No sábado, 23, segundo dia de aventuras em Minas Gerais, fomos conhecer a história de Ouro Preto e Mariana. Levamos pouco mais de hora e meia para chegar na antiga Vila Rica, cidade dos inconfidentes, onde a cabeça de Tiradentes, (após ser enforcado no Rio de Janeiro e tendo seu corpo esquartejado e jogadas as suas partes ao longo da estrada Rio/Vila Rica, em cada povoado por onde os soldados do Reino passassem), foi exposta num poste na Praça Central. Ali, hoje, encontra-se um obelisco, monumento aos inconfidentes que as pessoas comumente chamam de "pirulito" por causa de sua formação estrutural, que se assemelha à guloseima.
Nosso guia, Luciano, profundo conhecedor da História de Minas, também é muito bom proseador e bem articulado. Contava-nos detalhes que a história não nos conta. E, sobre alguns casos, as versões existentes e indicava qual delas se aproximaria da verdade histórica. Sobre os inconfidentes, eu tenho a minha própria, que formei estudando literatura, mais que história: aquele que foi considerado "mártir" foi apenas um cidadão usado pelos amigos para tirarem proveito de uma situação, pagou, como bode expiatório, a conta da rebeldia de todos. Acho que era o menos inteligente de todos e "dançou" porque não sabia se defender...
(Vou abrir um parêntesis aqui: recusei-me a fazer tour em São João Del Rei porque a maior propaganda que fazem de lá é por ser a cidade de Tancredo Neves. Para mim, um oportunista, que aproveitou-se de uma situação política favorável e foi eleito, pela via indireta, Presidente da República. Morreu sem pegar a faixa presidencial, nunca foi empossado, portanto não é "ex-presidente". E ainda nos deixou de herança o Sarney, que afundou o Brasil na inflação e nos desmandos).
De qualquer forma, estar no ambiente onde a inconfidência teve seu palco, é instigante. Ficar imaginando toda a atividade de mineração por lá (que hoje é o principal fator de economia mineira,
mas também o maior desagregador ambiental do nosso País), pode até nos emocionar. Na praça Central, próximo ao obelisco, edificações históricas que valem pela sua arquitetura e pelo capital cultural que ensejam. Um casal bem apessoado cantava música popular e andina, ao sol, no calçadão, e as pessoas compravam CDs deles. Muito talento, valia a pena ouvi-los. Lá vi um cidadão de cor muito clara, bem diferente do padrão mineiro. Abordei-o: era gaúcho de Antônio Prado, estava fazendo turismo de carro, com a família. Entoei: "Eu sou lá e Antônio Prado... vivo triste, amargurado, pois não tenho um caminhão! mas com a safra da uva, este ano a coisa muda e compro um diabo de um filtron". Rimos, pois ele bem conhece a música do Valdir Anzolin, canto de Veranópolis que já fez muito sucesso na região Sul.
Depois de travar conhecimento, e de ter visitado uma mina de ouro antiga e estreita, onde penetramos por 165 metros em seu interior, e conhecemos a Igreja de Nossa Senhora do Pilar, fomos almoçar.
Bem, vou dividir meus apontamentos em partes, para não me estender. Ficam convidados, leitor, leitora, a acompanharem minhas próximas crônicas, onde relatarei sobre o assunto. Abração!
Euclides Riquetti
31-01-2016