sábado, 16 de janeiro de 2016

O amor sem fim??

 
Apenas um pedaço de papel!
Mas se fosse pintor
Apenas o pincel...
Ou, então, só um violão
Se  fosse apenas cantor, ou se fosse menestrel!

Mas,  para o poeta
Com sua alma inquieta
Apenas um pedacinho de papel.
Branco, quadrado ou retangular
E um lápis para rabiscar
Uns versos com sabor...  de mel.

O poeta busca dentro de si
A força para harmonizar as palavras
E os vocábulos certos
Para compor os versos...

Ah, poeta que brotou de dentro de mim
Eu poderia ter tido outras formas de viver
As minhas epopeias.
Mas fui logo escolher
O desafio às ideias
De propagar, no papel,  o amor... sem fim!

Euclides Riquetti

Onde anda você?



Onde anda você, que saiu a caminhar pelos trilhos dos raios de meu  sol?
Onde anda você, que ainda não disse a ninguém para onde foi e nem quando vai voltar?
Onde anda você, que me fitava com seu olhar de brilho sem igual?
Onde anda você, com seus belos olhos de cor do mar?

Onde anda você, que no meu frágil coração causa turbulências?
Onde anda você, que me encantou  com sua voz e rosto angelical?
Onde anda você, que na minha vida traçou as linhas da benevolência?
Onde anda você, com sua beleza ímpar, beleza sem igual?

Talvez eu possa encontrar você no meio das estrelas que cintilam
Talvez eu possa encontrar você andando nos raios de meu sol ameno
Talvez eu possa encontrar você nas noites de sereno...

Talvez eu possa encontrar você em meio às luzes que ainda brilham
Sim, porque você será o alento para minh´alma tão sofrida
Será, por certo, só você, pois só você será a luz de minha vida!

Euclides Riquetti
16-01-2016

Argentino esquece mulher em posto de gasolina em Passo Fundo

          Uma notícia que fez muita gente rir aqui no Sul do Brasil nesta semana foi a do argentino que esqueceu sua esposa num posto de abastecimento de combustíveis na BR 285, próximo de Passo Fundo. O mesmo voltava de uma praia catarinense e ia para seu país, a Argentina. Isso aconteceu na quarta, 13.

         Vi a entrevista de um dos policiais rodoviários que ajudou a amparar a senhora abandonada. Diz que o argentino parou para abastecer o carro e a esposa estava dormindo no banco traseiro. No tempo em que ele foi ao banheiro, ela saiu do carro e foi para a loja de conveniências.  O condutor retornou ao carro, juntamente com seu filho, deu partida em direção a Ijuí e Sarandi, e não percebeu que a esposa não estava ali. Percorreu mais de 100 Km sem notar nada. O menino, que ia brincando com seu telefone celular,  também não percebeu que a mãe se ausentara do carro.

         O frentista que o atendeu falou que a situação da mulher ficou  desesperadora ao ver que tinha sido deixada para trás. Como seu celular ficara no carro, não tinha com lhe telefonar, mesmo porque, com o seu nervosismo, não conseguia lembrar do número do fone do marido. O frentista acionou a Polícia Rodoviária, que acabou localizando o distraído. Quando localizado, voltou e encontrou-se com a esposa num Posto da Polícia Rodoviária. Muito revoltada, deu socos no carro, mas, com o tempo, conseguiram acalmá-la. E seguiram viagem rumo à Argentina. Ainda bem!

Euclides Riquetti
16-01-2015

Como uma nuvem de chuva...

Como uma nuvem de chuva, você passou
Você foi embora, afastou-se de mim
Mas a lembrança, de você,  ficou
Você foi embora, foi  melhor assim?

Não era bem isso o que eu queria
Pois você dizia gostar tanto de mim
Onde foi o sorriso, onde foi a alegria?
Nunca diga nunca, será  melhor assim...

Como uma nuvem de chuva, o tempo passa
O tempo passar é uma verdade, sim
Incontestável, como a árvore da praça
Ficará só a lembrança, melhor assim...

O mundo é tão grande, ele dá tantas voltas
O mundo girar, é uma verdade, sim!
Coração  errante, não precisa de escoltas
Tudo vai virar paz, será melhor assim!

Euclides Riquetti
16-01-2016


sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Num castelo azul


Imaginei-te num castelo azul
Onde bailam valsas e tangos
Onde dançam musas e anjos
No meu castelo branco e azul...

Imaginjei-te num castelo com janelas brancas
Escadarias de mármore e de granito
Que nos levavam para o infinito
Além das paredes azuis e das janelas brancas...

Imaginei-te num castelo de telhados risonhos
Arquitetados para nos cobrir na noite e proteger das chuvas
Ladeados de vinhas da mais cândida das uvas
Cobertos prateados e altos, em nosso castelo de sonhos...

Imaginei-te com teu sorriso belo e franco
Com teu olhar de menina amedrontada
Com teu corpo de mulher desejada
Com quem me perco no lençol macio e branco...

Encontrei-te e me perdi em ti e no teu corpo formoso
Encontrei-te no sonho e acordei esperançoso
De te ver de novo!

Euclides Riquetti

In medio virtus - o epitáfio de meu pai!


"A virtude está no meio" - o Epitáfio - para relembrar de meu querido pai!

          Quando, em minha juventude, entrei para o curso de Letras da Fafi, em União da Vitória, depois de ter vivido toda minha vida em Ouro e Capínzal (só fui conhecer Joaçaba aos 16 anos), fiquei deslumbrado por estar numa cidade maior que a minha, ter feito muitos novos amigos e colegas. Minha Lee,  meu  Samello e meus cabelos longos  me levavam para lugares que até então  eu não estava acostumado a frequentar. Era um mundo novo e poucas pessoas eu conhecia naquele lugar. Meus primeiros meses se resumiam a ir para a aula à noite, estudar um pouco durante o dia, assistir aos treinos do Iguaçu e, aos finais de semana, junto com o colega Samonek, irmos explorar alguns lugares e tirar umas fotografias, tipo ao lado de aviões  no Aeroporto José Cleto, no monte do Cristo, ou andar pelas redondezas do Iguaçu. Também algumas incursões em bailinhos nas cidades e comunidades dos arredores faziam parte de nossa agenda de final de semana. E, no domingo à tarde, dançar no "25".

          Como minha família não tinha telefone, minha comunicação com casa se dava por cartas, que eu escrevia semanalmente e obtinha resposta em no máximo 10 dias. Minha mãe aderira ao costume de escrever, tornou-se até hábito. Eu escrevia relatando minhas "façanhas", com o entusiasmo de quem via em tudo novidade. Meu pai ficou preocupado com o que eu escrevia e pensou que seu filho regrado poderia estar se enveredando por caminhos tortuosos e, na dúvida, escreveu-me uma cartinha, que carinhosamente veio no mesmo envelope que a de minha mãe. Poucas palavras, praticamente um bilhete, em que se sobressaía uma frase: "In medio virtus".

          Como vinha estudando Latim e até já havia comprado um dicionário, busquei entender aquilo. (Naquele tempo não existia google,  e  Barsa só algumas escolas tinham). Confesso que o Latim não era meu forte nem minha matéria preferida, apenas me esforçava para obter a média exata para ser aprovado sem Exame Final. E não entendi direito o que ele queria dizer, embora a tradução eu tivesse conseguido: "A virtude está no meio". Fiquei a matutar, matuto que eu era, com dificuldade para pronunciar os "erres" adequadamente e outras inconveniências fonéticas. Mas não cheguei ao objetivo do "meu velho".

          Com o tempo, numa de suas raras visitas, perguntei-lhe o que quisera dizer com aquilo e ele me respondeu: "Primeiro,  queria fazer você buscar respostas por si mesmo e, segundo, quis dizer-lhe que não é pra você ser muito "prafrentex", mas nem ficar atrás dos outros. Não queira ser um adiantado mas também não seja um atrasado, busque o meio termo".

          Somente os anos vieram a me elucidar bem isso que no princípio me pareceu uma muito enigmática afirmação do filósofo e pensador grego Sócrates, quatro séculos antes de Cristo. A virtude e a verdade  estão no equilíbrio, no meio termo, no desprezo do radicalismo. E entendi que muitos conflitos poderiam ter sido evitados entre os povos se isso tivesse sido levado em consideração. Realmente, nosso triunfo está em parar para ouvir e decidir com sabedoria, ter cuidado no que se diz e se faz, pois nossas verdades não são, necessariamente, as verdades dos outros. Poderia até metaforizar, dizendo que um time de futebol que só tem jogadores habilidosos, mas que pouco correm, não obtém  bons resultados. É preciso que haja nele também aqueles menos técnicos, mas que desenvolvem melhor sua condição física, que correm e se disciplinam taticamente, ajudando os outros, em equipe, a lograrem resultados favoráveis. Ah, também a mescla de jogadores mais experientes com outros mais jovens ajuda muito. E você obtém um futebol de bom padrão, com o time bem postado e organizado.

          Então, a afirmação socratiana é bem atual, revestida de muita  universalidade. E pode ser aplicada numa sala de aula, onde os indivíduos, professores e alunos, são diferentes, pensam diferente e, se bem articulados, podem obter sucesso na aprendizagem e na formação pessoal.

          Em 18 de junho de 1977 perdi meu pai. Tinha 55 anos. Era um professor bem informado, atualizado, inteligente. E, minha forma de eternizar minha homenagem a ele foi mandar produzir uma placa de bronze com sua foto em porcelana, assentada em granito, onde está gravado seu epitáfio: "In medio virtus".

Euclides Riquetti
12-12-2012

Voam as andorinhas


Voam, silenciosas, na noite, as andorinhas
Como a que não querer que as vejamos
Abanam suas asas pequeninhas
Que as sustentam em seus voos calmos e planos.

Voam, silenciosas, sobre os telhados
Sobre os quartos onde dormem as crianças
Vagam  diante das janelas de vidros espelhados
Timidas em seus voares e em suas andanças.

Voam, silenciosas,  as andorinhas singelas
Voam com a delicadeza e a sua sutilidade
Sobre as casas verdes, brancas e amarelas.

E seu voo é como o dos anjos protetetores
Que cuidam dos lares, das praças, e da cidade
Vigiando tudo, nos céus dos esplendores.

Euclides Riquetti

Meus medos se confundem com os teus


Meu primeiro medo: Medo de te perder.
Meu segundo medo: Medo de me perder.
Meu terceiro medo: Medo de não te perder.
Meu quarto medo: Medo de não me perder.
Meu quinto medo: Medo de te perder e não te encontrar.
Meu sexto medo: Medo de me perder e não me encontrar.
Meu sétimo medo: Medo de que nos percamos e não nos encontremos mais.
Meu último medo: Medo de perder o medo.

Não quero que te percas de mim
Não quero me perder de ti
Jamais!...

(Meus medos se confundem com os teus!)

Euclides Riquetti
 
15-01-2016

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

O novo piso salarial dos professores

          O Ministro da Educação divulgou, hoje o novo piso salarial dos professores, que será reajustado em 11,36%, conforme determina o artigo 5º da Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008. O novo valor, $ 2.135,64, vale a partir de janeiro, já. O piso salarial para os professores é o patamar inicial pra profissionais do magistério que têm formação em nível  de Ensino Médio, ou o antigo "Normal". Devo reconhecer que é uma das coisas boas que o atual Governo fez em favor da Educação.

          Em Santa Catarina, o Governo de Raimndo Colombo (PSD-PMDB), achatou a tabela de vencimentos dos professores. Arranjou um jeito para pagar o piso, mas os professores com curso superior se danaram. Ainda, em 2015 não deu nenhum aumento. Colocou um polêmico Plano de Cargos e Salários para votação na Assembleia Legislativa, onde tem ampla maioria, e conseguiu aprova-lo. A descompactação da tabela vai acontecer gradativamente, até 2017 ou 2018, nem sabemos direito sobre isso. Agora, de alguma forma, terá que subir os salários dos professores.  Nosso estado é um dos que estão com as finanças mais organizadas do País, mérito que o Governador e sua equipe têm, uma equipe jovem, capitaneada pelo Antônio  Gavazzoni, rapaz que nasceu ali na divisa entre o Ouro e Jaborá e que tem parentesco estreito com as famílias Fávero e Bortoli. Graduou-se em direito pela UNOESC de Joaçaba.

          Uma grande parte de nós, professores, achamos que o Governador Colombo nos sacaneou bastante. Agora, vamos ver o que vai acontecer. Nosso estado, Santa Catarina, tem em sua folha de pagamentos muitos aposentados dos três poderes, inclusive parlamentares e ex-governadores, que ganham muito acima do que o próprio Governador. Vícios da Lei, irresponsabilidades da classe política, de ex-governadores e de legisladores que legislaram em causa própria e deixaram o Tesouro estadual comprometido. Enquanto isso, professores, policiais e servidores da saúde sempre ferrados. A extinção das famigeradas "Secretarias Regionais", (36...que loucura!), foi uma atitude positiva de Colombo. mas só fez isso epois que o criador, Luiz Henrique da Silveira, veio a falecer. Atrelamento político, et cetera!

          A Educação é o caminho mais curto para que se resolvam os problemas sociais e mesmo econômicos. O Poder Público deve pagar bem e cobrar a eficiência dos servidores.

Euclides Riquetti
14-01-2015



         

       

Poetas precisam de paixão

Poetas precisam de paixão
Precisam de inspiração...
Precisam tanto do ar
Quanto precisam do mar...

Navegam entre a calmaria
E a turbulência...
Rezam a Ave Maria
Com eloquência...

Poetas endoidecem
E até padecem...
Padecem por falta de amor
E do perfume de uma flor...

Imergem nas incertezas
Dos mares bravios...
São capazes de proezas
Que nunca antes se viu...

Poetas anciãos ou meninos
Todos buscam um destino:
Declarar o amor e a paixão
A quem querem de coração...

E eu, que sou poeta louco
Mas não sou herói nem bandido
Dou-te meus poemas todos
Dou-te meu cuore ferido!

Euclides Riquetti
14-01-2016














Preciso do vento que vem do mar!!!


Eu preciso do vento que vem do mar
Preciso da lembrança para me embalar
Preciso do sol nas tardes e manhãs
Preciso de ti nas tardes e manhãs
E no sonho tenro que a noite me traz.

Preciso afirmar minhas convicções
Rever conceitos que me vêm e apago
Conter meus impulsos e frear emoções
Preciso do alento de teus afagos...

Sou como a mão que alinha tijolos
Dispondo-os siametricamente
Como o profeta que prediz os sonhos
Sonhadamente
Como poeta que empilha versos
Livremente, harmoniosamente!

Mas preciso de ti para formatá-los
E só para ti lê-los decerto
E só tu os ouças por certo.
Preciso...

Euclides Riquetti
14-01-2016

Você abusou , a crônica



 
       
          Os anos 60 e 70 foram pródigos em nos oferecer festivais da canção. Muitos cantores surgiram para o estrelato oriundos  dos festivais. De vez em quando me vejo cantando uma  daquelas músicas, como "Caminhando contra o vento...sem lenço e sem documento...

         Pois, na manhã de hoje, povoava minha cabeça aquela canção do Antônio Carlos e do Jocáfi, dupla de participantes do Festival Internacional da canção. Começaram em 1969 e fizeram muito sucesso a partir de 1970. Cantei: "Você abusou... tirou partido de mim, abusou..." E fui buscar a letra completa, que aqui estou colocando: os mais antigos a conhecem, conhecem a melodia. Os mais jovens poderão ver a melodia pesquisando. Letra simples, mas que com excelente embalo melódico, caiu bem no gosto popular:

"Você abusou
Tirou partido de mim
Abusou
Tirou partido de mim
Abusou
Tirou partido de mim
Abusou
Mas não faz mal
É tão normal ter desamor
É tão cafona sofrer dor
Que já não sei se é meninice ou cafonice
O meu amor
Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos
Que não usam o coração
Como expressão

Você abusou ....

Que me perdoe
Se eu insisto nesse tema
Mas não sei fazer poema ou canção
Que fale de outra coisa
Que não seja o amor
Se o quadradismo dos meus versos..."

          Até destaquei, aqui, esta parte tão significativa da letra, pois, em tempos de relações tão conturbadas entre as pessoas, parece atualíssima. Isso não quer dizer que assim deva ser, mas é, de fato, algo muito significativo e que nos remete a reflexões:

É tão normal ter desamor
É tão cafona sofrer dor
Que já não sei se é meninice ou cafonice
O meu amor
Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos
Que não usam o coração
Como expressão

           Ora, pessoalmente, como poeta romântico, ainda considero que o sentimento deve prevalecer sobre os instintos, que o filosófico deve prevalecer sobre o material, que o amor deve sobrepor-se à razão. Mas isso é coisa de poeta...Nem todos pensam assim.

Euclides Riquetti
14-01-2015
 

Meus poemas Hicai


Olhar de janela
Paisagem de imensidão
Riqueza na mão.

Ponte majestosa
Liga cidades irmãs
E almas bondosas.

No vale encantado
Vai o sinuoso rio
Do peixe e do nado.

Natureza viva
Esperança renovada
Verde e colorida.

Dia ensolarado
Vem meu verão, vem meu sol
Alento esperado.

Só não vem você
Acalentar minha alma
E não vem por quê?

Acho que não vem
Porque há um pecado em querer
E culpa também.

Então pensamentos
De dúvidas povoados
Misturam-se aos ventos.

E eu aqui...

Euclides Riquetti

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Fecharam o Hospital de Catanduvas ... apenas mais um!

         É de chorar,  leitores! Na terça, 12, fiscais a vigilância sanitária do estado de Santa Catarina fecharam o hospital da cidade de Catanduvas, cidade distante cerca de 25 Km de Joaçaba. Apenas mais um que fecha as portas em Santa Catarina. Os pacientes foram transferidos para o Hospital Universitário Santa Terezinha, aqui de Joaçaba.

          Fico muito revoltado quando isso acontece, pois significa que alguma coisa está errada com o sistema de saúde de nosso País e de nosso Estado. O Hospital São José, de minha cidade natal,( onde nasceu meu filho), Capinzal, já fechou. O Nossa Senhora das Dores, também de Capinzal, só sobreviveu porque as administrações de Capinzal, Ouro e Zortéa fazem repasses regulares. Minhas filhas nasceram ali.

         Ora, leitores, há uma relação de exigências muito severa da Agência Nacional de  Vigilância Sanitária para que os hospitais possam receber pacientes. Diz um portal regional que uma das alegações foi a falta de nutricionista no quadro de funcionários... Santo Deus!

          Por que não estiveram lá antes, orientando e LEVANDO DINHEIRO para que o hospital possa atender sua população? Sabemos que o Município faz sua parte. Hás umas rusguinhas com a Câmara de Vereadores por lá que a gente não entendeu bem... Não está claro para a população o que realmente está acontecendo.

          Quando vejo coisas assim, lembro de  todas aquelas parteiras que nos "levaram" para nossas mães, e as vizinhas que mataram os frangos e galinhas para que as parturientes tivessem boa alimentação após gerarem seus rebentos, a maneira como éramos criados, sem muita frescura, partos normais e...SOBREVIVEMOS!, fico indignado.   A engrenagem política brasileira, lubrificada por corrupção e chantagens, por aproveitadores, oportunistas e demagogos, por pseudo- intelectuais que se beneficiam das leis, e a sanha arrecadadora, em todos os níveis, está com os dentes se deteriorando. O Poder Público vem fazendo, há muito, aquilo que é de competência do setor privado. Entendo que cabe ao Estado cuidar da saúde, da educação, da segurança pública e da infraestrutura viária. Tudo o mais, mesmo sendo necessário para o andamento das coisas, não pode ser prioritário como a saúde.

          Quando vejo coisas assim acontecendo, como essa de fechar os hospitais, fico imaginando o quanto está torta a vida dos brasileiros!

Euclides Riquetti
13-01-2016

A canção do vento sul


Aqui pertinho do mar azul
Limito-me a olhar com olhos de andorinha
A gaivota que  voa de mansinho
Que pousa na areia branquinha
( É um indefeso animalzinho...)
Enquanto escuto o  murmúrio do vento
Que sopra muito atento
E que vem do sul!

Aqui no mar das palmeiras
Passa a germânica de olhos de cristal
A morena nativa e sensual
A portenha dos cabelos crespos e castanhos
A uruguaia do rosto mais risonho
A mulata de corpo magistral
(Mulheres de todos os tamanhos)
E a as gaúchas mais guapas e faceiras.

E, enquanto me enterneço deliciosamente
Enquanto a água me banha carinhosamente
A canção que o vento sul me traz
Me traz sossego, enseja amor e me dá paz.

Eclides Riquetti

Os zeros nas redações do ENEM e outras vergonhas!

          No último Exame Nacional do Ensino Médio, 53.000 dos estudantes inscritos tiraram nota zero em suas redações. É muito ainda, embora o número tenha diminuído em relação ao ano anterior. Melhorou a capacidade de os alunos expressarem-se nas suas produções escritas? Não!!!

          A forma de avaliação é que mudou. Aliás, maquiar resultados é uma das coisas que o Governo mais gosta de fazer. E isso acontece em todos os níveis, desde lá na esfera federal até nas municipais. É difícil acreditar que escrevem mal? Não!!!

         Ora, é só ver o que escrevem nas redes sociais. Nos comentários dos portais, quanta barbaridade! Além de um péssimo nível da linguagem, um montão de bobagens. Nem o elementar, como utilizar letra maiúscula no início dos nomes das pessoas e outros nomes próprios, até o uso de ponto de interrogação ao final das perguntas. Falta de escola? Não!!! - falta de atenção, boa vontade, falta de seriedade.

          Escolas existem por aí, gratuitas, já faz muito tempo. Não estuda quem não quer. Alegar falta de tempo, isso e aquilo, não é desculpa para nada.

         Por outro lado, temos muitos professores mal preparados. Escrevem muito mal e ainda postam na internet coisas de que deveriam ter vergonha. Claro que os bons leitores, aqueles que leem e prestam atenção naquilo que leem, conseguem expressar-se de maneira decente.

          Os zeros nas notas das redações do ENEM nos envergonham. Assim como nos envergonha o mau comportamento da classe política que destrói o patrimônio brasileiro, a exemplo de nossa Petrobras, que já foi nosso orgulho e agora é nossa maior vergonha , não por culpa de seu quadro técnico, capacitadíssimo, mas por culpa dos aproveitadores.

Euclides Riquetti
13-01-2016

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Vai embora ... (Mimosa)


Mimosa potranca buenaça
Baita chinoca, macanuda, conservada
Tu me levas a afundar-me na cachaça
Mimosa potranca buenaça.

Tu que jogas no meu corpo o vil cansaço
Tu que espantas a tristeza do galpão
Espreitas o manejo de meu laço
Mas recusas entregar-me o coração.

Tu bem sabes que és a dona do pedaço
Sabes ser de qualquer taura a perdição
Teu olhar reprovador é um talagaço
Fere mais do que o tapa de tua mão.

Gauchona pra ti olho e te tenteio
Gauchona olha pra mim, deixa de estória
Vem me abraçar, vem pra mim sem mais rodeio
Vem me querer, ou te pego qua gibóia.

Sou um cabra atucanado e provocado
Pelos olhos da gaúcha mui viçosa
Essa potranca vai levar todo o meu gado
Vai me deixar coçando a pança essa mimosa.

Vai embora, vai mulher de tentação
Vai te  fartar com outro trouxa que não eu
Suma, te percas na cinzenta imensidão
Deixa que a paz venha seivar meu coração.


Euclides Riquetti

Na beira do mar...


 
Fui me pretear
Na beira do mar.
Preteei-me um pouco
Na beira do mar
Pois queria morenar.

Foram sete manhãs
Foram algumas tardes
Sem alardes
Apenas com saudades...

Apenas com a convicção
De que corpo e coração
Poderiam descansar
Na beira do mar.

E me morenei
Quase me preteei
Na beira do mar
Onde havia gavotas brancas
E algumas pardas dentre tantas
Voavam no mar.

Comiam o pão que lhes jogava aquela senhora
Que ali se soleou outrora
Mas que agora
Leva o neto
Esperto
Para ver o mar.

E eu, contemplativo
Fico olhando aquilo
Com a saudade a me  matar
Dos anos que se foram
Passados a sonhar
Vendo a vida passar.
(E melancolia a me judiar)
Na beira do mar.

Euclides Riquetti

Amar: verbo perfeito tão imperfeito!


Não entregue o seu coração por inteiro
Guarde pra mim um pedacinho dele
Quero ser seu fiel companheiro
Quero me alojar, esconder-me  nele.

Não deixe que o maltratem em nenhum momento
Cuide-o com carinho, é seu valioso bem
Não permita que lhe venha o sofrimento
O direito de ser feliz é seu e de mais ninguém.

Defenda o direito dele de ser  amado
E o seu direito de poder sonhar
O direito de amar e de ser amado.

E, que o respeitem se tiver defeito
Principalmente se este for o de  "amar"
Este verbo perfeito tão imperfeito...

Euclides Riquetti
12-01-2016

Viciei-me em você

Viciei-me em você
Deliciosamente
Freneticamente
Viciadamente!

Viciei-me em você
Com toda a energia
Com a sua alegria
Com sua maestria!

Viciei-me em você
Não devia ser assim
Deveria gostar de mim
Gostar, amar,  enfim!

Viciei-me em você
Viciei-me errado
O vicio do pecado
Desalmado!

Deliciosamente
Freneticamente
Viciadamente!

Euclides Riquetti
12-01-2015

A " merda bosta" ou a Poluição em Canasvieiras

         Frequentamos  a praia de Canasvieiras, em Florianópolis, nossa Ilha da Magia, há mais de duas décadas. Frequento-a pelo menos três vezes por ano, ultimamente. Já tenho muitos conhecidos por lá. O Eduardo, o rapaz que usa tênis bonitos e nos atende no Cantinho do Pastel, o Everton, do restaurante Espetinho de Ouro, o pessoal da Contatto e Nó Marítimo; o casal do mercado Esquinão; o Airton e a Carina, da ACP: os pais da amiguinha da Júlia, a Andressa,  e muitos outros. Temos muitos conhecidos, alguns já se tornaram amigos. Alojamo-nos na confortável e moderna Pousada Professora Jéssi, onde nos sentimos em casa.

         Sempre me intrigou, muitíssimo,  aquele tal de Rio do Braz, (que só agora descobri que é um rio), uma verdadeira cloaca, que deságua no Atlântico ali ao lado do trapiche, de onde partem até oito escunas (barcos de piratas), levando os turistas para conhecerem pontos pitorescos, como a fortaleza de Anhatomirim. Para caminhar em direção ao Leste, para os  lados da  Cachoeira do Bom Jesus, as pessoas precisam tirar os tênis dos pés para passar por aquela água extremamente poluída. Os que estão com chinelos ou descalços, depois que passam por ali,  vão lavando os pés e pernas nas águas salgadas para "retirarem as bactérias e outras  porcarias".

         Indo para o sentido Oeste, uns 400 metros antes do fim da faixa de areia, em direção aos pedrões, outro córrego, um pouco menor, mas também de água duvidosa. Para ambos os casos, ficava imaginando que a implantação de passagens com pergolados de madeira tratada, de baixíssimo custo, possibilitariam um razoável conforto para os turistas que frequentam a praia, a maioria argentinos. Imaginava o que seria aquilo tudo na alta temporada, com o esgoto de muitos prédios e casas indo parar nos pés dos caminhantes e no corpo dos banhistas.

        Pois bem! Agora, com as vantagens para os turistas brasileiros e estrangeiros frequentarem nossas praias em razão do câmbio, a fratura foi devidamente exposta: a imprensa está noticiando e mostrando  as reclamações de turistas e mesmo dos moradores de Canasvieiras. E reclamam com muita razão. Agora, mostram que uma enorme quantidade de imóveis não tem ligação com o sistema de esgotamento sanitário coletivo daquele bairro e as bostas e merdas vão parar no Rio do Braz, causando poluição no mar e viroses nos banhistas. A praia está imprópria para o banho!

         Imaginei que,  com a eleição do atual prefeito, (que para mim é do padrão mauricinho), as coisas fossem melhorar. São três anos no Poder e nada melhorou naquele balneário. As autoridades estão deixando de fazer a sua parte, vergonhosamente. Até plantaram uma dúzia de palmeiras e aquelas que não vingaram nem sequer foram substituídas. estão os troncos lá, fincados no chão, para mostrar que um dia ali tentaram plantar uma palmeira.

        O prefeito,  que tenta se mostrar zeloso com o meio ambiente, deveria cuidar do "ambiente inteiro". Que vergonha! Que desastre!

Euclides Riquetti
12-01-2015

Pedi pra garça

Pedi pra garça levar meu recado
De menino travesso
De menino apaixonado
E entregar pra gaivota
Que bronzeia suas costas
Na beira do mar...

Pedi pra garça que lhe dissesse
Que em alguma cidade
Há alguém que não a esquece
Que a ama de coração
Que reza por ela com devoção
Em algum lugar...

E a garça cumpriu com a missão:
Levou o poema do poeta
Para alojar em seu coração!
E o recado mandado
Pelo romântico enamorado
Se espalhou pelo ar.

E todo mundo viu
Todo mundo percebeu
E todo mundo sentiu
Que um poeta louco
Quer pelo menos um pouco
Seus lábios beijar!

Euclides Riquetti
12-01-2016







segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Lembranças dos desfiles de Sete de Setembro

Só lembranças...
          Meu imaginário saudosista me leva de volta à infância em Capinzal. Anos: 1961 a 1964 - Os ensaios de marcha lá no Mater Dolorum, pela Rua Carmelo Zóccoli, em direção ao Sul, para os lados da Pagnoncelli & Hachmann, até as imediações da Fundição. Muitos ensaios, não havia professores de Educação Física ainda. As professoras nos orientavam e as freiras comandavam. E havia o José Carlos Souza que não pisava com o pé esquerdo na batida do Bumbo. A Irmã Terezinha ia à loucura, a professora Marilene Lando tentava insistir para que ele aprendesse. Acho que ele fazia de propósito para zoar com elas...

          Desfile pela Rua Felip Schmidt, no Distrito de Ouro, saindo do Posto de Gasolina que se localizava no meio da Rua da Praia, que depois virou Governador Jorge Lacerda. Indo em direção à Ponte Nova. Havia calçamento apenas até defronte à casa do Amélio Dalsasso. Depois, marchávamos no pó (ou no barro): Soldado que se prezava e amava  o Brasil era corajoso, valente,  e com muito garbo e peito firme marchava, sem olhar para os lados, sem piscar os olhos: "A fronte erguida, o olhar brilhante..." - como no Hino a Capinzal!

          Passávamos pela ponte, dobrávamos à direita defronte ao Cine Glória e íamos até o Campo de Futebol. Ali, um palco especialmente feito com tábuas cedidas pelos Hachmann, os alunos ouvindo os discuros. Uma menina magrela, cabelos escuros, saia azul e camisa social branca com uma logomarca à esquerda, na posição do bolso: BP, de Beliário Pena! A jovem Inelvis, filha do Joanin Serena, lia um texto enaltecendo nossa Pátria, pela qual deveríamos morrer se necessário fosse... E, garbosamente, cantávamos o Hino Nacional.

          Os alunos do Belisário Pena com seu uniforme azul e branco. Num daqueles anos fizeram-lhes umas camisas de brim Santista, azul marinho, com aquelas "golas de padres". O Rosito Masson, o Ademar Miqueloto, O Irenito, o Olino Neis, todos  com aquelas camisas bonitas. Nós, do Mater, também no azul e branco. Mas as Normalistas, ah, essas, sim, com aquelas saias bordô e as camisas marfim/beje, encantadoras. Meu pai, único homem em meio a elas, calça social preta e camisa branca... Mas, muito bonito, era o uniforme do Ginásio Padre Anchieta, com calça social preta ou azul marinho (bem escuro), e aquele uniforme paramilitar, com uns babados na frentes, umas franjas, e  quepe igualmente em azul-marinho. Simplesmente espetacular!

          Todos os estudantes eram obrigados a marchar. Nos anos anteriores ao Governo Militar e também durante. O espírito cívico era algo sagrado que havia em nós. Claro que isso não era unanimidade. Mas havia o respeito pela Pátria em cada um de nós. Podíamos não concordar com os governos, mas queríamos o melhor para nosso país... E querer o melhor para o Brasil era querer o melhor para nós mesmos, nossas famílias.

          E os alunos do Ginásio Normal Juçá Barbosa Callado: Calça de Tergal verde e camisa branca. A maioria pessoas já adultas, que viram no ginásio noturno a oportunidade de estudar. Ah, para todos os uniformes, de todos os colégios, sapatos pretos. Em algumas situações, congas brancas, para algumas alas, especificamente.

          Minhas últimas lembranças de desfiles como estudante me remetem ao ano de 1971, quando concluí meu Técnico em Contabilidade pela então Escola Técnica de Comércio Capinzal: calças pretas e camisa social manga longa vermelho royal. A escola não costumava desfilar, mas convidada que foi, não queria recusar e a sugestão do Diretor Professor Antônio Maliska foi aceita: "Se é para aparecer, então vamos aparecer". E fomos com aquela roupa bem chamativa. Orgulhosos!

          E as fanfarras, muito bem ensaiadas, com os bumbos, caixas, taróis, pratos e cornetas. Lembro, com muita saudade. E, quando vejo fotos antigas daqueles tempos, sinto uma inefável saudade... não sei se dos sentimentos cívicos ou... da força de nossa juventude!

Euclides Riquetti
07-09-2013

A autonomia necessária da mulher

         Sempre fui um razoável observador do comportamento humano. Posso dizer que, por ter vivido um considerável tempo,  já vi de tudo na vida. Vi maridos e namorados desestimulando as esposas (ou namoradas) a dirigirem carros, a estudarem, a terem um trabalho que lhes permita uma independência financeira e outras coisas mais. A autonomia de muitas mulheres vai sendo tolhida com o tempo e, com o passar deste, acabam inseridas num contexto de dependência e até de submissão. As mulheres já são maioria em muitos cursos universitários. Nos de formação para atividades da educação, são maioria esmagadora.

         Mesmo com todo o espaço que é dado ao tema no meio televisivo, especialmente nos debates que proporcionam, a situação de dependência, ou relativa dependência,  é uma realidade gritante dentre os casais. A tolerância exagerada acaba afunilando isso para uma situação nada agradável, nada conveniente para a mulher, que na ordem das coisas acaba fragilizada e com isso dominada pelo parceiro. Mas...

         Mas é sempre,  e há sempre, o tempo para jogar tudo pro alto e começar vida nova.  Claro, dar um basta na submissão! E buscar a necessária autonomia. Ter suas próprias coisas, sem depender do marido, ter uma boa renda e uma previdência que lhe permita viver com dignidade na maturidade ( a parte mais difícil...), ter liberdade para buscar a universidade, os cursos técnicos de formação profissional, poder juntar-se às amigas para comemorações ou simplesmente divertir-se. E dirigir seu carro, ora essa! E, o pior, é que muitas vezes o tal carro foi comprado com o dinheiro da mulher (ou parte dele).

        Minha solidariedade a todas as mulheres que se agigantam para buscar sua autonomia. Parabéns e vão à luta, amigas!

Euclides Riquetti
11-01-2015









Voltar a sorrir...

Hoje eu busquei sorrir um sorriso largo
O sorriso do meu adeus às turbulências
O sorriso que deveria ter recebido afago
De mãos que nos suprem as deficiências.

Talvez não seja aquele sorriso costumeiro
Mas é o melhor que eu posso obter
O sorriso do frágil coração hospitaleiro
O sorriso da estima e do bem-querer.

Mas, se o sorriso que tanto eu procuro
Aquele que quero para encontrar o meu
Esconde-se num mundo triste e escuro
Talvez me seja inútil ir buscar o seu...

Apenas isso...bem assim!

11-01-2015




domingo, 10 de janeiro de 2016

Quando a última melodia...

Quando a última melodia seu quarto invadir
Saindo de detrás das cortinas esvoaçantes
Porque você voltará  de novo a me sorrir
Aquele sorriso belo e angelical como antes...

Quando essa mesma melodia vier a roçar
As maçãs rosadas de seu rosto encantador
E o seu sorriso contagiante  voltar a brilhar
Estarei rezando por você ao Deus Senhor!

Quando aqueles sinos novamente repicarem
Na torre da igreja onde nos encontramos
E a emoção fizer as lágrimas rolarem
Lembrarei dos lugares onde nos amamos...

Porque o amor é eterno e indestrutível
Porque o amor jamais  pode  enfraquecer
Porque meu amor é forte e indescritível
Porque o amor verdadeiro nunca vai morrer!

Euclides Riquetti
11-01-2015





O anjo que te abençoava e protegia...

Nadam os cisnes brancos no lago negro
Sombreado pelas imbuias e eucaliptos
Enquanto acalmo meus anseios e medos
Nos momentos mais cruéis e sinistros...

Miro na água meus olhos em lágrimas
Busco a silhueta do corpo que me tenta
Mas nada vejo além de imagens trágicas
De corações despedaçados pela tormenta!

No arroio que vem da selva e deságua
No mar da intranquilidade obscura
Afogo minhas dores e minhas mágoas
Nas profundezas de minha forte dúvida...

Terei sido eu o algoz que fere e mata
Ou o anjo que te protege e te guia?
Teria sido eu o assassino mais primata
Ou o anjo que te abençoava e protegia?

Euclides Riquetti
10-01-2015


A Casa Grande - a casa das paixões indescritíveis...

        Imagine uma casa grande. Grande pelo número de seus cômodos, grande por tudo o que pode acontecer com ela, por aquilo que pode acontecer em seu interior. Uma casa com jardins de flores amarelas e perfumosas,  gramados verdes da cor da esperança, com janelões altos, envidraçados. As portas com almofadas. Quatro almofadas verticais e uma horizontal, em estilo italiano, bem peculiar ao costume das famílias. Uma casa em que algo tem o formato de um coração, mas não posso precisar qual algo é.

          Mergulho na casa grande como se estivesse mergulhando num vasto oceano. Um oceano de cristais esverdeados. Busco, em cada aposento, perfumes raros e amadeirados que estão impregnados justamente nas madeiras. Cada tábua e cada mata-junta da casa grande têm uma história. Cortinas da cor bordô  que lembram as vestes da dama elegante. Ah, eu queria pintar uma obra-prima em que eu retratasse tudo aquilo que eu quero descrever.

        Na casa grande as pessoas riem, sorriem. Nela eu procuro sorrir o sorriso da mais pura alegria. mas uma sensação de dor e de saudade toma conta de meu íntimo. E procuro respostas: quero saber o porquê... O porquê de minhas aspirações não se concretizarem. Quero saber por que a própria história da casa grande me rejeita. Eu, que sempre a louvei, quis pra mim, desejei, não como um bem material, mas como algo que se queira, fico inconformado.

         Nenhuma distância pode amainar os sofrimentos. Lembranças são  inerentes a quem tem uma história.  Saudades também... Perdas, quando ocorrem, levam ao desespero. A sensação de perda é sempre deprimente e constrangedora. Perdas não têm sentido, perdas geram sofrimentos desnecessários. Que poderiam ser refutados com toda a veemência e com a eloquência dos discurso do orador e os poemas épicos do ultrajado.

          Uma casa grande, mas mais significativa do que as demais. Ruas estreitas, obstáculos, carros caracterizados, pessoas que tomam condução para o trabalho, crianças que se dirigem às escolas, velhinhos que acenam com as mãos já calejadas, com o rosto envelhecido, mas irradiando sorrisos de felicidade. Ah, que in veja! Eu gostaria de envelhecer na casa grande, curtir bem ela, desfrutar de tudo o que ela pudesse me oferecer. Vou lutar por isso, quero viver muito, quero ser feliz. Eu e a casa grande, onde transformarei as dores de minha alma e de meu coração em afagos, apoios, abrigo terno e delicioso. Imperdível!

         Uma casa grande, lembranças de um carro escuro, de perfumes, de ousadias, de temeridades, de certezas que se transformam em incertezas. Uma casa grande. Grande, mas com muito amor, carinho, doçura. Algo para ser eterno, afável, de indizível descrição, mas compreensível. Uma casa grande onde o amor vingará e as mazelas e tristezas irão embora  com os ventos para não mais voltarem. E, sempre que for necessário, um pedido de perdão. Talvez por amar demais essa casa grande! Porque uma casa grande, em algum momento, encantou-me e me traz lembranças!

Euclides Riquetti
11-01-2015


Eu já tenho um violão

Eu já tenho um violão
Tenho também uma musa
Também tenho um coração
E uma mente confusa...

Eu já tenho a letra
Tenho também a melodia
Um alma negra
E muita nostalgia...

Eu tenho disposição
Mas me falta a energia
Sumiu minha inspiração
Nos últimos dias...

Vou fazer uma canção
Romântica, chorosa
Quero a sua atenção
De mulher carinhosa...

Eu já tenho um violão
E preciso aprender
A lhe fazer a canção
Que a irá convencer...

Você pode estar certa
De ter todo meu amor
O meu amor de poeta
Que a ama com fervor!

Apenas isso...
Bem assim!

Euclides Riquetti
10-01-2015






Coisinha Estúpida, Leno e Lilian

         


          Em minha juventude, muitas duplas de cantores faziam sucesso no rádio e mesmo na TV. Gravavam compactos simples, duplos e long plays, os LPs, popularmente conhecidos como bolachões. São os tais de discos de vinil. Leno e Lilian formavam uma das duplas de maior sucesso ao final da década de 1960 e durante as de 1970 e 1980 fizeram gravações solo e algumas em dupla. . Lilian era uma garota alta, magra, muito elegante e ótima cantora. Era um ano mais velha do que Leno. Nasceram, respectivamente, em 1948 e 1949, ela no Rio de Janeiro e ele em Natal.

          A música deles que por mais tempo povoou meu imaginário foi "Coisinha Estúpida": (Existe um amor dentro de mim que eu não posso nem mais controlar... É algo tão estranho que eu mesmo não consigo nem mais compreender...Uma coisinha estúpida que eu gosto de sentir que é amar você...) Hoje, por alguma razão, lembrei-me da letra, como lembrei de "Ciúmes, de Deny e Dino: Se há ciúmes e porque existe amor...). Parece-me que tudo isso representa verdades incontestáveis.

          Leno e Lilian começaram em 1966 com "Pobre Menina" e "Devolva-me", e em seguida "Eu não sabia  que você existia). Em 1966, a dupla lançou o primeiro disco, com as canções "Pobre Menina" e "Devolva-me". O primeiro LP, gravado logo em seguida, incluía essas duas primeiras músicas e ainda "Eu Não Sabia Que Você Existia". Depois de separações e voltas, acabaram em carreira solo. Em 1980 Lilian fez muito sucesso com "Sou Rebelde" - bem do jeito que a Lilian é! Por essa época, a de Sou Rebelde, a Lílian elegante e charmosa posou nua para uma edição especial da revista Homem. 

         Leno e Lílian participaram de shows comemorativos aos 30 anos de Jovem Guarda e se apresentaram juntos ou separadamente já nos anos 90. Hoje, seguem carreira em separado, sendo que Lilian se aventura em dupla com outra  mulher, cantando rock.

É uma pena que o tempo passa e que, ás vezes, perdemos ídolos ou pessoas que amamos, mas que se eternizam, de alguma forma, em nosso coração.

Euclides Riquetti
10-01-2015


       

Sim, anjos existem!

Sim, anjos existem, estão em todos os lugares
Protegendo-nos, cuidando-nos, flutuando
Nas paredes dos templos e nos altares
No coração de cada ser bondoso e venerando.

Anjos existem e nos dão os seus sinais
São presença constante em toda a nossa vida
E depois que surgem, não somem jamais
Sempre presentes na dor e na alegria sentida.

Anjos se vestem com suas túnicas brancas
Com as asas branquinhas da cor do algodão
Pousam nos seres das almas mais francas
Voam pelos ares e céus de toda a  imensidão.

Sim, os anjos existem e você é um deles
Pois está presente em todas as minhas ações
Anjo de amor que mata minha sede
Rezo por você as minhas singelas orações.

Euclides Riquetti
10-01-2015