Capinzal e Ouro viveram dois dias de luto no último final de semana. No domingo, perdemos Bruno Fávero, bancário aposentado e jogador de voley amador. Fez sua história no Baixo Vale do Rio do Peixe, em Ouro e Capinzal. Conhecidíssimo, destilava bondade e simpatia para com todos, era gentil, um perfeito cavalheiro.
Bruno Fávero era casado com Ana Shirley (Bragatto) Fávero, nascido em Ouro, Santa Catarina. Eram pais de Bruno Michel e Charles. O primeiro vem residindo em Itapema e o outro em Zortéa.
Conheci o Bruno ainda em minha infância. Era um dos filhos do Chico Fávero, o Chico do botequim, estabelecido com seu comércio de doces e frutas ali na Felip Schmidt, no centro de Ouro. A esposa, mais conhecida por Schirley, conheço desde minha adolescência, no início da década de 1960, quando estudávamos no Colégio Mater Dolorum. Ela cursava série mais adiantada, estava no ginasial e eu no primário. Jogávamos pingue-pongue depois do meio-dia, antes da entrada para as aulas de tarde.
Eu costumava ir adiantado para a escola e ela fazia parte do grupos de internas da instituição que pertencia às Irmãs Servas de Maria Reparadoras. Então, a gente chegava bem antes de a campainha soar e dava um bom tempo para brincar. Lembro-me bem da forma como a Ana Shirley jogava e, quando perdia uma jogada, esboçava um sorriso jovial e simpático, cativante.
O Bruno, conheci na mesma época, quando ele ainda ajudava o pai nas lidas dele. Depois, passou a trabalhar no Banco do Brasil, ali onde se situa a Galeria Terra Santa, ao lado do Ateneu Clube. Acompanhou o BB nas duas sedes ali perto, na mesma XV de Novembro, até se aposentar. Uma época o Banco do Brasil abriu uma casa em Ouro, num sobrado da família Riquetti, próximo da Praça Pio XII. Ele trabalhou alguns anos ali. Seu hobby era pescar e ele tinha até carteira de licença para tal. Um senhor de conduta extremamente ilibada e exemplar!
O que mais me chamava a atenção nele era seu sua altura e envergadura, e a habilidade com que jogava voley para o Clube Esportivo Floresta. Além do jeito no trato da bola, tinha força física que permitia efetuar cortes rápidos e indefensáveis para os adversários. Mandavam seus jogos numa quadra que tinha serragem de madeira no chão, num espaço entre a antiga edificação, em madeira, do Clube Floresta, e a rua da frente. Lembro que o time só tinha 5 camisas regatas brancas, com o escudo verde. Então um dos jogadores jogava com a camiseta branca, lisa, sem o distintivo do Floresta. Bruno e seu irmão Mário (Lebrão) , mais o Alcedir Dambrós (o Sebinho), o Vilson Ronsani (o Magrão), o Vilmar Pedro Matté (Nene), o Mário Morosini (Pina) , Rubens Caldart (Tobiana, ainda adolescente), são os de que eu lembro. Mas a figura do Gigante Bruno ainda está presente em minha mente
Era grande no tamanho, mas tinha alma e coração de criança. E isso foi até o fim de sua vida. Nosso admirável Bruno, marido e pai respeitável!
Minha mãe gostava muito do Bruno e da Ailete Knebel, do Banco do Brasil. Fazia ser questão de ser atendida por um deles, tinha confiança absoluta neles. E ambos eram muito gentis com as pessoas de idade, tinha muita paciência em lidar com eles.
Depois de enfermidade de cerca de dois anos entre o tempo que passou em casa aos cuidados de sua amada esposa, foi internado em clínicas de Itapema e Erechim, mas com os familiares sempre presentes, dispensando-lhe o maior carinho. As saudades ficarão para sempre, pois quem semeou boas sementes também deixou plantas belas, saudáveis e frondosas. A todos os seus familiares e amigos, um afável abraço.
Euclides Riquetti
14-06-2024