sábado, 29 de agosto de 2015

Quando os pássaros me acordam

Quando os pássaros  me acordam
Desde as horas da madrugada
E me convidam  para esperar
Por mais uma  manhã ensolarada
Meus sonhos azuis  a procuram
Sentados à beira da estrada.

Quando o canto deles me chama
Lembrando-me que já é um novo dia
Sou tomado por algo muito bacana
Um misto de entusiasmo e euforia
Pois sinto que sua alma me emana
Muito amor, paixão e alegria ...

Quando, já passado algum tempo
Percebo que nosso dia valeu a pena
Constato que em todos os momentos
Das tardes longas ou pequenas
Você reanima os meus sentimentos
Com suas palavras mais serenas.

E,  quando a noite vem novamente
Quando é hora de dormir e sonhar
Penso em você na cama quente
Imagino-a desnuda a me esperar
E meu coração feliz e contente
Não vê a hora de encontrará-la.

Euclides Riquetti
29-08-2015













Evita Perón - Segunda Parte

Mais uma reprise... vale a pena conhecer!  
          A sedutora e carismática aspirante a atriz, Eva Duarte, que em sete anos saiu do anonimato para tornar-se Evita Perón, Primeira Dama da Argentina,  ídolo dos descamisados argentinos, conquistou o Poder através de sua liderança e da coerência de seus discursos. Casada com Juan Domingo  Perón, que alçou à condição de Presidente democraticamente e constitucionalmente eleito pelas classes trabalhadoras argentinas, Eva tornou-se um ícone da política de um país que ansiava por mudanças. Sua determinação e coragem, a firmeza de seus discursos e a simpatia angariada entre os pobres canalizou votos e mais votos para o marido, que se elegeu Presidente.

          As façanhas da líder que organizou e deu vida à Fundação Eva Perón, foram-se tornando notícia em todos os lugares do mundo. Uma jovem senhora, bonita, elegante, apaixonada, que sabia tocar fundo o coração de seus compatriotas, agia na Fundação, mantida com doações de empresários e até de trabalhadores que repassavam parte de seus aumentos salariais conquistados através das lutas de Evita. Lá, comandava voluntários e  organizava eventos esportivos e sociais, sempre com o intuito de contemplar os menos favorecidos. Fundou casas de saúde, de proteção ao idoso, à mãe solteira, e escolas.

          A partir de sua morte, vitimada que foi por câncer, em 26 de julho de 1952, aos 33 anos, Evita causou muita comoção dentre os argentinos. Seu corpo foi embalsamado e restou vestida em vestido de cetim branco e, com sua pele clara,  parecia apenas um anjo ou  uma princesa  adormecido dentro de um caixão. Após seus funerais, longos, seu corpo foi enterrado no Cemitério Monumental de Milão, na Itália, onde permaneceu por 16 anos, até 1971, quando o transferiram para a Espanha, onde se encontrava seu exilado marido.

          Apenas após a morte deste, em 1974, Isabelita Perón, viúva e terceira mulher do General Presidente providenciou para que o corpo de Evita  fosse trasladado para Buenos Aires, onde ficou exposto um tempo numa urna de vidro, perfeito, como se houvesse morrido há poucos dias. Depois, foi sepultado no Mausoléu da Família Duarte, no Cemitério da Recoleta, em Buenos Aires. A comovente e apaixonante história da jovem Primeira Dama, após sua morte, é tão envolvente como a de seu tempo em vida.

          A vida de Evita foi revivida num drama musical biográfico dirigido por Alan Parker em 1996, sendo que seu papel foi vivido pela cantora Madonna, contracenando com Jonathan Price, no papel de Peróm, e Antônio Banderas no de Che. Madonna, ao saber da intenção de Parker em produzir Evita, dirigiu-se uma carta praticamente implorando pelo papel. Cher, Meryl Streep, Maria Conchita Alonso e Michele Pfeiffer também estiveram cotadas para o papel, que coube a Madonna.

          A música de Andrew Lloyd Webber, Don´t cry for me Argentina, com letra de Tim Rice foi gravada inicialmente, em 1978, por Julie Covington, para a Peça "Evita".  Em Italiano, por Rita Pavone, e no Brasil por Cláudia, com o título de "Não chores por mim, Argentina". E em muitos outros idiomas. É um trabalho lírico tão envolvente que, em qualquer língua, desperta emoções indescritíveis. "Santa Evita", de quem já existem até intenções de canonização, merece o louvor dos argentinos e de nós que somos seus seguidores.

          Em 25 de julho de 2012, por ocasião do aniversário de 60 anos da morte de Evita, a cédula de 100 pesos argentinos passou a ter estampada a efígie de Evita Perón, substituindo a de um ex-Presidente. Ela mora no coração do sofrido povo argentino, sempre às voltas com seus problemas políticos e econômicos. Mas ainda inspira os romancistas, os cantadores e os poetas. Inclusive eu...

....

Euclides Riquetti
10-12-2012

No dia em que você partiu


No dia em que você partiu, o sol se escondeu
Foi dourar outras paisagens distantes
Bronzear outras peles como já o fizera antes
Alegrar outros olhos azuis, verdes, castanhos...

O sino, que deveria anunciar alegria, entristeceu
E a tarde se fez tímida e triste e de pranto
Quando os anjos sobrevoaram Lírios do Campo
E lhe deram flores de tons vermelhos, de todo o tamanhos.

O passaredo sentiu a sua falta neste sábado de inverno!
Emudeceram-se,  repentinamente e encolheram suas asas
E lembraram-se de seu semblante triste e de sua alma branca
E da bondade que era exalada de seu coração.

E, ao chegar a noite, também chegou a chuva leve e franca
Para me lembrar  que você trilhou o caminho eterno
Onde todos têm belos jardins em suas casas
No longo caminho da imensidão...

Boa viagem!
Fique na paz de Deus também
Fique bem!

Euclides Riquetti

Décima Quinta Crônica do Antigamente (O Seminarista...)

 De minha série de reprises...
          Bem, já te  falei, leitora, que meu pai, Guerino Richetti, depois Riquetti, foi seminarista no São Camilo, na Vila Pompeia, em São Paulo. E, que por dar a marretada no dedão do colega noviço Albino, precisou fugir, vivendo clandestinamente, durante dois anos, na Segunda Guerra Mundial, no centro da Capital Paulista.

          Se gostas de Literatura, deves conhecer a história melodramática, com um final inafortunado para os personagens, Eugênio e Margarida, escrita em 1872 pelo mineiro Bernardo Guimarães. Gostavam-se, mas foram separados, ele mandado para um Seminário. Formado padre, volta para sua cidade natal, esperando  rezar sua primeira missa,  e reencontra Margarida, sua inesquecível paixão. Entregam-se, apaixonadamente, numa noite de amor, embora ela esteja com a saúde debilitada. Ao ser convocado para a celebração de sua primeira missa, a encomendação de um corpo, que verifica ser de sua amada. Sai correndo, em direção à porta da igreja, enlouquecido, louco, louco...

          Voltando à história de meu pai, ao fugir do noviciado, foi procurar sua madrinha. Todo o seminarista, em qualquer cidade, tem sua madrinha, que lhe lava as roupas, manda-lhe um bolo no aniversário, e que até o leva para almoçar em sua casa alguma vez por ano. Ela o recebeu, ouviu sua história e, com cumplicidade, acolheu-o e protegeu-o. Arrumou-lhe empregos, um de padeiro, entregador de pães, com cesta e bicicleta, e outro de ajudante de açougueiro, entregador de carnes com uma charrete. Não sei qual foi o primeiro, pois o perdi em 1977, quando ele tinha 55 anos e eu nem completara meus 25 ainda. Era a hora em que eu estava começando a aproximar-me mais dele, pois voltara da Faculdade, formado, com família, morando perto, em Duas Pontes, hoje município de Zortéa. Voltei em fevereiro, ele se foi em 18 de junho, nos vimos algumas vezes, ele muito debilidtado e passando a maior parte do tempo em Florianópolis, internado no Hospital de Caridade. Num momento favorável de minha vida ele nos deixou...

           Contara-me, em minha infância, algumas histórias fascinantes sobre o avô dele, Pachoal Richetti, que foi criado no orfanato de Veneza, onde foi parar aos dois anos de idade, em meados do Século XIX, após ter sua família dizimada em uma guerra. Contara-me sobre as malandragens no seminário, onde tinha que esconder alguma moeda que tivesse ganho, pois os padres não queriam que tivesse dinheiro. Uma vez jogara uma pela janela, no gramado, para que não lha tirassem, e nunca mais achou...Contara-me sobre a vez que, com sua bicicleta, atingiu uma senhora em meio às pernas, rasgando-lhe a saia, e teve que abandonar a bicicleta do patrão, para não ser preso, pois não se alistara para a Guerra, sendo os seminaristas e padres dispensados do serviço militar, mas que ele fora denunciado pelos padres, em razão da fuga. Não sendo mais seminarista, deveria alistar-se, e ele nem documentos tinha. Assim, viveu e trabalhou, clandestinamente, em São Paulo, por dois anos, após 9 de seminário.

          O seminário era localizado distante uma seis quadras do Palestra Itália, hoje Palmeiras, que era o time para o qual os padres italianos torciam. E os seminsristas assistiam jogos gratuitamente, pois até a dentista do seminário (mulher, naquele tempo, já era dentista, vejam...) e ela tinha dois irmãos, de sobrenome Mazzilli, que jogavam no Palestra. meu pai viu construírem o Palestra Itália, um jardim suspenso (pesquisem sobre isso), e o Estádio do Pacaembu, que, segundo ele, se situou sobre o rio Pacaembu, sei lá se canalizado ou aterrado.

          Eram vizinhos de um cidadão muito ilustre, o maior empreendedor brasileiro de todos os tempos, o Conde Francesco Matarazzo, dono de um império industrial fabuloso, que até mandara dólares americanos para que a Itália se sustentasse durante a Primeira Guerra Mundial. E que faleceu em 1937, quando meu pai tinha 14 anos. Mas a história do meu pai e seus amigos com o Comendador Matarazzo eu contarei numa crônica próxima, pois agora, neste momento, não posso, não conseguiria, porque estou com vontade de chorar...

Euclides Riquetti
02-04-2012

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Há uma luz que brilha em teu coração inquieto


Há um luz que brilha em teu coração inquieto
Uma janela por onde o sol possa entrar
Ele que andou por caminhos incertos
Nas ondas do tempo foi te procurar.

Há uma luz intensa que não se apaga
Uma estrela prateada a me orientar
Uma paixão ardente  que me embriaga
Um norte que me conduz para te encontrar.

Há um coração que pulsa com força e vigor
Que procura outro que possa ser seu par
Diposto a te dar e a receber teu amor.

Há uma sintonia de amor, uma afinidade
Um desejo inefável, uma vontade de amar
Uma busca incessante da felicidade!

Euclides Riquetti

Detonautas Roque Clube em Joaçaba (de passagem...)

          Na quinta, 27, deparei-me com um ônibus preto aqui próximo ao Hotel Joaçaba, 5 minutos a pé de minha casa. Estava voltando de minha caminhada diária, faceiro, com  a camisa do Vasco, pois este se classificara para as quartas de final da Copa do brasil, ao empatar com o Flamengo, na noite anterior. Percebi o coletivo estacionado numa transversal, recentemente asfaltada. Alguns homens vestindo uniforme com calças escuras e camisas azuis e um meia dúzia com camisetas pretas, com estampas em motivos de "rock". Realmente, eram gente do melhor rock nacional. Era a turma do Tico Santa Cruz, Philippe, Renato Rocha, André Macarrão, Fábio Brasil e Cléston, a Banda Detonautas Roque Clube.  Vinhas de Balneário Camboriú e Itajaí, seguiriam para Palmas. Fui lá, apresentei-me, pude sentir a simpatia e o carinho e o modo respeitoso com que esse pessoal trata os brasileiros.

          Foram poucos minutos de conversa, não gosto de ficar tietando nem alugando quem tem compromissos. estavam ali, fora do ônibus, esperando para almoçar no Restaurante do amigo Manfroi, que fica localizado ao lado de sua padaria, bem em frente ao Hotel do Valdecir Piovesan, meu companheiro nas caminhadas. Falei-lhes que, quando eu tinha minha loja, a CD Laser, em Ouro, vendia os discos e o DVD deles, que tinham muitos fãs na região. Falei-lhes que escrevo poemas, que gosto de rock, gosto de poesias, gosto de arte e literatura.

         Chamaram o agente deles, que me deu um cartão da banda, que guardarei com muito carinho. Pesquisei um pouco sobre eles, sua carreira, as mudanças na formação, a maneira como começaram, quando Tico Santa Cruz, cujo nome é Luís Guilherme, (carioca),   e Tchello (Eduardo Simão), (mineiro), em 1997,  se conheceram pela internet e foram juntando outros músicos até chegar a uma banda que fez muito sucesso, muitos shows por ano. Escolheram o nome "Detonautas" com a junção de "detonadores + internautas". E, realmente, formaram um clube de rock após se unirem aos demais integrantes.

          Em 2006 perderam o guitarrista Rodrigo Netto, assassinado no Rio de Janeiro. Em 2013 Thello saiu da banda por divergências artísticas. Mas Tico segurou a onda e a banda continua a se apresentar em shows por diversas regiões do Brasil. Estão juma turnê por Santa Catarina e Paraná no momento.

           Em sua discografia, os álbuns: Detonautas Roque Clube (2002), Roque Marciano (2004), Psicodeliamorsexo&distorção (2006), O Retorno de saturno (2008) e o álbum duplo A Saga Continua, em 2014.  Ainda os álbuns ao vivo Detonautas Acústico e Detonautas Ao Vivo no Rock In Rio 2012. Também 3 DVDs. Também o EP Detonautas Roque Clube, virtual. Ainda 5 coletâneas entre 2004 e 2104. e ainda 26 sucessos single.

          Sua agenda prevê show hoje em São Miguel D ´Oeste e amanhã, 29, em São Bento do Sul, aqui em Santa Catarina. Depois vão ao Paraná, Rio, São Paulo, Minas e Pernambuco.

            Fiquei muito contente em conhecer, pessoalmente, os integrantes da banda e recomendei-lhes muito cuidado nas estradas, pois muitas celas, por aqui, estão em estado a inspirar preocupação devido aos buracos nos leitos de suas pistas. Se você deseja conhecer mais sobre eles, busque o www.detonautas.com.br e, para adquirir seus produtos, contate com a loja virtual deles, lojadetonautas@hotmail.com

Euclides Riquetti
28-08-2015







 









 




 


          

Evita Perón - A História de um Mito (primeira parte)

Reprisando, porque vale a pena reler...
          Quatro décadas após sua morte, Maria Eva Duarte de Perón, a Evita (07-05-1919 - 26-07-1952), ainda fascina poetas, escritores e diretores do cinema mundial. O fato de ela ter morrido de câncer, aos 33 anos, quando era a Primeira Dama da Argentina e estava no auge de sua popularidade,  muito contribuiu para a propagação de seu nome. Evita foi tema recorrente nos noticiários radiofônicos e televisivos do mundo pelo menos por duas décadas após a sua morte. E, até hoje, seus fãs, como eu, lembram dela com emoção.

          Em minha infância e juventude, muito ouvia falar de "Evita", a "Santa Evita", protetora dos descamisados e das mulheres da Argentina. Evita, que fora esposa do Presidente Juan Domingo Perón, tornou-se um mito, mais pelo seu carisma e talento político do que por seus dotes artísticos. Mas, até hoje, o povo argentino chora sua morte... Meu primeiro contato efetivo com sua história ocorreu em 1979, quando recebi a incumbência de um amigo e patrão, Lourenço Brancher,  de traduzir a ópera-rock que foi produzida em sua homenagem. Era um álbum com disco de vinil e a letra impressa de "Evita". Encantei-me com sua história, comecei a pesquisar sobre sua vida e fui lendo tudo o que pude encontrar sobre ela. Mais adiante, com o sucesso de uma música em sua homenagem, passei a emocionar-me em todos os momentos que a ouvi. Evita era bonita, mas muito mais bonita era sua história...

          Eva Duarte era filha de Juana Ibarguren, a bela amante de um fazendeiro do povoado de Los Toldos, localizado ao sul de Junin, Província de Buenos Aires. Juana fora adquirida pelo estancieiro, a troco de uma carroça e um jumento...Ela e mais quatro irmãos, um menino e três meninas,  foram criados na fazenda, ao mesmo tempo que seu pai, Juan Duarte, vivia com sua família e seus outros seis filhos legítimos, em Junin. O pai dava assistência aos filhos que teve com Juana, até que ele morreu. E os filhos de Juana eram constantemente humilhados por serem bastardos. Depois, a família, desprotegida, quando Eva tinha 11 anos, foi morar em Junin.

          Evita era obstinada em tornar-se atriz famosa e,  aos 15, com seu irmão Juancito, a  sonhadora foi trabalhar em Buenos Aires, levada pelo cantor de tangos Agustín Magaldi, onde pretendia fazer carreira como atriz de teatro e cinema.
          Desde criança, Eva sonhava em ser atriz, inspirando-se em Norma Shearer, americana. Queria ser igual a ela, ter as mesmas coisas belas que ela tinha, morar em casas como ela morava. Evita era uma sonhadora, tando que, ainda menina, dizia: "Só me casarei com um príncipe ou um presidente!"

          Conseguiu um papel no filme "Segundos Afuera", em 1937, e passou a integrar elencos de radionovelas, fazendo com que, aos poucos, fosse tornando-se conhecida em Buenos Aires.

          Seu conto de fadas, no entanto, começou a ganhar corpo em 1944, quando o então Coronel Juan Domingo Perón, Vice-presidente da República da Argentina, e Ministro do Trabalho e da Guerra, promoveu um evento artístico no Ginásio Luna Park, em, Buenos Aires,  para angariar fundos para as vítimas de um terremoto. Eva aproveitou-se da situação em que uma atriz que acompanhava o Coronel levantou-se e sentou-se em seu lugar, ao seu lado. Encantada que era com seu ídolo, disse-lhe, francamente, e do fundo de seu coração: "Coronel, obrigada por existir!"

          Dali para seu casamento com ele, no ano seguinte, foi apenas uma questão de tempo. Apaixonaram-se e, aos 25 anos, tornara-se esposa do político de grande influência em seu país, por defender as classes operárias. Ela, igualmente, defendia os pobres e as mulheres. Sofrera humilhações na infância e não queria o mesmo para seus compatriotas. Perón, em razão de suas posições fortes em favor dos operários, foi preso pelos militares conservadores. No entanto, a luz de Evita começa a brilhar mais fortemente, liderando comícios e manifestações em favor do amado, e ele é libertado.  E, em 1946, é eleito Presidente da Argentina, com o incondicional apoio de sua Evita.

          Evita consegue o direito de voto às mulheres e luta pelos seus "descamisados". Torna-se um mito. É idoltrada e venerada pelos argentinos,  e suas aparições na sacada da Casa Rosada atraem uma grande massa de seguidores. O sonho de mocinha que queria ser atriz é substituído pelo carisma e habilidade política. Suas palavras alentam e dão esperança de dias melhores para todos os que a admiram e ouvem. E, em apenas sete anos, a menina de Los Toldos transforma-se numa poderosa líder, a Líder Espiritual dos Argentinos, tornando-se parte integrante de sua vida e de sua história...



Euclides Riquetti
17-11-2012


Para cada mulher, uma flor

Para cada mulher, uma flor
Para cada flor, um sorriso de mulher
Para as flores
De todas as cores
O sorriso que cada uma delas quer
E o meu para você
Se você também quiser.

Para seu rosto de finos traços
As carícias de minhas mãos
E muitos beijos e abraços...

Para os seus olhos brilhantes
Em tempos de muita emoção
Os encantos mais cativantes...

Para você, em especial
Um poema simples, talvez até banal
Mas um recado muito sincero
Uma mensagem bem legal
Pra lhe dizer que eu a quero
Pra não perdê-la jamais!

Euclides Riquetti
28-08-2015


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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Aposentei-me! E agora?!

          O sonho da aposentadoria me perseguiu durante alguns anos. Como comecei a trabalhar muito cedo, em 2008 o sistema de informações do Estado de Santa Catarina indicava-me 41 anos de tempo de serviço, aos 55 anos. Aposentei-me!

           Quando chegou a hora de usufruir de meus direitos, pensei: Vou aposentar-me e continuar trabalhando mais algum tempo. Parei de lecionar mas continuei trabalhando até o final de 2012. Projetei: "Vou descansar por um ano e depois volto a trabalhar até completar 65". Estava com 60 anos. O ano se passou e, embora surgissem pelo menos duas boas oportunidades de trabalho, decidi continuar "na boa". Não quero mais compromisso com horário de trabalho, não quero mais ter chefe, não quero mais ter nem subordinados. Quero viver minha vida, escolher o que devo ou não fazer, quando fazer, por que fazer. Quero liberdade. Liberdade, de fato, não tem preço! A minha, ao menos, não vendo por nada neste mundo.

          Na noite desta quarta-feira, 19 h 30 min,, fui dar uma palestra no SESC, aqui em Joaçaba, convidado pela Coordenadora Liliana Demarchi, amiga da gente de longa data. Fui fazer meu trabalho com muita alegria. Havia alunos do CEJA com sua professora. O tema proposto era "Aposentei. E agora?

         Foi uma ótima oportunidade de de falar com pessoas sobre as ocupações que se pode ter quando a gente se aposenta. Mesmo não tendo ocupação formal, as horas de meus dias são todas prenchidas com atividades. Nas tardes de segunda e quinta, sou aluno do SESC. Na tarde de quarta, estudo "pintura sobre tela", na Casa da Cultura Rogério Sganzerla. Pela manhã, faço caminhadas e corridas. Tenho um amigo, o Valdecir Piovesan, do Hotel Joaçaba, com quem caminho e troco ideias sobre negócios, política, saúde, cultura, costumes, turismo, etc. Participo de eventos, m(hoje mesmo participei do lançamento dos Jogos Abertos de Santa Catarina - JASC, que acontecerão em novembro aqui em Joaçaba, Herval e Luzerna, a que me referirei em post específico. Leio muito, escrevo muito... E penso mais ainda!

          Não importa a idade, sempre há algumas coisas que você pode fazer. Aquela ideia de que você vai dormir muito quando se aposentar, vale por alguns dias. Depois você cria uma nova rotina e acaba sistematizado nela.

           Mas, para chegar a uma aposentadoria tranquila, você precisa ter um bom planejamento. Cuidar de suas contribuições, chegar à maturidade não precisando de pagar aluguel, ter uma renda extra, pois a gente sabe que os valores, principalmente dos cobertos pelo INSS vão sendo diluídos com o tempo. Entendo que as pessoas, quando novas e cheias de energia, devem utilizar bem toda a sua força intelectual e física para se "organizarem" para o futuro. Cuidar bem da saúde, consumindo alimentação saudável, não se sujeitar a vícios, exercitar-se e outras coisas mais. Viver com alegria!

          Fiquei muito contente em ter podido relatar sobre minhas experiências para os presentes. Também lhes li alguns poemas e uma de minhas crônicas do meu blog.

          Um abração a todos!

Euclides Riquetti
27-08-2015

         

Os poemas com que você se encanta

 
Eu quero apenas respirar o ar que você respira
Bronzear-me no mesmo sol em que você se bronzeia
Inspirar-me nas mesmas flores em que você se inspira
Tatear seu corpo do mesmo jeito que você me tateia.

Quero cheirar as mesmas rosas vermelhas que você cheira
Sentir as mesmas sensações doces que você sente
Perfumar-me com perfumes da seiva da madeira
Experimentar as paixões que seu coração me consente.

Quero enxergar as mesmas paisagens que você enxerga
E me permitir pensar que brigas entre nós nunca houve
E carregar comigo as mesmas lembranças que você carrega.

Quero, sobretudo, cantar as mesmas canções que você canta
Ouvir as mesmas músicas românticas que você ouve
Encantar-me com os mesmos poemas com que você se encanta.

Euclides Riquetti

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

De manhã, manhãzinha

De manhã, manhãzinha
Bem antes de o sol chegar
Bem antes de o dia clarear
Os passarinhos já cantavam
E as andorinhas voavam
De manhã bem cedinho.

E meu pensamento atiçado
Viajava por sobre as florestas
Sobre as cidades em festa
Ia encontrar o pensamento seu
Para levar o beijo meu
Um beijo terno e adocicado.

De manhã, ainda muito cedo
Já a tinha abraçado
Com um abraço bem apertado
Antes que o sol nascesse
Antes que a lua morresse
Abraço de amor, carinho e apego!

Na manhã do novo dia
Um dia que promete céu azulado
Quero um beijo demorado
Quero dizer de minha emoção
Em entregar-lhe meu coração
Com toda a minha alegria:

Bom dia!

26-08-2015







Vem dançar comigo!


Vem dançar comigo, guria
Vem, com teu vestido de renda
Vem, com teu vestido de prenda
Com teu sorriso cor de melodia.

Vem cantar a canção da dança
Vem, com teu embalo galante
Vem, com a tua luz no semblante
Com teu corpo belo, que balança.

Vem namorar comigo, guria
Vem, com teus beijos sem pecado
Vem, com toda a tua alegria.

Vem me amar, morena gaúcha
Vem, com teu jeito encantado
De gata, menina, da  cachucha!

Euclides Riquetti

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Nowhere Boy


           Nowhere Boy é o título de um filme que, no Brasil, recebeu o nome de "O Garoto de Liverpool" e conta a história do Vocalista/Guitarrista dos "The Beatles", John Lennon. É vivenciado no famoso Bairro de Londres, Inglaterra, na década de 60, e retrada a vida conturbada de Lennon em seu período de infância e adolescência, dos 5 aos 17 anos. Nowhere Boy poderia ser traduzido como "Menino de lugar algum". O título combina com a história dele, embora, mais adiante, ele passou a ser um "menino de todos os lugares", conquistando o mundo pela música, sendo condecorado pela Rainha da Inglaterra, juntamente com seus outros companheiros, Paul Mac Cartney, Ringo Star e George Harrison.

          O filme é de 2009, tendo Aaron Johnson interpretando-o, e mostra o quanto ele era rebelde, tanto na escola quanto na casa da Tia Mimi, que o criou. Mimi Smith é interpretada por Kristin Scott Thomas, bela atriz britânica com dezenas de filmes na carreira, inclusive "Tle English Patient", ou "O Paciente Inglês". Anne Marie Duff faz o papel de sua mãe, Júlia Lennon. É outra bela e notável atriz britânica, protagonista de filmes e de séries para a TV. Júlia é irmã de Mimi. É uma roqueira que, enquanto o marido estava na Segunda Guerra Mundial, teve pelo menos dois romances com outros, e acabou casando com um terceiro, com quem tinha duas filhas. Mais tarde, vem à tona que Lennon teria uma outra irmã, fruto de um dos "casos" que manteve durante a ausência do marido, a quem rejeita quando a Guerra termina.

          Lennon vive o drama de morar com a Tia e enfrentar muitos problemas na escola, onde é suspenso por uma semana, por ter mostrado uma revista pronográfica para uma senhora no ônibus que o levava à aula. Era um garoto terrível.

          Sua mãe, Júlia, concordou abrigá-lo em sua casa durante o período de suspensão, sem que a Tia soubesse. Lá,  ela, roqueira que fora, lhe ensina a tocar violão, e ele se propõe a constituir uma banda de rock. A Tia Mimi lhe compra um violão, usado,  por   sete libras  esterlinas, que daria, na época, uns R$ 25,00. Mais adiante, quando ele se une a Paul Mac Cartney para formar a banda Quarrymen, ela o presenteia com uma legítima "Hofner", uma das guitarras mais cobiçadas da época. E a banda começa tocando numa quermesse, com uma canção que sua mãe lhe ensinara.

          Os seus conflitos existenciais  são muitos e, somente quando está em vias de formar a banda The Beatles,  é que sua mãe, ele e sua tia se entendem, se compreendem. Ele fica muito feliz, mas, em seguida, sua bela mãe é atropelada por um carro e morre. E ele se desespera, pois recentemente tinha começado a compreendê-la.

          Então,  Lennon comunica à tia que irá com seus companheiros para Hamburgo, na Alemanha, onde os Beatles começam a marcar sua presença internacional. Por ser menor, a tia lhe concede autorização.

          Nowhere Boy vale a pena ser visto. É uma drama que retrata uma história verdadeira, de um dos maiores ídolos da história do rock.  Ah, em tempo: Ele, que imaginava, inicialmente  odiar sua mãe, por abandoná-lo aos cinco anos, mais tarde coloca o nome de "Julian", a seu filho, também cantor. Se você procurar fotos, verá que Julian é a cara do pai.

          Adoro The Beatles. Tenho um MP3 com todos os seus sucessos, que escuto frequentemente. Adoro eles, desde minha adolescência, quando minha irmã, Iradi, falou-me deles, e eu fui ao Cine Glória assistir ao "Help". (I need somebody...  Help!)

Euclides Riquetti
13-05-2012

Re-ação


Pensamentos vãos
Povoam mentes insanas
Mancham almas mundanas
Pensamentos vãos.

Argumentos vãos
Defendem causas perdidas
Ladeiam-se com forças vencidas
Argumentos vãos.

Pensamentos e argumentos
Calcados em causas perdidas
Aliados  às forças vencidas
Restam-se  inúteis ordenamentos.

Porém,  mesmo os  frágeis elementos
Com a  soma  dos  infortúnios  da vida
Podem reagir e tornar-se,  em momentos
Medalhistas  na empreitada aguerrida.


Euclides Riquetti

 

Na beira do mar


Fui me pretear
Na beira do mar.
Preteei-me um pouco
Na beira do mar
Pois queria morenar.

Foram sete manhãs
Foram algumas tardes
Sem alardes
Apenas com saudades...

Apenas com a convicção
De que corpo e coração
Poderiam descansar
Na beira do mar.

E me morenei
Quase me preteei
Na beira do mar
Onde havia gaivotas brancas
E algumas pardas dentre tantas
Que voavam no mar.

Comiam o pão que lhes jogava aquela senhora
Que ali se soleou outrora
Mas que agora
Leva o neto
Esperto
Para ver o mar.

E eu, contemplativo
Fico olhando aquilo
Com a saudade a me  matar
Dos anos que se foram
Passados a sonhar
Vendo a vida passar.
(E a  melancolia a me judiar)
Na beira do mar.

Euclides Riquetti

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Décima Quarta Crônica do Antigamente - (meu pai noviço...)


De minha série de reprises: Por que meu pai teve que abandonar  o seminário? Ainda bem...

          Na década de 1950, as cidades de Santa Catarina eram muito pacatas. As do Oeste e Meio-Oeste Catarinense eram pequenas. Seus moradores vieram entre 30 e 50 anos antes, a maioria originários da Serra Gaúcha, onde se situam Caxias do Sul, Farroupilha, Bento Gonçalves e outras cidades, cujos distritos originaram muitas outras. Eram filhos e netos de imigrantes italianos, que ali chegaram a partir da década de 1970. Meu familiares, de parte de minha mãe, os Baretta, chegaram em 1876. Os Richetti vieram de datas próximas às deles. Para Santa Catarina, para o antigo Distrito de Abelardo Luz, o primeiro nome da vila onde hoje se situa o Município de Ouro, vieram em meados da  década de 1920. Meu pai, Guerino,  nasceu em 1921,  e minha mãe, Dorvalina Adélia,  em 1923. Viraram moradores da Linha Bonita, embora meu pai tenha morado em outras paragens do nosso antigo Município de Cruzeiro, hoje Joaçaba.

          Ouvir as histórias que eles e os tios me contavam sempre me foi muito interessante. Ser antigo me permitiu ter vivido quando ainda nem se sabia que TV existia. E,  rádio, só alguns tinham. Dizem que na época da Segunda Guerra Mundial, quando as pessoas iam para a cidade (1939 a 1945), passavam na casa do André e da Dona Elza Colombo para saber notícias da Guerra, pois havia expedicionários nossos combatendo na Europa, mais precisamente na Itália.

          Foi justamente durante essa Grande Guerra que meu pai fugiu do Seminário,  do Instituto São Camilo, de São Paulo. Com nove anos (1932),  ingressou no Seminário de Iomerê, ele e outros vizinhos, um Boaretto, tio do Leonir, Prefeito de Capinzal, o Albino  Baretta, Padre que faleceu há poucos anos,  e não me recordo bem qual o outro.

          Em 1994 realizamos, na Linha Bonita, o Primeiro Encontro da Família Baretta, idealizado pelo amigo Albino Baretta, não o Padre, mas o filho do Pierim. O Catequista, Ministro da Eucaristia, que cuidou do irmão dele, paraplégico, o Neto, por cerca de 30 anos e que mora em Capinzal. Foi uma festa e tanto. Vieram familiares de diversos estados brasileiros. E também veio, de São Paulo, o outro Albino, o Padre, que já estava velhinho, com mobilidade limitada. Perguntei-lhe se fora amigo de meu pai, em São Paulo. Ele nada respondeu. Mais adiante o primo Rozimbo me contou o porquê de o Albino não gostar de meu pai e eu o compreendi. Fiquei muito contente por ele não gostar de meu pai. A Festa da Família Baretta foi algo bonito. Repetiu-se uma vez, mas depois não mais aconteceu.

          Devo minha vida justamente ao Padre Albino Baretta. Albino significa "alvo", "branco", bem claro. Mas foi justamente porque ele era inquieto, e aquele que viria a ser meu pai também, que eu existo. Senão vejamos:

          Os seminaristas do São Camilo, de Iomerê,  foram todos para São Paulo, na Vila Pompéia, onde meu pai ficou de 1932 a 1942, tendo, então, 19 anos. Fez ali o Colegial, equivalente ao hoje Ensino Médio, que já foi Segundo Grau. Estudava Filosofia que, pela regra, são dois anos de Filosofia e três de Teologia para que o Noviço se torne Padre. Meu pai usava batina escura, era alto e magrão, tinha óculos clássicos. Aprendera Canto Orfeônico, Francês, Italiano, até tocava piano e órgão. Gostava muito de História e Geografia, tinha sempre excelentes notas. Mas também gostava de trabalhar, costume ou hábito de todos os descendentes de italianos. Sabia lidar com o serrote, o martelo, a marreta, o nível, o metro, a colher de pedreiro, o esquadro. Os mais limitados iam de enxada, foice, picareta... Ele, bom de cálculo (ensinou-me a calcular medições de terras e volumes quando eu estava no segundo ano primário), era pedreiro. E, no Seminário, sempre havia o que fazer. Herdara do Nono Frederico as habilidades.

          Bem, num dia daqueles, estava meu pai a construir uma cancha de bochas, lá na Vila Pompéia, quando o colega Albino Baretta começou a dar palpites, em vez de ajudar. Meu pai deu-lhe uma marretada no dedão de um pé e foi sangue para tudo o que é lado.

          À noite, a Cúpula Diretiva do Seminário, embuída do maior senso de justiça, reuniu-se para decidir o futuro do rebelde Guerino. Era uma decisão difícil, que ficou adiada para a manhã seguinte. Precisavam analisar tudo, calmamente, mas, à espreita, o réu já percebia que seu destgino seria a rua, a expulsão, uma vergonha para a Família Italiana, em plena Segunda Guerra Mundial. Então, enquanto todos dormiam, jogou uma trouxa de roupas pela janela do quarto, saiu devagarinho e silenciosamente pelo corredor, sem ser percebido, e adeus seminário. É por isso que o Padre Albino é responsável por eu existir. E, terei imenso prazer erm lhe proporcionar, cara leitora, a continuidade dessa história, em próxima crônica. Enquando isso, a Marjorie Estiano e a Fernanda Montenegro ganham um descanso merecido.


Euclides Riquetti
25-03-2012

Não deixe que o tempo corra

Passe suas mãos em meu rosto
Não deixe que o tempo corra
Não deixe que termine o mês de agosto...

Passe-as com sutileza, me faça um carinho
Não deixe que um  sentimento morra
Não me deixe ficar sozinho...

Passe suas mãos em meu rosto e me faça sentir
O doce aroma de flores que existe nelas
Passe-as com a alegria que nos faz existir

Quero, também, acariciar em seu rosto a pele macia
Quero poder lhe dizer as palavras mais singelas
Quero ver seu rosto sorrir com muita alegria.

Não deixe que o tempo corra...
Não deixe que um sentimento morra...
Minhas mãos querem acariciar seu rosto
Agora, antes que termine...
O mês de agosto!

Euclides Riquetti
24-08-2015




domingo, 23 de agosto de 2015

Inspiração foi embora

Inspiração foi embora
Não sei onde foi se esconder
Não, eu não consigo entender
Agora é meu dilema:
Por que foi-se embora
Antes da hora
De eu compor meu poema?

Inspiração bateu asas
Voou sobre os jardins
Voou sobre as casas
Buscou o céu sem fim
E deixou-me com saudades
E isso é a mais pura das verdades.

Inspiração quis me deixar
Não quer mais nada comigo
Não mais para amor
Nem mais  para amigo
Não para dividir a dor
Nem para contemplar o mar.

Inspiração foi pousar numa janela
Ou num tímido telhado
Talvez de um castelo distante
Talvez num campo verdejante
Onde nascem as flores amarelas...

Inspiração se escondeu
E não me dizer onde está
Não  sei se morreu
Ou apenas se valeu
De minhas fraquezas
Para se ausentar.

Mas deixou-me desnudo
Distante de tudo
Sem um porto para me abrigar..

Euclides Riquetti
23-08-2015

















Na noite em que choveu...


Na noite em que choveu, perdi o luar
Perdi as estrelas, perdi a estrada
Só não perdi a madrugada
Que ficou para me afagar...

Afagaram-me o miados da gata
Os latidos da fêmea desconsolada
Os  relinchos da zaina domada
Na noite chuvosa e... ingrata!

Afagou-me a mulher sem nome
Que me desejou bons sonhos
Leves, coloridos, rionhos
Que falou-me ao telefone

Mas, sobretudo, afagou-me quem me acariciou
Me abraçou, beijou, amou
E me fez feliz!


Euclides Riquetti

A tragédia com o Elvis e o Deividi (Picinatto)

          Elvis e Deividi Picinatto são primos, naturais de Ouro, SC. Originários da Linha  Vitória, foram morar no Parque e Jardim Ouro ainda na infância. Filhos, respectivamente, de Ulisses e Darci, (casados com duas irmãs da Família Máschio), Elvis trabalhava como ferreiro em sua ferraria localizada no Bairro onde morava, próximo da Lanchonete Tio Patinhas, na Rodovia SC 135. Deividi tinha uma empresa de montagens industriais e morava em São Paulo. Elvis tem uma menina, adolescente. Ambos perderam a vida num trágico acidente na noite deste sábado, 22, em Ouro.SC.

          Dividi veio visitar os familiares e, com o primo e outros, foram participar de uma festa na propriedade de um amigo, no interior de Ouro. Foram com juma van, que era conduzida pelo Itamir Mauli, filho do Rosalino, meu ex-colega de trabalho e vereador em Ouro. Na volta, cerca de 21,30 h, o veículo em que estavam saiu da pista e caiu num buraco localizado na margem da rodovia. Os corpos dos primos ficaram presos às ferragens, sendo necessária a intervenção do corpo de bombeiros para sua retirada. Itamir foi conduzido ao Hospital Universitário Santa Terezinha, de Joaçaba, em estado grave.

          Elvis e Deividi form meus alunos na Escola de Educação Básica Prefeito Sílvio Santos. De família tradicional e gente muito séria e honesta, deixarão muitas saudades nos amigos e familiares, pois tinham um relacionamento de amizade muito grande em Capinzal e Ouro. O Deividi arrojado e sonhador e o Elvis trabalhador que dava seguimento ao ofício de ferreiro, com os conhecimentos que herdou do avô e do pai.

          Fico a imaginar o tamanho da dor dos familiares dos rapazes e especialmente da filhinha do Elvis, uma menina muito amável e que não merecia perder o pai. A família, recentemente, perdeu a mãe do Deividi, uma senhora muito amável e dedicada mãe.

         Lamento, profundamente, a partida prematura dos dois e torço para que o Mauli se recupere dos problemas resultantes do acidente.

Euclides Riquetti
23-08-2015





         

Transcendendo


Transcendo
Saio do conforto daqui
Liberto-me de meu céu imaginário
Navego no mundo, solitário
E vou pra perto de ti., de ti, de ti...

Transcendo
Busco as respostas que ainda não tenho
Volto no tenro  passado
Projeto-me o  futuro desejado
Viajo, vou e venho...

Transcendo
Porque acomodar-me é covardia
Porque omitir-me  é vergonhoso
Não combina com meu ser impetuoso
Há a desafiar-me, sempre, a ousadia.

Transcendo
É a maneira que tenho para estar contigo
De tocar tuas mãos e beijar teus lábios
De dizer-te os versos mais raros
De chorar em teu ombro amigo.

Transcendo
Para exercitar minha rebeldia
Para dizer-te de meu encantamento
Para, com todo o arrebatamento
Abrir-te minha  alma, guria...

Transcendo...

Euclides Riquetti