Dante Alighieri
escreveu, no início do Século XIV, a sua “Divina Comédia”. Dante nasceu em
Florença, na Itália, em 1265 e faleceu em Ravena, em 1321, tendo vivido por 56
anos. É considerado por muitos como o primeiro grande poeta e pensador ocidental.
Escreveu seus poemas em italiano vulgar, pois, à época, os textos, de todos os
gêneros, eram escritos em Latim. Estudei Latim, conheci meu “Latin Basic”,
entre 1972 e 1974, nos meus três primeiros anos de meu curso universitário. Dante:
poeta, político, pensador...
Até hoje lembro
com saudades e muito carinho de meus eminentes professores, principalmente do
sorriso que se estampava no rosto de Francisco Filipak, quando nos falava dos
grandes vultos da literatura mundial. Ou de Francisco Boni, sisudo, mas
simpaticíssimo, que me fazia gostar da Literatura Inglesa e da Norte-americana.
Era admirável ouvir os professores vestidos com terno e gravata, e as
professoras com seus trajes ou vestidos, desfilando seu entusiasmo pela
literatura, a linguística, a jogarem conhecimento ao espaço da sala de aula
para que fosse abraçado por nós.
Vivemos, hoje,
uma nada divina comédia no Brasil. E isso já vem de pelo menos umas três
décadas. Em nome da liberdade de expressão, as pessoas falam as bobagens que querem,
escrevem-nas horrivelmente, acusam sem nenhuma base, desrespeitam os cidadãos
de bem. E isso vem de todas as camadas da sociedade. A começar pela classe
política, que se ofende e agride mutuamente. Autoridades falam o que acham que
devem falar, a imprensa repercute, os comentaristas emitem sua opinião com
pouco fundamento e, muitas vezes sem checarem as fontes das informações que
lhes chegam.
Voltando ao
Alighieri, disse algo assim: “Muito maior é a sede, maior é o prazer em
satisfazê-la”. Ou, “Com aquela medida que o homem usa para medir a si mesmo,
mede suas coisas”. Traduzindo: o ser produz aquilo que ele é!
Pois se
analisarmos o que falam no Brasil, desde o Presidente Jair Bolsonaro, e outros
políticos, (que deveriam ser exemplo para todo mundo), até o cidadão mais
inculto, e compararmos com aquilo que costumamos ler ao longo da História, ficaremos
muito decepcionados. Se dermos crédito a comentaristas “de ar condicionado”, que
nunca andam de ônibus, metrô, ou a pé pelas ruas alagadas e enlameadas das
grandes cidades, acabaremos nos tornando iguais a eles. E, se ficarmos lendo e
acreditando em todas as inverdades que são propaladas através das redes sociais
e mesmo pelos meios convencionais de comunicação, nos tornaremos ridículos.
Então, nos próximos dias, com a animação
das festas momescas para quem gosta, e o descanso para quem gosta de paz e
tranquilidade, façamos aquilo de que mais gostamos, sem prejudicar os outros e
sem provocar danos em nós mesmos. Quem sabe seja um bom momento para
pesquisarmos sobre Dante, Sócrates, Péricles, no âmbito universal, ou Machado
de Assis de Assis e Florbela Espanca, na literatura brasileira e portuguesa.
Um abraço em
todos!
Euclides Riquetti – Autor de “Crônicas de Rio Capinzal, Abelardo
Luz/Ouro e Arredores”