti


Mas não se esqueça de falar de amor...

 


 





Fale de negócios, fale de arte, fale de futebol
Fale das plantas, fale dos jardins, fale da flor
Fale de dias cinzentos, chuvosos, ou de sol
Mas não se esqueça de falar de amor!

Fale de lugares, fale de vales, fale de viagens
Fale dos montes, do por do sol, de sua bela cor
Fale dos rios e dos riachos, fale das paisagens
Mas não se esqueça de falar de amor!

Fale de amor, porque só ele constrói pontes
Fale de amor, amor de homem, amor de mulher
Fale de amor, porque ele alisa os horizontes.

Fale de flores, não fale das lágrimas de dor
Fale de todos os assuntos que você quiser
Mas não se esqueça de falar de amor!

Euclides Riquetti

No silêncio da madrugada


 





Recolho-me ao silêncio da madrugada
Espero, calmamente, pelo novo dia
Por uma intensa e harmoniosa jornada
Para  que ela me traga paz e alegria.

Traga-me em pequenas doses o sucesso
E pitadas de êxito nos meus intentos
Porções de vitórias, mas sem excesso
E a medida certa em todos os eventos.

E que todos os que comigo partilham
Seus anseios e vontade de crescer
Saiam-se bem naquilo que imaginam
Se deem bem em seu desejo de vencer.

E que, em toda a madrugada silenciosa
Haja motivo para dias mais promissores
Que nossa bandeira seja toda vitoriosa
 E que a vida se pinte em belas cores.

Euclides Riquetti

quinta-feira, 17 de março de 2022

Um poema levezinho

 

Um poema levezinho

 



Um poema levezinho

Lá vai!

Ou seria apenas levinho

Uaaai!


Um poema poemito

Pequeno, pequenito

Ou um gracioso poeminha

Por mim escrito? 


Um poeminha com jeito

De poemeto

Com duas quadras e dois tercetos

Um soneto!


Não importa o tamanho

Se é normal ou estranho

Se é poema rimado

Ou são versos livres, jogados.


Então, lá vai pra ti:

Escrevi, está aqui.

É um poema insignificante

Mas não é petulante...


É apenas mais um

Um poema desalentado

É um tum tum

Levezinho, adocicado

Sem preocupação com as linhas

Pobrinho em suas rimas.


Mas é um poema...


Euclides Riquetti

Os doces ventos de março

 

 






Os doces ventos de março voltaram
E, com eles, as belas recordações
E, por aqui, parece que ficaram
Trazendo-nos as ternas emoções...

Os doces ventos de março sopraram
E animaram as brasas certas
Aquelas que antes se ocultaram
Em praias distantes e desertas...

Os doces ventos de março reacenderam
Paixões há muito adormecidas
As almas frias se reaqueceram
E as noites tristes foram banidas...

Porque nos voltaram os doces ventos
Que há muito deixaram de soprar
E apagaram velhos ressentimentos
Que foram se extinguir no mar!

Euclides Riquetti

Dócil e envolvente


 




  
Dócil e envolvente
Despida de pudor, a roupa ausente
Com ímpetos de amor e de vontade
Silhueta  de perfeita divindade.

Mulher,  alegre, sorridente
Corpo espelhado na luz:  reluzente.
Charme e olhar provocador
Lábios que desejo com amor.

Vai assim, depressa como veio
Nega-me  o abraço, o lábio, o seio
E desaparece num repente, num instante...

Perde-se na noite chuvosa e escura
Perde-se com seus afagos e sua ternura
Perde-se de mim, mas acha-se  adiante!

Euclides Riquetti

Vem, felicidade

 


 








Vem, felicidade, vem me trazer o conforto
De que minha alma e meu coração tanto precisam
Vem, ancora-te  no porto do meu corpo
Ali onde nossos sonhos se realizam...

Vem, felicidade, apazigua os meus conflitos
Ameniza as minhas dores, afaga meu rosto
Vem pra me devolver os dias claros e bonitos
Não esperes  que ainda chegue o mês de agosto...

Vem, felicidade, o teu lugar é aqui
Ao meu lado, quem sabe bem dentro de mim
Vem viver a vida que tanto nos sorri...

Vem, agarra-te  nas naus do tempo e volta
Vem, aporta-te em mim, bem assim
Vem e te darei segurança, carinho  e escolta...

Mas vem!

Euclides Riquetti

Bem perto de você

 


 





É bom  estar bem perto de você
De seu perfume, de seu corpo, de seus braços
E, sem nenhum cansaço
Me perder, me aquecer, me envolver
É bom estar bem perto de você...

Voltei para bem perto de você
De sua vida, suas palavras, de seus beijos
Pra ter o seu carinho que eu desejo...
Eu quero mergulhar e me esquecer
Mas me lembrar somente de você...

Não quero ficar longe de você
De nenhum jeito, pois preciso muito, muito
Preciso  conversar, eu  tenho muito assunto
E nem sequer precisarei me convencer
Pois não quero ficar longe de você!

Euclides Riquetti

Aquela nossa canção

 


 



Sempre que ouço aquela canção, eu me transporto até você
É uma balada romântica,  com harmoniosa melodia
Que me leva a me lembrar, com nostalgia
Da canção de que gostamos, e que me faz viver...

Então,  quero saber como vai
Se ainda sente o mesmo que já sentiu um dia
Se ainda me espera com alegria
Se ainda me quer, etcetera e tal....

Sempre que eu ouço a nossa canção
A que me leva, no embalo do pensamento
A navegar por todo o firmamento
Eu me levo a buscar sua proteção.

Porque sou poeta e cantador:
Sou nada mais que um simples compositor
Que tem sonhos e muito amor no coração
Que não vive apenas de ilusão, e que apenas quer saber:
Como vai você?

Euclides Riquetti

A canção que vem de tua alma

 


 



A canção sutil que vem de tua alma
Me traz em seus versos toda a poesia
Vem  flutuando sobre a nuvem alva
Vem pra apagar a minha nostalgia. 

Quando minha alma se abre para a tua
Como um sacrário para o pão e o vinho
Espera-te grácil, bela, totalmente nua
Espera que venhas te abrigar no ninho.

É formidável a canção que tu cantas
Que se embala nos acordes sonantes
Como a música que tu sempre danças.

É santificada a luz que tu irradias
A luz de teus olhos meigos  e brilhantes
Que se mistura às belas melodias...

Euclides Riquetti