sábado, 25 de junho de 2016

Quanto vale a experiência? - (Algo de União da Vitória, Zortéa, de Capinzal, e de...)

 

 


 
Grêmio Esportivo Lírio - Zortéa - SC
 
         Sempre tive em mim que a experiência é um fator  fundamental em tudo. Quando era jovem ia jogar futebol e, sendo magro e alto, corria muito. Chegava à bola antes que os adversários. Mas, de posse dela, queria me livrar, pois tinha receio de que ma roubassem. Então dava chutões para a frente.

          Nos tempos do Grêmio Lírio, em Zortéa, comecei a jogar futsal junto com os colegas do GEMCRA (Grêmio Esportivo Major Cipriano Rodrigues Almeida), de nossa escola. Dois professores, eu e o Izaías Bonato. E alguns jovens, nem todos eram nossos alunos. Lembro do "Baxo"  (Leonildo de Andrade) e o irmão dele, Preto;  havia o Tarugo (Ulisses Gonçalves)  o Nene, irmão dele.  Eu tinha 24 anos e me achava velho. Era reserva. Um dia entrei ao final e dei dois passes perfeitos: foram dois gols e viramos para 2 a 1. Passei a ter confiança e a jogar bem. Mas,  no futebol de campo,  ainda era de me livrar da bola.

          Melhorei isso quando o Sady Brancher virou treinador do Grêmio Lírio. Ele foi um grande jogador do Arabutã FC em Capinzal, nos tempos do Campo Municipal, ali no centro da cidade. Viu-me no futsal e me convidou a treinar no campo. Eu era firme na marcação e desarme. Colocou-me na lateral direita. Joguel na posição por mais de 20 anos. Aprendi a dar os passes certos, a reter a bola e a bater escanteio na ponta esquerda, em curva. Eu resistia mais no gramado com 40 anos do que quando tinha 18, pois aprendi a dosar a energia e a distribuir melhor o jogo. Passei a valer-me da experiência!

          Na semana passada,  fui a uma borracharia para ver o que vinha acontecendo com um pneu do carro de minha filha. Estava anoitecendo e indicaram-me uma que atende depois da hora, ali na entrada da Vila Cordazo, em Joaçaba. Cheguei lá e havia um senhor moreno, de pequena estatura (do tamanho do Pedro Lima, nosso boiadeiro de Ouro e Capinzal), cabeleira cheia e se agrisalhando. Aparentava mais de 60 anos, o que vi confirmado adiante. Descobri que era irmão do Alduíno Silva Amora. Enquanto ele e o filho iam concluído o serviço já iniciado em pneus de duas motos, fui conversando e tentando descobrir fatos sobre a família deles. O Amora foi um dos pioneiros do Bairro São Cristóvão, em Capinzal. Adquiriu uma área onde era uma casa do pomar do saudoso Ermindo Viecelli e estabeleceu-se com sua "Recauchutadora Amora". De  origem humilde, trabalhou como borracheiro em Joaçaba e teve a visão empreendedora de estabelecer-se em capinzal, bem no local que mais cresceu nos últimos 30 anos, próximo à antiga Perdigão, agora BRF.

          Fiquei muito amigo dele quando eu era Presidente do Conselho da Paróquia de São Paulo Apóstolo, em Capinzal. Se precisássemos, nos trazia 20, 30 homens de confiança para prepararem o churrasco. Foi uma das mais fortes lideranças da história de Capinzal, embora não tenha vivido muitos anos. Numa das enchentes do Rio do Peixe, possívelmente em 1989, o Amora foi visitar uma filha em Lacerdópolis. Ao voltar, na ponte sobre o Rio lajeado dos Porcos, ali na propriedade dos Tessaro, na divisa entre Ouro e Lacerdópolis, a água havia passado sobre a ponte. Deixou a caminhonete no lado de Lacerdópolis e atravessou o pela água. Adiante, um Km mais ou menos, a então Rodovia SC 303 tem uma baixada onde sai uma estrada de chão para o Ramal Lovatel. O asfalto estava com mais de um metro de água e com correnteza. Três dias depois de dada sua falta, quando o rio baixou seu nível, foi encontrado lá, na sarjeta da rodovia, sem vida. vestia blusa de lã tricotada e botas de couro. No barranco, as marcas dos dedos das mãos tentando subir, salvar-se, mas não foi possivel...  Algum tempo depois, nova desgraça: Um incêncio destruiu a Recapadora Amora. (Isso motivou as lideranças a lutarem para a implantação do Corpo de Bombeiros de Capinzal e Ouro).

          Relembramos, saudosamente, com o Sr. Lauri, da família do "Amora". Disse-me que, há três anos, a viúva também faleceu. E que outro irmão também perdeu a vida por afogamento.

          E o pneu? Bem - o pneu - quando percebi, ele já estava afundando-o no tanque de água e mostrando-me que havia um furo por onde o ar saía. Perguntei-lhe por que os outros borracheiros diziam que o pneu estava bem, enchiam-no,  mas em uma semana ficava vazio, e ele respondeu-me: "É que a piazada nova coloca trinta libras e põe pra ver onde está vazando. Eu coloco sessenta libras. Se o pneu resiste, é seguro e aparece o furo. Depois que arrumo, coloco um "macarrão", baixo para trinta libras e o serviço fica garantido.

          Agora, lembro-me do primeiro dia de meu estágio no Colégio Estadual Túlio de França, em União da Vitória: Saí escrevendo no meio do quadro, não utilizei bem o espaço e coube uma observação do professor Breyer ( o do mel), secundada pelo professor  Geraldo Feltrin: "Cuide da distribuição da matéria no quadro!".

          Trinta e um anos escrevendo no quadro negro e  quadro-verde, mas sempre aproveitando bem o espaço. A experiência, no futebol, no trabalho, e nas emergências, conta muito! Por isso mesmo, não desprezar as pessoas que têm muitos anos de estrada... Ouvir o conselho dos mais velhos e observar como eles fazem as coisas.  Até o sermão do padre fica melhor com os anos!

Euclides Riquetti
20-11-2013

O sabor de te amar em tempos de inverno








Pego caneta,  inspiração e meu velho caderno
Navego pelos ares para encontrar teu rosto
Imagino de teus lábios sentir aquele gosto
O sabor de te amar em tempos de inverno...

Escrevo versos românticos porque eu prefiro
Sou poeta antigo,  componho-te os meus sonetos
Alexandrinos, redondilhas, mas não sou perfeito
Mas é em teu sorriso que eu sempre me inspiro...

Mas se me rejeitas  eu já não consigo mais
Me fogem as palavras, me fogem as expressões
E sei quanto se abalam os nossos corações
Porque eu não admito te perder jamais...

Então, que neste inverno de noites tanto frias
Preciso de carinho, afagos, e de teu perfume
Senão eu andarei a esmo como um vagalume
Procurando almas que me devolvam a alegria!

Euclides Riquetti
25-06-2016






sexta-feira, 24 de junho de 2016

Amar você, amar... amar!







Abra sua alma e seu coração
E me deixe entrar...
Quero segurar em sua mão
E levá-la para passear...

Abra, nem que seja só um pouquinho
O tempo suficiente para que em entre
Dar-lhe-ei amor, darei carinho
E você vai ficar contente...

Eu também já abri o meu
Deixei aberto, escancarado
À espera de um convite seu
Porque quero estar sempre ao seu lado...

Estenda-me sua mão suave e cheirosa
Para que eu possa me deliciar
Tocar sua pele olorosa
Amar você, amar..amar!

Euclides Riquetti
24-06-2016






Desnude sua alma





Desnude sua alma, dispa-se de seus conflitos existenciais
Fale com o coração aquilo que seu pensamento lhe dita
Faça com as mãos graciosas  o que sua mente premedita
Como se cada momento que vive não lhe volte jamais.

Desnude sua alma, seu corpo,  e abra seu afável coração
Deixe que eu mergulhe neles com a força de meu ser
Mostre ao mundo as cores da vida vivida com paixão
E que nada pode apagar esse  imenso desejo de viver.

Ou, cubra-se com o manto que esconde todas as inquietudes
No anular-se da vida, na composição de seu grande cenário
No entregar-se aos infortúnios que dissipam as belas virtudes.

Ou,  entre numa redoma do vidro mais espesso e inviolável
No proteger-se contra todo o inimigo de seu imaginário
Mas nunca deixe de ser a senhora do ânimo inabalável.

Euclides Riquetti

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Por do Sol na Praia do Jacaré com Bolero de Ravel





                                                      Por do Sol na Praia do Jacaré

          Na segunda, 06, depois de toda aquela aventura para chegarmos em João Pessoa, chegamos ao Centro histórico da Capital Paraibana às 13 horas. Estávamos ciceroneados pela Guia Turística Raphaella Crasto, que nos mostrou e nos relatou sobre os aspectos mais interessantes daquela cidade.

         Um dos locais mais aprazíveis e que nos despertou muito a atenção foi o Complexo do Centro Cultural de São Francisco, no centro histórico da cidade. Ele  funciona em um complexo arquite-
tônico formado pela Igreja e Convento de Santo Antônio, a Capela da Ordem Terceira de São Francisco, a Capela de São Benedito, a Casa de Oração dos Terceiros (chamada de Capela Dourada), o Claustro da Ordem Terceira, uma fonte e um grande adro com um cruzeiro, constituindo um dos mais notáveis testemunhos do Barroco Brasileiro. Foi tombado pelo Iphan em 1952. Ao ser fundada a igreja era dedicada a Santo Antônio, e aparentemente a troca de nome ocorreu o início do século XX, por força de um costume popular, mas ainda é conhecida também pela antiga denominação.

                                                  Conjunto Franciscano - João Pessoa


        Após o almoço muito delicioso num restaurante em que fomos levados pela Guia, (comida excelente e a bom preço...), com espeto de picanha correndo, fomos para a Ponta do Seixas, o lugar mais oriental do continente americano e, por isso mesmo, do  Brasil. Localiza-se à Leste de João Pessoa, a 14 Km do centro da cidade. Um lugar bucólico, belíssimo e interessante, onde o pessoal tirou fotos com o indicador apontando para o ponto.
        A programação chegou ao ápice com nossa chegada à Praia do Jacaré, no município de Cabedelo, na região metropolitana de JP. Chegamos poucos minutos depois das 16 horas e fizemos um passeio numa barca pelas águas tranquilas do Rio Paraíba, que deságua no mar. Dela, naquela hora, passa-se a avistar o por do sol, olhando-se para o Sudoeste. O astro-rei vai descendo por detrás d uma ilha alongada, até esconder-se. Um casal de cangaceiros, jovem, veio até nós e compartilhamos umas danças com eles. Após  esse feito, um senhor, Jurandy do Sax, vestido em terno branco, navegando num bote a remo pilotado por um homem, executa o Bolero de Ravel. É um espetáculo maravilhoso, dos melhores que já presenciei em minha vida.



                                         Jurandy do Sax executando o Bolero de Ravel

         Por volta de 17 horas, voltamos ao continente, onde um músico, Paulo Barreto,  executava músicas clássicas num violino, sobre um palco. Numa ruela que se alongava, barracas de artesanatos nos ofereciam belíssimas lembranças a preço bom. Na Praia do jacaré, tanto quanto em João Pessoa, notamos que não há aquela exorbitante exploração do turista, como nos outros lugares do Nordeste. É um lugar em que eu voltaria.




          Exatamente às 18 horas, sobe ao palco Jurandy do Sax, executando a Ave Maria. Mais um espetáculo ímpar e impressionante: simplesmente encantador!

         Vale a pena visitar a Praia do Jacaré. Recomento aos leitores!
        
Nossa turma num monumento defronte ao Conjunto Franciscano
João Pessoa - Paraíba
 
 
 
Euclides Riquetti - 24-06-2016
 
 
 

Uma Oração para Evita (Perón)

“Só me casarei com um príncipe ou um presidente”
A frase que a adolescente Eva Duarte dizia quando morava no interior da Argentina.
E acabou casando com Juan Domingo Perón, tornando-o Presidente da Argentina.
Compus esta oração em Buenos Aires, no dia 23-01-2013 - após ter visitado o jazigo
dela na Recoleta.

 


 
 
 
 
Santa Evita de todos os argentinos
Que já protegeste teus pobres descamisados
Cuida bem dos velhinhos e dos meninos
Que foram por todos abandonados
Não te esqueças de todos os oprimidos
Nem daqueles nos combates tombados.

Santa Eva Duarte de Perón
Olha pelas Madres de la Plaza de Mayo
Abre para todos teu coração
Ilumina as noites com teu candelaio
Escuta o lamento de minha oração
Mira os mais  fracos com teus olhos claros.

Santa Evita da Casa Rosada
Estende teus braços sobre  a Recoleta
Repousa teu corpo,  em granitos guardada
Inspira os poetas de todo o planeta:
Que seja  tua gente por ti abençoada
E deixe que no Plata vaguem as barquetas.

Mãe Evita de todos os filhos
Mito que se propaga nos lugares e nos anos
Bela e formosa menina de Junin
Deixa-nos uma história que tanto amamos
Eternizada em  "Não chores por mim..." (Argentina!)
Habitas o coração de todos los hermanos.

E também o meu...

Euclides Riquetti

 (Buenos Aires, 23-01-2013).

O Tchule, o Urco, o Mário Ferro

Minha homenagem aos três amigos... gosto de relembrar...




          No dia em que os brasileiros comemoram o Dia Nacional da Consciência Negra,  minha mente se voltou para alguns amigos com quem convivi e que, ao partirem, me deixaram com muitas saudades. São pessoas que marcaram época em Capínzal e Ouro  pela sua maneira de ser e posso até arriscar a classificá-los como figuras folclóricas: O José dos Anjos, conhecido como Tchule; Vivaldino dos Santos, o Urco; e Mário Borges da Rosa, o Ferro.

          De comum com eles, em alguma época de minha vida vesti a camisa do nosso glorioso  Arabutã FC. Os dois primeiros como jogadores e o último como um aficcionado pelo Rubro da Baixada.

          Conheci o Tchule ainda na infância, tinha um irmão, o Jânio, que chamávamos de "Chefo". O pai deles chegou a aposentar-se como funcionário da Prefeitura de Ouro. O Tchule era uma figuraça. Quando ria, seus dentes brancos eram bem realçados em sua tez morena. Muito simpático, inteligente, habilidoso com os pés, no futebol, e com as mãos e braços no repicar  das baquetas em sua bateria no tempo de "Os Fraudsom". Gostava muito de samba, era muito fera. Trabalhei com ele no Posto Texaco, ali no Ouro, da Família Dambrós. Éramos lavadores e lubrificadores de carros e caminhões. Trabalhávamos muito.

          Jogava no Arabutã, era zagueiro central habilidoso, mas sabia jogar nas outras posições. Quando voltei de União da Vitória e fui morar em Zortéa ele apareceu por lá, no tempo em que estive fora havia jogado no Grêmio Lírio. Na mesma época, a notícia de que foi acometido por uma hepatite que, mal curada, levou-o para o mundo dos mortos. Até hoje guardo seu sorriso bonito e sua maneira educada de resolver as coisas. Uma vez emprestei-lhe minha jaqueta branca e ele me emprestou um de cor gelo, ainda quando lavávamos carros. Era a maneira que tínhamos para ir aos bailinhos...

          Com o Urco, jogamos bola nos veteranos do Arabutã. Além de lateral esquerdo vigoroso, era um bom marcador. Às vezes atuava na zaga. Era também árbitro da Liga e trabalhava no Serviço de Inspeção  Federal na Perdigão, junto com o Bisteca, o Cheiroso e o  Kojak.  Levou azar o amigo, pois foi acometido de Leucemia. Fez transplante de medula óssea em Santa Maria, RS, mas com o tempo a mesma voltou e ceifou-lhe a vida, deixando os filhos, que foram meus alunos na Escola  Sílvio Santos.

          O Mário Ferro foi uma das figuras mais folclóricas que conheci. Só usava camisa de vermnelho encarnado, do Arabutã. Na falta de uma, podia ser do Internacional. Trabalhou na conservação do Estádio do Arabutã, era muito caprichoso. Mesmo depois de sair de lá, defendia o clube e o patriomônio como se dele fossem. Aos domingos, ia a pé pela rua de asfalto, meio cambaleando, e chegava ao campo, ficava torcendo de pé, junto ao alambrado. Mesmo não estando perfeitamente sóbrio, sabia tudo o que se passava no gramado. Reclamava do juiz, lamentava as derrotas e invadia o campo após as vitórias.

          Muitas vezes, no frio do inverno, de madrugada, batia lá em casa. Não queria nada, não entrava, só queria me comprimentar. E perguntava: "Ondé que tão as geminha? Tão durmindo? E a zoinho preto?" Eu ficava um bom tempo lá com ele e ele pegava seu chapéu de aba larga e ia embora. A vizinhança gostava dele, as crianças gostavam dele. De vez em quando filava uma prato de comida na Dona Ézide Miqueloto e depois de brincar com as crianças, a Caroline, a Michele, o Fabrício, o Maxuel, o Felipe, o Júnior, a Evelyn, a Aquidauana e o Thiago,  se mandava. na rua, ia abanando pra todo mundo, conhecia todos e todos o conheciam.  Gostava de ir ao sítio do Nízio Dal Pivo, no Pinheiro do Meio, onde era bem tratado e até ajudava a fazer cachaça no alambique. Viveu a maior parte de sua vida sozinho e, quando foi a Joinville ver uma filha, ficou por lá e morreu. Acho que perdeu seu habitat natural...

          Três pessoas boas, simples, que muito marcaram a vida de muita gente. Que angariaram a simpatia nossa e das pessoas que os conheceram. Então, no Dia Nacional da Consciência Negra, quero homenageá-los, bem como a todos nossos irmãos afrodescendentes. Estejam com Deus, Tchule, Urco e Ferro!

Euclides Riquetti
21-11-2013

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Quando o vento já tiver soprado





Quando o vento já tiver soprado
E levado as folhas que o outono derrubou
Você olhar para ver o que restou
Depois do  inverno rigoroso já chegado...

Quando a chuva já tiver caído
E lavado as cinzas que ficaram
Da queima das ilusões que não prosperaram
E dos corações que jazeram em fogo ardidos...

Quando nossa jovialidade já tiver se ido
E estiver chegada nossa doce velhice
Nos restando apenas uma suave faceirice
Nos rostos que não disfarçam o sofrido...

Quando tentarmos refazer os sonhos concebidos
Mesmo que tudo pareça  destruído pelo tempo
E nossas almas repousarem no relento
Ou se perderem em caminhos desconhecidos...

Ainda haverá um motivo, uma chance
Para que nossas mãos se alcancem
De novo...

Euclides Riquetti
22-06-2016


Dona de mim...






Dona da noite prateada
Enluarada
Dona da noite imaginada
Acalentada
Dona das noites e dos dias
Dona das noites e de minhas poesias
Dos dias encalorados e das noites frias
Dona de todas as noites
Minhas e tuas
Nuas...

Dona das manhãs claras
Das nuvens raras
E das lembranças caras...

Dona das notas das canções
Dos abandonados e dos encontrados
Dos sussurros amordaçados
Dos perdidos ... e de nossas perdições...

Dona...
Apenas dona|
Dona, assim
Dona de mim
Dona do meu livre verso
Dona do universo
Sem fim...
Dona de mim!

Euclides Riquetti

terça-feira, 21 de junho de 2016

Na primeira noite de inverno..







Na primeira noite de inverno, sonhei
Sonhei que o dia era sol
Que a noite era luar
E que eu caminhava na beira do mar!

Na primeira noite de inverno, sonhei
E no meu sonho aparecia
Uma alma idealizada
Que num belíssimo corpo se alojava!

No primeiro dia de inverno veio o sol
E ele me aquecia...

Então a tarde se iluminou
E a noite me esperou
Como esperei por ti...
Mas não vieste!

E eu fiquei a me lamentar...
Só a me lembrar...
E a chorar
Por causa de ti!

Euclides Riquetti
21-06-2016

Uma cabana branca





Transporte-se a um cenário bucólico, silvestre
Árvores frondosas, imbuias, cedros, caneleiras
Palmeiras esvoaçantes, o lufar do ar campestre
Uma cabana branca em meio a muitas laranjeiras.

Imagine-se numa rede, na  varanda bem arejada
Mergulhada em lembrar de meus versos românticos
Olhos fechados, em mil pensamentos embalada
Enquanto me perco nos meus léxicos e semânticos.

Vislumbre um riacho de águas limpidamente claras
Pássaros que se orquestram em harmonia celestial
Flores de beleza infinita, das variedades mais raras.

Sonhe com os momentos mais íntimos e deleitosos
Abrace o meu abraço com seu jeito tão especial
Embale-se nas ondas de meus afagos carinhosos.

Euclides Riquetti

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Uma manhã de inverno

 



 
 
 
Uma manhã de inverno muito fria, gelada
Um sol chegando pra dourar o dia
Uma manhã com branco de geada
Um coração tomado de muita alegria...

Uma canção tocando com belos acordes
Um sonho antigo sendo realizado
Uma canção que embala enquanto dormes
Um cenário antes nunca imaginado...

Um caminhar com vento frio no rosto
Um poemar com rimas cadenciadas
Uma vontade de te ver de novo
Uma saudade sempre, aqui na estrada...

Eu quero apenas te encontrar sorrindo
O teu sorriso lindo
Os olhos com teu brilho..

Eu quero apenas te abraçar agora
Vê se não demora
Preciso ir embora...

Euclides Riquetti
07-07-2015


 

Canção da pequepê (humor poético?)







domingo, 19 de junho de 2016

Tour para João Pessoa, Paraíba, uma aventutra muito doida.


 
Pausa na aventura: Van quebrada defronte à fábrica do Jeep Renegade - Goiana - PE 

                                        Portal na entrada da cidade de Goiana - Pernambuco



          Na segunda, 06, fomos para um tour na Capital da Paraíba, João Pessoa. O passeio foi um misto de doida aventura e de muito entretenimento. A louca aventura deu-se na Rodovia entre Recife e João Pessoa. O dia tornou-se maravilhoso em João Pessoa, culminando com a visita à Praia do Jacaré, em Cabedelo, um ligar paradisíaco do Nordeste, na região metropolitana daquela capital. Bem, vamos por partes. Antes disso...

         Saímos Por volta de 7,30 do Nacional Inn. A van que nos conduzia passou por outro hotel onde apanhou mais seis pessoas.  Eram do Piauí e estavam participando de uma feira para salões de beleza.  E lá fomos nós em direção ao Estado da Paraíba, com destino a João Pessoa. Já na estrada percebemos que o ar-condicionado do veículo estava com problemas. Uma hora e meia depois 7 Km antes da cidade de Goiana, na Rodovia BR 101, bem em frente à fábrica dos Jeeps Renegade, a van começou a perder potência... primeiro foi-se o ar frio e, logo em seguida, parou o seu motor.

          O jovem motorista era funcionário recentemente contratado pela empresa, ainda sem autonomia para tomar decisões. Desci e fui ver se conseguia descobrir qual o problema. Julguei que fosse um cabo da bateria que estivesse frouxo. Pedi-lhe uma chave Philips e tentei afirmar o cabo enquanto ele acionava a ignição: Nada! Começamos a vasculhas e ele me mostrou: "Olhe, foi  a correia!" Estava despedaçada. Perguntei-lhe o que ia fazer e ele disse que chamaria outra van para socorrer. Ele ligava para a empresa e era perceptível que pouca  influência tinha. Perguntei-lhe se a empresa não tinha parceiros nas cidades próximas e não obtive resposta. Disse-me que, em 50 minutos, viria uma outra van para nos socorrer.

          Falei para o cara que, seguramente, o socorro iria demorar. Que  empresa era meio bagunçada, pois no dia anterior já tivéramos problemas com o ar da van. Meus companheiros estavam expostos ao sol sob 34 graus de temperatura. Já eram quase 10 horas da manhã e não tínhamos perspectivas de nada. Já deveríamos estar em nosso destino, João Pessoa.

          Pois que no momento para uma caminhonete cor prata, com dois senhores. O condutor aparentando idade próxima à minha e um jovem. Simpaticíssimo, muito carismático, ofereceu ajuda, disse-nos que estávamos a apenas 7 Km de Goiana, uma cidade com pouco mais de 73.000 habitantes. Perguntei-lhe se havia algum lugar  onde pudéssemos nos abrigar até que o socorro chegasse. Sugeriu-nos irmos a Um Posto BR, ao lado da Rodovia, em Goiana, e que poderia dar carona para 4 de nós.

           Entabulamos uma boa conversação e ele se dispôs levar todos nós na caminhonete. E lá fomos, até o Posto de Combustíveis, aliás, um local muito bem estruturado, com excelente lanchonete e caixas eletrônicos para saques de dinheiro. O cidadão que gentilmente nos socorreu se chama Carlos de Joca, é Vice-prefeito daquela importante cidade. No Posto, as pessoas vinha abraça-lo, devotando-lhe grande respeito e visível amizade. Foi vereador por sete vezes, é Vice-prefeito e deverá ser candidato a Prefeito. Percebi que tem muito jeito para a política. E n os deu um belo apoio!

         Ali no local conhecemos alguns jovens (moças e rapazas), com quem fizemos amizade enquanto esperávamos pela nossa condução, que chegou somente às 11,30. partimos para João Pessoa, onde chegamos uma hora depois, 12,30. Foram 5 horas para uma viagem que deveria durar 1,45. Mas as amizades e a integração com os demais viajores compensou a perda de tempo. Em João Pessoa fomos recepcionados pela guia turística Raphaella Crasto, uma moça muito simpática, bonita e bem articulada. Bem, a continuidade de nossa história você vai saber na segunda parte desta narrativa. Aguarde!

Euclides Riquetti
19-06-2016

Cuide bem das garças




Cuide bem das garças
Que voam por sobre as águas...
Cuide delas com carinho
Pois reabrirão o seu caminho...

Cuide das garças com amor
Pois elas voam no frio e no calor
E, nas tardes cinzentas do inverno
Fazem o voo fraterno...

Cuide das garças como um filho
Príncipe, princesa ou maltrapilho
Cuide das garças em todos os momentos
Pois elas enfeitam o firmamento...

Cuide das garças como cuida de mim
E eu lhe retribuirei bem assim:
Dar-lhe-ei versos compassados
Compor-lhe-ei  poemas encantados...

Cuide delas todas...
E eu cuidarei de você!

Euclides Riquetti
19-06-2016


No solstício de inverno




No solstício de inverno
Quando se puser o sol vermelho
Far-se-á  cinza  o entardecer...

No solstício de inverno
Procurarei por um espelho
Que reflita o meu amanhecer...

No solstício de inverno
Estarei um pouco mais velho
Quando o dia anoitecer...

No solstício de inverno
Virá o frio mais gélido
E eu lembrarei apenas de você...

No solstício de inverno
Simplesmente lembrarei
De você!

Euclides Riquetti
19-06-2016