Sempre fui um razoável observador do comportamento humano. Posso dizer que, por ter vivido um considerável tempo, já vi de tudo na vida. Vi maridos e namorados desestimulando as esposas (ou namoradas) a dirigirem carros, a estudarem, a terem um trabalho que lhes permita uma independência financeira e outras coisas mais. A autonomia de muitas mulheres vai sendo tolhida com o tempo e, com o passar deste, acabam inseridas num contexto de dependência e até de submissão. As mulheres já são maioria em muitos cursos universitários. Nos de formação para atividades da educação, são maioria esmagadora.
Mesmo com todo o espaço que é dado ao tema no meio televisivo, especialmente nos debates que proporcionam, a situação de dependência, ou relativa dependência, é uma realidade gritante dentre os casais. A tolerância exagerada acaba afunilando isso para uma situação nada agradável, nada conveniente para a mulher, que na ordem das coisas acaba fragilizada e com isso dominada pelo parceiro. Mas...
Mas é sempre, e há sempre, o tempo para jogar tudo pro alto e começar vida nova. Claro, dar um basta na submissão! E buscar a necessária autonomia. Ter suas próprias coisas, sem depender do marido, ter uma boa renda e uma previdência que lhe permita viver com dignidade na maturidade ( a parte mais difícil...), ter liberdade para buscar a universidade, os cursos técnicos de formação profissional, poder juntar-se às amigas para comemorações ou simplesmente divertir-se. E dirigir seu carro, ora essa! E, o pior, é que muitas vezes o tal carro foi comprado com o dinheiro da mulher (ou parte dele).
Minha solidariedade a todas as mulheres que se agigantam para buscar sua autonomia. Parabéns e vão à luta, amigas!
Euclides Riquetti
11-01-2015
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