sábado, 7 de dezembro de 2024

Deixe que eu me perca em seus olhos

 






Deixe que eu me perca e seus olhos bonitos
De mar, de pinhão, ou de céu infinito...

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Deixe que eu me jogue em seu corpo atraente
De sereia, de musa, de mulher, de serpente...






Deixe que eu sinta seu perfume gostoso
De alfazemas, de cravos, de rosas, cheiroso...




Deixe que eu beba de seus vinhos e licores
De cabernet, malbec, syrah, anis e de flores...




Deixe que eu sorva os líquidos de seu corpo
Deixe-me ancorar neste belo porto!

Euclides Riquetti
01-03-2017

O último poema... minha homenagem ao saudoso aluno André Luiz Franquini

 




          "Professor, faz um poema pra mim?" - Quantas vezes ouvi essa pergunta nos anos em que lecionei lá na Escola Sílvio Santos, no Ouro!
       
          Sempre estimulei meus alunos a escreverem textos diferenciados, em qualquer modalidade que fosse. Aprendíamos a "fazer redação"  juntos. E, como sempre tive em mente de que "se aprende fazer fazendo", e que, para estimular, precisamos dar o exemplo, não apenas mandando fazer ou pedindo para que façam, eu escrevia simultaneamente. Fazer junto para que pudessem sentir que é possível, com liberdade, sem amarras e com estímulo, criar algo que possa encantar alguém. E o poema, ou qualquer texto poético, me encantam, sim!

          E, quando volto a lembrar, saudosamente, de meus alunos, lembro-me de suas atitudes, seus gestos, seus movimentos, alguns com extrema sensibilidade, leitores, criadores. Lembro daqueles que não conseguiam fazer algo extraordinário, mas eu lhes dizia que o importante era que conseguissem transmitir, mesmo que da maneira mais simples, aquilo que  sentissem. E, muitas vezes, sentiam, mas tinham alguns bloqueios, eram acometidos pelo indizível, o inefável, como dizia nosso professor de Literatura, o Francisco Filipak, lá na Fafi, em União da Vitória, no início da década de 1970, quando éramos grandes sonhadores, eu e meus colegas. Sonhadores, porque almejávamos ter um bom emprego, uma carreira profissional e, quem sabe, um dia termos nossos textos publicados em algum lugar.

          Para dar uma certa materialidade ao que os alunos produziam, tínhamos um grupo de professores de Capinzal e Ouro que trabalhava unido. Dedicávamos um bimestre escolar para trabalhar a poesia na sala de aula. Dávamos as condições para que os alunos escrevessem, estimulando-os a lerem suas criações para a turma, E alguns até tinham talento para a declamação, com serenidade e desinibição. Escreviam, liam, declamavam... Depois, eles mesmos  indicavam as que devessem ser mostradas ao público,  além do âmbito da sala de aula. Organizávamos apresentações nos eventos da Escola e, parte das produções,  iam para o "Recital de Poesias", que realizávamos no auditório do Colégio Mater Dolorum. No palco deste, os alunos se superavam, recebiam os aplausos e se emocionavam.

          Um dos anos mais marcantes foi o de 1998. Realizamos o Recital, um aluno fazia a locução, ( e, destes,  dois seguiram a carreira e são bem sucedidos: o Éder Luiz, do portal ederluiz.com;  e o Marlo Matiello, da Rádio Capinzal e do portal vejaovale.com.br), e foi um evento maravilhoso. Até filmamos em vídeo. Passamos o filme nas escolas nas semanas seguintes, pois isso gerava muita motivação, já visando as ações seguintes nas escolas.

          Meu aluno André Franquini, do Ensino Médio, declamou um poema de sua autoria, muito bonito. Ele era estudioso e talentoso. Era um orgulho para seus pais e suas irmãs.  Nosso também. Vimos o vídeo, ficou muito bom. Ele estava contente. Declamou com camisa branca e um colete bordô, que guardo até hoje comigo...  E, agora,  estou eu cá, com as palavras saindo com dificuldade, não sei mais por onde seguir...

          Acontece que, numa noite da  primavera daquele ano, eu dei a última aula da noite na sala dele.  Ele me fez muitas perguntas,  era indagador, um investigador da vida, um irrequieto perguntador, mas um sereno e educado ouvinte. E emitia sua opinão com elegância, moderação. Era muito querido pelos colegas e pelos professores.

          No outro dia, fui a Joaçaba e, na volta, quando chegava ao Parque e Jardim Ouro, vi um movimento de pessoas ali na Rodovia, os policiais com suas pranchetas, algo acontecera, eu sentia em mim algo preocupante. Desci do carro e fui ver. Perguntei a uma pessoa o que havia acontecido e me disse que houve um acidente, que um menino descera pela rua lateral  com sua bicicleta sem freios, vinha freando a roda da frente com a sola do tênis, fazia isso sempre, mas naquele dia não deu certo e fora parar embaixo do rodado traseiro de um caminhão.  Perguntei se o haviam levado ao Hospital e me disseram que não,  que ele perdeu a vida ali mesmo... Era nosso aluno André!

          Ficamos todos abalados. Uma comoção, um grande desespero tomou conta de todos nós, amigos dele e da família. As duas irmãs e a mãe  foram alunas minhas. O pai, meu amigo pessoal. O André, aquele doce rapaz com que eu muito me afinava, tínhamos em comum o hábito de gostar de poesias, de  compor, de declamá-las, tinha partido...

          Na cerimônia religiosa de despedida, rodaram o vídeo com ele declamando. Parecia uma despedida dele... havia uma angústia em suas palavras, em seus gestos, em sua expressão... Algo marcante, que ainda me faz chorar quando lembro daquele menino, um rapaz já, que gostava de poesia...Deve estar no céu, dividindo seus poemas com os anjos...

Euclides Riquetti
29-07-2013

O cheiro do vento

 


 

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Feche os olhos e sinta
O cheiro do vento que barulha as folhas
E da água que se gaseifica em bolhas
Perceba que   a  natureza  se retinta.
Feche seus belos olhos... e sinta!

Feche os olhos e abra seu coração!
Fique segura,  dê-me  sua mão
Frágil, mas terna, elegante e  macia,
Que me passa uma deliciosa energia
A energia doce, que brota  do seu coração!

Feche os olhos e escute a orquestra
Que embala uma suave canção:
É a canção do vento, que traz a harmonia do universo
Que vem no momento mais sublime e certo
Vem trazer-me a paz da longa imensidão.
Vem...

Euclides Riquetti

Era uma vez... um poeta!

 


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Era uma vez um poeta, que tinha uma história
Que procurava a musa certa, os versos certos
As estrofes completas, nas mais vãs memórias
Viajava por caminhos tortos, longos e desertos.

Havia um poeta, palavras, e mulher inspiradora
Canetas, papéis, sílabas, fonemas e morfemas
Sussurros em ouvidos, a pele fresca e sedutora
E, como havia poeta , havia romances e poemas!

Pois, se poeta havia, havia uma alma perfumada
Havia sonhos, tardes quentes, imensidões de areia
Rosto bonito, cabelo liso, céu anil, pele dourada

E, sendo apenas um poeta, carpintava as ilusões
Desenhava em palavras seu corpo grácil de sereia
Ouvia no vento suave o som de uma bela canção!

Euclides Riquetti

Cumplicidade

 







Há uma cumplicidade entre nós dois
Uma palavra que rima com felicidade
Há uma pequena distância que não conta
Porque depois, depois da saudade
Vem sempre o reencontro, o amor de verdade

Euclides Riquetti

Amor Radical


 




Eu queria que tu arrancasses meu coração
E o colocasses dentro do teu.

E eu ficaria sem vida,
Sem sensibilidade,
Sem sentir saudade...

E tu terias para sempre o meu coração.

No céu, eu viraria um anjo alado
Que ficaria sobrevoando-te
Onde quer que estivesses
Para onde quer que fosses...

Assim, eu sempre estaria por perto
Protegendo-te
Guiando-te...

E continuaria a compor meus versos
Que virariam sonetos românticos.

E continuaria a rezar
A  pedir perdão
A declarar ao mundo que tu és meu grande amor.

E, no dia em que precisasses de minha presença
Apenas me acenaria
E eu viria
Com todo aquele amor que tenho em mim
Que guardo em mim.

E nós continuaríamos  felizes
Tu e eu.

Te amo demais!!!

Euclides Riquetti

Deixa que o perfume dos ventos te acaricie

 


 



Deixa que o perfume dos ventos te acaricie
Afague tua pele e beije teus  lábios que eu tanto desejo
Erice  teus cabelos macios  e aplaque  teus medos
Permite  que o perfume dos ventos se delicie...

Deixa que a brisa da noite refresque teu corpo fogoso
Apalpe teus seios, teus braços, com toda a ternura
Que leve pra ti  os aromas  e toda doçura
E que a noite se transforme em algo sublime  e gostoso.

Deixa-te navegar na distância numa  viagem bonita
Ultrapassar as barreiras que te impedem de ser feliz
Voa pelos ares da mente na imensidão infinita

Deixa  que teu rosto receba o carinho de minhas mãos
E sente  o seu  toque sensual que você sempre quis
Deixa-te trazer até mim, embalada pelo som da minha canção!

Euclides Riquetti

Acariciar seus cabelos

 


 



Apenas deixe-me secar seus cabelos
Deixá-los leves, macios, e  sedosos
Cuidar deles com todo o meu zelo
Admirar seus ombros belos e  formosos
Perder-me em sutilezas e em  pecados.

Apenas deixe que eu os alise e afague
Com minhas mãos ansiosas de querer
E que de minha mente nunca se apague
A lembrança de cada olhar, de cada viver
E que por você eu me perca e me embriague...

Apenas diga que gosta de minhas carícias
E eu sou muito importante em sua vida
Que possamos dividir todas as delícias
Em cada beijo trocado e na paixão sentida
Sem ferimentos, sem dores, sem sevícias.

Euclides Riquetti

Por que meu pai teve que abandonar o seminário? Ainda bem... reprise saudosa

 


 

 
Ponte Irineu Bornhausen - Liga Ouro e Capinzal - 1956


          Na década de 1950, as cidades de Santa Catarina eram muito pacatas. As do Oeste e Meio-Oeste Catarinense eram pequenas. Seus moradores vieram entre 30 e 50 anos antes, a maioria originários da Serra Gaúcha, onde se situam Caxias do Sul, Farroupilha, Bento Gonçalves e outras cidades, cujos distritos originaram muitas outras. Eram filhos e netos de imigrantes italianos, que ali chegaram a partir da década de 1970. Meu familiares, de parte de minha mãe, os Baretta, chegaram em 1876. Os Richetti vieram de datas próximas às deles. Para Santa Catarina, para o antigo Distrito de Abelardo Luz, o primeiro nome da vila onde hoje se situa o Município de Ouro, vieram em meados da  década de 1920. Meu pai, Guerino,  nasceu em 1921,  e minha mãe, Dorvalina Adélia,  em 1923. Viraram moradores da Linha Bonita, embora meu pai tenha morado em outras paragens do nosso antigo Município de Cruzeiro, hoje Joaçaba.

          Ouvir as histórias que eles e os tios me contavam sempre me foi muito interessante. Ser antigo me permitiu ter vivido quando ainda nem se sabia que TV existia. E,  rádio, só alguns tinham. Dizem que na época da Segunda Guerra Mundial, quando as pessoas iam para a cidade (1939 a 1945), passavam na casa do André e da Dona Elza Colombo para saber notícias da Guerra, pois havia expedicionários nossos combatendo na Europa, mais precisamente na Itália.

          Foi justamente durante essa Grande Guerra que meu pai fugiu do Seminário,  do Instituto São Camilo, de São Paulo. Com nove anos (1932),  ingressou no Seminário de Iomerê, ele e outros vizinhos, um Boaretto, tio do Leonir, Prefeito de Capinzal, o Albino  Baretta, Padre que faleceu há poucos anos,  e não me recordo bem qual o outro.

          Em 1994 realizamos, na Linha Bonita, o Primeiro Encontro da Família Baretta, idealizado pelo amigo Albino Baretta, não o Padre, mas o filho do Pierim. O Catequista, Ministro da Eucaristia, que cuidou do irmão dele, paraplégico, o Neto, por cerca de 30 anos e que mora em Capinzal. Foi uma festa e tanto. Vieram familiares de diversos estados brasileiros. E também veio, de São Paulo, o outro Albino, o Padre, que já estava velhinho, com mobilidade limitada. Perguntei-lhe se fora amigo de meu pai, em São Paulo. Ele nada respondeu. Mais adiante o primo Rozimbo me contou o porquê de o Albino não gostar de meu pai e eu o compreendi. Fiquei muito contente por ele não gostar de meu pai. A Festa da Família Baretta foi algo bonito. Repetiu-se uma vez, mas depois não mais aconteceu.

          Devo minha vida justamente ao Padre Albino Baretta. Albino significa "alvo", "branco", bem claro. Mas foi justamente porque ele era inquieto, e aquele que viria a ser meu pai também, que eu existo. Senão vejamos:

          Os seminaristas do São Camilo, de Iomerê,  foram todos para São Paulo, na Vila Pompéia, onde meu pai ficou de 1932 a 1942, tendo, então, 19 anos. Fez ali o Colegial, equivalente ao hoje Ensino Médio, que já foi Segundo Grau. Estudava Filosofia que, pela regra, são dois anos de Filosofia e três de Teologia para que o Noviço se torne Padre. Meu pai usava batina escura, era alto e magrão, tinha óculos clássicos. Aprendera Canto Orfeônico, Francês, Italiano, até tocava piano e órgão. Gostava muito de História e Geografia, tinha sempre excelentes notas. Mas também gostava de trabalhar, costume ou hábito de todos os descendentes de italianos. Sabia lidar com o serrote, o martelo, a marreta, o nível, o metro, a colher de pedreiro, o esquadro. Os mais limitados iam de enxada, foice, picareta... Ele, bom de cálculo (ensinou-me a calcular medições de terras e volumes quando eu estava no segundo ano primário), era pedreiro. E, no Seminário, sempre havia o que fazer. Herdara do Nono Frederico as habilidades.

          Bem, num dia daqueles, estava meu pai a construir uma cancha de bochas, lá na Vila Pompéia, quando o colega Albino Baretta começou a dar palpites, em vez de ajudar. Meu pai deu-lhe uma marretada no dedão de um pé e foi sangue para tudo o que é lado.

          À noite, a Cúpula Diretiva do Seminário, imbuída do maior senso de justiça, reuniu-se para decidir o futuro do rebelde Guerino. Era uma decisão difícil, que ficou adiada para a manhã seguinte. Precisavam analisar tudo, calmamente, mas, à espreita, o réu já percebia que seu destino seria a rua, a expulsão, uma vergonha para a Família Italiana, em plena Segunda Guerra Mundial. Então, enquanto todos dormiam, jogou uma trouxa de roupas pela janela do quarto, saiu devagarinho e silenciosamente pelo corredor, sem ser percebido, e adeus seminário. É por isso que o Padre Albino é responsável por eu existir. E, terei imenso prazer em lhe proporcionar, cara leitora, a continuidade dessa história, em próxima crônica. Enquanto isso, a Marjorie Estiano e a Fernanda Montenegro ganham um descanso merecido.


Euclides Riquetti
25-03-2012

Na noite em que choveu

 


 




Na noite em que choveu, perdi o luar
Perdi as estrelas, perdi a estrada
Só não perdi a madrugada
Que ficou para me afagar...

Afagaram-me o miados da gata
Os latidos da fêmea desconsolada
Os  relinchos da zaina domada
Na noite chuvosa e... ingrata!

Afagou-me a mulher sem nome
Que me desejou bons sonhos
Leves, coloridos, rionhos
Que falou-me ao telefone

Mas, sobretudo, afagou-me quem me acariciou
Me abraçou, beijou, amou
E me fez feliz!


Euclides Riquetti

À deusa adormecida


 


                            

Repousa, qual deusa, qual princesa adormecida
Jazendo além das areias, além do casario
Como que a sonhar um sonho de menina
Na chuva do inverno, e no verão do estio
Repousa, majestosa, distante e altaneira
Moldurando a paisagem santa e praieira.

Estendida, inerte, plácida e soberana
Um  corpo  a se banhar ao sol que nos aquece
Uma alma a compor um ser que nos emana
A sensação de prazer  que nos enternece
Estendida, a esperar pela clara  noite de luar
Pelas estrelas no céu, pela brisa que vem do mar.

Nem o tempo a extingue, nem o frio a abala
Nem a chuva a destrói ou mesmo a amedronta
Nem mesmo o vento que as folhas  embala
Lhe ousam  desafiar com a mínima afronta
Enquanto que atiças, senhora,  os meus dilemas
Senhora que inspira meus versos, meus poemas.

 Euclides Riquetti

Poema composto na praia de Canasvieiras, onde, olhando da praia ao sentido Leste,  a geografia nos mostra uma figura natural comose fosse a de uma mulher deitada, uma deusa... Muito já me inspirei e muitos poemas já compus ali.

Como palavras sem verso


 



Sou como palavras sem verso, canção sem melodia

Sou verso sem estrofe, sou estrofe sem um poema

Este é meu dilema, meu infortúnio, meu problema

Sou ser perdido no tempo, sou refém da nostalgia...


Sou caminheiro sem rumo, minha estrada eu procuro

Sou andarilho da estrada, tenho uma luz a me guiar

Por isso eu não me perco, vou seguindo rumo ao mar

Sou apenas o poeta que acende tuas luzes no escuro!


Receba meu carinho, guarde o meu abraço afetuoso

Registre em seu caderno estes meus versos escritos

Guarde-o bem em sua estante, deixe em lugar vistoso

Leia-os ao sentir saudades com seus olhos bonitos!


Euclides Riquetti

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Inflação, déficit, endividamento, dólar alto e poluição no mundo: dias nublados em vista!

 


                           As cores vermelha e laranja indicam os lugares mais poluídos do mundo

       O dólar virando a semana com valor de  alguns centavos  a mais do que seis reais denota uma situação indesejável, mas da qual não nos livraremos sem medidas drásticas e enérgicas. O Brasil que sonha não é o mesmo que faz contas, nem o mesmo que trabalha. E os comunicadores de área de política e economia já não escondem o temor por aquilo que possa vir: inflação crescente, o País se endividando, e poucas soluções para nos encaixarmos dentro da realidade.

       Reitero que o “sacrifício”, precisa ser proporcional em todos os setores e em todos os poderes. Sem almoço grátis, sem vida fácil, e com muito trabalho. O termo “corte de gastos” tem sido pronunciado constantemente nos meios políticos, mas pouco tem sido o efeito dos discursos. O governo atual deseja arrecadar mais para não precisar parar de gastar. Porém, o endividamento do Tesouro Nacional pode ter efeitos avassaladores sobre nossa economia.

O pacote fiscal costurado por Fernando Haddad que foi enviado pelo Governo Lula ao Congresso Nacional foi recebido pessimamente pelo mercado. Gestado em um mês, foi considerado mais político do que técnico. O cortar gastos não faz parte do ide[ario do atual Governo. Mas é um mal extremamente necessário.

       Um amigo meu, versado em economia, Irineu José Maestri, que foi prefeito em Capinzal de 1989 a 1982, sempre me dava aulinhas sobre o tema, quando nos encontrávamos em reuniões ou em viagens. Era um cidadão sensato e sempre entendeu o que todos precisam entender: Ninguém deve gastar mais do que ganha!

       A discussão sobre o pacote fiscal vai esquentar. O Congresso Nacional tem pressa, pressionado pelo mercado. O pacote fiscal-político terá apreciação com celeridade. Vai ser o assunto que tomará conta dos debates neste final de ano. E, ainda, temos a reforma tributária que não chegou ao fim. Temos, em ambos os projetos, três interesses: a) Os da equipe econômica; b) da turma da política da base do Governo; c) do empresariado e dos políticos de centro e suas adjacências. Mas vamos sobreviver! O Brasil é forte e tem grande potencial para crescimento econômico sustentável. Caminhamos para isso, mas precisamos evitar o endividamento.

       Quem polui mais? – É fácil detectar, em pesquisas, quem são os países mais poluídos do mundo. Lá vai: 1. China; 2. Estados Unidos da América do Norte; 3. Rússia; 4. Índia; 5. Japão; 6. Alemanha; 7. Canadá; 8. Reino Unido; 9. Coreia do Sul; 10. Irã. E os mais poluidores? Pouco se fala deles. Mas não nos esqueçamos de que os carros franceses rodam pelo mundo. Certamente que os que espalham carros movidos a combustível fóssil pelo mundo ficariam numa lista interessantes. Agora, com os elétricos e os híbridos, a situação pode melhorar.

         Quais as maiores economias do mundo em 2024? – Os dados mostram, atualmente, o ranking seguinte: 1. Estados Unidos da América do Norte; 2. China; 3. Alemanha; 4. Japão; 5. Índia; 6. Reino Unido; 7. França; 8. Itália; 9. Brasil; 10. Canadá. (Alemanha, Reino Unido, França e Itália são fortes no Turismo e nos serviços em geral).  

       Se olharmos para o território brasileiro, para o seu potencial natural, para a vitalidade e energia da sua população, poderíamos ver horizontes amplamente favoráveis para todos nós. Se a Educação fosse, realmente, levada tão a sério como precisaria, viveríamos em rios de leite e mel, nos lambuzaríamos com cuscuz.

       Então, por que não se aprende nas escolas no nível em que deveríamos? Resposta: Porque a maioria das famílias não cobra dos filhos a seriedade necessária nos estudos. Porque a importância da busca do conhecimento através do estudo não está clara na cabeça da grande maioria dos brasileiros. Jovens ”fugiram” da escola no período da pandemia e boa parte deles não voltou. Estudar não aparece como algo atrativo ou interessante. A educação precisa ser discutida e mentalizada além do âmbito interno da escola.

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

      

 

 

      

Abençoai, Senhor, todas as mães

 


 


 



Abençoai, Senhor, as mães que perderam seus filhos
As que os tiveram nascidos em berços com ouros
As que os tiveram em leitos pobres e  maltrapilhos
Dai a todas elas  uma coroa com louros.

Abençoai, Senhor, todas as mães que choraram
As que os viram partir para ganhar o mundo
As que os viram  partir e que não mais voltaram
Mas levaram a certeza de  seu  amor profundo.

Abençoai-as , Senhor, com suas sagradas dádivas
Todas as mães que velaram em vigília
Abençoai as que derramaram rios de  lágrimas
E que em todos os momentos honraram a  família.

Abnçoai, Senhor, aquelas que tiveram filhos adotados
E que os amaram como seus, incondicionalmente 
Que foram gerados em outros ventres abençoados
Mas que os amaram, sempre, verdadeiramente.

Abençoai, Senhor
Todas as mães do mundo!

Euclides Riquetti

Visite o www.blogdoriquetti.blogspot.com 

Não há tempo que possa apagar

 


 


 



Não há tempo que possa apagar

Algo que possa ter existido
Algo que se queira lembrar
Não importa quando  tenha acontecido
Mas que até hoje nos faz sonhar...

Não há tempo que apague
Memórias que estão registradas
Como não há luz que não se propague
Pela imensidão das estradas
Quando a saudade nos invade...

Nada há  que possa impedir
Que os corações pulsem eternamente
Enquanto ainda houver um sentir
Ou uma lembrança latente
Que nos resgate um pequeno sorrir...

Nada há que extinga da nossa  mente
Bons momentos que nós vivemos
Que estarão  sempre presentes
Nos sentimentos que ainda temos
Doces, ternos e envolventes...

Euclides Riquetti

O futebol - poema...

 









 Seleção Brasileira de Futebol - tricampeã Mundial de                        Futebol no México em 1970



O futebol é a grande paixão do brasileiro.

A paixão que move os corações
É a mesma que move os pés
Que faz com que as pessoas, de todas as idades
Busquem, com determinação
A conquista da vitória!

No verde gramado dançam
Harmonicamente
Os corpos dos atletas.

Nas arquibancadas desenham-se
As mais espetaculares coreografias
E o grito de gol,  incontido
Sai das gargantas dos aficcionados
Pelo esporte bretão
Que encanta e envolve as multidões.

Este, está presente em todos os lugares, a toda a hora
Em todos os pensamentos!

É um Brasil de chuteiras
Para um povo
Onde todos somos técnicos em futebol!

Empunhamos nossas bandeiras
E levamos as cores de nossos times pelas ruas
Pelas fachadas dos prédios
Pelas janelas de nossos carros.

E, neste contexto, desenha-se o cenário do sonho
Da busca da glória
Do vencer
Da superação!...

Euclides Riquetti
(A pedido da filha Michele, em 02-07-2003) Foi lido pelo cerimonial na voz do  jornalista Elia Júnior em homenagem ao Capitão do tetra, Dunga, no lançamento da ARENA de JOINVILLE). Tenho muito orgulho de ter sido o compositor.

Leitura para maiores de 36 anos. Você é um-a privilegiado-a)?

 




Você, certamente, pode ser considerado um verdadeiro privilegiado,  se:

* Nasceu na década de 1950 ou 1960 e,  em sua juventude, podia ir a festas e bailes e voltar para casa sem precisar meter-se em encrencas ou ser assaltado na saída da boate;

* Conseguiu impressionar a namorada por causa do seu perfume Lancaster ou por causa daquele Avon que tinha um  pêssego na tampa;

* Antes do 30 anos conseguiu ter carro,  e carteira de habilitação antes dos 20;

* Em sua casa, quando criança, já havia sofá, geladeira, Tv e mesa de fórmica com cadeiras estofadas;

* Conseguiu comprar ou ganhar uma camisa "Volta ao Mundo" antes que ela se tornasse muito brega;

* Nunca precisou usar galochas nos sapatos para ir à casa da namorada e não precisar tirá-los para entrar;

* Conseguiu ter um "gravador de rolo" para fazer serenatas para a amada;

* Conseguiu entrar em sessão de cinema "proibida para menores de 18 anos", mesmo tendo só 16 e parecendo maior por causa de seu tamanho;

* Conseguia lavar os cabelos com sabão de coco porque com sabonete ficava muito ressecado e quebradiço;

* Quando inventaram o shampoo você conseguiu comprar um Palmolive 200 ml e fez durar 6 meses;

* Tomou suco liquidificado e peneirado, enquanto seus amigos tinham que amassar as frutas com um garfo;*

* Nunca precisou fazer cola com farinha de trigo para colar as etiquetas dos cadernos porque seu pai conseguia dar-lhe "goma laca";

* Tinha lancheira para levar o sanduíche e o suco para a escola, enquanto que "nosotros" levávamos pão e chimia enrolado em guardanapo de pano, escondido na maleta dos cadernos;

* Nunca precisou colocar bombril na antrena da TV,  nem colar aquele plástico em cores degradê para ver Tv em cores;

* Comprou um guarda-chuva que dava para encolher e só abri-lo quando chovia, enquanto seus amigos se molhavam por não levarem com eles um daqueles padrão família e virar motivo de zoação;

* Conseguiu ter um computador xt e ser um dos pioneiros a ter internet discada;

* Conseguiu morar numa república onde dormiam só dois em cada quarto;

* Teve uma bicicleta Monark  novinha, daquelas que não tinha chaveta no pedal,  antes dos 18 anos;

* Comprava cadernos com espiral, enquanto seus colegas usavam brochuras;

* Teve legítimas Congas e Bambas, não precisando usar imitação;

*  Sua namorada aceitou casar com você sem nenhum teste prévio, tipo "saber se você roncava muito à noite";

* Só usou botas pretas, de borracha, na enchente de 83, para não pegar leptospirose;

* Teve um "fuque" macanudo, com rodas de tala larga, volante pequeno,  e escapamento Kadron;

* Quando inventaram o prestobarba sentiu-se preparado para usá-lo, pois já usava lâmina de barbear Gilette e nunca precisou afiar uma navalha;

* Ia ao cinema no sábado à noite, na matiné do domingo e na sessão das 20h no domingo sem pedir dinheiro emprestado nem vender gibis usados para os amigos;


Bem, certamente que um teste destes permitirá que os madurões e maduronas posam avaliar se foram ou não privilegiados em sua vida! Claro que você tem muitos outros motivos para considerar-se privilegiado e, um deles, é poder estar incluído no meio digital através do facebook. E ler as coisas que eu escrevo...

Euclides Riquetti

Quando a tarde se encontra com a noite

 


 



Quando a tarde se encontra com a noite, depois do longo dia
Me transporto no tempo, mergulho no universo
Sinto uma leve saudade, uma gostosa nostalgia
Algo que me impele e me embala nos meus próprios versos.

Quando as estrelas desfilam diante de meus olhos inquietos
E o voo das andorinhas atiça as folhas verdes que balançam
A sinfonia do vento me atrai e me mantém desperto
E eu busco você nas palavras que me inspiram e me encantam.

Quando os ruídos da noite começam a se silenciar
Minha inquietação se transforma em ternura e alento
E meus olhos silentes fecham-se no meu divagar.


Então me revolve na alma cinzenta e  que  num novo dia
Eu possa lhe compor um poema enquanto sopra o vento
Possa projetar nos nossos  sonhos  a nossa  poesia...

Euclides Riquetti

O crédito moral das pessoas de idade - ESCREVI HÁ 10 ANOS ATRÁS!

 






          É bem perceptível que pessoas jovens não deem muito crédito aos velhos. Velhos, sim, pessoas que viveram por muito tempo, acumularam experiências e,  com elas,  mais conhecimentos. O capital intelectual das pessoas é intransferível. A perda de gente que deixou marcas importantes no meio social onde atuou é sempre muito sentida. Não apenas os seus entes queridos, os mais próximos, lamentam e sofrem com as perdas definitivas. A sociedade sente muito quando isso acontece.

          Exemplos claros disso nos surgem quando se perde um ídolo. Foi assim quando perdemos o Ayrton Senna, naquele fatídico Primeiro de Maio, há 20 anos. Mesmo nas pequenas cidades, o desaparecimento de pessoas bem conhecidas e que têm uma boa folha de contribuições para com sua comunidade sempre é muito sentida. Nos últimos dias, um fato relevante foi amplamente noticiado e chamou a atenção dos brasileiros e até nos meios internacionais: Edson Arantes do Nascimento,  Pelé, o Rei do Futebol, foi internado numa UTI em razão de uma infecção. A situação agravou-se e o seu trabalho renal foi prejudicado, ficando em risco de morte.

          Felizmente, acabou melhorando e já foi liberado para continuar o seu tratamento em casa. Mas ficamos muito apreensivos com a possibilidade de perdermos nosso Rei.  Eu, particularmente, por ter convivido com ele um dia de minha vida, em 1989, quando de sua visita à então Perdigão Agroindustrial, em Capinzal, e pude constatar pessoalmente o quanto ele é educado e gentil para com as pessoas, mesmo as mais humildes, torci muito pela sua recuperação.

          Dia desses, num consultório médico em Concórdia, observava pessoas de idade avançada que buscavam avaliação cardiológica. Algumas vinham acompanhadas de filhos, de cônjuge, outras vinham sozinhas. Fiquei imaginando quantas pessoas assim existem por aí e precisam, elas mesmas, resolver seus problemas. Ainda bem que no consultório o tratamento dado a elas é de primeira qualidade, com as atendentes dando-lhes a devida e merecida atenção. Mas sabemos que não é em todos os lugares que elas são tratadas com respeito. Nós mesmos ajudamos uma senhora idosa  a tomar o elevador quando de sua chegada e na sua saída. Estava sozinha.... Lembrei-me de que sábado, em Alfredo Wagner, numa lanchonete à beira da BR 282, uma senhora que estava no carro da Saúde de um município, que voltava da Capital após tratamento, ao tentar pagar o cafezinho que havia tomado, recebeu a gentil informação da funcionária de que o café era cortesia. Uma pequena cortesia, acompanhada de um sorriso, tudo muito reconfortador.  São pequenos gestos, pequenas atitudes, que nos fazem acreditar que o mundo ainda vai ser melhor, mais humano.

          Pessoas muito simples, humildes, precisam ter o apoio de seus familiares, amigos e de quem de dever. Estes, os funcionários que trabalham no serviço público: saúde, serviço social, organismos de arrecadação tributária, principalmente. Também no transporte coletivo, quando estão lá na pracinha tomando um sol ou conversando com os amigos, quando precisam atravessar a rua. Quando precisam acessar a prédios através do elevador, passar suas compras nos caixas do supermercado e outras situações semelhantes, que você, leitor, conhece muito bem.

          Aprendi com meus pais e avôs que devemos respeitar os mais velhos. Há pessoas que defendem bem os animais ( e isso também é necessário, pois todo o

Ser que sente dor, seja  física ou emocional, precisa ser bem cuidado e bem tratado), e se esquecem do Ser Humano. É da constituição Brasileira que os pais ajudem os filhos na infância e estes os pais na velhice. Mas, sobretudo, devemos tratar a todos muito bem, dando-lhes proteção e carinho, independente da obrigação legal ou  não.

Euclides Riquetti

13-12-2014

Pés descalços

 


Pés descalços
Acariciam as calçadas
Abandonadas.
Corações em percalços
Com batidas descompassadas
Retumbam em almas maltratadas
Rejeitadas, mutiladas.

Pés nus buscam caminhos de luz
E pisam na relva umedecida
Adormecida
Sustentando o corpo que seduz.

O corpo que atrai
E que distrai
Furta meus pensamentos pecaminosos
Libidinosos...
E me mergulha nas águas
Me afoga nas mágoas.

Algo me atira às incertezas do momento
Que vaga lento, lento
Como a nau que vai
E se perde no infinito
Bonito...
Bonito, mas cheio de ruelas obtusas
Confusas
Como eu!

Euclides Riquetti

Nos limites do universo

 



Sintonizam-se pensamentos lado a lado 
Na transposição dos limites do universo
No sobrepor-se às fronteiras das paredes
Onde se escondem os corpos e o pecado
Nos  desejos, nos afagos  tão diversos.

Para o amor, não há fronteiras, acredite
Para nosso amor, só o céu é o limite"-

Sintonizam-se almas gêmeas que se buscam
Dos parceiros na  distância imensurável
Nas fontes de prazer apenas saciar as sedes.
Nem as trevas e tempestades os ofuscam
Porque há um  amor puro, um sentimento inabalável.

Para o amor não há fronteiras, acredite
Para nosso amor, só o céu é o limite!


Euclides Riquetti

Quando nossos sonhos se encontram

 


 


Quando nossos sonhos se encontram
Na madrugada
Prenunciam a chegada do dia
Da manhã azulada
Do céu cor de anil
No Sul do Brasil
Da vida dourada!

Quando nossos sonhos se encontram
Na hora marcada
Na busca do encontro do dia
Nos caminhos do acaso
O seu  rosto transpira alegria
E sua alma que tanto sorria
Deixa a minha extasiada.

Quando meus sonhos a procuram
E vagam no céu, não importando a hora
Indo buscar o seu corpo onde estiver
Para ter você aqui,  bem agora
Bem do jeito que a gente quer
Em  devaneios de homem e de mulher
Meu coração chama para que venha embora.

Euclides Riquetti

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