sábado, 18 de fevereiro de 2017

Como um leão faminto


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Muitas vezes eu me sinto
Tal qual pássaro sem voar
Ou como um leão faminto
Sedento por se alimentar.

Talvez como o cachorrinho
Que não recebeu teu afago
Ou como o medroso gatinho
Que espera pelo teu agrado.

Outras como o beija-flor
Que plana sobre o pomar
Que vai buscar em cada flor
O néctar pra se saciar.

Quero ser a águia poderosa
Que voa para te raptar
Com as garras portentosas
Que te leva pra te devorar.

Ou, simplesmente o ursinho
Que seguras para o ninar
Para te dar meu carinho
Que é meu jeito de te amar.

Te amar, adorar, te querer
Como um animal carente
Te desejar, beijar e te ter
Assim: perdidamente!

Euclides Riquetti
24-11-2015

No dourado da tarde...



Na última noite de lua cheia de novembro
Ela veio correndo
E tomou o lugar do sol.
Trazia estampado o seu sorriso
Aquele de que eu tanto preciso.
E era muito bonito
Do tamanho do infinito
Tão largo como o do girassol.

Na noite da lua plena
Minha alma me ordena
A escrever-lhe algo encantador:
Pode ser um verso, simplesmente
Mas tem que ser bem caliente...
Ou um poema inteiro
Bem real e verdadeiro
Com centenas de  palavras de amor.

E, nas outras noites,  quando andar pelas ruas
Verá que em todas as luas
Há beleza e charme.
Sim, porque elas nos trazem belas lembranças
De seu sorriso maroto, ou de criança
Dos sorrisos e de canções cantadas
Das amenidades e das gargalhadas
Na manhã azul, ou no dourado da tarde.

Apenas isso..
Bem assim!

Euclides Riquetti

É noite...


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É noite...
Noite de inquietude
De  escuridão, sem cor
Da perdição e de amor
Cor de negritude.
É noite dos corpos deitados
Nus, quentes, colados!

É noite dos amantes
Das vontades insaciáveis
Noite dos poetas e pensadores
Das almas vulneráveis.

É noite dos corações errantes
Que se despem sem pudores 
Que expõem suas fragilidades
E que buscam a felicidade
Ardentemente...
Incessantemente!

É a noite dos pecados
Que sucede as tardes e precede as  manhãs
Das negras almas vãs
Dos beijos trocados
Do corpo desejado
Noite, apenas mais uma noite
Em que eu me perco infinitamente
Ardorosamente
Em você!

Euclides Riquetti

Encontro da Família Richetti/Riquetti em Cascavel


Revendo... preparando para o Quarto Encontro, que vai acontecer em capinzal, SC, em 21 e 22 de abril de 2017...

  Nenhum texto alternativo automático disponível.

 

 

          Participamos, neste feriadão, do Primeiro Econtro da Família Richetti/Riquetti em Cascavel, Paraná. Foi uma experiência emocionante e renovadora para mim. Fiquei sabendo que  iria acontecer há três semanas, quando estava em viagem de férias pelo litoral catarinense e minha decisão de participar  deu-se na mesma hora. Meu primo Jaime Richetti havia ligado para minha filha, Caroline, e ela informou-me sobre isso. 

         Viajamos na sexta-feira, 12, bem cedinho, e logo após o meio-dia, chegamos a Casavel, aquela progressista e bela cidade do Grande Oeste Paranaense. À tardinha fui ao local do Encontro, o salão de festas da Igreja de Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, localizada nas proximidades da Rodovia BR 277, na saída para Curitiba. Os descendentes de meu tio, Marcelino Richetti, foram os pioneiros daquele ponto de Cascavel, onde iniciaram uma empresa e até hoje a maioria ali reside. Dos filhos dele, o Hilário e o Alcides deixaram seus entes e moram no Céu. É uma turma numerosa e a ideia de se realizar a festa veio justamente da Dilma, uma das filhas, e foi abraçada pelos filhos do Tio César que ali residem, no Parque São Paulo, o Jaime, o Juvelino e o Jânio. E recebemos muita atenção da Vero. Mas o time organizador estava muito forte e o evento teve um nível de organização excelente, tanto que, em 2013, vai-se repetir na mesma cidade.

          Na chegada, encontrei muitos dos meus primos, de diversos graus, com os quais fui- me entrosando. Dentre eles estava o Dirceu, marido da Célia, o Alao, o Carlinhos, nosso fogueteiro e marido da Everly, o Geovani Fabian, marido da Cristiane. Alguns eu conhecia de redenet, como a Marinês  e  a Neiva, que casou-se com um  italiano de Veneza,  muito simpático e divertido. A Rosane, filha do Hilário e da Fiorentina, e irmã do Gilmar e do Altemio, fez o comentário na missa, em que foram homenageados a Irmã Zulmira e o tio Victório Richetti, o único  filho vivo  do Nono Frederico.

          Reencontrei o Samir Machado, marido da prima Monalysa, o Celso Richetti de Paraí, que trouxe consigo o Danilo, filho do Guerino   ( primo do Guerino meu pai ). Aliás, no meio de muitos reencontros, acabei descobrindo uma sobrinha dele, a Marli, descendente do Benjamim, e fiz a aproximação dos dois, pois nem sabiam da existência um do outro. Conheci o Ângelo Lourival Ricchetti, de Saão Paulo, escritor, de  outro ramo familiar que não o dos descendentes de Pascoal, meu bisavô, que veio de Veneza.  Conversei muito com o Reinildo Galvão, casado com uma prima, e que mora em Curitiba. E com os filhos do Surdi e da prima Deonilda, que vieram de Araucária,  com a prima Iraci Durigon, de Toledo , com a prima Adiles e outras que vieram de Florianópolis.  Reencontrei o Nilvo e o Juventino, filhos do Marcelino, meus primos com idade maior que a minha.  Conversar  e movimentar muito as mãos enquanto falamos, é uma característica presentes em todos nós.

       É claro que não poderei falar de todos os que encontrei e conheci, mas para mim foi tudo muito gratificante.

          Aconteceram apresentações arísticas que deram muito brilho à fesa, com danças típicas e até dança do ventre, com a jovem Vanessa.
          Com apenas um mês desde a idealização e a realização, o acontecimento foi marcante, e todos os que trabalharam pelo seu sucesso merecem nosso aplauso e reconhecimento sincero. Agradeço pela oportunidade de participar e conclamo a todos os que não puderam fazê-lo desta vez, que o façam no dia 12 de outubro de 2013, quando teremos o Segundo Encontro da Família Richetti.

          Uma curiosidade que percebi  na lista telefônica do Hotel: O Juvelino Riquetti é irmão de Jaime e do Jânio Richetti. Bem, eu sou Riquetti neto do Frederico Richetti, tenho parentes com pelo menos quatro  grafias distintas.

          Um grande abraço aos cerca de 300 que estavam lá, gente bonita e inteligente,  e que no próximo ano possamos reunir pelo menos uns 600. Agardeço à Marinês por ter-me mandado um e-mail bem bacana e que li ao chegar em casa.

Euclides Riquetti
14-10-2012

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Doces lábios de morango


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Beijo seus lábios doces de morango
De divina pele avermelhada
O delicioso aroma vai-me contagiando
Com o gosto de sua  essência adocicada.

Sorver seus lábios e sentir  seus olhos distanciados
Perdidos na planície que se estende  ao longe
Sentir seu coração aberto aos meus afagos
Tentando me levar pra não sei onde.

Ah, doces lábios de morango que me seduzem
Ah, corpo grácil que me aquece nesta tarde fria
Ah, mãos suaves que nas noites me conduzem

Morangos que bailam na música da grande orquestra
Que devolvem a minh' alma a nostalgia
Que fazem minha vida ser u'a grande festa!

Euclides Riquetti

A Partida da Dona Holga Brancher ( Relembrando, saudosamente...)


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           Na noite de quinta-feira,  fomos surpreendidos pela notícia do falecimento da professora, colega, vizinha e amiga Dona Holga Maria Siviero Brancher. Ficamos entristecidos pela sua partida, que é nossa reação lógica e primeira diante da perda de alguém que estimamos muito e que tornou-se nossa amiga.

          Nossa Dona Holga sempre foi uma pessoa muito determinada em conquistar seus objetivos. Conheci-a ainda pequeno,  pois passava defronte nossa casa, ali no Distrito de Ouro,  com suas crianças, indo  para Capinzal, a pé. Os mais velhos me  diziam: "Aquela ali é da Dona Holga, professora lá no Belisário Pena". Era uma mulher muito bonita!

          Mais adiante, lembro-me de quando eu era adolescente e estudava no Ginásio Padre Anchieta e, numa manhã, logo após nosso recreio, escutamos seus gritos ali em sua casa, quando corria para a rua: "Mataram o Dr. Vilson (Bordin)!" Aquilo me marcou. Foi o acontecimento da década na pacata cidade. Eu já a conhecia bem, fui colega de uma das filhas, Anamar, no terceiro ano primário, 1963, no Colégio Mater Dolorum. Meu pai era amigo dela e do Seu Sady, o marido. Depois, em 1967 e 1968,  foi minha professora no Ginásio Normal Juçá Barbosa Callado, do qual era também Diretora. Era nossa professora de Matemática, Português e Didática. Estava grávida da Vanusa e vinha para a Escola trabalhar com muita energia. E encontrava tempo para deslocar-se a Passo Fundo, onde fazia seu Curso Superior. Tomava caronas com alguns que iam para lá esduar Direito, iam de jipe, pelas estradas poeirentas, dentre eles os Srs. Nízio Baretta e  Antônio Maliska Sobrinho.

          Terminado o ginasial perdi o contato com ela, que só restabeleci em 1977. Morávamos  em Duas Pontes, município de Campos Novos, hoje Zortéa, onde fora lecionar e trabalhar,  e os assuntos relativos à Educação eram tratados aqui em Joaçaba, na 9º UCRE. Quando estavam implantando a Rodovia Joaçaba/Ouro/Capinzal, a Estrada da Amizade, havia muitos atoleiros e, nos dias chuvosos tínha-se que vir por "Linha Sete". Lembro que certa vez tive que dirigir seu Corcel no retorno, pois estava exausta. Era de levantar de madrugada e trabalhar até quase 11 horas da noite.  E, a partir de 1978, nos tornamos colegas na Escola Major Cipriano Rodrigues Almeida, nas Duas Pontes. Minha antiga professora já se tornara nossa grande amiga e vizinha. Foi pioneira em ir ao encontro da educação em nível superior.

          Tinha uma concepção das coisas muito adiante dos costumes de seu tempo. Era uma revolucionária. Buscava participar de congressos onde quer que acontecessem. Em qualquer lugar do Brasil. Era apaixonada por História.  Para ela, não havia fronteiras. E nos dizia: "Falo demais e às vezes me complico por isso, mas é tudo verdade. Acho que sou meio subversiva!"...

          Tinha uma forte liderança perante seus alunos. Programava viagens e ia buscar apoio junto a empresas e ao Poder Público. Em dezembro de 1980 levou os alunos Contadorandos da CNEC para conhecer Florianópolis. Queria levá-los para ver os fortes, mas os eles  queriam praia! Então ela os levou para conhecer o Palácio Cruz e Souza, que era Sede de Governo,  a Praça XV, com sua imponente Figueira, a Majetosa Ponte Hercílio Luz e a Marinha. Também as dunas brancas na Joaquina e as finas areias do Campeche.  Depois, como prêmio, a ida para Balneário Camboriú, para conhecer a praia mais famosa do Sul do Brasil. Recomendava que "os filhotes" não ficassem expostos ao sol, coisa de mãezonha. Ao final, porém, todos com o couro bem vermelho! Acho que dos mais de 40, nenhum ainda conhecia o mar. Ela proporcionava isso a eles! Levava-os para conhecer in loco aquilo que ensinava da sala de aula, quanto aos aspectos históricos e a paisagem natural de Santa Catarina.

           Nossa vizinha, deu-nos muito apoio quando nasceram nossas meninas, dava-nos conselhos, nos orientava, afinal criara sete filhos. Trazia-nos  roupas bonitas quando de suas viagens a São Paulo. Organizava jantares para os alunos "do ônibus", uma vez que, morando em Zortéa, descia algumas noites para lecionar em Capinzal. Ia e voltava no ônibus dos alunos. Parecia uma "aluna maiorzinha" em meio aos demais. Na Escola, uma vez, com ajuda da Miriam, fez um jantar  surpresa para os professores em dia de reunião pedagógica. Era também habilidosa cozinheira.

          Aposentada, começou a aprofundar suas pesquisas para sua monografia de História, disciplina com a qual tinha muita afinidade, e que lecionou a maior parte de sua vida, principalmente no Belisário Pena e CNEC, mas também com passagens pela Sílvio Santos e Major Cipriano Rodrigues Almeida e outras. Em razão disso, escreveu um livro sobre a História Sócio-econômica de Capinzal. Ia às Prefeituras para ver os registros das empresas antigas, à Agência de Estatística, à Casa da Cultura, em Campos Novos, às Exatorias e Coletorias das cidades gêmeas e daquela.

          O lançamento de seu livro aconteceu no Centro Educacional Prefeito Celso Farina, com cerimônia presidida pelo amigo Ademir Pedro Belotto. Lembro bem que ele falou daquilo que realiza o Ser Humano: "Ter filhos, Plantar uma Árvore e Escrever um Livro". E ela estava cumprindo isso! Foi um evento muito concorrido. Deixou uma marca importantíssima com isso. É uma ótima referência bibliográfica de nossa História. Autografou-me um exemplar.

          Há uma década nos encontramos em Toledo, no Paraná, na Festa da Família Durigon, lá realizada. Lá moravam a Ana Leonor e o filho Cássio. Foi, para nós, uma grande surpresa tê-la reencontrado. Depois disso, avistei-a apenas mais uma vez, em Capinzal. Passamo-nos alguns recados pelo facebook e, para nossa surpresa, a notítica de sua partida. Imaginamos que pessoas que nos foram caras um dia devessem ser eternas.

          Uma pessoa muito adiante dos costumes de seu tempo, porque ousava buscar o conhecimento, mrgulhar no desconhecido, sem medo. Isso  num tempo em que as mulheres, em sua maioria, ainda não trabalhavam fora. Foi mãe de sete filhos e os encaminhou todos para frequentarem as universidades, fato que pode ser considerado quase que exceção à regra geral, uma vez que poucas famílias conseguiam fazer isso. Criou, com muito amor,  respeito e exemplo, todos os seus, e fez muito pelos filhos dos outros. Ana Leonor, Anamar, Ana Lice, Antônio João, Maurício, Cássio e Vanusa podem orgulhar-se da mãe que tiveram. Falar de seus filhos era seu maior orgulho. Minha esposa sabe o nome deles e as suas características pelo que a Dona Holga os descrevia em suas falas.

          A manifestação de seus ex-alunos nas redes sociais atesta o quanto foi querida por todos. Quando tivesse que tomar partido em uma situação, ficava ao lado do aluno, o que lhe deu credibilidade e confiança perante ele. Ter sido seu aluno, colega, vizinho e amigo foi um grande privilégio. Fica sua imagem eternizada no pensamento de cada um de nós.  Esteja feliz num lugar muito bonito  mrecido,  Dona Holga!

Euclides Riquetti
25-05-2013



quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

No prateado do luar...


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Anônimo andante da noite confusa
Dos pensamentos embaralhados
Noite dos sonhos desacalentados
Das mentes mutiladas e obtusas.

Caminhante triste das ruas escuras
Das vielas lúgubres e acinzentadas
Das praças desertas, desarrumadas
Das almas pecaminosas e impuras.

Contador das estrelas acanhadas
Observador dos astros semoventes
Perde-se, com instintos indecentes
Nas mais ignotas das estradas.

Vai, em busca de cândidos alentos
De conforto para sua alma inquieta
Propagando seus escritos de poeta
No prateado do luar, no firmamento.

Euclides Riquetti
17-02-2017


"Milico" - minha personagem: Gente qye faz!


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Em 18 de maio de 2014, publiquei este texto homenageando uma pessoa merecedora de nosso reconhecimento. Hoje, alguém reclamou  que a pista do Clube Comercial está sendo tomada pelo mato... Então, estou reprisando minha crônica. O Milico mudou-se para outra cidade, mas deixou saudades por aqui:
          Conheço o "Milico" há uns três anos, acho. Descobri, nas corridas e caminhadas na Pista Olímpica do Clube Comercial, aqui em Joaçaba, que ele era meu vizinho. Quando lhe perguntei o nome, disse que era melhor que o chamasse apenas de "Milico". Era militar aposentado.

          Aos poucos,  fui conhecendo bem o Milico. Tornamo-nos amigos. Eu corria na velocidade que minha idade me permitia. mas ele era um maratonista, na verdade. Esquecia-se de parar. Vinha de casa correndo, continuava correndo, ia embora correndo! Algumas vezes,  vinha com seu carrinho, muito simples. Logo deu para perceber que ele é uma pessoa "do bem", confiável. Dava opinião aos mais jovens, orientava. E incentivava os mais velhos a correrem, caminharem, movimentarem-se. Só isso já é algo de muito bom que faz para a comunidade joaçabense.

          Quando a Pista foi abandonada, em razão de que outro "cidadão do bem", o Sr. Djalma Ouriques, parou de capinar as ervas que cresciam na borda da pista, estas cresceram muito, e o local ficou muito feio. Vieram os PARAJASC e a Prefeitura fez uma bela limpeza. Passado o verão, estavam as ervas voltando, ficando feio de novo. Mas um dia, ao chegar lá, deparo-me com metade da pista de 400 metros já limpa, livre das ervas daninhas. Aparece-me, depois, o Milico, com uma enxada, e começa a realizar uma bela de uma limpeza. Em poucos dias, tudo estava bonito de novo.
          Entendo o Milico. Ele é uma pessoa que sabe da importância que uma pista de atletismo tem para uma comunidade. Os paraatletas da ARAD treinam ali. No sábado, bem cedo, estavam lá treinando, preparando-se para competir nos PARAJASC e, daqui a poucos dias, no Rio de Janeiro. Cumprimentei todos eles, mãos estendidas e abraços em todos. São pessoas maravilhosas que, em vez de queixarem-se da vida, estão lá buscando a superação de suas limitações. Admiro-os e os incentivo. Dou-lhes palavras de ânimo e estimulo-os a continuarem progredindo, derrotando as limitações. No sábado, o Milico não estava lá. Estava ali, defronte a Escola Nossa Senhora de Lurdes, 3 minutos a pé de minha casa.

          Parabenizei-o pelo trabalho que faz. Disse-me que não estava ajudando a comunidade, estava ajudando a si mesmo. A si, porque seu filho estuda naquela Escola e, por conseguinte, ele e sua família são beneficiados. Com uma daquelas "forcas", retirava todas as folhas, gravetos e papéis que estavam no meio das pedras britadas. Arrancava, com as mãos, todas as ervas, e colocava numa caixa de papelão, para depois depositar na lixeira. Naquela Academia ao Ar Livre, ao lado do Ginásio de Esportes, que está depredada e ainda não ganhou o merecido piso, embora prometido ainda em 2011 pelo Poder Público, recolheu as ferragens que estavam espalhadas e empilhou-as. Quem sabe isso "inspire" a quem de dever consertar o que foi estragado e que NUNCA teve manutenção!

           Há muito tempo já vinha pensando em escrever sobre o trabalho social comunitário dele. Perguntei-lhe o nome: Francisco Birajara Pires de Souza. É natural de São Sepé, região central do Rio Grande do Sul. Veio de Palhoça, onde tem sua casa. A esposa, Denise, trabalha num Banco aqui,  e aguarda transferência para a Grande Florianópolis. Tem 55 anos, muita vitalidade, cabelos grisalhos, corpo de atleta. Tem um sorriso permanente e uma disposição extraordinária de ajudar os outros. Mora perto do Comercial, gosta de cachorros, por isso mesmo não quer morar em apartamentos. Faz parte da Igreja da Congregação Cristã do Brasil, localizada na Rua Frei Rogério, aqui em Joaçaba. Tem notáveis e dignos pensamentos sobre a conduta do Ser Humano. Diz que as pessoas precisam pensar mais, refletir. A pressa as leva a atitudes inconsequentes. As pessoas precisam valorizar mais a vida e respeitar o próximo. Tenho absoluta certeza de que ele pratica aquilo que prega e defende.

          Admiro muito o amigão Milico. Gostaria que ficasse morando aqui em Joaçaba. Pena que os projetos dele e sua família são para outra cidade. Mas reconheço nele um cidadão honrado e do bem. Admiro-o pela maneira como vive e pelo que faz. Grande abraço e parabéns, Francisco Birajara Pires de Souza!

Euclides Riquetti

É preciso cuidar das flores

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É preciso cuidar bem das flores
Tratá-las bem, com muito jeitinho
Aliviar suas angústias e suas dores
Fertilizá-las com amor e carinho.

Cuidar de plantas muito me diverte
Eu faço isso com todo o prazer
Não quero só ser um poeta inerte
Cuido de flores e de muito escrever.

Flores precisam de todo o cuidado
Assim como as almas e os corações
Flores precisam de carinho dobrado.

Flores de todos os perfumes e olores
Flores que me despertam emoções
Flores bonitas de todas as cores.

Euclides Riquetti
15-02-2017

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Pecado é não querer amar alguém


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Pecado é não querer amar alguém
É vestir-se de conceitos e preconceitos
É não querer amar de nenhum jeito
É não querer entregar o coração pra ninguém.

Pecado é não  mais querer  sonhar
É dizer que perdeu sem ter perdido
É não perceber se venceu ou foi  vencido
É não mais querer ter o direito de me  amar.

Pecado é frear a beleza de sua  vida
É anular-se diante de todos os desafios
É vegetar enquanto o mundo anda e gira

Pecado é  olhar ao lado e não me encontrar
É não ver como correm as águas em nossos rios
É fingir não me querer, não me sentir, não desejar...

Euclides Riquetti

Lição de Amor - o filme


Michela Quattrochioche


         
           Quando, em 03 de dezembro,  Michela Quattrochioche completar duas dúzias  de anos, poderá comemorar com muita alegria seu sucesso profissional. Nascida em Roma, ela participou de pelo menos cinco filmes de excelente qualidade e já encantou milhões de espectadores do mundo todo, que a viram na telona ou na telinha. Tem,  também , dois videoclips para a televisão em ser currículo.

         Em 1988, quando nasceu, Raoul Bova já ensaiava seus primeiros passos para a carreira arística, que começou a consolidar-se em 1992 e hoje, aos 42 nos,  contabiliza 46 hits no Cinema e 5 na Televisão. Quattrochioche e Bova têm em comum serem nascidos em Roma, e ainda dois talentosos atores do cinema internacional.

          Para seres românticos e sensíveis, nada melhor que um filme bem "romance" para alegrar a tarde de sábado. Vasculhando com o controle remoto meus canais assinados de TV, mais precisamente no "Telecine Touch", encontrei o filme que  parecia a meu melhor gosto, e fui buscar o ânimo e a inspiração que me faltavam para falar de coisas de que eu muito gosto.  Deparei-me com "Lição de Amor", (2008), cujo título original, em italiano, é "Schusa ma ti chiamo amore", ou numa tradução simples, "Desculpa-me, mas te chamo de amor", onde Michela interpreta Nikki, uma estudante do Ensino Médio, prestes a completar 18 anos, e Raoul, Alessando Belli (ou Alex), publicitário Diretor de Criação em uma Agência do ramo. A belíssima Michela Quattrochioche nos remete à beleza idealizada, um misto de Sophia  Loren e Cláudia Cardinalle. Atuação exuberante, beleza singular.

          O Diretor Frederico  Moccia realmente caprichou na produção, com magnífica interpretação dos protagonistas e do elenco, belíssimas locações e trilha sonora. Faz com que o espectador se embrenhe no clima romântico do filme, d trama simples, até previsível, mas de excelência para que gosta desse gênero.

        Em Lição de Amor, o publicitário bem sucedido atropela a estudante que conduz uma motoneta Vespa. Alex, 20 anos mais velho que Nikki,  vem de um noivado desfeito, envolve-se com a garota e, daí para a frente..., não lhe vou tirar o prazer de ver e sentir tudo no filme, você mesmo.

         Dois anos depois do primeiro  "Scusa...", a dose se repete com "Scusa ma ti voglio sposare", ou "Desculpa, quero casar contigo", com os mesmos atores.

Este, ainda não vi, mas o outro, recomendo veementemente para quem gosta de amor, romance, lirismo.

Assistir e curtir um "dolce fare niente"!

Euclides Riquetti
03-11-2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Encare a madrugada


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Encare a madrugada
Como se fosse qualquer hora do dia
Uma parte abençoada
Que deve ser vivida com alegria.

Use esse tempo abençoado
Para colocar seus pensamentos em ordem
Para pensar sobre eventos do passado
Sobre aquilo que você pode e o que não pode.

A madrugada pode ser uma hora especial
Não importa se fria ou de calor
Importa que o momento matinal
Preceda o do dia com muito amor.

O tempo livre da madrugada silenciosa
É para refletir sobre as coisas já acontecidas
Pra depois, na manhã bem prazerosa
Podermos  celebrar nossas vidas.

Então, como nas histórias já contadas
Nas narrativas que você tanto já leu
E das canções que foram já cantadas
Tire exemplos em tudo o que já lhe aconteceu.

E, se entre erros e acertos houver saldo positivo
Comemore tudo muito intensamente
Pois no mundo há o ativo e o passivo
Na contabilidade de nossa pobre... ou rica mente.

Euclides Riquetti
14-02-2017






Eu quero apenas ser a tua canção


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Eu quero apenas ser a tua canção
Aquela que sai de seus lábios
Que me traz os melhores presságios
Que brota de teu belo coração.

Eu quero ser a palavra pronunciada
Que chega de ti em meus ouvidos
Os melhores sentimentos sentidos
A mensagem sempre aguardada.

Eu quero ser como a gaivota branca
Que atrai todos os teus olhares
Que sobrevoa as ondas dos mares
Cuja leveza do voo  tanto te encanta.

Eu quero que comigo te importes
Me dês a força de que eu necessito
Para amainar-me nos conflitos
E que sejas meu rumo, meu norte.

Quero ser de tuas perguntas as respostas
De todas as tuas dúvidas a clareza
Nas ambiguidades, sempre  a certeza
Como as palavras com que me confortas.

Apenas isso!

Euclides Riquetti

Décima Segunda Crônica do Antigamente (sobre gente fina...)




Clube da SOCAP - Treze Tílias - cidade turística e industrial - 35 Km de minha casa...

          Conheci o Jayme Monjardim quando eu tinha 37 anos. Por força de meu cargo público,  era instado, constantemente,  a participar de eventos que reuniam "gente fina". Alguns me consideravam "da fina" e me convidavam. Com isso,  conheci muita gente importante, até famosa. (Há pessoas importantes e isso não significa que sejam famosas, como você, leitora, por exemplo, que mora em meu coração). Num aniversário meu, havia, coincidentemente, um evento no Clube Floresta, em Ouro, e uma convidada muito especial: Márcia Kiatkoski, Miss Brasil. Era uma paranaense de Curitiba e ganhei dela um beijinho "de sobrinha", no rosto, e uma abraço pelo aniversário.

          De outra feita, estavam filmando a novela "História de Ana Raio e Zé Trovão", em Treze Tílias, e, na condição de Prefeito em Ouro, fui convidado pelo Rudi Holwailler, Prefeito de lá, para participar do Baile dos Artistas. Fomos com a Vera e o Caio Zortéa, nossos amigos "de verdade". Lá,  conhecemos o Monjardim, que era marido da bela Ingra Liberatto, a "Ana Raio", que fazia par com o Zé Trovão, o magnífico Almair Satter (Ando devagar porque já tive pressa...). Ai, que vontade de chorar!...

          São 22 anos que se passaram. Agora, depois de muitos trabalhos na TV e de dirigir "Olga", no cinema, o Jayme Monjardim volta à telona com uma adaptação de " O Tempo e o Vento". (Vai ser de chorar de emoção). O nome já diz tudo, e o saudosismo fica intenso nessas ocasiões, principalmente para nós que já subimos uns 60 degraus para chegar no "deck" da maturidade. E, sabem quem estará estrelando o filme: nada mais nem ninguém do que Fernanda Montenegro, Thiago Lacerda e, sabem quem? Marjorie Estiano!!!

          Na primeira vez que referi a ela, falei que ela tinha o talento da Fernanda Montenegro, que era poprroqueira, que virara atriz, que apenas o talento a deixava bonita. Agora, já estou convencido: Ela é bonitaça! E está mais madura, mais experiente.  Vai fazer muito sucesso. O Diretor do filme , o Jayme, é filho do André Matarazzo e da cantora Maysa. Aposte: a produção vai ser sucesso nacional e internacional.

          Quando assistíamos aos filmes no "Cine Glória" ou no "Cine Farroupilha", em Capinzal, e éramos "teens", não imaginávamos que um dia nos tornaríamos "razoavelmente antigos". E quem nos trazia as alegrias era o Armando  Viecelli, depois o colega Eraldo Markus, com  quem estudei minha "Contabilidade", na CNEC. Hoje, veio a TV, a redenet, os mais fornidos (não estou dizendo fornicados...), já têm ipad, iphone, etc. Mas, todas essas maravilhas nos permitem acesso rápido à informação. E, quando nos damos conta disso, percebemos o quanto já somos vividos, antigos! Mas podemos dizer que, em nossa cidade, tivemos muitos privilégios: uma juventude muito bacana, oportunidade de estudar, cinema, boates, amigos, amigas...

          É, acho que nossa geração  viveu a época melhor da História. Estivemos na linha divisória do convencional para o avançado. Aproveitamos os tempos bucólicos e estamos presenciando a era dos alcoólicos, em que se bebe cerveja como água. Ser antigo me permite analisar, friamente, todas as transformações que acontecem, cada vez em maior velocidade.

Euclides Riquetti - um seu criado
14-03-2012

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Correm, livres, as águas dos rios


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Correm, as águas do rio, livremente
Vão buscar o mar e sua verde imensidão
Vão, contornando as curvas, levemente
Levando consigo a realidade e a ilusão.

Correm, tranquilas, calmas e contentes
Andam ao encontro de outras águas
Andam, ora turvas, ora transparentes
Carregando  minhas dores e minhas mágoas.

Correm as doces, esperam-nas as salgadas
Todas para a grande pista de dança, o mar
Todas dançarão as músicas orquestradas
Pela pródiga natureza que as fazem bailar.

Reza, meu coração, a oração do vento
Tinge-se meu íntimo, das cores mais alvas
Vai até ti meu enamorado pensamento
Leva para ti a leveza de minha alma.

Euclides Riquetti
13-02-2017


Se ela te pedir uma estrela... ...

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Se ela te pedir uma estrela, promete que irás buscar
Se ela te pedir o céu, promete que ela o terá
Se ela precisar de um ombro para chorar
Encosta-te nela e deixa que chore...
Mas jamais deixa de dar-lhe a atenção que ela espera  e merece.

Depois, dize-lhe que as estrelas estão no brilho dos olhos dela
Que o céu ela já o tem no seu coração
E que teu ombro sempre estará, como sempre esteve
Ali pronto para ampará-la em todos os momentos
E que é por isso mesmo que o amor sempre se renova e sempre permanece.

Se ela te pedir balinhas de açúcar, dá-lhe o doce do teu beijo
Se ela te pedir que lhe recite um poema e tu não sabes, afaga-lhe o rosto com a mão
Se ela estiver esperando um presente no dia dos namorados, dá-lhe, mais uma vez,  teu coração
E faze com que ela se sinta uma princesa, amada, querida e respeitada
Como se fora, é é, a coisa mais importante de tua vida.


Euclides Riquetti

Sentimentos...


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Trabalho com sentimentos
Eles são o formão de meu ofício
Com eles componho poemas aos centos
Nas madrugadas, nas noites, em todos os momentos
Sem nenhum sacrifício...

Moldar versos é minha ocupação
Para chamar tua atenção, atrair teu olhar
Combiná-los em estrofes,  minha paixão
No meu quarto, na rua, ou na beira do mar
Dou-lhes vida, luz, emoção!

Espalho-os pelo mundo como o vento
Espalha os perfumes da primavera
Levando minha alegria ou meu lamento
Propago-os no espaço e no tempo
Tão longo quanto os anos de espera...

Os sentimentos são minha matéria
Os meus, os teus, os nossos
E fazer com que ganhem artérias
Corpo, alma, coração
Com leveza e com paixão
É tudo o que eu posso...

Os sentimentos nasceram para meus encantos
Para provocar a alegria
Para nos lembrar da nostalgia
Para fazer brotarem as lágrimas nos prantos...

Sentimentos, ah, sim, sentimentos na paixão exacerbada
Que me brotaram no entardecer
E me acordaram  na madrugada
Para compor-te este poema
E te oferecer!

Euclides Riquetti

Se você não quer que apareça... (Ronda Policial...)




          Anos de 1970 e 1971. Brasil Tricampeão Mundial de Futebol no México. Vivíamos o início do "Milagre Brasileiro", tão contestado bem adiante.  As pessoas tinham medo de ver seu nome exposto nos meios de comunicação e se cuidavam muito para manter uma razoável linha de conduta. Em Capinzal e Ouro, a Rádio Clube, sucessora da Rádio Sulina Ltda, que se localizava alii na Felip Schmidt, andar superior ao da Tipografia Capinzal. A "Rádio do Bonissoni", como a chamavam, utilizando uma aparelhagem simples e bem básica, prestava um grande serviço de utilidade pública.

          Lembro bem da equipe que foi-se formando e se revezando na apresentação de seus noticiários: Chaves, Vilmar Pedro Maté, Márcio Rodrigues (Pimba), Dorneles Lago, Válter Bazzo, Joe Luiz Bertola, Aderbal Gaspar Meyer (Barzinho). Estes também atuavam nos programas musicais. Mas, exclusivamente nos musicais, que chamavam de "caipiras", o Tertulino Silva, conhecido como Terto, e sua equipe. Os musicais ao vivo, com gaiteiros, violeiros e violonistas. Na locução, ainda, Alda Roseli Meyer. Egídio Balduíno Bazzo, o Titi, com uma programa musical e de variedades. Seguidamente, uns comentários do advogado e diretor ~Enio Gregório Bonissoni. Na administração e atendimento, Mariza Calza.

          Pois nessa época gloriosa, numa cidade geminada e provinciana, todo mundo conhecia todo mundo. E, na hora do almoço,  junto ao Jornal do Meio Dia, vinha a temida, mas muito esperada,  "Ronda Policial", apresentada pelo Sargento Altair, da PM, e normalmente pelo Vilmar Maté.

          Era mais ou menos assim:

          a- Boa tarde, ouvintes! Estamos iniciando, neste momeeeento...
         b-  Rooooonda policial.
         a - Os fatos como acontecem, aqui nos microfones de sua Clube!
         b - Apresentação do Sargento Altair......
         a - E de Vilmar Pedro Matté.
         b- ... e os inimigos do alheio andaram visitando a casa do Sr............. , lá na Entrada do Campo!
         a- Mas os olhos da Dona Justina já estão de olho nos larápios. E, se alguém , amigo ouvinte, lhe  oferecer um rádio de pilha marca Motorádio, por favor, denuncie diretamente na Delegacia de Polícia, diretamente ao o Sargento Altair,  para que ele possa deter o meliante!
         b- Mas um fato muito grave aconteceu na noite de ontem na Zona do Baixo Meretrício, nossa ZBM,  mais conhecida como Frestão, quando o Sr. ........, armado de faca, investiu contra seu amigo, o Sr............., causando-lhe uma perfuração no abdômen. Dizem que a causa foi o desentendimento porque ambos queriam os serviços da mesma mulher!
         a- Algumas senhoras que atendem no estabelecimento, fazendo uso de um táxi Opala que se encontrava no local,  promoveram o transporte da vítima para o Hoispital São José, onde foi operado pelo Dr. Celso e já se encontra fora de perigo...
         b- Lembre-se:  Os olhos da Lei estão sermpre sobre você! Não faça nada de errado. E, se não quer que apareça... Não deixe que aconteça!!!  

          Era  assim nossa Ronda Policial. Dona Justina era a Justiça, a Dona Justa, a Polícia. E era temida, mesmo. Nos bailecos, tínhamos que nos comportar porque, na segunda-feira, se bancássemos bobeira, nossos nomes poderiam estar na Ronda...As pessoas se cuidavam por dois motivos: tinham medo de que seu nome fosse exposto na Ronda, ou mesmo porque tinham medo de Deus, do Padre, da Freira, porque fazer "coisa errada! era pecado...

          Hoje você, leitor, pode achar isso uma barbaridade. E é, pois não se pode expor o nome das pessoas ao ridículo. Mas, que as pessoas se cuidavam mais, ah como se cuidavam...

Euclides Riquetti
20-06-2013

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Nunca digas nunca, jamais! ...

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Nunca digas nunca, jamais
Que desta água tu não beberás
Pois nos conflitos pessoais
Muitas voltas o mundo dá!

Nunca digas nunca, certo?
Pois o futuro a Deus pertence
O amanhã é sempre tão  incerto
E tudo pode mudar de repente!

Nunca  digas nunca, amor
Pois os caminhos são diversos
Se num verão há muito calor
No inverno te escrevo versos!

Não, não digas nunca, então
E procura nadar na calmaria
Reserva-me o lugar no coração
Para onde voltarei um dia!

Euclides Riquetti

Tentei inventar


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No dia do inventor
Tentei inventar
Algo fascinante
Uma coisa muito marcante
Para te encantar!

No dia do professor
Tentei te ensinar
Uma forma mirabolante
Uma maneira deslumbrante
De me conquistar.

No dia do escritor
Tentei escrever
Um poema apaixonado
Algo muito inspirado
Que te possa envolver.

No dia do pintor
Consegui retratar
Numa tela de tecido
Teu corpo esculpido
Na beira do mar!

Euclides Riquetti
05-11-2015


Pioneiros do Navegantes - crônica histórica


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Ponte Irineu Bornhausen - liga Ouro e Capinzal - acima, Bairro Nossa Senhora dos Navegantes, em Ouro - SC


          O Bairro Nossa Senhora dos Navegantes, em Ouro, surgiu em decorrência de o ex-Prefeito de Capinzal, Sr. Sílvio Santos, através de sua Urbanizadora Nossa Senhora dos Navegantes, tê-lo idealizado. O loteamento, em si, já existia na década de 1960, com as ruas longitudinais abertas, porém com um mínimo de habitantes.

           Uma descrição simplificada nos remete a dizer que, onde hoje se situa a Rua Formosa, que faz sua ligação com a Felip Schmidt, havia basicamente duas famílias residindo:  a primeira, Família Scapini, ocupava uma casa de madeira no lado direito no sentido sentido de ida do Centro para o Bairro, defronte à propriedade da família do Sr. Biaggio Spada, ali onde há atualmente o casarão azul, com janelas brancas, que foi construído lá atrás, como casa do Cartorário David Cruz. A segunda, após o entroncamento com a Rua Brasil, também do lado direito, onde funcionava um misto de residência e clube de bailes do Sr. João Fontoura. Pejorativamente, os populares o denominavam de "Sete Facadas", embora o nome oficial fosse Salão do Fontoura. Mais adiante a família do Sivo Molitetti veio para ali e está até hoje.

          Ali próximo da Capela de Nossa Senhora Aparecida, logo abaixo, onde reside a família Ribeiro e outros  descendentes, havia a residência do Sr. José Ferreira, que tornou-se conhecido como o "Zé de Amargá". O Vovô Zé  obteve esse apelido porque, para tudo o que as pessoas lhe falavam, dizia: ´"É de amargá" (amargar)!  Era um moreno escuro bem alto, magro,  simpático, forte, e muito trabalhador. Foi trabalhador da Prefeitura Municipal de Ouro, emprego pelo qual se aposentou. Antes, trabalhou para os padres na construção do Seminário Nossa Senhora dos Navegantes.  Foi um dos primeiros funcionários da Prefeitura. Ajudava na confecção de calçamentos e conservação de estradas, tinha muita energia e habilidade para com a pá, a marreta  e a picareta. Após aposentado, continuou a realizar serviços de escavações e remoção de terras, sendo excelente cavador. Com cerca de 80 anos ainda trabalhava como um gigante. Dizia-me: "Preciso trabalhar para comprar carne. Comer feijão, arroz, carne, polente e radici, que isso me dá forças para continuar trabalhando". Morreu com idade avançada e sempre foi um digno pai de família, religioso e  muito respeitado.

          Bem ao centro do morro, próximo de onde se situa a Escola Professor Guerino Riquetti e o Centro de Educação Infantil Raio de Sol, residia o Sr. Sebastião Félix da Rosa, conhecido como "Véio Borges" e também por "Champanhe". Tinha muitos filhos, que eram exímios roçadores de matos e capoeiras. Tinham grande habilidade no manejo das foices e  enxadas. Faziam empreitadas em todas as bandas, tinham resistência para o trabalho. De descendente direto dele ainda temos a Dona Lurdes, casada com o Francisco da Silva, que está ali, rodeada de sobrinhos e netos, até hoje. É uma senhora muito simpática, trabalhou muito em sua Juventude. Quando ofendida, por causa de sua cor, partia pra cima do mal educado e o fazia correr. Não levava desaforo pra casa. Numa casa ao lado, residia o Alípio, conhecido como "Rancheira", um pedreiro entroncado, que cultivava um bigidão. Sua irmã, Dona Jandira Pedroso, é que ficou morando ali na casa da família.

          E, ao final da Rua Agenor Jacob Dalla Costa, morava o Sr. Abílio de Oliveira, com dois filhos, o Nereu e o Irineu, que foram embora para Porto União. Uma filha, antes ainda de ele ir  morar ali, fora dada em adoção, no Engenho Novo, Capinzal. O Nereu era um bom jogador de futebol, tanto na linha como no gol.  Hilário da Rosa, o Chuchu, filho do Sebastião da Rosa, também era um verdadeiro craque de futebol. Era muito habilidoso mas gostava de jogar sem chuteiras. Com estas  nos pés, tinha dificuldades, pois acostumara-se a driblar nos campinhos, sempre de pé no chão. No início da década de 1960,  veio a família do Sr. Olino Lucietti, fixando residência na mesma propriedade, onde até hoje está sua esposa e descendentes.

          Nos primeiros anos da década de 1980 já havia outras famílias morando no Bairro: Os Freitas, lá próximo da casa do Zé Ferreira, os Esganzela, vizinhos do Lucietti, a Dona Aurora Tonini, o Caetano Rech, a Família dos Anjos. O Agnaldo de Souza, que trabalhava como Agente da Estação Ferroviária, tinha uma casa ali, mas estava alugada para um terceiro.

          Como algumas dessas famílias estavam desmembradas, no recenseamento de 1980 contei ali 16 domicílios, pois em algumas unidades havia uma família no pavimento principal e outra no porão das casas. Em 1981 não havia ainda  rede de fornecimento de água nas residências. Nos períodos de estiagem, um caminhão da Prefeitura levava água para as famílias. Esta era despejada nos poços, caixas, tonéis  ou fontes. Na época, o Sr. Vilson Surdi organizou um documento manuscrito, com a assinatura de um representante de cada uma das famílias que ali moravam, menos de 20, solicitando a consrução de rede de águas, sendo que foi atendido pelo Prefeito Ivo Luiz Bazzo. O Sr. Sílvio Santos cedeu um terreno para que o SIMAE instalasse ali o primeiro reservatório de águas. Também doou o terreno para a construção da Capela e de uma cancha de bochas, o que foi possível com o apoio do Prefeito Domingos Antônio Boff. Boff também iniciou a construção da creche local, que foi concluída pelo Prefeito Euclides Riquetti. Este construiu a escola Professor Guerino Riquetti.

          Hoje o Bairro é muito bem estruturado, tendo um bom comércio instalado, bom nível de ensino na Escola, um ginásio de Esportes construído na gestão do Prefeito Sérgio Durigon. A pavimentação de suas ruas foi realizada, gradativamente, por todos os prefeitos que atuaram a partir de 1983. Também comporta, em sua parte mais elevada, as torres repetidoras para retransmissão local das imagens dos principais canais de TV brasileiros. Uma emissora de rádio Comunitária, a Rádio Cidade FM, perrtencente à Associação de Difusão Comunitária Prefeito Luiz Gonzaga Bonissoni ali se situa.

          Do alto do Bairro Nossa Senhora dos Navegantes é possível avistar-se toda a cidade de Capinzal. Uma paisagem encantadora, com o Rio do Peixe dividindo os dois pequenos Municípios. Vale a pena fazer-lhe uma visita.

Euclides Riquetti
23-04-2013

Décima Segunda Crônica do Antigamente (dos desfiles de Sete de Setembro em Capinzal)

        Dia desses, um dia como outro qualquer, daqueles em que nada de novo acontece (e eu adoro rotina), eu observava uns meninos conversando. Eram três. Deveriam ter, no máximo, uns nove anos de idade:
          - "As coisas não são mais como no nosso tempo de criança. Veja, nem conseguem mais brincar. Antigamente, a gente pegava uma bola velha e arrumava um campinho, nem que fosse na frente da casa da gente, na rua, e se divertia. Brincava de se esconder, de por apelidos uns nos outros, de soltar pipa! Agora, tem gente que nunca viu uma pipa, nem sabe o que é um carrinho de rolimã!"

          Meu Santo e Venturoso Deus! Minha Santa, Imaculada e Sempre Virgem Maria! Se esses, em tenra idade, já falam assim, como se o outro dia fosse um "antigamente", imagine, leitora, nós, do quinto e do sexto andar?

          Que bom que eles já conseguem perceber que a vida anda depressa, que o tempo passa célere, que as manhãs de hoje não voltam mais, que um momento que se deixa de viver agora pode não mais acontecer? E, lamentar essas coisas, faz com que eles se sintam vivos, sejam e estejam presentes, percebam a dinâmica do mundo...Ah, que bom se nossa antiguidade, a minha, a sua, fosse tão recente como a deles?!!

          Nós podemos medir nossa idade, nossa trajetória, pelas coisas que fizemos. Ou pelas que deixamos de fazer... pelos livros que lemos, pelas novelas que já acompanhamos,  pelos filmes a que assistimos e que de quando em vez voltam à cena em nossa mente, pelas fotografias que olhamos no álbum, principalmente por aquelas em que estamos junto com alguém querido, dançando, ou numa viagem maravilhosa. E vale também medir pela quantidade de vezes que marchamos num Sete de Setembro, pelos aplausos com que a Dona Maria Fávero, entusiasmada, nos animava em nossas marchas, quando descíamos, devidamente paramentados, garbosamente enfileirados  a Rua Ernesto Hachmann, em Capinzal, tocando bumbo, tarol ou caixa, secundados pelas cornetas que seguiam o Oneide e o Severino Andrioni. Ah, que bons tempos! Que "antigamente" maravihoso... E as marialuizas, denizes, sônias, neuzas, marildas,  marias, teresinhas e terezinhas, anamarias, naires, angelinas, elziras, alziras...




Nossa Fanfarra de Capinzal e Ouro - Sete de Setembro - o primeiro da frente, do Bumbo, é meu primo Hélcio Riquetti - popular "Fantasma",