sábado, 4 de março de 2017

Enchentes no Rio Capinzal: é preciso assustar-se!



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 Área próxima ai Ginásio de Esportes Dileto Bertaioli - Capinzal - SC, água que vai aumentar o volume do Rio Capinzal...

 

         Em 23 de fevereiro de 2011, em artigo meu que foi publicado na coluna do saudoso (e bota saudoso nisso!...) Ademir Pedro Beloto, no Jornal A Semana, de Capinzal, e em meu blog, no dia 16 de fevereiro de 2013, com o título "É preciso dizer... e é preciso assustar-se", com relação às catástrofes ocasionadas pelas inconstâncias climático- ambientais que acontecem no Brasil, mencionei sobre riscos ambientais em razão de eventos climáticos adversos.  Recentemente, vimos o caso de Mariana, em Minas Gerais, cidade que tinha programado visitar para a segunda quinzena de janeiro próximo, e isso ainda pretendo fazer, em que algumas vidas foram perdidas e que os sonhos dos moradores do distrito de Bento Rodrigues foram soterrados e levados pela lama até o mar junto com as agora barrentas águas do Rio Doce, causando danos incomensuráveis à flora e fauna de todo o seu vale e abalando a economia dos pequenos, principalmente dos que vivem da atividade pesqueira.

         Como resposta, os governos e seus órgãos ambientais estabeleceram multas pesadas à Vale do Rio Doce, que é controladora da mineradora SAMARCO. Mas... Bem, deixo isso para você, leitor, analisar com sua apurada condição  crítica. E minha pergunta é: "Até quando desastres do gênero vão continuar a acontecer no Brasil? O que tem sido feito e o que pode ser feito para mitigar e amenizar as situações de risco?" Vejam o que escrevi:

        "Vivemos em cidades charmosas, colonizadas por descendentes de italianos ou germânicos, com declives e aclives acentuados, numa topografia altamente irregular. É assim nosso Vale do Rio do Peixe. Matas exuberantes cobrem os morros e formam os cílios dos riachos e de nosso majestoso rio, outrora piscoso, cujas águas já foram muito cristalinas, depois tornaram-se turvas (e turbulentas).

         Ouro e Capinzal não fogem à regra. São belas e prósperas. Por aqui já aconteceu "de tudo", coisas boas e muitas barbaridades. São cidades onde acontecimentos tristes têm ocupado as notícias no âmbito microrregional ou até estadual. Tivemos perdas humanas que jamais serão compensadas, até porque a vida é irrecuperável. Coisas insignificantes, recorrentemente, ocupam os noticiários.

          Mas os temas verdadeiramente sérios e importantes não têm sido debatidos. Meio ambiente e mobilidade urbana têm ficado em plano secundário. Deveriam ser discutidos à exaustão. Nas conferências das cidades estiveram na pauta, mas a participação popular não foi expressiva."

          Então, vejamos as fotos publicadas nos portais da região nesta semana. Inundações e enchente no Rio Capinzal. Muita confusão também aqui em Joaçaba, com a população reclamando através das emissoras de rádio, por causa da falta de um sistema de macrodrenagem que possa dar conta das águas que descem dos morros e vão inundar o centro da cidade. Muitas fotos e nenhuma análise crítica, nem um "mea culpa".

         Ora, desde 1983 tenho observado, analisado  e avaliado todos os eventos climáticos adversos e suas consequências, bem como parte de suas causas. No nosso caso, não é o desmatamento, uma vez que todo o vale do Rio do Peixe melhorou em termos de cobertura verde,  não pelo amor mas pela dor que a Lei impõe, mas acontecem as cheias do Rio do Peixe e do Rio Capinzal, bem como do Leão, no interior de Campos Novos, do Tigre, em Joaçaba, do Nair, em Lacerdópolis, do Leãozinho e do Ribeirão Doze Passos, em Ouro, e outros. Não, não é isso! Atribuo, em grande parte, à ocupação dos seus vales, principalmente nos que cortam as áreas urbanas, onde se construíram  casas e se pavimentaram as ruas, estas na maioria das vezes com drenagem insuficiente para comportar as precipitações irregulares de chuvas. Se, na área rural temos mais florestas e preservação, nas cidades, DEVASTAÇÃO!

         É só olhar a ocupação dos morros em Capinzal, com todos os loteamentos dos quais as águas originadas desaguam no Rio Capinzal. Uma bacia de um rio assoreado por construções, galerias e pontes, tudo sem vazão suficiente para o deságue. E isso que o Rio do Peixe nem está tão cheio a ponto de represar suas águas.

           A ocupação gananciosa das margens do Rio Capinzal, (ou seria por ignorância, mesmo?...), levaram ao assoreamento do mesmo em diversos pontos, e há os milhares de lotes urbanos que foram vendidos nos diversos loteamentos no âmbito de sua bacia, com acentuada impermeabilização do solo. Há algumas soluções que podem ser implementadas, mas que custarão bastante dinheiro, e que passam por abertura de alguns canais, aumento da vazão sob as pontes e nas galerias, alargamento e possivelmente construção de muros nas margens e até retiradas de algumas construções de edificações comerciais e residenciais. Tenho tudo bem claro na cabeça, a começar pela água que vem de um pequeno vale situado  nas proximidades do ginásio Dileto Bertaioli, que tem causado muitos transtornos. Há duas décadas, nossa família deixou de adquirir um imóvel no local porque consideramos que haveria risco de inundações no futuro, devido à uma sanga canalizada, o que vem se confirmando atualmente.

         O debate precisa ser trazido à pauta. A sociedade deve propor e cobrar soluções, tanto do Poder Público como dela mesma!

Euclides Riquetti
04-12-2015

Depois da chuva...


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Depois da chuva veio um sol adocicado
Com gosto forte de canela e cravo...
O sol que veio com os seus raios dourados
Falou-me pra ficar sempre ao teu lado...

Depois da chuva ele foi voltando de mansinho
Mas atiçou deveras minha mente...
E mesmo por chegar assim devagarinho
Causou em mim um rebuliço de repente...

E cada vez que chove e cai aquela chuva fina
Eu olho para as nuvens e fico pensando
Então eu lembro de teu corpo de mulher menina.

E, depois que volta o sol com rosto de menino
Meu coração continua te procurando
Porque ser teu e seres minha é nosso destino!

Euclides Riquetti
04-03-2017


Os verdadeiros sentidos do amor


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Busque encontrar os verdadeiros sentidos do amor
Aqueles que nos fazem bem, nos animam
Aqueles que nossos passos conduzem e determinam
Fuja do que lhe faça sofrer, do que lhe traga dor...

Procure encontrar os verdadeiros motivos para a vida
E veja quanta beleza que ela pode nos oferecer
Que mesmo os momentos em que nos faltar o prazer
Ela precisa ser desfrutada e ser bem vivida...

Almeje encontrar aquele que lhe sorri e canta
Que lhe escreve poemas ou versos encantadores
Que, mesmo que não lhe mande maços de flores
Pensa em você desde a hora  em que se levanta...

Espere ficar com quem lhe quer verdadeiramente
Não às ilusões fúteis, frágeis ou passageiras
A mão estendida, o abraço, as palavras alvissareiras
De tudo você precisa para viver intensamente!

Euclides Riquetti
04-03-2017


Ainda há tempo...

Apenas revivendo...

A imagem pode conter: 4 pessoas, pessoas sorrindo, pessoas no palco e área interna


          A frase "Ainda há tempo...", por si só já nos remete a uma reflexão: tempo para quê?

          Num mundo de permanente correria, em que andamos não sei onde e atrás de não sei o quê, ainda há quem pare, pense, motive-se e aja. E, motivar-se com coisas muito simples, que à primeira vista parecem não ter nenhum significado, tem um valor incomensurável.

          E o desconhecido? Por que temos medo do que desconhecemos? Por que preferimos andar em solo que, aparentemente, faz-nos sentirmo-nos seguros? Ao meu ver, isso é próprio da condição humana. E, muitas vezes, deixamos de colher belíssimos momentos em nossa vida porque não ousamos encarar realidades que nos são distantes apenas porque as desconhecemos.

          Pois neste sábado, já à noite, saímos para ver um programa que aconteceria no nosso imponente Teatro Alfredo Sigwalt, aqui em Joaçaba. Nosso filho ligou-nos, na semana, dizendo que jovens lhe estavam oferecendo ingressos para uma peça de teatro e queria saber se tínhamos interesse. Claro que temos! Moramos numa cidade que pode orgulhar-se de ter um belo teatro, conquistado com muita luta pela comunidade cultural, é um dos orgulhos de Joaçaba. E, no sábado, fomos ver a peça. Não tínhamos

          Chegamos 20 minutos antes do horário de início, muito bem recebidos pelas belas, atenciosas e simpáticas recepcionistas. Rostos diferentes dos habituais. Fomos amavelmente conduzidos para o mesanino à esquerda e nos acomodamos. Lemos um portfólio que nos foi dado na entrada, muito bem elaborado, bem diagramado e claro. Só então percebemos de que tipo de evento estávamos participando: um espetáculo cênico promovido pelo Ministério de Dança Ruach, organizado pelos jovens da Igreja Batista Liberdade, de Herval d´Oeste. Teatro lotado. O espetáculo consistia na apresentação de uma sequência de nove coreografias envolvendo três dúzias de jovens entre protagonistas e figurantes.

          "Ainda há tempo..." propõe um  reflexão, de forma muito sutil, sobre a presença humana na Terra, a passagem e a esperança da volta de Jesus para ela, os erros e as formas de nos redimirmos desses erros. Enfim, a restauração, pelo Oleiro, dos vasos que se quebram. Enfim, a Alegria da Salvação!

          O que mais me encanta quando tenho a oportunidde de presenciar eventos desse gênero, não é a habilidade dos bailarinos. Alguns têm mais habilidades, conhecem, inclusive o ballet. Outros são coadjuvantes, mas têm seu mérito também. Nem  utilizam sofisticado  figurino, que poderia ser luxuoso como ocorre nas grandes produções e no próprio carnaval. Não! A simplicidade é tamanha  como foi a de Jesus Cristo. Encanta-me, mesmo, é ver que jovens bonitos, dedicados e inteligentes tiram de seu tempo para Evangelizar. Usam a arte cênica para comunicar o que desejam. Mostram-nos que o mundo é mais do que as baladas das sextas e sábados à noite. Mostram-nos que é possível viver com dignidde e acreditar que há salvação para o mundo, ainda. Mostram-nos que há tempo para recuperar a estima perdida, o amor pela família, o respeito pelo próximo, cultivar o amor por Deus, que na Terra foi representado pelo Cristo Jesus. Há tempo para retomar o caminho do bem e a interação com as melhores e maiores virtudes e valors humanos.

          Parabéns, jovens da Igreja Batista Liberdade, propagadores do Evangelho através de arte, integrantes dos grupos do Ministério de Dança Ruach!

Euclides Riquetti
10-06-2013

sexta-feira, 3 de março de 2017

E que venha o mar...

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E que venha o mar
Que venha com suas ondas brancas
Que venha para atiçar as lembranças
Que venha para me acalmar...

Que acalme meus desânimos acentuados
Me console pelos consolos já desconsolados
Me traga à memória teu rosto bonito e jovial
Me devolva o riso, a serenidade natural!

Que venha, de novo, o mar
Para me trazer renovadas esperanças
Para me trazer suas águas que balançam
Para me seduzir e me encantar...

Que amenize todos os meus tormentos
Me livre de alguns de meus sofrimentos
Me traga o prazer de me sentir contigo
Me apague as dores que eu tenho sentido!

Que venha o mar
Para agraciar-me com o calor do verão
Para lembrar-me que é teu o meu coração
Que venha, de novo, o mar!

Euclides Riquetti
07-12-2015

Eterno romântico


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Eu até faria um poema acéfalo
Desarrumado, feio e esquálido
Infinitamente torto e indiscreto
Um poema desbotado e pálido...

Talvez um  poema heterorrítmico
Escrito com carvão preto, vegetal
Pra afrontar um outro isorrítmico
Árcade, brega, insosso sem igual. 

Eu faria algo bobo e detestável
Sem efeito, sem nenhum sentido
Poema inútil não recomendável
Falando sobre um amor bandido.

Mas isso está fora de cogitação:
Serei um eterno poeta dos sonetos
Cantarei o amor, o afeto e a paixão
Ser eterno romântico eu prometo!

(Apenas isso...
Bem assim!)

Euclides Riquetti
07-12-2015

Nosso Frei Bruno de Deus!


Chegando nova Romaria Penitencial de Frei Bruno, revejamos...





          As rádios de Joaçaba e Herval D ´Oeste,  no período que se sucedeu ao carnaval e, acentuadamente nesta semana, massificaram a população regional com chamadas para a 23ª Romaria Penitencial de Frei Bruno. E, o fundo musical delas, muito  motivador,  não poderia ser outro: "Nosso Frei Bruuuuno de Deeeeus!"

          Fiquei encantado com as chamadas e motivado a presenciar, pela primeira vez, da Procissão que acontece na manhã deste domingo, saindo da Praça da Catedral, aqui de Joaçaba,  para o Cemitério Frei Edgar, onde se localiza o jazigo de Frei Bruno. Ao mesmo tempo, vem uma comitiva grandiosa da cidade de Luzerna e se encontram todos no cemitério. Espera-se que 50.000  pessoas se façam presentes, vindas de todo o Brasil. Frei Bruno está com processo de beatificação em andamento, pois há relatos de que tenha operado verdadeiros milagres e concedido milhares de graças.  A cidade tem o Monumento Frei bruno localizado no alto de um morro, no Bairro do Trigo. Está lá, com seu cajado, abençoando nossas duas cidades.

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          Aliás, assim como no Nordeste Brasileiro é comum dar-se  nomes como  Severino ou Raimnudo para os filhos, aqui já é comum nomear-se os nascidos como Bruna ou Bruno, principalmente aqueles cujas mães tiveram muitos problemas na gravidez ou no parto. Acreditam que a intercessão do sacerdote as tenha protegido nos momentos difíceis.

          Frei Bruno foi nascido Hubert Linden, em Dusseldorf, na Alemanha, em 08-09-1876 e faleceu em Joaçaba em 25 de fevereiro de 1960.  Chegou ao Brasil, na Bahia, antes mesmo de completar os 18 anos. Depois foi para Petrópolis e, já sacerdote, veio para Santa Catarina, ao Vale do Itajaí. Em 1945 esteve exercendo seus ofícios religiosos aqui em Esteves Júnior, no Município de Piratuba. Depois foi a Xaxim e veio a Joaçaba com quase 80 anos. Era um sacerdote que não esperava as pessoas o procurarem, ele andava a pé, com um guarda-chuva grande e desbotado, indo de casa em casa para levar suas bênçãos. Quando debilitou-se, recebia cartas que respondia, pois não tinha mais condições físicas para deslocamentos.
        Na noite de sexta  foi realizada a Segunda Serenata a Frei Bruno, no grande Pavilhão que leva o seu nome e se localiza ao lado da Catedral Santa Terezinha. O locutor e animador cultural Jaime Telles conduziu o evento, que teve a participação de diversos cantores da região que entoaram hinos sacros m louvor a Ele. Aliás, o Hino a Frei Bruno foi composto pelo Telles, com quem tivemos várias parcerias, já, pois somos detentores de cadeiras junto à Academia de Letras de Santa Catarina. Admiro seu trabalho também como compositor e declamador. Situo entre os melhores declamadores que já conheci. É um paranaense talentoso que veio para nossas cidades e hoje está perfeitamente entrosado com as comunidades. É criterioso em seus comentários, muito respeitado por isso mesmo. Mas, o melhor de sua produção está justamente em poemas e no Hino a Frei Bruno. Escutá-lo interpretando aquilo que ele mesmo compôs faz bem  a nosso espírito.

Reverenciemos, neste domingo, com o fervor de nossas orções, "Noooosso Frei Bruno de Deuuus!!!

Euclides Riquetti
24-02-2013

Tu me pedes que eu te escreva um poema


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Tu me pedes que te escreva um poema
Talvez romântico, falando-te  da flor
Confesso: Não sei usar nenhum outro tema
Que não seja pra te falar de amor...

Tu me pedes, com teu jeitinho todo gentil
De senhora adorável,  de  musa menina
E eu me encanto com teu sonho juvenil
E bebo de tua alma que me atiça e ilumina...

Apenas me pedes, com teu olhar sedutor
E me provocas com tuas palavras carinhosas
A que eu me rendo com desejo em verdor.

E, então, meu pensamento sai a encontrar-te
Vai buscar em  ti as  carícias deliciosas
Levar-te meus versos, meu amor, minha arte!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 2 de março de 2017

E, se você também me abraçar...


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Se você me abraçar, impetuosamente
Com toda a força e o ardor
Jogar-se em mim, efusivamente
Em manhã fria, ou em tarde de calor...

Se você me abraçar, carinhosamente
Com seus braços longos e finos
Com o seu jeitinho maroto, delicadamente
E selar com isso nossos destinos...

Se você me abraçar com aquela paixão
Com o desejo e o amor tão aflorados
E fizer tremer o meu frágil coração
E atiçar minha alma cheia de pecados...

Se você me abraçar e me induzir à emoção
Retribuirei com tudo o que houver em mim:
Amor em cântaros, muito mais que ilusão
Amor por você, bem assim!

Euclides Riquetti
02-03-2017

Neve de 1965 - Um paisagem europeia

   

 

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          Quando se fala em épocas em que as pessoas viveram, ou mesmo para estimar quantos anos viveram, muitos têm o hábito de dizer:  "A fulana (ou o fulano), viveu mais de 100 anos, porque sempre me dizia que tinha presenciado x florações das taquaras".  Bem, uma pessoa que deve ter vivido muitas florações das taquaras foi o "Caboclo Estevão", que morou em Pinheiro Baixo, Ouro, e era homem de confiança de um de nossos pioneiros, o Veríssimo Américo Ribeiro, carroceiro. O Estêvão teria vindo com o colonizador da região de Vacaria-RS, trabalhou com os Ribeiro e depois foi para Bonsuecesso, e os que o conheceram dizem que ele era uma  pessoal leal e bondosa. Guardo comigo uma foto dele, cedida pelo amigo João Américo Ribeiro, que cuida da propriedade da família em Pinheiro Baixo. Ele deve ter vivido mais de 100 anos...  O caboclo tinha uma mão enorme. (O Benito Campioni, irmão da Márcia, minha colega de trabalho, também tem uma mão daquelas de segurar e derrubar boi no chão). Quando o encontro, brinco muito com ele sobre isso,  meu ex-vizinho, gente boa.

          Esse intróito todo, fi-lo para chegar ao assunto do título: as neves que tive o prazer de presenciar, e que marcaram, de alguma forma, a minha vida. Mas, diferentemente das florações das taquaras, ela não tem um ciclo definodo para vir.

          O inverno de 1965 foi muito forte no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Eu tinha doze anos, estudava no Ginásio Padre Anchieta, e começou a fazer muito frio naquela estação. Tínhamos uma casa nova, de madeira, bem desenhada, ali na Felip Schmidt, ao lado da Indústria de Bebidas Prima, onde produziam refrigerantes e engarrafavam vinhos e outras bebidas. Quando fizeram o "engarrafamento", escavaram o terreno e deixaram um barranco, que com as chuvas que precederam o inverno foi desmorronando, pondo nossa casa em risco de desabamento. Na noite do dia 19 para 20 de agosto, fazia muito frio. De manhã, meu pai, Guerino, acordou-nos cedo para vermos e espetáculo que se desenhava à nossa frente: Ali onde hoje há o Posto da Combustíveis da Família Dambrós, havia uns gramados e umas plantinhas sobre as terras que eram jogadas para formar um aterro, e tudo estava coberto de neve. A Ponte Nova estava recoberta por um manto alvo, e o mesmo era contemplado nos telhados das casas, a maioria de madeira. Até os cabos de aço de sustentação da ponte pênsil acumulavam camadas de neve. As ruas de Ouro e Capinzal pareciam aqueles caminhos que se veem em filmes,  numa autêntica paisagem europeia. Os poucos carros que havia, e as carroças e charretes, estavam todos recobertos pelo branco brilhante. Os telhados do Hospital São José, do Hotel Imperial, do Hotel do Túlio, do Cine Glória, do Cine Farroupilha, da Distribuidora de Peças e Acessórios, da Casa do Ernesto Zortéa, do Marcos Fortunato Penso, do Pedro Surdi, da Dona Dileta da Silva, do Adelino Casara, do Adelino Beviláqua, e de muitas outras edificações, era possível vê-los por nós, que observávamos a paisagem com nossos olhos originários do Ouro.

          O peso da neve mexeu com a estutura de nossa casa. Tivemos que abandoná-la. Fomos distribuídos nas casas dos parentes, dos tios Arlindo Baretta,  Adelino Casara e Victório Riquetti. Eu, fui para a casa da Tia Maria, do meu primo Moacir. Lembro-me bem, que à tarde, precisei ir à Comercial Baretta fazer umas compras para a tia, e meu único par de sapatos estava molhado, gelado. Fui com as chuteiras do Moacir, que tinha as traves altas , e que minha ingenuidade fazia-me pensar que a sola ficaria mais alta que a neve. Só ilusão: congelei os pés. Aulas suspensas. O Frei Gilberto (Giovani Tolu), suspendeu nossas aulas, estava muito feliz, porque via, aqui na América do Sul, a mesma nostálgica paisagem que sua mente trazia de sua infância na Itália.

          O Joe e a Bunny,  eram  norteameriacanos que atuavam junto aos Clubes 4-S no interior do Ouro, havendo um clube pioneiro em Linha Sul ( o primeiro de Santa Catarina),  moravam de pensão na casa do Sr. Guilherme e da Dona Mirian Doin.  Eles eram dos 4-H, clubes dos Estados Unidos da América que tinham as mesmas funções e objetivos que os 4-S do Brasil:  Head,  Hands, Heart, and Health, que em português entendíamos como: Saber, Servir, Sentir e Saúde.  Acostumados com a neve do Norte, fotografavam, faziam bonecos e esculturas. O Joe, que jogava basquetebol na quadra do Padre Anchieta com o Dr. Leônidas Ribeiro, o Rogério Toaldo e outros, era alto e usava óculos ( até para jogar). Ficou maravilhado com a neve. E, nós, tivemos que demolir nossa casa, da qual tenho muitas saudades...

         Como resultado do frio, houve perdas e animais nos sítios e fazendas. Lembro que houve muita mortandade de abelhas. Até mesmo o mel que vinha de Abdon Baptista, não veio mais. Não vinha mais o caminhãozinho carregado, com as latas de 20 Kg, com que estávamos acostumados. E o produto encareceu. Alías, ficou sumido pelos anos seguintes, até que os enxames e as colmeias foram-se recompondo.

          Além dos eventos climáticos que resultaram na enchente de 1983, penso que a neve de 1965 seja o outro fenômeno que mais nos marcou.

          Ah, acho muito bonitas a neve e a geada. Mas, agora, com ar quente no carro, é muito mais fácil de encarar o frio. Viva a bela lembrança do passado!  E viva a moderna tecnologia!

Euclides Riquetti
15-07-2012

O primeiro vento...


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O primeiro vento que roçou meu rosto
Trazendo-me um doce bálsamo floral
Veio para se impregnar no meu corpo
Na manhã de sol e de um mar colossal.

Veio suave e  me trazendo as gaivotas
Com seus gemidos e os seus planares
Olho, no oceano, as distantes ilhotas
E voa meu pensamento sobre os mares.

O mesmo lufar que me traz saudosas
As lembranças que me fazem feliz
Traz-me também a energia prazerosa
Que me impele a te querer e sentir.

Então, enquanto contemplo a calmaria
E me transponho pelo azul celestial
Eu me perco na nave da nostalgia
E busco te encontrar no espaço sideral!

Euclides Riquetti
11-12-2015

quarta-feira, 1 de março de 2017

E, se eu te der um abraço...




E, se eu te der um abraço
Terno, gostoso, apertado
Para aliviar o teu cansaço
Um abraço bem dado?...

Quero, com muito carinho
Te dar meu abraço, sim!
Talvez bem devagarinho
Eu abraço a ti e tu a mim...

Melhor se teu abraço vier
Acompanhado de sorriso
Do teu sorriso de mulher
Bem aquele de que preciso...

Preciso de teu meigo olhar
Talvez de beijo adocicado
E, quem sabe te possa dar
Um abraço comportado!

Euclides Riquetti
01-03-2017




O Terceiro Encontro da Família Richetti em Paraí

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         Revivendo... na preparação para o quarto Encontro, em Capinzal - SC, dias 21 e 22 de abril de 2017.

           Nossa Família Richetti (Ricchetti, Riquetti, Riqueti e agregados), reuniu-se, pela terceira vez, em Paraí, no Rio Grande do Sul, neste final de semana, dias 01 e 02 de maio de 2015. Foi uma festa belíssima que nos foi proporcionada pelos primos "Richetti", descendentes do nono Paschoale Richetti e da nona Maria Margherita Corona, italianos que aportaram no litoral gaúcho e se fixaram na Serra Gaúcha, em Caxias do Sul,  no início do terceiro quarto do século XIX. Tiveram como filhos Benjamino, Justina, Júlia, Felipe, Albertina, Frederico, Maria Agnese, Eugênio Josue, Guerino Santo (que não é o meu pai, é tio dele).   Quase um século e meio de vida brasileira, com seus descendentes espalhando-se, no ínicio do Século XX,  pelo Oeste de Santa Catarina, depois pelo Paraná e, em seguida, por muitos estados brasileiros e mesmo pelo exterior, na Europa e nas Américas.

          Relatos nos dão conta de que nosso bisnono  Paschoale naseu em 18 de abril de 1843, em Cesiomaggiore, na Itália, e faleceu em 18 de abril de 1910, tendo chegado em Caxias do Sul provavelmente em 18 de janeiro de 1877.

           Falantes, sorridentes, carismáticos, gostam de uma alegre cantoria e de um bom vinho. E foi em clima de alegria,  desde a sexta à tarde, quando fomos recebidos pelo primo Celso Richetti no salão paroquial da Igreja Matriz de Paraí, até o fim de tarde de domingo. Uma deliciosa sopa de anholini,  com vinho Cabernet Sauvignon produzido pelos Irmãos Richetti, de Linha São Luiz, Paraí, "esquentaram" a noite. Filhos de Severino Richetti e outros nos animaram com sua cantoria. Jantamos, eu e meu irmão Hiroito, com o pessoal do Tio Vitalle, de Capinzal e Ouro,  sendo uma alegria revermos a turma, capitaneada pelo Sérgio "Van Johnson", o Riqueti da Churrascaria, de Capinzal.

          Hospedados no Hotel Katedral, já ali reencontramos a turma de Cascavel, pouco mais de 4 dezenas de Richettis & Riquettis. Divertidos e simpáticos, já foram nos provocando a sediarmos  a "Quarta Richettada",  em Capinzal e Ouro, o que foi confirmado na tarde de sábado. Nossa turma assumiu o compromisso de editarmos a festa por aqui em dois anos. Vamos nos organizar , sob a coordenação do primo Maicon, para que nossos parentes possam divertirem-se muito bem aqui também, em 2017.

          A celebração da Santa Missa foi muito bonita. Igreja cheia, com dois celebrantes, ofertório e cantos bem arranjados e entoados, equipe litúrgica bem preparada, o brasão da família diante do altar, as bandeiras das delegações postadas nos mastros ao lado do altar. Irmã Gentila Richetti, uma pessoa simpaticíssima, conduziu a imagem de Nossa Senhora pelo corredor central, colocando-a no altar. Foi um momento de muita emoção, que nos contagiou a todos.

         Após a missa, a foto oficial do Terceiro encontro da Família Richetti, na escadaria diante da Igreja. Mais de 500 Richettis participaram do evento, muito bem organizado pela Comissão Organizadora local. Conversamos muito com primos e primas, vimos o tio Victório, 88 anos,  se reencontrar com seu primo João, o Joanim, filho do Egídio, 85 anos, casado com Madalena Canali, moradores de Paraí.  São  os dois mais idosos que restam dos descendentes de Paschoale. Uma motivação a mais vermos ambos se reencontrando.

         Após o almoço,  foram apresentadas mídias com a historia da família, uma performance do humorista Edgar Maróstica e ainda danças pelo grupo CTG lços da Amizade, que nos brindou com coreografias perfeitas.

          Participar do Terceiro Encontro da Família Richetti foi uma grande alegria. Conheci muitos primos, conversei com pessoas de todas as idades, revi alguns que eu não via há muito tempo, conheci um pouco mais de nossa História, algumas cidades da região de Paraí,  onde moram muitos de meus primos, em que se concentra a maioria dos descendentes de meu bisnono Paschoale.

          Obrigado, primos, pela receptividade e pela organização do evento. E que Deus lhes dê muita saúde para que possamos nos reencontrar muitas e muitas vezes ainda.

         Carinhoso abraço em todos!

Euclides Riquetti
03-05-2015

Deixe que eu me perca em seus olhos


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Deixe que eu me perca e seus olhos bonitos
De mar, de pinhão, ou de céu infinito...

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Deixe que eu me jogue em seu corpo atraente
De sereia, de musa, de mulher, de serpente...

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Deixe que eu sinta seu perfume gostoso
De alfazemas, de cravos, de rosas, cheiroso...



Deixe que eu beba de seus vinhos e licores
De cabernet, malbec, syrah, anis e de flores...

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Deixe que eu sorva os líquidos de seu corpo
Deixe-me ancorar neste belo porto!

Euclides Riquetti
01-03-2017

Na subida da maré


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Na subida da maré
Deixei-me levar
Fui buscar os seus encantos
Nas ondas do mar.

Por conta da maré
Comecei a me inspirar
Imaginei lugares tantos
Onde a fui procurar...

Procurei nos pensamentos
Nas florestas e gramados
Senti o seu corpo  nos ventos
Deliciosamente perfumados.

Na descida da maré
Você foi embora
Foi pro sul se esconder
Nas lembranças de outrora...

Foi como os sonhos vividos
De quem deseja e quem quer
Sonhos de hoje, sonhos antigos
De menina mulher!

Bem assim, apenas assim!

Euclides Riquetti
12-12-2015

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Aliança, pentacampeã do carnaval de Joaçaba





Foto: Portal Éder Luiz


       A Aliança sagrou-se campeã do carnaval de Joaçaba e Herval d ´Oeste, edição 2017. O desfile da verde e branco foi primoroso, embora o das outras duas concorrentes, Unidos do Herval e Acadêmicos do Grande Vale fossem de alto nível também.

         As escolas obtiveram a seguinte pontuação:

Primeiro lugar: Aliança, com 157,3  pontos
Segundo lugar: Unidos do Herval, com 156,6 pontos
Terceiro lugar:  Acadêmicos do Grande Vale, com 153,3 pontos


Unidos do Herval - foto Portal Éder Luiz

Joaçaba: desfile da Acadêmicos do Grande Vale tem tom ecológico e celebra o planeta água Betina Humeres / Agência RBS/Agência RBS

Acadêmicos do Grande Vale - foto: D´C

O carnaval foi um sucesso, mesmo com as dificuldades financeiras verificadas e a ausência de recursos do Governo do Estado.

Esperamos que a Vale Samba volte em 2018, pois a rivalidade é um fator de grande motivação para as torcidas.



Euclides Riquetti
28-02-2017

Eu queria saber o que seu coração sente





Eu queria saber o que seu coração sente
Quando você se lembra de mim
Se há a dor de um amor ausente
Ou nada mais resta, nada mais, enfim...

Eu queria saber se há alguma razão
Algum motivo simples, aparente
Algo que pode lhe tirar o chão
Ou você não me quer mais, simplesmente...

Eu queria saber, apenas por saber
Se o seu coração ainda tem sentimentos
Ou se resolveu apenas me esquecer
 Para ativar ainda mais meu sofrimento...

Eu queria saber se é apenas bem assim...

Euclides Riquetti
28-02-2017








De repente, uma saudade...



De repente, me bateu uma saudade...
Não sei de quem...
Não sei de onde...
Não sei por quê...

Acho que é o clima de Natal...
Que amolece o coração dos rudes...
Que enternece a alma dos brutos...
Que desperta a sensibilidade
Em tempos de fraternidade!

De repente, me bateu uma saudade...
Um sentimento que não se explica...
Que não se define...
Que não se reprime...
Que vem e que fica!

De repente, bateu uma saudade...

Acho que são os anos
Que nos fazem somar lembranças...
De nossos tempos de criança...
Mas que nos fazem sentir saudades!

Saudades de ti..,
Saudades de mim mesmo...
Saudades...
Apenas saudades!

Euclides Riquetti

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Bituruna faz bonito no carnaval de Joaçaba

         Joaçaba: Aliança busca o penta em desfile luxuoso sobre jóias preciosas Betina Humeres / Agência RBS/Agência RBS
Foto Agência RBS/SC

          A cidade de Bituruna, Paraná, fez bonito no carnaval de Joaçaba, neste ano de 2017. A delegação veio a convite de nossa amiga Leonor Possamai Heberle, a Lola da Aliança, quando naquela cidade estivemos com um grupo de joaçabenses, hervalenses e luzernenses, no início de outubro do ano passado.

           Num jantar no Restaurante Bepponi, em Bituruna, onde se come deliciosa comida italiana e se bebe bons vinhos daquela terra, a Lola convidou a primeira dama Adriana para participar de nosso carnaval e não deu outra: 48 mulheres bonitas, daquela cidade sul paranaense, ajudando a Escola Aliança a brilhar na Avenida do Samba, em Joaçaba, no domingo, 26.

        Já no sábado, à  tarde, recebemos o casal de amigo Jairo Ravanello, presidente do Conselho Municipal de Turismo de Bituruna e proprietários da Bitur - agência de turismo com filial em Porto União. Recepcionei-os no Hotel Joaçaba, depois levei-os a conhecer a avenida do samba,os dois campi da Unoesc, o mirante de Frei Bruno e os barracões da Aliança. Terminamos com um chimarrão em nossa casa, e um bom papo.

        No domingo, recebemos o Prefeito Claudinei Castilho, (Neguinho), coma Adriana; o Vice Rodrigo Marcante, com a Raquel; e o Presidente da Câmara, João Marcel Nhoatto, com a (?)   Ganzer, que tem parentes aqui em Erval Velho. E, ao final da tarde, um ônibus da Bitur, com mais 46 mulheres biturunenses, que levamos até o restaurante da Família Manfroi. Depois, conduzi o Jairo, o Prefeito Neguinho e o vereador Nhoatto até o interior de Lacerdópolis, para conhecerem o sistema de conservação e asfaltamento de estradas daquele  município. Conversamos com o Cláudio Dacaz, Secretário de Obras, que nos explicou sobre como conversam as estradas.

         À noite, levei-os até o camarote da Prefeitura de Joaçaba, onde os apresentei ao Prefeito Dioclésio Ragnini, o Bigode;  ao Vice Jucelino Ferraz; ao Secretário Jorge Dresch;  e aos vereadores Chico Lopes, Ricardo Antonello e Disnéia de Marco. E a alguns jornalistas que cobriam o carnaval, dentre eles o Caco da Rosa, do Portal Caco da Rosa; Jaime Teles, da Rádio Líder; e Marcos Valnei, da Rádio Catarinense.

         Na manhã desta segunda, ás 11 horas, levei o Prefeito Claudinei até o "Bom Dia SC", jornal on line e Tv em internet, para uma entrevista com o Evandro Novak. Neguinho relatou sobre o intercâmbio que estamos fazendo com a cidade de Bituruna e sobre os projetos na área de turismo em sua cidade.

         Os biturunenses compuseram uma ala da Aliança e desfilaram com elegância, ritmo e maestria, ajudando a dar brilho ao nosso carnaval. Em retribuição, estou articulando mais um grupo de amigos para visitarem a Terra do Vinho, ( com 5 cantinas), onde se bebe bem , se come deliciosa comida italiana e se é bem recebido.

          Grande abraço aos biturunenses e parabéns por entenderem da importância do turismo como atividade econômica para nossas cidades.

Euclides Riquetti
27-02-2017

O perfume da chuva


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O perfume da chuva que cai, transparente
Que perfuma o ar que entra pela janela
Me envolve em devaneios e me revela
Uma doce nostalgia a me tomar de repente.

Os odores que por ela são aqui trazidos
Exalados das brancas orquídeas tropicais
Misturam-se em meus sonhos irreais
E desnudam sentimentos nunca sentidos.

E, se por te amar eu sofro muito e tanto
Por te querer eu te quero e tanto te procuro
Seja no dia ensolarado ou naquele escuro
Eu me seguro pra conter meu pranto.

E, se por teimosia ou por obstinação
Eu continuar esperando pela perfumada
Aguardarei por ela durante a madrugada
Quero que volte ao seio de meu coração.

Euclides Riquetti
27-02-2017

O primeiro vento...



O primeiro vento que roçou meu rosto
Trazendo-me um doce bálsamo floral
Veio para se impregnar no meu corpo
Na manhã de sol e de um mar colossal.

Veio suave e  me trazendo as gaivotas
Com seus gemidos e os seus planares
Olho, no oceano, as distantes ilhotas
E voa meu pensamento sobre os mares.

O mesmo lufar que me traz saudosas
As lembranças que me fazem feliz
Traz-me também a energia prazerosa
Que me impele a te querer e sentir.

Então, enquanto contemplo a calmaria
E me transponho pelo azul celestial
Eu me perco na nave da nostalgia
E busco te encontrar no espaço sideral!

Euclides Riquetti
11-12-2015

O Sucesso do Carnaval de Joaçaba

           


            As noites de sábado e domingo, 25 e 26, foram iluminadas pelo brilho dos componentes das três escolas de samba de Joaçaba e Herval d ´Oeste, que desfilaram pela Avenida XV de Novembro, em nossa cidade.
Joaçaba: desfile da Acadêmicos do Grande Vale tem tom ecológico e celebra o planeta água Betina Humeres / Agência RBS/Agência RBS

Acadêmicos do Grande Vale

         No sábado, a Acadêmicos do Grande Vale e a Unidos do Herval esbanjaram ritmo e alegria na avenida do samba. No domingo, a Aliança levantou sua torcida nas arquibancadas e camarotes, brindando o público com seu costumeiro carnaval de alto nível e muito luxo.
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Unidos do Herval (foto G1- Globo)

         Na Arena Skol, do Carnafolia, em média 7.000  foliões por noite divertiram-se a valar, na Praça da Catedral. O Carnafolia iniciou-se na sexta e vai até a noite de terça-feira. No domingo à tarde, houve carnaval infantil no local.

         Pouquíssimas ocorrências foram verificadas durante os 3 primeiros dias de evento. O trânsito, com muitas alterações, não esteve caótico. É que as pessoas daqui, e mesmo da região, acostumaram-se a deixar seus carros fora da área central nos dias de carnaval, evitando transtornos.


Foto: Portal Caco da Rosa

         No desfile da Aliança, tivemos a presença de uma delegação de Bituruna, Paraná. Vieram a convite da Lola Possamai Heberle, como resultado de nosso intercâmbio com Bituruna e Faxinal do Céu. Nós viajamos para aquela região, mais Porto União da Vitória, e eles vieram para retribuir. O prefeito Claudinei Castilhos e a esposa Adriana, o Presidente do Conselho de Turismo, Jairo Ravanello e a esposa Rosane, ( da Bitur), mais o Vice Rodrigo Marcante e o Presidente da Câmara, João Nhoato, com as esposas, estão hospedados no Hotel Joaçaba, aqui perto de casa. No sábado, encontrei-me lá com o Santin Roveda, jovem prefeito de União da Vitória, e a esposa.

        Sobre a participação dos biturunenses no carnaval de Joaçaba, referir-me-ei em texto próprio, ainda hoje.

         Euclides Riquetti
27-02-2017

         

Talvez da Torre Eiffel...


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Que tal subirmos a torre infinitamente alta
E olhar para o horizonte na tarde de céu anil?
Que tal olharmos para as luzes da ribalta
E nos deliciarmos com a noite fresca e gentil?
Ou, da Torre Eiffel, admirarmos a cidade em calmaria
Depois dos desatinos que a assolaram no outro dia?

Importa, sim, olharmos para a mesma direção
Sentirmos no coração a saudade ou a alegria
Sentirmos,  em cada momento,  uma terna emoção
Um doce lembrar, uma doce nostalgia...
Ou, se olharmos para planos diferentes
Recostarmos nossos corpos efervescentes!

E, se não houver um tal que muito importe
Que não haja nada que possa nos entristecer
Se não houver uma emoção terna, mas muito forte
Que haja um piano a nos brindar e a nos sorver
Com as melodias dos cancioneiros universais
Pra que nosso amor não morra  jamais!

E, como diria Lennon: Living life in peace, you too!

Euclides Riquetti

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Cuide de seus sentimentos


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Busque dar sentido aos seus sentimentos
Dê-lhes a solidez de que tanto precisam
Enseje para que eles não se tornem um tormento
Faça-os fluírem em direção à vida.

Busque fortalecê-los em plena abundância
Canalize-lhes energia que lhes dê alento
Faça com que se nutram de doce fragrância
Cuide por demais se seus sentimentos.

Libere-os das amarras que  tanto  a torturam
Mergulhe num mar de novas possibilidades
Dê o grito de liberdade que seu  coração precisa
Para que possa encontrar um amor de verdade.

E ser feliz!

Euclides Riquett

História de "Tchê", o pescador!


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          O Tchê era uma figura muita conhecida em Ouro e Capinzal. Era um homem de tez morena, tinha como nome Laurindo, acho. Mas, conhecido mesmo, era por "O Pescador Tchê". Por que "Tchê"? você pode perguntar. Ora, porque esta era a expressão vocativa predileta dele, equivale ao tchô, ao chê, aqui do nosso Sul, que os urbanos de nosso Sudeste chamam de "cara", os britânicos e americanos de "guy". Parafraseando o Obama:  O "Tchê", sim, é o Cara!

          Pois nosso Tchê era uma figurinha carimbada no ambiente pesca. Conhecido nas voltas e travoltas do Peixe. Até as pedras o conheciam e respeitavam. Simplório, calmo, tinha uma bicicleta bonita, reluzente, com espelho retrovisor preso ao guidom.  E uma buzininha tipo fom-fom, que usava para fonfonar para as crianças onde passasse. Andava a uns dez por hora, mas tinha muito cuidado para não atropelar ninguém.  Morana na "Rua do Cemitério", em Capinzal. E  sempre viveu de pesca. Dizem que foi o primeiro a obter "carteirinha de pescador". E, o forte dele, mesmo, era a linha de mão. Sabia "sentir" o peixe chegando no anzol. Farejava cardumes, não sei se pelo movimento das nuvens, do sol ou das águas. Conhecia todos os segredos do Rio do Peixe, desde o Poço dos Moresco, ali logo acima da Siap, passando pelos dos Campioni, pela Ilha, pelo da represa dos Zortéa, até chegar no do Zuchello. Conhecia cada barranco, cada sarandi, cada angico, cada guaviroveira, cada caneleira, cada pinheiro e cada cedro que houvesse numa extensão de uns oito quilômetros, em ambas das margens do Rio do Peixe.

           Com o tempo, já maduro, foi morar no Parque Jardim Ouro. Era apadrinhado pelo Werner da Silva, pelo Luiz Bonissoni e outros. Mas, com o tempo, com a morte desses, foi fincar morada lá na Linha Savóia, bem na margem do rio. Tinha uma casinha, um bote, e um pequeno arsenal de pesca. E um cachorro, pra cuidar da casa.  Dizem que ele ia pescar lambaris com o Armando Viecelli e, era tão amigo do mesmo, que quando este  se distraía, o Tchê tirava punhados da própria sacola  e jogava na vasilha do Armando, sem que ele percebesse.  Quando iam embora, tinham uma quantidade parecida. Mas a proporção de fisgada era mais ou menos de cinco por um. Em favor do Tchê, é claro. Mas ele não contava isso pra ninguém, não era de contar vantagem.

 Uma vez fui lá visitá-lo, convidá-lo para que fosse palestrar para estudantes, para explicar sua profissão e sua arte. Recebeu-me muito bem. Estava lá, isolado, numa curva do Rio do Peixe, mas feliz, Lá, no começo do território do Poço do Zuchello. Sabemos, todos, que era tão habilidoso e sortudo na arte de pescar, que as pessoas chegavam ali, colocavam linha ou caniço perto da dele, e nada. Mas, na dele, sempre vinham os melhores, mais bonitos. E , os seus segredos, duvido que os tenha ensinado para alguém...

          Contam muitas histórias sobre ele. O Barzinho, Aderbal Meyer, era expert em inventar histórias de pescador e atribuir os feitos ao nosso Tchê. As histórias que o Barzinho contava, e que encantavam todos os que o ouvissem, eram sempre muito engraçadas. Lembro de uma delas em que relatava o esforço do nosso Tchê  para retirar um serpelo de um exemplar de Dourado do Poço do Zuchello:  "... e aí, não é que o bicho me judiava um monte, tchê?! Eu ia dando uma corda pra ele, depois puxava um pouquinho, despois soltava de novo, que era pra mor de fazê o bicho cansá. E, despois dele cansado, eu ia puxando até trazê  ele pra cima do bote. E num é que ele vinha tudo suado, tchê?!" Suava o Laurindo,  fora,  e suava o peixe dentro d´água...Saía todo suado".

          Pois agora temos muitos pescadores ainda por aí... Tem o Bruno Fávero, O Hilário Lemes, popular Hile, o Deonir Biavatti, conhecido como Becão, e tem muitos outros. Mas não sei se algum deles herdou a manha do Tchê! O Tchê foi como o Roberto Carlos: "Sempre imitado, mas nunca igualado"! Ele tinha a determinação de Alexandre Magno, a impulsão de nossa Natália Zílio, a habilidade do Neymar, os cabelos do Tarcísio Meira, a ginga e a energia de uma funkete, mas só ele era nosso Pelé  da pesca: Laurindo, nosso Pescador, nosso Tchê, nosso Pelé das pescarias.

Euclides Riquetti
15-06-2013

Preciso de você

 

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Preciso de você, incessantemente
Para melhorar o espírito e meu astral
Para poder me perder, perdidamente
Preciso de você no meu mundo real...

Preciso tanto como preciso da água
Como preciso do ar para respirar
Preciso de alento para minhas mágoas
Como a vela do vento para singrar...

Preciso, sim, e isso é incontestável
É definitivo, não entra em discussão
Preciso do abraço suave e agradável...

Ah, como eu preciso e eu quero ter
Todos os afagos ao meu coração
Ser feliz é amar, ser feliz é viver!

Euclides Riquetti
18-11-2015

Como se não existisse paz!


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O mundo está virando... já virou
E ficou virado!
Parece-me que já não há tantas verdades
Há desamor, atrocidades
E que tudo mudou.
Mutilaram-se as cidades
Apedrejou-se o céu, assassinaram os rios
Indefiniu-se o comportamento
Do tempo.
Ora chuvas descontroladas
Ora assolador estio.

Quisera que houvesse menos tragédias
E que a realidade não seja travestida de comédias.

Quisera que imperasse o senso da honestidade
E que as pessoas agissem com mais seriedade.

Quisera que nascessem flores ao longo das estradas
Mas estas precisariam terem sido plantadas.

Quisera que os males tivessem a devida cura
E que as almas pudessem pintar-se de brancura.

Precisamos que a mão da Divina Providência
Nos abençoe com sua força e excelência
Pois:

É como se não existisse mais amor
É como se não existisse paz!

Euclides Riquetti