Chuvosa manhã de sábado do mês de abril
Os pássaros se acocoram sob as últimas folhas
Espesso nevoeiro oculta o céu cor anil:
A sábia natureza determina todas as escolhas.
Tu escolheste ficar absorta em tua casa
E eu escolhi por-me na inóspita rua
As araras escolheram encolher as suas formosas asas
A planta desfolhou-se e escolheu apenas tornar-se nua.
O pastor escolheu abrigar as frágeis ovelhas
A mãe escolheu cuidar do ninar de seu filho
A água escolheu deslizar nas telhas vermelhas
E o sol escolheu disfarçar o poder de seu brilho.
O gramado escolheu adormecer e esperar por setembro
O vidro embaçou-se e escolheu tornar-se boreal
E cada coração pulsou por um novo momento
E molhou-me a chuva ocasional da manhã outonal.
Foi apenas mais uma manhã, como outras manhãs tantas
A manhã de um outono chuvoso como outros outonos tantos
Mas meu coração navegou em saudosas lembranças
Saudosas lembranças, saudosas lembranças
De ti, de ti!!!
Euclides Riquetti
28-04-2012
sábado, 28 de abril de 2012
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Pés descalços
Pés descalços
Acariciam as calçadas
Abandonadas.
Corações em percalços
Com batidas descompassadas
Retumbam em almas maltratadas
Rejeitadas, mutiladas.
Pés nus buscam caminhos de luz
E pisam na relva umedecida
Adormecida
Sustentando o corpo que seduz.
O corpo que atrai
E que distrai
Furta meus pensamentos pecaminosos
Libidinosos...
E me mergulha nas águas
Me afoga nas mágoas.
Algo me atira às incertezas do momento
Que vaga lento, lento
Como a nau que vai
E se perde no infinito
Bonito...
Bonito, mas cheio de ruelas obtusas
Confusas
Como eu!
Euclides Riquetti
26-04-2012
Acariciam as calçadas
Abandonadas.
Corações em percalços
Com batidas descompassadas
Retumbam em almas maltratadas
Rejeitadas, mutiladas.
Pés nus buscam caminhos de luz
E pisam na relva umedecida
Adormecida
Sustentando o corpo que seduz.
O corpo que atrai
E que distrai
Furta meus pensamentos pecaminosos
Libidinosos...
E me mergulha nas águas
Me afoga nas mágoas.
Algo me atira às incertezas do momento
Que vaga lento, lento
Como a nau que vai
E se perde no infinito
Bonito...
Bonito, mas cheio de ruelas obtusas
Confusas
Como eu!
Euclides Riquetti
26-04-2012
domingo, 22 de abril de 2012
É Outono!
As folhas envelhecidas, enfenecidas
Vão-se desprendendo dos galhos cinzentos:
Esperam as singelas lufadas dos ventos
Nas tardes de abril, nas noites enegrecidas.
(Foi-se o verão
Foram-se as areias
Foi-se o mar)
As flores se escondem, timidamente...
O sol reserva seu charme para as primaveras e verões
Enquanto os corpos, cobertos, abrigam almas, intimamente
Namorados e amantes pausam paixões, contêm as emoções.
E há um leve sentimento de abandono:
É Outono!
É o Outono das noites frescas que se prolongam
É o Outono das tardes amenas que se encurtam
É o Outono da inspiração que não vem:
É o Outono das palavras que se buscam e não se as têm.
Então, restam apenas lembranças.
A inspiração do poeta, do Eu, foi embora!
Plumou no ar
Planou no mar...
Restam as lembranças, sim!
Agradáveis lembranças de teus lábios!
E a inspiração volta, agora...
Euclides Riquetti
22-04-2012
Vão-se desprendendo dos galhos cinzentos:
Esperam as singelas lufadas dos ventos
Nas tardes de abril, nas noites enegrecidas.
(Foi-se o verão
Foram-se as areias
Foi-se o mar)
As flores se escondem, timidamente...
O sol reserva seu charme para as primaveras e verões
Enquanto os corpos, cobertos, abrigam almas, intimamente
Namorados e amantes pausam paixões, contêm as emoções.
E há um leve sentimento de abandono:
É Outono!
É o Outono das noites frescas que se prolongam
É o Outono das tardes amenas que se encurtam
É o Outono da inspiração que não vem:
É o Outono das palavras que se buscam e não se as têm.
Então, restam apenas lembranças.
A inspiração do poeta, do Eu, foi embora!
Plumou no ar
Planou no mar...
Restam as lembranças, sim!
Agradáveis lembranças de teus lábios!
E a inspiração volta, agora...
Euclides Riquetti
22-04-2012
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