O Brasil perdeu, nesta tarde, a Primeira Dama da Televisão Brasileira. Hebe Camargo, a Hebe Maria Monteiro de Camargo Ravagnani, primeira mulher a trabalhar como apresentadora de TV no Brasil, atuou na área artística como atriz, cantora e apresentadora durante mais de 60 anos. Na juventude, os cabelos deram lugar aos loiros, marca com a qual ficou identificada junto aos telespectadores brasileiros.
Ao final da década de 1960 e início da de 1970, Hebe dividia a liderança da audiência dentre o apresentadores de TV no Brasil com Jota Silvestre e Flávio Cavalcanti, através da TV Tupi. Jota Silvestre apresentava "O Céu é o Limite" e usava o bordão "absolutamente certo!" Isso quando as respostas dos interrogados em busca de prêmios se configuravam como certas. Já Flávio Cavalcanti, que costumava quebrar discos durante seus programas, de generos musicais de que não gostava e considerava bregas, dentre os quais o do cantor Valdick Soriano e do Teixirinha, foi o criador da expressão "fora de série", até hoje utilizada para designar coisas que se diferem das demais.
Nós costumávamos vê-los através da TV Piratini, de Porto Alegre, que retransmitia, com a tecnologia disponível da época, em preto e branco, para Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Sabíamos que na TV Globo um apresentador chamado Sílvio Santos, cujo nome verdadeiro era Senor Abravanel, fazia sucesso em seus programas de auditório, mas só sabíamos disso porque líamos nas revistas de fotonovelas "Contigo", "Ilusão", "Capricho" e, mais adiante, na colorida "Sétimo Céu".
Mas, nos sábados à noite, era a Hebe Camargo que adentrava os lares brasileiros, com seu sorriso bonito, seus cabelos bem tratados, sempre elegantemente vestida em suas roupas e em seus modos. Os adereços e adornos também eram cuidadosamente escolhidos, sendo sempre uma apresentadora impecável. Sua linguagem, simples, de fácil compreensão pelos brasileiros, ajudava a atrair grande audiência.
Os primeiros contatos que tive com a imagem da Hebe na TV foram no Bar do Canhoto e no Bar do Arlindo Henrique, em Capinzal, quando íamos, eu e amigos, tomar um cafezinho e jogar um dominó, mais com o intuito de ver televisão, algo que não tínhamos em nossas casas. Meu colega, Altivir Souza, dizia que a Hebe tinha o jeito e a voz da Dona Valdomira Zortéa, nossa professora. Tinham o mesmo timbre de voz, o mesmo jeito amável de tratar as pessoas.
Milhares e milhares de artistas brasileiros passaram a ser conhecidos do público através do "sofá da Hebe", onde os deixava muito à vontade e costumava incitá-los a abrir sua intimidade, dividirem-se com o o público que os via. Passava muita confiança nos entrevistados, tinha muita habilidade em conduzir as entrevistas, em promover a interatividade entre os presentes em seus programas. Ainda, costumava colocar suas posições políticas de maneira clara, pouco se importando se estava contra ou a favor das tendências em dados momentos.
Hebe, que trabalhou na Tupi, na Bandeirantes e no SBT durante a maior parte de sua carreira, lutou contra um câncer nos últimos três anos. Deixou-nos hoje, aos 83 anos.
O Brasil reverencia, hoje, a memória da Diva de nossa Televisão Brasileira.
Euclides Riquetti
29-09-2012
sábado, 29 de setembro de 2012
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Ídolos - Ted Boy Marino
Em nossa adolescência temos um predileção por colecionar ídolos. Há os do futebol, do automobilismo, do cinema, da política, da música. Em minha juventude, também tive alguns em especial. Primeiro foi o Pelé, que era quase que a unanimidade de minha geração. Admirei John F. Kennedy pela maneira com que apresentava ao mundo sua condição de estadista democrático. No automobilismo, Emerson Fittipaldi, nas letras Jorge Amado, influenciado pelo Gilberto D ´Agostini, o "Mora", que me sugeriu ler o "Capitães D´Areia". No cinema, havia muitos, e muitas (Kirk Douglas, Giuliano Gemma, Gina Lolobrígida, Brigitte Bardot, Claudia Cardinalle...). Na música, Paulinho Nogueira, instrumentista, e Ronie Von, cantor, além de Caetano Veloso, com sua "Alegria, Alegria", caminhando contra o vento, sem lenço e sem documento...
Mas, na TV, no final da década de 1960, meu ídolo era um lutador de Telecatch, da TV Excelsior e apresentado também na Rede Tupi, através da TV Piratini, de Porto Alegre, que nos trazia os espetáculos no sábado à noite. Ted Boy Marino, o Mário Marino, que nasceu na Calábria, ao Sul da Itália, e que viveu sua juventude na Argentina, encenava lutas num bando de "bons e maus", até malvados lutadores do catch. E nós vibrávamos com eles. Discutíamos com os mais velhos, com o Tio Arlindo Baretta e o Olávio Dambrós, que diziam que aquilo tudo era fingimento, marmelada para enganar nós, trouxas. E nós, teenagers na época, revidávamos, diziamos que eles tinham inveja, não sabiam nada de luta nem de TV.
Quanta inocência e ingenuidade a nossa! Mas que boa a nossa inocente e pura ingenuidade, que nos enche de saudades...
Depois, na maturidade, vamos descobrindo todas as enganações que podem ocorrer no mundo da recreação, onde a suprarrealidade está mais presente do que a realidade. E que as brigas protagonizadas na TV pelo Verdugo, Jóia - o psicodélico, Fonatomas, Aquiles, Rasputim Barba Vermelha e La Múmia eram apenas números artísticos impecavelmente ensaiados, que ninguém apanhava, ninguém levada pontapés e socos de verdade. Alguns dedos nos olhos também eram pura enganação, afinal tinha tanto chuvisco na tela que nem com bombril amarrado na antena se podia ver direito.
Mas, que o Ted Boy Marino nos emocionou muito, ah, tenho absoluta certeza, emocionou. Pelo menos a mim, ao Altivir Souza, ao Ademir Mantovanello, ao Moacir Richetti.
Ted Boy Marino, que além de lutador foi apresentador de TV e integrante de "Os Trapalhões", deixou-nos ontem, dia 27-09-2012, após parada cardiorrespiratória em uma intervenção cirúrgica. Vai com Deus, meu ídolo de juventude!
Euclides Riquetti
28-09-2012
Mas, na TV, no final da década de 1960, meu ídolo era um lutador de Telecatch, da TV Excelsior e apresentado também na Rede Tupi, através da TV Piratini, de Porto Alegre, que nos trazia os espetáculos no sábado à noite. Ted Boy Marino, o Mário Marino, que nasceu na Calábria, ao Sul da Itália, e que viveu sua juventude na Argentina, encenava lutas num bando de "bons e maus", até malvados lutadores do catch. E nós vibrávamos com eles. Discutíamos com os mais velhos, com o Tio Arlindo Baretta e o Olávio Dambrós, que diziam que aquilo tudo era fingimento, marmelada para enganar nós, trouxas. E nós, teenagers na época, revidávamos, diziamos que eles tinham inveja, não sabiam nada de luta nem de TV.
Quanta inocência e ingenuidade a nossa! Mas que boa a nossa inocente e pura ingenuidade, que nos enche de saudades...
Depois, na maturidade, vamos descobrindo todas as enganações que podem ocorrer no mundo da recreação, onde a suprarrealidade está mais presente do que a realidade. E que as brigas protagonizadas na TV pelo Verdugo, Jóia - o psicodélico, Fonatomas, Aquiles, Rasputim Barba Vermelha e La Múmia eram apenas números artísticos impecavelmente ensaiados, que ninguém apanhava, ninguém levada pontapés e socos de verdade. Alguns dedos nos olhos também eram pura enganação, afinal tinha tanto chuvisco na tela que nem com bombril amarrado na antena se podia ver direito.
Mas, que o Ted Boy Marino nos emocionou muito, ah, tenho absoluta certeza, emocionou. Pelo menos a mim, ao Altivir Souza, ao Ademir Mantovanello, ao Moacir Richetti.
Ted Boy Marino, que além de lutador foi apresentador de TV e integrante de "Os Trapalhões", deixou-nos ontem, dia 27-09-2012, após parada cardiorrespiratória em uma intervenção cirúrgica. Vai com Deus, meu ídolo de juventude!
Euclides Riquetti
28-09-2012
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Preciso
Eu preciso do vento que vem do mar
Preciso da lembrança para me embalar
Preciso do sol nas tardes e manhãs
Preciso de ti nas tardes e manhãs
E no sonho tenro que a noite me traz.
Preciso afirmar minhas convicções
Rever conceitos que me vêm e apago
Conter meus impulsos e frear emoções
Preciso do alento de teus afagos...
Sou como a mão que alinha tijolos
Dispondo-os siametricamente
Como o profeta que prediz os sonhos
Sonhadamente
Como poeta que empilha versos
Livremente, harmoniosamente!
Mas preciso de ti para formatá-los
E só para ti lê-los decerto
E só tu os ouças por certo.
Preciso...
Euclides Riquetti
24-09-2012
Preciso da lembrança para me embalar
Preciso do sol nas tardes e manhãs
Preciso de ti nas tardes e manhãs
E no sonho tenro que a noite me traz.
Preciso afirmar minhas convicções
Rever conceitos que me vêm e apago
Conter meus impulsos e frear emoções
Preciso do alento de teus afagos...
Sou como a mão que alinha tijolos
Dispondo-os siametricamente
Como o profeta que prediz os sonhos
Sonhadamente
Como poeta que empilha versos
Livremente, harmoniosamente!
Mas preciso de ti para formatá-los
E só para ti lê-los decerto
E só tu os ouças por certo.
Preciso...
Euclides Riquetti
24-09-2012
Poemar
Fui poemar
Fui rabiscar umas letras
Na beira do mar
Fui poemar.
Poemei versos rimados
Poemei poemas e poemetos
Compus poemas em tercetos
Tentei alexandrinos compassados...
Compus o que a alma me pediu
Compus o que meu coração permitiu
Mas compus!
Fui poemar
Numa manhã com sol.
Encontrei nuvens chuvosas
Ondas volumosas
Gaivotas que voavam, ruidosas
Pranchas que surfavam, silenciosas.
Fui poemar
Lembrei, poemei, amei
Amei, lembrei, poemei
Poemei olhando pro mar
E encontrei você
No meu imaginar
Lá no mar...
Euclides Riquetti
24-09-2012
Fui rabiscar umas letras
Na beira do mar
Fui poemar.
Poemei versos rimados
Poemei poemas e poemetos
Compus poemas em tercetos
Tentei alexandrinos compassados...
Compus o que a alma me pediu
Compus o que meu coração permitiu
Mas compus!
Fui poemar
Numa manhã com sol.
Encontrei nuvens chuvosas
Ondas volumosas
Gaivotas que voavam, ruidosas
Pranchas que surfavam, silenciosas.
Fui poemar
Lembrei, poemei, amei
Amei, lembrei, poemei
Poemei olhando pro mar
E encontrei você
No meu imaginar
Lá no mar...
Euclides Riquetti
24-09-2012
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