sábado, 16 de outubro de 2021

De quem é a noite?

 



De quem é a noite?

Dizem ser das estrelas cintilantes

Também dos namorados e dos amantes...

E, se for difícil vê-las?

Então se há de buscar a lupa

Ou o ouvido que escuta...


De quem é a noite?

É de quem de noite dorme

E de dia some...


E, se for muito escura?

Então poderei encontrá-la

Seduzi-la

Beijá-la

Apalpar seu corpo

E sua alma pura!


De quem é a noite?

Certamente sua e minha

Nossa...sua... todinha!


Euclides Riquetti

16-10-2021

Palavras mágicas de amor

 


 

Três palavras mágicas:

Querer
Beijar
Amar

Uma frase mágica:

Eu te amo!

Euclides Riquetti

O inimigo invisível

 





Há, por aí, um inimigo bem invisível
Que sabemos existir, mas que se esconde
Oculta-se no corpo de maneira incrível
É letal, perigoso, e rápido se expande!

Causa desânimos, depressão e temores
Desentendimento entre seres que coabitam
Sob um mesmo teto, conflitos e dores
Descompasso em corações que palpitam.

Tal elemento agressivo, matador sagaz
Que tira o sossego do ser humano indefeso
Provoca a discórdia o agressor contumaz

Com calma, cuidado, e muita sabedoria
Precisamos superar os momentos de medo
Para que nos volte ao rosto a alegria!

Euclides Riquetti

Sorriso de mulher

 




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Sorriso de mulher
Inspiração de poeta
Jovem, bonita, discreta
Mulher mãe, mulher mulher!

Sorriso exuberante
Amor, carinho, paixão
Desejo, luz, sedução
Mulher contagiante!

Sorriso que não envelhece
Sorriso doce e franco
Sorriso jogado a lanço
Que veio, ficou, permanece!

Euclides Riquetti

Como uma nuvem de chuva


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Como uma nuvem de chuva, você passou
Você foi embora, afastou-se de mim
Mas a lembrança, de você,  ficou
Você foi embora, foi  melhor assim?

Não era bem isso o que eu queria
Pois você dizia gostar tanto de mim
Onde foi o sorriso, onde foi a alegria?
Nunca diga nunca, será  melhor assim...

Como uma nuvem de chuva, o tempo passa
O tempo passar é uma verdade, sim
Incontestável, como a árvore da praça
Ficará só a lembrança, melhor assim...

O mundo é tão grande, ele dá tantas voltas
O mundo girar, é uma verdade, sim!
Coração  errante, não precisa de escoltas
Tudo vai virar paz, será melhor assim!

Euclides Riquetti

A celebração do amor e da vida

 



Celebro o amor porque celebro a vida
Celebro a vida porque celebro o amor
Celebro ambos com alegria desmedida
Abstratos ou concretos, a vida sem dor!

Celebro cada um dos momentos felizes
Nos anos, nos meses, nas semanas e dias
Pois não sabemos do amanhã, bem o dizes
Se virão tristezas ou se virão alegrias.

Importam as alegrias  mais que as primeiras
Pois que elas nos animam e nos confortam
Importam as sensações mais verdadeiras.

Importa a mim e a ti a felicidade presente
Os teus abraços e beijos também importam
Importa-nos sermos felizes hoje e sempre!

Euclides Riquetti

Aos meus mestres, com todo o meu carinho!

 


       Os professores sempre me ajudaram desde minha infância. Tirei deles as letras, os números, as vivências múltiplas. As primeiras letras, aprendi em casa, com meu próprio pai, aos sete anos. Também, nessa idade, vi algumas aulas em Linha Bonita, Distrito de Ouro, no município de Capinzal. com o professor Ebenezer Brasil. Eu estava morando uns tempos com meus nonnos maternos, Severina Coltro e Victório Baretta.   Não fui mais do que uma semana para entender o que seria uma escola. Isso depois de ter vivido minha infância em Leãozinho, com meus padrinhos, Rachele Vitorazzi e João (Joanin) Frank. Ainda aos sete, na casa de meus pais, em Ouro, fui com meu velho Guerino acompanhá-lo na escola de Linha Savóia, em Capinzal, algumas vezes. Íamos e voltávamos a pé, pelos trilhos de trem, em direção ao Avaí, hoje Ricardópolis. Em 1961, com oito anos feitos e indo para os nove, matricularam-me no Colégio Mater Dolorum, em Capinzal. 

       Em meu primeiro ano escolar, tive como professora a interna Judite Marcon, pois o colégio Mater Dolorum  era mantido pelas Irmãs Servas de Maria Reparadoras. No mesmo ano, passei por Mariza Calza e Noemi Zuanazzi; no segundo, por umas quatro professoras (Marlene Mattos, Tarcila Boff, uma Enderle e uma Stares). No terceiro ano, dividi o primeiro lugar da sala com o saudoso Vitalino Buselatto, tivemos a Marli Sartori (Sobreira) como professora. No quarto ano, Marilene Lando. A todas elas devoto gratidão sincera e muito carinho. 

       No antigo Ginásio Padre Anchieta, fiz minhas duas primeiras séries. Lembro de Frei Gilberto (Giovanni Tolu - Matemática e Ciências), Wanda Meyer (Inglês, Geografia), Lorena Moraes ( História), Vanda Faggion Bazzo (Português). Eles acumulavam também outras matérias, como Desenho e Geografia. No Ginásio Normal  Juçá Barbosa Callado, que funcionava junto ao Grupo Escolar Belisário Penna, a terceira e a quarta série do ginásio. Ali tive Holga Maria Siviero Brancher como professora de Matemática, Português e Didática; Vera Lúcia Bazzo, com Português; Waldemar Baréa com Ciências; Dioni Maestri e depois Paulo Bragatto Filho com Psicologia e Desenho Pedagógico; Íria Flâmia com Desenho Geométrico; João Bronze Filho com História e Inglês, Frei Adelino Frigo com Religião. 

       Fiz meu equivalente ao Ensino Médio no curso de Técnico em Contabilidade na Escola Técnica de Comércio Capinzal. Elba Andrioni (Baretta) com Português; Wolfgang Behling e Roberto (Bolinha) Boratti com Matemática; Vilamil Sbardelotto com Ciências; Luiz Siviero Sobrinho com Contabilidade Geral; Normélio Masson e Ricardo Kozak  com Contabilidade Pública; Antônio Maliska Sobrinho com Elementos de Economia; Ênio Gregório Bonissoni e Benoni Zóccoli com Direito Usual; Ilton Maestri com Contabilidade Bancária; João Bronze Filho com Inglês. 

       Vejam que, tanto no antigo ginásio como no secundário eu tive uma variedade grande de matérias, convivendo com professores que nos traziam as suas experiências da atividade profissional privada. Isso me ajudou muito em minha vida!

       Na FAFI, em Uni]ao da Vitória, de 1972 a 1975, fiz minha faculdade de Lestras-Inglês. Guardo muito carinho de meus professores: Nelson Sicuro, de Língua Portuguesa; Francisco Filipak, Abílio Heiss de Teoria Literária; Nilvaldo Oliveira, de Literatura Brasileira; Fahena Porto Horbatiuk, Literatura e Língua Portuguesa; Geraldo Feltrin, de Língua Inglesa; Francisco Boni, de Literatura Inglesa e Norte-americana; os padres Leo Horst, de Latim e Leopoldo Meltz, de Linguística; Professora Abigail, de Didática e afins; Rosa Maria da Maia Filha, nas áreas ligadas ao Civismo, e Delci Hausen Christ, de Psicologia. 

       No meu curso de Inglês do Yázigy, no edifício Jacobs, em União da Vitória, Geraldo Feltrin, que também me deu a primeira oportunidade de ministrar aulas de Inglês em seu curso. 

        E, por fim, ao Professor multi-titulado Wálter Medeiros, do Rio de Janeiro, na minha especialização em Língua Portuguesa, na Fauldade Plínio Augusto do Amaral, em 1994, em Amparo - SP. Conhecia e dominava quase que uma centena de línguas entre entre as mater e os dialetos. Era diretor do Museu Histórico do Rio de Janeiro.

       Fui privilegiado, sim! Todos deixaram em mim um pouco de seus conhecimentos, experiências e exemplos.  Tudo o que somei guardei para a avida e empreguei ensinando. Então, aos meus queridos mestres, meu carinho e gratidão sempre!

Euclides Riquetti

15-10-2021



Quando a lua prateada voltar

 



Quando a lua cheia de novo chegar
Para por romance nos corações dos namorados
E voltar-nos o seu  brilho lunar prateado
Estarei esperando por seus olhos encantados
Que me fazem viver, sentir, respirar...

Quando, solitário,  eu ouço a suave sinfonia
Da natureza que repousa abençoada
Que me cobre com seu manto sagrado
E eu olho para a imensidão estrelada
Sou arrebatado por tênue nostalgia.

Ah, doce sensibilidade de poeta
Vem me confortar com sua inspiração
Vem me animar a alma e o coração
Vem trazer-me a palavra certa
Que me faz rimar amor com paixão.

Vem ensinar-me a esperar
A lua prateada  voltar!
 
Euclides Riquetti

Os primeiros pingos da chuva




 

Quando os primeiros pingos da chuva rolaram na vidraça

E embaçaram teu rosto angelical

Me pareceu que foram as tristes lágrimas

De uma despedida bem sentimental

Há muito tempo acontecida.


Quando meu pensamento misturou-se às gotas da chuva

E meu coração pulsou intensamente

Pareceu-me reviver aquele dia

Em que em mim morreu toda a alegria

Pois foste embora de repente...


Quando meu corpo de moveu para procurar o teu

E não encontrou  mais teus lábios junto aos meus

O mundo se tornou uma grande incerteza

O mundo então perdeu sua beleza

Ficou sem o sorriso de era meu e teu...


Euclides Riquetti

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Brilho para teus olhos, força contra o que te deprime...



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Peço a Deus que o sol te aqueça nas manhãs de inverno
E que o vento fresco venha te afagar nas tardes de verão
Assim como peço que as estrelas, num movimento eterno
Te abençoem nas noites longas e protejam o teu coração...

Peço que as andorinhas te tragam os melhores recados
Ao sobrevoarem o telhado de tua casa, trazendo alegria
E que,  nas horas em que teu coração se sentir desolado
Tu te lembres de meus versos, de todas as nossas poesias.

Peço que as chuvas lavem os caminhos onde que tu pisas
Que o belo colorido das flores nas plantas sempre te anime
E Deus te dê tudo o que for bom e do que tanto precisas:
Brilho  para teus belos olhos, força contra o que te deprime.

Euclides Riquetti

Homenagem ao Professor

 


 



Defende, com toda a honra,  a profissão que escolheste

Orgulha-te de pode ajudar a melhorar tantas vidas

E, mesmo que não te valorizem, lembra-te que venceste

Que superaste obstáculos, que virtudes foram colhidas.

Plantaste sementes boas, ajudaste a quebrar os espinhos

Permitiste colherem flores, a saborearem os frutos

E os ensinamentos deixados ao lado do longo caminho

Dar-te-ão toda a certeza de ter formado homens astutos.


O valor de teu digno trabalho, nem todos reconhecerão

Mas ajudaste a formar mestres, quantas senhoras e senhores

E se no mundo há progresso, é porque houve  tua mão

Houve a luz que tu acendeste, na mente de tantos doutores.


Relembra com muita alegria de quantas almas conduzistes

Anima-te pelo dever cumprido, por todos os bons exemplos

Que Deus te abençoe e guarde, nos momentos mais tristes

E que te abra todas as portas dos palácios e dos templos.


Aceita esta homenagem sincera deste que é um teu igual

Tenha saúde e colha o êxito em todos os teus  projetos

E que a nobreza de teu caráter torne-se ampla e  universal

Conta sempre com meu incentivo, meu carinho e meu afeto!



Euclides Riquetti

Procura, na escuridão da noite...

 



Procura, na escuridão da noite, encontrar respostas

Busca entender a causa das mazelas e dores sentidas
Procura, na escuridão da noite,  fazer o que gostas
Busca deleitar-te nas delicias que nos oferece a vida.

Busca, em todos os cantos e em todos os lugares
Procura a paz para tuas angústias e tuas inquietações
Busca absorver a energia do sol que nos trazem os ares
Procura a paz que acalenta e aquece os corações.

Busca, procura, tenta encontrar todas as  razões
Que levam as pessoas a ações inconsequentes
Que as submetem às mais tensas inquietações.

Procura, busca,  tenta ir além daquilo que te convém
Despoja-te dos orgulhos e ofensivas insolentes
Faze o bem, sempre, sem  considerares a quem!

Euclides Riquetti

Guarde todos os meus poemas

 


 



Os poemas que você guardou, guarde-os bem...

Aqueles bilhetinhos escritos em papel branco

Ou em papel fino, já amarelado

Onde meus versos são mais sinceros e francos

Guarde-os todos, simplesmente!


Os poemas que você leu ou ouviu-me recitar

Os em que falo de flores, de musas e de mar

Os de alegria desmedida, de entusiasmo, de euforia

Até os em que me entrego à saudade e nostalgia

Pegue-os todos pra você,  guria!


Segure e guarde bem meus poemas criados

Pois têm um recado simples, mas importante

O futuro vem sempre depois do antes

Então, os meus versos brancos ou os rimados

Quero que deixe protegidos no coração guardados!


Sim, meus poemas são meu grande capital

Eles e as pessoas a quem eu mais amo

Tudo o resto terá apenas  o seu valor material

Passarão os dias, os meses, serão fugidios os anos

A vida é só um andar por um caminho natural. 


Então, guarde todos os meus poemas!

Euclides Riquetti

Amor e versos...

 




Cada vez que escuto a  canção do  vento
Entendo porque as pessoas são diferentes
Indago-me se estou certo ou estou  errado
Livre é o meu, também é o seu pensamento
E não sei se estão certas todas as outras gentes.

Prefiro acreditar  que o destino foi traçado
Em linhas planas,  mas na terra arredondada
Riscado sem se saber por qual estrada
Ou por qual raio de sol se deve andar
Na busca por um porto sem se ter um mar.

Talvez seja maior o meu, o seu querer
Imagino quão difícil lhe deve ser.

Inspira-me a compor meus versos e canções
Nas noites estreladas e nas madrugadas
Sempre a imaginar dois belos corações
Presentes um no outro, as mãos dadas
Instantes de avivar nossas paixões...

Radiantes, alegres, sorrisos eternos
Almas cruzadas, vozes cativantes
Dias de turbulência, outros doces, ternos
Onde quer que esteja, sonhos consoantes
Rumos incertos, com pouca clareza
Amor  e versos, nossa a única certeza!

Euclides Riquetti

Flores com sabor de vinho, de mel...

 


Se te mandarem flores com sabor de vinho
Com cores alegres, sutis e envolventes
Recebe-as com afeto, amor e carinho
Guarda-as em  vasos de vidro,  transparentes.

Se te mandarem flores com sabor de mel
Com as cores mais doces, gentis e puras
Coloca-as a adornar santos num capitel
E reza pelas almas negras, cinzas, escuras.

Se te mandarem lírios brancos ou amarelos
Lembra-te de que eles são frágeis à luz solar
Embora sejam divinos, perfumosos e singelos
Guarda-os à sombra pra que possam durar.

Se te mandarem rosas simples da estação
Ou sempre-vivas, flores do campo,  margaridas
Girâneos e  mesmo cravos de máscula paixão
Absorve-os como tudo o que há de bom pra vida.

Flores com sabor de vinho, mel e com perfumes
Flores de ternura e encanto sem medida
Flores transcendem eras, lugares e costumes
Flores, o que há de melhor em nossa vida!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Morre Doutor Aluar - personalidade médica e humana do Meio-Oeste Catarinense

 



       A população da região de Joaçaba, no Meio-Oeste de Santa Catarina, foi tomada de triste surpresa na manhã desta quinta-feira, 14 de outubro de 2021, com a notícia do falecimento do Doutor Aluar de Oliveira Pinto, médico com mais de 50 anos de atividade profissional no Vale do Rio do Peixe, principalmente aqui em Joaçaba. Dr. Aluar foi uma pessoa muito estimada em todo o Médio e Baixo Vale do Rio do Peixe, tanto pela sua capacidade profissional quanto pela figura humana que representa. 

       Nascido em 17 de julho de 1937, em Herval d´Oeste, cidade geminada com Joaçaba, filho de Generosa e Júlio de Oliveira Pinto. Em 1965 iniciou sua profissão como médico em Salto Veloso e depois no Hospital Santa Terezinha, aqui em Joaçaba. ali foi Diretor-clínico durante 14 anos. Como médico do antigo Inamps e como perito do IPREV, sempre foi muito atencioso e humano com as pessoas. Tinha vasta compreensão do comportamento humano. Portava-se como verdadeiro psicólogo e conselheiro de seus pacientes. 

       A partir de 1984 passou a atender junto ao Hospital São Miguel, onde atuou até 2020. Também exerceu o cargo de Secretário da Saúde do Município de Joaçaba. Vinha com seu problema de saúde se agravando e deixou o mundo terreno hoje pela manhã. Seu corpo foi trasladado de Florianópolis a Joaçaba sendo velado na manhã de sexta, 15, no Pavilhão Frei Bruno, ao lado da Catedral Santa Terezinha, onde a população que tão bem o atendeu e que tanto o admira faz cortejo de despedida. 



       Os detalhes de sua vida estão muito bem descritos e relatados em seu livro de memórias, "O passado se faz presente",  recentemente lançado. Nele, narra com precisão e memória muito lúcida, os fatos desde sua infância em Herval d ´Oeste até sua vida de intensa atividade em Joaçaba. Um fato marcante foi quando, brincando nas águas do Rio do Peixe, junto com filhos do Pastor Wright, inclusive o desaparecido político Paulo Stuart Wright, viram um irmão deste deixar sua vida em afogamento nas águas.

       Em vida, o médico foi homenageado pelas Câmaras Municipais de Herval d ´Oeste, por ter sido o primeiro médico nascido naquela cidade, e em Joaçaba, pela figura humana e médica que foi. 

       A dignidade e a competência profissional podem ser destacadas como suas características que se somam a muitas outras. Atendeu minha esposa e uma das filhas quando precisaram de seus serviços, deu muito apoio a elas. Nosso carinho por ele é inefável. 

       Aos seus familiares, nosso carinhoso abraço e a declaração de nossas mais sinceras e sentidas condolências.

Euclides Riquetti

14-10-2021


       




Eu te espero pro café da manhã...

 


Eu te espero pro café da manhã
Eu e as uvas e minhas maçãs
Quero ouvir de baladas a tangos
Quero tortas, biscoitos, morangos.

Eu te espero porque eu preciso
Reencontrar o teu doce sorriso
Quero sentir teu perfume frutado
Quero morder o teu lábio rosado.

Eu te espero porque sinto saudades
Eu te quero com virtudes e defeitos
Quero viver nosso amor de verdade
Quero olhar pros teus olhos perfeitos.

Eu te espero pro café da manhã
Eu, meus versos e meus poemas
Vem meu sol, vem meu talismã
Vem tornar minhas horas amenas!

Euclides Riquetti

As naus da solidão

 


 

Navegam, vagarosamente, nos mares de minha mente
As naus da solidão...
Vão de porto em  porto, vão de mar em mar
Procurando meu corpo para ancorar
Dando as costas à imensidão.
Navegam nas profundezas dos tempos, suavemente...

Navegam, através dos ventos e das as correntezas
Para  buscarem a doce calmaria
Que só eu lhe posso oferecer
Que só eu posso lhe conceder.
Navegam as naus da nostalgia
Pelos mares ignotos das  incertezas...

Navegam, lentamente, plenas de almas solitárias
As naus da solidão...
Vão, nas tardes, na noites, nas manhãs
Em suas andanças libidinosas  e vãs
Buscando a ilusão.
Navegam, sutilmente, as  naus solitárias!

Euclides Riquetti

O silêncio do "microfone de ouro" - homenageando Ademir Pedro Belotto

 



Rememorando, sete anos depois: Ademir Pedro Belotto
         No domingo, 12, Dia da Criança, Capinzal e região foram tomados por uma ingrata surpresa: Após uma hemorragia que teve na noite de sábado, Ademir Pedro Belotto, radialista, Diretor da Rádio Capinzal Ltda, onde atuava há 27 anos, e do Jornal "A Semana", há 13, deixava a vida terrena por volta das 14 horas, no Hospital Santa Terezinha, de Joaçaba.

          Recebi o recado de um amigo e, após o choque, tratei de propagar a informação. Meus amigos precisavam saber que o "Belo", como os mais próximos costumavam chamá-lo, nos pregara uma grande peça: fora morar no Reino de Deus sem deixar aviso nem despedida.

          Ora, fosse ele um jogador de futebol famoso, certamente teria tido sua partida de despedida, como comumente acontece. Aliás, certamente que eu mesmo me convocaria, participaria do grupo "Amigos do Belotto", onde certamente estariam atuando gente que jogou bola conosco nos Veteranos do Arabutã nos anos 90. Era nosso ponta-esquerda, tinha habilidade com a perna esquerda, embora não tivesse grande preparação física. Nessa arte, conheci-o ali na Baixada Rubra, no Ouro, quando eu o marquei num jogo contra o Masters de Joaçaba, time formado por radialistas da Catarinense, professores da Unoesc, ex-atletas do Joaçaba Esporte clube, e profissionais liberais. Coube-me marcá-lo e a tarefa foi fácil: estava jogando com um tênis branco, num gramado escorregadio. Justificava-se, com seu peculiar sorriso... Eu o entendia. Não era fácil jogar sem chuteiras.

          Fácil era o domínio na área de vendas de máquinas pesadas, sua atividade  na época. Fácil foi ter empunhado os microfones da Rádio Caçanjurê, em Caçador, aos 17 anos; da Rádio Catarinense, em Joaçaba; da Rádio Capinzal, em 1987, o que se deu até há poucos dias. Fácil, foi criar com dignidade, juntamente com sua esposa, a Juçara, os filhos César Augusto, Thiago Luiz e Thayana Larissa, legando-lhes bons exemplos, proporcionando-lhe oportunidades de estudos, dando-lhes os direcionamentos para uma vida com ética e decência.

          Difícil mesmo, foi chegar aos 58 anos e, depois de ter conhecido a Europa e visitado sua querida filha na Irlanda, ter encarado uma doença, um tumor alojado na mandíbula, uma cirurgia em Pato Branco, no dia 02. Difícil foi ser pego de surpresa, na noite de sábado, com uma hemorragia, o internamento, o óbito. Mais difícil para a esposa, os filhos e amigos, do que para ele mesmo. Difícil para os irmãos, sobrinhos, em especial para seu irmão Ademar Augusto Belotto, o Japão, nosso amigo aqui em Joaçaba, que foi seu guia na juventude e que o acompanhou de perto em toda a sua vida. Aliás, o choro durante a sua fala, na despedida, no Cemitério Frei Edgar, na tarde desta terça-feira, sintetizava o sentimento de todos nós, seus amigos, que estivemos acompanhando-o, quer no Centro de Eventos São Francisco de Assis, na Paróquia São Paulo Apóstolo, em Capinzal, quer na celebração de corpo presente, na Matriz, em Capinzal, quer aqui em Joaçaba.

          Perdemos o Belotto e isso enlutou Capinzal e Ouro e as cidades das cercanias. Silenciou, definitivamente, o "microfone de ouro", que tanto nos alegrou e nos orgulhou nos cerimoniais que dirigiu em centenas de eventos. Uma vez emprestou-nos sua valiosa voz para a produção de um vídeo que produzimos relatando e retratando a história do Município de Ouro e a emancipação. Fomos companheiros em muitas jornadas. Nossos filhos foram colegas de escola, no Grupo de Dança Italiana, no Grupo de Escoteiros Trem do Vale. Quantas vezes nos encontramos com o casal Ademir e Jussara e todas as crianças. Bons e memoráveis tempos que não têm como voltar...

          Mas temos as belas lembranças... A franqueza do diálogo maduro, o respeito mútuo. Ele era muito habilidoso em escrever crônicas que apresentava no Jornal do Meio Dia, na Capinzal. Algumas vezes, me solicitava autorização para ler alguma de minhas crônicas. Eu lhe dizia que, para ele, as portas estavam sempre abertas e que ele podia utilizá-las da forma que lhe aprouvesse. Uma questão de confiança, uma ética muito respeitosa!

         Ora, não faltará quem escreva sua biografia. Os colegas de trabalho emocionaram as centenas de pessoas que estiveram na Matriz São Paulo Apóstolo com seus depoimentos. Só quem plantou o bem perante seus amigos e colegas leva os elogios sinceros e merecidos.

          Que bom poder falar assim de um amigo, uma pessoa que sempre foi muito equilibrada e que um excelente profissional. Ficar trabalhando por tanto tempo numa emissora de rádio, num setor de atividade humana em que a polêmica é fator muito presente, é significação de grande capacidade de trabalho e de harmonização.

          No domingo à noite, Capinzal foi invadida por pessoas de todas as comunidades e das cidades vizinhas. Foram dar adeus ao homem da voz belíssima, que ao falar impunha respeito e detinha credibilidade. Isso mostra o quanto era bem visto e o tamanho da legião de amigos que formou ao longo de sua vida. O Vale do Rio do Peixe está de luto.

 Fique bem, na proteção de Deus, Belo!

Euclides Riquetti
13-10-2014

Sinta-se bem perto de mim

 



Sinta-se bem perto de mim
Pois quero sentir que você sorri
Sinta-se como se estivesse aqui
Sinta-se bem perto de mim...

Faça de conta que o céu anil
É apenas um caminho plano
É um lençol macio e  sutil
Que se estende por onde andamos...

Sinta o  pulsar de meu coração
Que eu quero sentir o seu
E me embalar na terna ilusão
Levar-lhe o carinho meu...

Imagine que eu seja o vento
Que alisa seu rosto macio
E,  nem que seja por um momento
Com seu perfume eu me delicio...

Sinta meu corpo colar-se em você
Pele com pele, peito com peito
E nunca me pergunte nunca o porquê
Pois eu quero você assim, desse jeito!

Euclides Riquetti

Desolação - o universo da alma...

 


Desolação - o universo da alma...

Penam-se as almas, dilaceram-se corações aflitos
Corroem-se os sentimentos, mutilam-se paixões
Constroem-se seres inquietos, ensejam-se conflitos
Tropeça-se nas pedras bandidas das tensas desilusões.

Edificam-se muros frágeis com a  solidez das verdades
Encurtam-se os caminhos, alongam-se as trajetórias
Derrubam-se barreiras, despem-se as frívolas vaidades
Descobre-se que há lutas renhidas, perdidas e inglórias.

O universo é, por si mesmo,  algo não dimensionável
Sujeito a tempestades, intempéries e turbulências
O universo é uma imensidão desconhecida e formidável.

O universo da alma se constitui em algo dócil e  sensível
Sujeito a decepções, inconstâncias e incoerências
O universo  humano comporta a face do incompreensível.

Euclides Riquetti

Quando o sol voltar a brilhar

 


Quando o sol voltar a brilhar

Voltará, com ele, o seu sorriso largo
Para encobrir o sentimento amargo
Do choro, do adeus, do soluçar.

Quando os pingos da chuva matinal
Rolarem nos galhos das laranjeiras
Lembrarei das passagens faceiras
E dos seus olhos brilhantes de cristal.

Quando meus pensamentos dispersos
Reencontrarem o caminho aberto
Voltarei a escrever eternos versos.

E,  quando o sol se por novamente
Declamarei o meu poema mais discreto
Da alma branca, do coração batente.

Euclides Riquetti

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Quando se douram os trigais

 



Quando se douram os novos  trigais
Fica primavera na minha alma
Quando se esverdeiam os laranjais
Deles brotam as  flores mais  alvas.

Quando se azulam as águas cristais
E correm em direção aos  oceanos
Penso em dias que não voltam mais
Que se somaram em meses e anos.

Quando o caminho fica  extenso
E o porvir fica bem  menor
Olho pro meu passado e penso
Se o que me aguarda será melhor.

Não posso deixar tristes as manhãs
Nem as tardes perderem o sentido
Minhas noites jamais serão vãs
Jamais  serei um poeta exaurido.

Quando se douram os novos trigais
É meu recomeço, minha nova energia
É a força que volta cada vez mais
E me dá ânimo, luz e alegria.

Euclides Riquetti

Ecoam nos céus os cânticos angelicais





Ecoam nos céus os cânticos angelicais
Secundados pelas clarinetas dos serafins
Ecoam nos céus os cantos universais
E perdem-se nas imensidões e nos confins.

Festejam os anjos as glorias triunfais
As vitórias do bem sobre o vil e o mal
Festejam os anjos com perfumes e florais
A vida eterna no paraíso celestial.

E, quando as carruagens flutuam ao vento
Levadas pelo trotear dos cavalos brancos
As gaivotas brancas  plainam no firmamento.

Vai, meu coração, pelas celestiais savanas
Vai para te encontrar, vai juntar-se a tantos
Parceirar-se  aos anjos em suas caravanas...

Euclides Riquetti

Feche seus olhos e responda....

 



 
Feche seus olhos e me responda
Não quero que me diga que não me entende
Não quero que nada, nunca me esconda
Pois sei que se você quer, você me compreende.

Feche seus olhos e escute minha voz
Quero que ouça o que tenho a lhe dizer
Quero que saiba que eu estou muito só
E que em todos os momentos só penso em você.

Deixe que seu pensamento me busque e me encontre
Que venha juntar-se a meus sonhos românticos
Para que eles sejam entre nós uma doce ponte.

E, quando ouvir os anjos tocarem seus clarins
E eles orquestrarem os seus mais belos cânticos
Pensarei em você e espero que  pense  em mim....

EuclidesRiquetti

Amo vocês incondicionalmente

 


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Amo vocês incondicionalmente
Amo sobre tudo e sobre todas as coisas
Amo vocês indubitavelmente
Em todos os dias e em todas as noites!

Amo vocês pelo que vocês são
Amo em todos os anos e em todos os meses
Amo de alma, amo de coração
Em todos os lugares, mil mais mil vezes!

Amo vocês apenas porque amo
Amo vocês porque amar me faz sentir bem
Amo sempre que nos encontramos
Em todas as situações difíceis também!

Amo vocês e continuarei amar
Amo na alegria e nos momentos de dor
Amo como o céu, a natureza e o ar
Em todos os instantes dar-lhes-ei amor!

Fiquem bem!

Sentir o perfume de teus cabelos

 



Sentir o perfume de teus cabelos castanhos
O calor em teu corpo exuberante e sedutor
Beijar os teus lábios com frenesi e ardor
Distanciar-nos dos pensamentos mais tacanhos.

Sentir que teus olhos têm o brilho da alegria
O pulsar de teu coração que se acelera
Amar tudo o que fazes com paixão e quimeras
Que tenhas paz interior e permanente euforia.

Sentir em ti a mais intensa reciprocidade
A confiança que está na alma branqueada
Dividir contigo a nobreza da cumplicidade.

Somar sonho com sonho, vislumbrar horizontes
Querer da vida presente o que se teve na passada
Beber das águas das mais puras fontes.

Euclides Riquetti

De um lugar ao sol

 



De um lugar ao sol, todos precisamos

Todos o queremos

Todos o merecemos

Somos seres humanos.


Um lugar ao sol, busquemos

Que seja buscado e merecido

Desde que tenhamos cumprido

Com aquilo que nos propusemos.


Viver para ser feliz e fazer felizes

Os seres que nos cercam

Os que oram e os que pecam

De todos os matizes.


Ajudar desinteressadamente

Desejar a todos o bem

Amar pra ser amado também

Felizmente, contente, amadamente!


Euclides Riquetti

13-10-2021











Na doce inquietude da madrugada

 



Na doce inquietude da madrugada
Almas insones, corações aflitos
Reportam-se a canções e escritos
Na doce inquietude da madrugada...

Na manhã de sol suave e prazenteiro
O poeta  escreve versos românticos
Anjos entoam os mais sacros cânticos
Na manhã de sol suave e prazenteiro...

Na tarde da nostalgia e da meditação
Saem da pena maravilhosos versos
Que jaziam nos pensamentos submersos
Na tarde da nostalgia e da meditação...

Na noite em que as estrelas nos desafiam
Invadem meu ser as valsas das nostalgias
Os tangos me bailam com presteza e maestria
Na noite em que as estrelas nos desafiam...

Nos dias de cada outono  e de  cada inverno
Manhãs, tardes, noites, em todas as horas
Peço que me queiras, que  não vás embora
E te darei o amor de sempre, o amor eterno.

Amar-te-ei na noite abençoada
Na manhã hiemal, na tarde amena
Rezarei por tua alma branca e serena
Na doce inquietude da madrugada!

Euclides Riquetti

Vem, Primavera

 





Vem, Primavera, com o seu cheiro florido
Com seu corpo esculpido
Com seu jeito bem primaveril.

Vem encantar minha alma ansiosa
Tingir de cores a paisagem verdejante
Vem trazer-me a formosura formosa
Com seus colores mais cativantes
Sob o céu límpido de azul anil.

Vem, Primavera, suceder o inverno turbulento
Pra acalmar meus eriçados sentimentos
Pra preceder o verão encalorado

Vem amenizar todas as minhas dores
Apascentar minha alma turbulenta
Vem pra colorir meu mundo com flores
Dar sentido a minha existência
Pra que a inspiração volte e fique ao meu lado.

Vem, vem bem assim
Vem pra junto de mim!

Euclides Riquetti

terça-feira, 12 de outubro de 2021

É hora...

 








É hora
De ir embora
De deixar os sonhos
O mar medonho
E ir embora!

É hora do reencontro
Com a realidade.
E, com serenidade
Escrever um conto
Compor um poema novo.

Tiro papel do caderno
Caneta do estojo
Da alma tiro o fogo
E escrevo no inverno
Um poema que pretendo
Que se torne eterno!

Como eterno é o amor
Como eterna é a cor
De seus olhos...

Euclides Riquetti

Dia da Criança muito feliz com netos

 




Júlia, Beatriz e Ângelo

      Tivemos um Dia da Criança muito feliz com o Fabrício, a nora Luana e os netos Ângelo, 3 anos, e Beatriz, 1 ano e meio. A distância não nos permitia isso, mas hoje estão hospedados em nossa casa, em Joaçaba. Muitas brincadeiras, correria pela casa, gramado e calçadas, brincadeirinhas... Agora mesmo a pequena Bia está aqui colocando o dedinho no teclado e me obrigando a ir corrigindo meu texto. O Ângelo está ajudando a Vóvis Mila e o seu papai na cozinha.

       A tarde foi maravilhosa. Passamos horas agradáveis no Pesque-pague Colina´s, em Luzerna. Pegamos umas tilápias que vão ser nossa janta de hoje. O Colina´s é uma estrutura fabulosa, localizada a 12 Km de nossa casa. Lá, foi brincar nos balanços, correr, gritar, vibrar com cada peixe fisgado. A vida nas cidades menores é bem melhor! 

       A Julinha foi passar o dia com o pai dela, em Água Doce. Está maior que a mãe, com seus 11 anos. Atleta! Agora é a Júlia, estudante do Superativo. O tempo passa, todo mundo vai crescendo e buscando ser feliz. A Caroline almoçou conosco, a Michele ligou-nos de Curitiba, o Fabrício está com a gente. A felicidade é poder ter o amor e poder retribuir. 

       Assim, parabenizo os filhos Michele, Caroline e Fabrício, os netos Júlia, Ângelo e Beatriz. E deixo um abraço carinhoso para a Luana, minha querida nora, que cuida bem de nosso filho e dos netos. Vale também pra Vóvis Mila. 

       E, para as crianças do Brasil e do mundo, o desejo que que possam ter uma vida saudável, feliz, com moradia digna e que nunca lhes falte camisa, agasalho e teto. 

Parabéns a todas as crianças!


Euclides Riquetti

12-10-2021


Um beijo com embalo de tango...





Não quero  beijo sabor chuchu
Quero apenas um bem vermelho...
Mas que venha de ti, venha de tu
Um beijo desenhado no espelho.

Pode ser um beijo bem curtinho
Um beijinho doce, apenas beijo
Com o sabor do beijo,  beijinho
Bejinho cheio de amor e desejo...

Vai, me dá um, ou me dá dois
Três... quatro...  infinitamente
Daqueles pra relembrar depois
Pra relembrar ... eternamente!

Tão bom como aquele de chima
Ou como aquele de morango
Um de cereja também combina
Um beijo com embalo de tango!


Euclides Riquetti

Demagogia, ativismo político e memorial às vítimas da Covid

 


Havan de Joaçaba - 500 metros de minha casa

       A CPI da Covid está em sua reta final. Poderia ter sido um instrumento de busca de quem realmente tirou proveito da catástrofe em razão da pandemia, com a punição a quem realmente lucrou com ela. No entanto, a Comissão que trata do assunto começou e continuou sendo um palco para a promoção política de alguns Senadores, principalmente Renan Calheiros e Omar Aziz,  relator e presidente da mesma. Se não houvesse transmissão direta por tv e internet, provavelmente a teatralização seria bem menor e os objetivos seriam melhor atingidos. Tem sido assim no presente milênio.

       O interrogatório de Luciano Hang, empresário catarinense da cidade de Brusque, foi uma lástima. De saída, Renan Calheiros se mostrava muito atrapalhado, pois não conseguia se posicionar direito em suas perguntas. Desenvolto, Hang se mostrava à vontade diante dos inquisidores. Só quem o conhece sabe da habilidade que ele tem em comunicar-se, à sua maneira, e segundo seus objetivos. Calheiros tremeu porque estava diante de um empresário muito influente, cotado para ser candidato a Senador em 2022 com recorde de votos em Santa Catarina. Luciano Hang é um ativista político, atualmente governista. E o seria mesmo que o presidente fosse outro, de centro ou de direita. Em sua carreira empresarial, construiu a Havan, loja cujo nome é a junção de Ha, as duas letras iniciais de seu nome, e van, a sílaba inicial de Vanderlei, seu sócio no início da empresa.

       Conheço relativamente a História da Havan, cuja loja de Brusque era frequentada por comerciantes de minha cidade, que ali compravam para revender em suas lojas. Depois veio aquela localizada na Avenida Expressa, que liga a BR 101 a Florianópólis. As pessoas compravam tapetes, cobertores, louças e cristais. Eu mesmo fiz muitas compras ali. A arquitetura do prédio e a Estátua da Liberdade era chamativas e inspiravam a muitas especulações. E os boatos vinham: O dono é um judeu que está investindo no Brasil. É um norte-americano, tem como sócio o Senador Jorge Borhnausen. Também: é dos filhos do Lula. O dono  é sócio de familiares de Dilma Rousseff, etc.

       Luciano Hang era simpatizante e filiado do PMDB em Brusque. De tanto ver bobagens sendo ditas pelas pessoas, resolveu vir a público para apresentar-se como dono da Havan. Desfiliou-se de seu partido. Estava realizando novos investimentos. A possibilidade da presença de uma loja da Havan numa cidade era uma conquista para qualquer prefeito. Conheci-o e parabenizei-o no dia da inauguração de sua loja em Joaçaba. Deu ares positivos ao Baixo Vale do Rio do Peixe e Meio-Oeste, pois nos trouxe 3 salas de cinema e uma boa praça de alimentação. Sempre encontro conhecidos meus das cidades vizinhas ali. Mas tudo isso é o que menos importa diante do quadro de ele ter perdido sua mãe. A CPI foi horrivelmente mal ao expor a situação da morte de sua querida mãe. Invasão e exposição de privacidade é pouco para o que fizeram com ele.

       Por mais uns dias teremos que suportar a arrogância de Aziz e Calheiros. Que os relatórios, submetidos à aprovação do plenário do Senado, cheguem ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e ao Tribunal de Contas da União. Mas ressalto que a CPI poderia ter sido mais útil se tivesse atuado mais tecnicamente do que politicamente. Neste aspecto, ela foi bem na tarefa de desgastar o Governo Federal. No outro, ficou com a foto queimada diante dos brasileiros.

O Memorial às Vítimas da Covid – Ainda no ano passado, imaginei que as vítimas da Covid 19 em Capinzal, Ouro e Zortéa  fossem imortalizadas  com a projeção e instalação de um memorial. Também vi a possibilidade de cada uma das cidades construir o seu. Então, conversei com o ex-prefeito de Ouro, Sérgio Durigon, e o ex-professor de Diretor da Unoesc da Capinzal, José Mauro Lehmkhul sobre isso. Chegamos à conclusão de que deveríamos deixar passar a pandemia para conversar com as igrejas, as entidades civis  e as autoridades locais para definirmos se cada uma das cidades deveria ter o seu ou se apenas um seria conveniente. Ouviríamos os familiares das pessoas que perderam a vida e abriríamos uma campanha, humilde mas autêntica, para a elaboração dos projetos do memorial ou memoriais. Com outras pessoas que conversei, tive a sugestão de locais. Se fosse único, poderia ser instalado em área próxima do Centro de Eventos e do Oratório de Nossa Senhora do Caravággio. Se cada cidade tivesse o seu, a população é que deveria definir qual. Para Capinzal houve a sugestão da Área de Lazer Doutor Arnaldo Favorito e para Zortéa a Praça central da Cidade. Nenhum local é definitivo, lideranças, ouvidas as populações, deverão definir.

       Além de nós três, convidaríamos algumas pessoas de cada uma das três cidades para formar o grupo de trabalho. Seriam convidados arquitetos, engenheiros e agentes culturais e pessoas com habilidades para realizar o projeto executivo e a construção do memorial. Todas as pessoas envolvidas seriam parentes ou amigos das pessoas que foram vitimadas pela Covid. Não queremos que ninguém tire proveito da situação. Quem for trabalhar, que seja como voluntário e sem nenhuma remuneração. A ação precisa prioritariamente ser social e ecumênica. Nosso propósito era nos manifestar apenas depois que toda a pandemia passasse. Agora, diante da manifestação daquele relator da CPI, estou me manifestando através desta coluna. O objetivo não é construir um atrativo turístico, mas uma forma de registrar a perda das pessoas.

Euclides Riquetti – www.blogdoriquetti.blogspot.com

Minha Sétima Crônica do Antigamente (Velhinho, eu??!) - para relembrar...

 







          O Doutor Google me informa que "antigo" significa que é "aquilo que existe ou que data de longo tempo, ou velho". Então, tô frito, cara!
 
          E eu que achava que, por conseguir correr até 90 minutos na Pista Olímpica do Clube Comercial, não era um velho... Claro, corri isso diversas vezes já, mas em algumas delas acabei com os músculos distendidos. Aliás, correr, exercitar-se, todos os cientistas, médicos, professores de Educação Física e outros afins, dizem que é estimulador para o aparecimento de células novas em lugar das células velhas.

          Fiquei contente em ouvir, ontem à tardinha, na sonzeira do carro, do Nelson Paulo,  o Amarildo Monteiro e mais um colega deles, que as células antigas, diante dos exercícios, tornam-se autofágicas. Massa, cara! Isso me anima muito e você, amigo ou amiga, pode fazer com que suas células, mesmo aquelas que deixam você meio (a) pançudinho (a), possam autofagiar-se, ou seja, matarem a si mesmas, , devorarem-se. É animador porque surgirão outras, novinhas, envernizadas, virgenzinhas ainda, não crismadas e nem batizadas, que poderão deixar-nos, todos, mais jovens e joviais. Sim, joviais, porque os joviais são mais animados, alegres, entusiasmados do que os apenas jovens, pois estes, muitas vezes, já nascem velhos, embora não antigos. Quero ser cada vez mais antigo, sim, mas ficar velho é uma tarefa penosa que deixo para quem quiser ser...

          E, quando falo em antigo, lembro-me de alguns personagens que ficaram bem registrados em minha mente, minha alma e meu coração: O Joaquim Casara, que rezava terços na Linha Bonita, com sua barba branca, cabelo branco, semblante angelical. A Vó Preta e o Vovozinho, nossos vizinhos ali em Ouro, pais da Ilerene, com sua simpatia e bondade infinita.Igualmente a dona Ézide, terceira  avó de minhas filhas. Meu pai, Guerino e minha mãe, Dorvalina, pois pais são pais, dispensam comentários. O Novo Vitório e a Nona Severina, o Seu Ivo e a Dona Iracema (Bazzo), a Dona Noemia Sartori,  o seu Oziris D´Agostini. O Pimba e a Doralva, filho e mãe unidos pela alma. Todos esses figuras simples mas bondosas. O tio Valentin e a tia Marietina, o tio Ambrozim e da tia Margherita, dois Barettas e duas Riquettis, o Seu Idalécio Antunes, e tantos outros. Ah, do Bijuja, do Rozimbo e do Bonissoni, essas figuraças, usarei um texto só para eles, oportunamente.

          É, ser antigo nos possibilita termos mais lembranças. E mais lembranças ensejam mais histórias. Mais histórias nos incitam a lembrar de nossas próprias histórias, e assim o mundo gira, anda...e eu escrevo... e você lê. Ainda bem!

          Ah, hoje nada direi sobre a Marjorie Estiano, a Manu. Nem sobre a Demi Moore, nem sobre a Sheron Stone. Nem sobre o Michel Teló.   A(teló)go! Vejo vê outro dia.

Euclides Riquetti
19-01-2012