Reforma tributária – aplaudida e contestada!
A Câmara dos
Deputados, em Brasília, aprovou, por percentual de votos expressivo, a tão
esperada Reforma Tributária, que vem sendo gestada há três décadas. Agora, o
projeto vai para o Senado da República, onde um número menor de elementos, os
senadores, poderão promover as alterações
e fazer os ajustes necessários para que, de fato, a Lei beneficie os
brasileiros e não apenas o Brasil. Quando falo em Brasil, estou me referindo ao
Governo Federal, useiro e vezeiro de promover alterações legais como forma de
aumentar e centralizar a arrecadação de tributos.
Claro que os
interesses, como sempre, estão em jogo. O Sul, o Centro-Oeste e o Sudeste
costumam perder para o Norte-Nordeste. Costumam levar de lavada. A parte do
Brasil que mais trabalha sustenta a que “não se esforça tanto”. O eufemismo é
muito pertinente e precisa ser entendido, antes que me classifiquem com algum
dos termos modernos que costumam classificar. Escrevo porque estive lá,
conversei com pessoas, vi situações, tanto no aspecto político quanto laboral. Sejamos
reais e verdadeiros, sem hipocrisia.
Comecemos pelas
escolas. Vejam as nossas e vejam as outras. Quanto dinheiro desviado da
Educação, quantas rodovias para conduzir a fazendas de poderosos e quanta
ignorância de alguns, num oceano de espertalhões.
Já que se fala
tanto em discussão, bem que a sociedade brasileira pode através de suas
instituições, propor um debate saudável, sólido e lúcido sobre a situação das
escolas e dos hospitais. Sobre os investimentos e sobree a fiscalização que
deveria haver, não a partir de gabinetes com poltronas bem almofadas e
ar-condicionado, mas todas in loco. Com o mesmo dinheiro, daria para fazer
muito mais. A burocracia devora parte de nosso dinheiro. E, a “reforma”, pode
ajustar um lado e bagunçar o outro. Agora, cabe ao Senado, que reúne pessoas mais
experientes e maduras, com experiência executiva na área pública ou privada, ou
mesmo legislativa. Sem muito lobby, com discernimento, com estudo dos impactos
futuros. Não é de bom alvitre aceitarmos que muitas contribuições municipais
passem para Brasília para depois voltarem para as cidades. A reforma deveria
preconizar a simplificação e não a concentração. Abramos o olho, irmãos!
Aplausos a quem
merece – Tenho,
quando preciso, buscado a Delegacia Regional de Polícia, agora comandada pelo
Delegado Gilmar Bonamigo. Muita eficiência e bom atendimento em diversos
setores lá. Os serviços, terceirizados, do Detran, são executados por pessoas
engajadas e que merecem estar lá. No serviço de plantão, num feriado, vi e ouvi
a habilidade com que o Policial Civil de plantão atendeu uma senhora idosa.
Pacientemente, ouviu-a e orientou-a. Parabenizei-o, no ato, por ser um servidor
público sério e competente, cumpridor de suas obrigações.
Já compararam,
leitores, os preços dos combustíveis praticados nos postos de distribuição em
Joaçaba, em ralação a outros de nosso Estado? Aqui, a concorrência é estimulada
e um personagem tem muito crédito nisso. Trata-se do Julinho de Souza, do
PROCON. Com habilidade e conhecimento, lidera a fiscalização e, sobretudo,
orienta clientes e fornecedores.
O Fator
Cancellier – O
Tribunal de Contas da União, após apurada investigação e análise dos fatos,
inocentou o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos
Cancellier nos processos que foram instaurados
contra ele. Cancellier, não concordando com o tratamento recebido das
autoridades diversas, sendo inclusive preso e afastado da UFSC, desolado e considerando-se
inocente ( e só ele poderia saber se era inocente ou não), cometeu suicídio. A
mesma revolta já repercutida à época, agora vem manifestada nas redes sociais e
meios de comunicação. Quantas vezes já vimos pessoas honradas tendo sua vida
exposta e execrada, sem comprovação de que o ser seja verdadeiramente culpado.
Os danos psicológicos e morais são irreparáveis. Sofrem o cidadão e seus
familiares. A decisão é justa, necessária, mas não o traz de volta à vida! E, agora, como serão
responsabilizados os que o levaram à decisão extremada de tirar sua própria
vida? O fato, ocorrido em 2017, merece profunda análise e, tendo havido
qualquer abuso de autoridade, quem os praticou precisará ser punido.
Euclides Riquetti- Escritor – www.blogdoriqquetti.blogsspot.com
Minha coluna no Jornal Cidadela - Joaçaba SC
Em 13-07-2023