sábado, 1 de fevereiro de 2014

Houve um dia um sol

Huve um dia um sol que brilhou pra você
Mas que, talvez, por alguma razão
Com o tempo apagou-se e foi embora
Um sol que nasceu em seu coração
Isso já faz tanto tempo, é coisa de outrora...

Houve um dia um sol que cativou você
Mas que se traduziu apenas numa mera ilusão
Talvez seus raios não fossem tão fortes
E acabaram deixando-a sem chão
Assim perdida, sem rumo e sem norte...

Acho que foi um sol de inverno com raios tímidos
Ou de verão com os raios agressivos
Só não foi o sol que aqueceu você...

Acho que foi um sol falso, sem firmeza, nem cor
Não foi o da beleza, nem  o da franqueza
Que não lhe deu amor, que não lhe deu amor
Apenas dor, decepção,  muita dor...

Mas poderão vir outros dias de sol e de fulgor
Trazendo alegria, carinho e  afeto
Nas manhas amenas e nas tardes de calor!
O carinho esperado, o afago certo:
O sol que vai merecer você!

Euclides Riquetti
01-02-2014

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

De repente, a saudade...

De repente, a saudade:
Saudade da infância
Das bolicas de vidro
Do meu primeiro livro
De ser criança!

Saudade, saudade:
Saudade do pão caseiro
Do mel e da nata
Do marmelo e do marmeleiro
E da marmelada.
Do café na caneca esmaltada
Do leite quente e das torradas.

Saudade, sempre saudade:
Saudade dos chinelos de couro
Das valetas de água correndo
Do joelho esfolado e doendo
De brincar de caça ao tesouro.

Saudade, muita saudade:
De brincar de couboy
Com revolvinho de espoleta de rolo
De gritar "camóin"
"Está preso, levante as mãos, seu tolo"!

Saudade, doce saudade:
De levantar cedo pra ir pra escola
De encontrar os amigos na rua
De gritar de noite pra lua
E de jogar muita bola.

Saudades, cada um sente de um jeito:
Pouca, muita, quase nada, demais
Mas todo mundo sente!

Do amor que nem bem chegou
E já se foi...
Da personagem que nos cativou
Marcou
E foi-se logo depois.
Saudade, tão vaga como uma oração
Sem sujeito
Que invade meu peito
Mas que ocupa extenso lugar no meu, no teu
No nosso coração!

Euclides Riquetti
31-01-2014

A visita do Amílcar e o fim da novela

          Promessa feita, promessa cumprida! O amigo Amílcar, companheiro de festanças na nossa juventude em Porto União da Vitória, finalmente veio me visitar. Foi com o genro fazer uma entrega de erva-mate em Erechim e passarm por aqui na volta. Vieram no furgãozinho do genro. Enquanto o marido da filha foi fazer um conserto na bomba injetora do veículo,  veio almoçar conosco. Como o serviço ia demorar, tomamos um chima. Ofereci-lhe mate  e ele aprovou, disse que é muito bom, que ele entende bem de mate. Sei disso também...

          Resolvi levar  o cara para dar uma banda na city. Mostrei nosso novo cartão postal, a "nova rodoviária de Joaçaba", apontei para o imponente monumento de Frei Bruno, uma espécie de "Cristo Redentor" aqui na cidade, localizado no alto de um morro, abençoando, ele e seu cajado, nossas cidades de Joaçaba e  Herval D ´Oeste. Conheceu nosso teatro, o Alfredo Sigwalt,  achou muito bonita a majestosa edificação. Falei-lhe que tenho alguns amigos que fazem parte da Direção do teatro, que são grandes animadores de seus eventos, o Bolinha Pereira e o Jaime Telles.  Depois andamos pelo centro, tomamos sorvete. Mas o que mais frustrou o amigo foi uma passagem por uma bodeguinha, onde resolveu comprar umas balinhas para levar  para a netinha, lá de  General. 

         Perguntou o preço, três reais cada pacotinho.  Remexeu no bolso, tirou uma nota de dez e pediu dois, ia dar um pra nena e outro pra neta, que mora no Bode, em General Carneiro. Disse que lá, por alguma razão, chamam a cidade de "Bode"! Acho que está bem evidente isso. Passou a nota para a bela atendente, uma moça de cabelo claro, aparelho nos dentes, que lhe conferia um certo charme. E foi dizendo: "Trêis com trêis, seis!" Ela não falou nada, retirou da gaveta uma calculadora, somou R$ 3,00 mais R$ 3,00 e disse: "Está certo, são seis reais". Depois, numa nova operação, diminuiu os seis da nota de dez, e devolveu-lhe 4 moedas de um real. Perguntou-lhe se não era mais fácil dar-lhe duas notas de dois e ela assim o fez.

         Saímos de lá e fomos tomar sorvete e ele manifestou sua indignação: "Veza só, Riquetto, ela teve que fazê as conta na máquina pra sabê quanto dava a despesinha e ainda  devolveu nas moeda". Depois dizem que o loco é o Amílcar!!!

          Tive que dar razão para ele. Falei que uma vez uma senhora bem empregada, com carrão, muito charme e carteira cheia de reais,  foi num salão de uma cidade aqui perto  e teve que pegar a calculadora para ver quanto dava o custo de arrumar o cabelo e pintar as unhas, que nem todo mundo é prático como a gente, que as pessoas estão muito dependentes de tudo o que é geringonça eletrônica...

          Depois,  começamos a falar de novelas. Falei que sempre fui noveleiro, desde o tempo da Novela "Estúpido Cupido", quando a Elisabete Savala fez o papel de Irmã Angélica, em 1976. Ela era uma freira muito bonita, que deixava os jovens da novela muito doidos. Agora ela é a Márcia, de "Amor à Vida", vendedora de hot-dogs, a ex-"Tetê-parachoque-e-paralama" vovó da Mary Jane. .  Eu acho que ela e o Mateus Solano, o Félix, são os dois melhores intérpretes de seus personagens. Salvaram a novela, que até há um mês era muito chata.

          Ele concordou comigo e também fez algumas considerações: "Aquele Dr. César deveria ser samado de Dotor Corno, isso que sim. Porque só ele que num vê as coisa que a Aline apronta".  Falei que é apenas o papel do Antônio fagundes que o torna assim, que é exigência de quem escreve e de quem dirige a novela, embora que eu também ache  o César um babacão. E o Amílcar emendou: "Como dizem os taliani lá de Bituruna, é um poro pintcho!"

          O celular dele tocou, era o genro que tinha terminado de arrumar o caminhão. Marcamos de nos encontrarmos perto da Lanchonete Trevo, do Batatinha. É lá onde a gente come polenta com tilápia e o atendimento é nota dez. Dele, da Kiara e dos meninos e cozinheiras.  No trevo da Rodoviária Nova.

          O Amílcar foi embora quando o céu ensaiava mais uma chuvinha. Uma daquelas muito agradáveis destas tardes de verão. Sempre bom reencontrá-lo. E, como dizia o Faé: "Obrigado, volte sempre"!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O sol da noite escura

O sol da noite brilhou de repente
Intensamente
Depois  foi embora
Suavemente
Com seus raios transparentes.

Ele veio apenas para clarear os espaços
Pavimentar a avenida do amor e da paixão...

Foi o amor-sol que brilhou
E que me aliciou
Dentro de seu coração
E que me guiou até  seus braços.

O sol da noite escura  se fez sol de prata
E, no encanto da serenata
Brilhou!
Brilhou na noite como brilha no dia
Por pura magia...

O sol da noite
Forte, magnânimo
Reenergizou o meu ânimo
E fez rebrotar em mim plantinhas que estavam amedrontadas.

Agora, pedir que nossas almas sejam reconfortadas
Iluminadas pelo sol da noite
E por Deus abençoadas!
Euclides Riquetti
30-01-2014

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Busque encontrar um porto seguro...

Quando em seu coração houver turbulência
Estiver abalada, ferida de agonia
Busque reencontrar a calmaria
Faça seu pensamento navegar com maestria
E vá  buscar motivação para a existência.

Quando sentir que o céu de seu dia ficou escuro
E que o chão parecer ter-se aberto de repente
Cuide de analisar o que seu íntimo sente
Tome a atitude que precisar, firmemente
Para ir de volta ao seu porto seguro.

Busque encontrar quem lhe dê apoio
Irrestrito, amplo, incondicional
Pois quem ama, a ninguém quer o mal.

Procure agir de modo simples e natural
Na tarefa de separar o trigo do joio...

E se a tarefa lhe parecer difícil e espinhosa
Pense em mim, delicie-se com meus beijos
Na noite silenciosa, longa, silenciosa...

Euclides Riquetti
28-01-2014

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

"O Cadorna" - homenagem ao amigo e companheiro!

          A gente vai perdendo pessoas porque o tempo passa e nossa juventude e energia também vai-se indo. Nesta segunda-feira, pela manhã, foi a vez do Cadorna. O Cadorna teve este apelido que se derivou de seu verdadeiro nome. Uma corruptela de "Dirceu", do Dirceu Cadore. Sessenta e nove anos de muita amizade, muito carisma, muito trabalho, muita alegria distribuída por aí...

          Quando na minha adolescência, o Cadorna passava pela nossa Avenida Felip Schmidt com uma pick up Willys, das Indústrias Reunidas Ouro. Faltavam-lhe pelo menos uns três dedos da mãe esquerda, mas isso não o impedia de trabalhar. Sempre foi muito trabalhador. Era o lateral esquerdo do Arabutã Futebol Clube. Mais adiante, foi sucedido pelo Elói Dambrós. Depois, veio o Joe Bertola. E, muitos laterais esquerdos depois, o Cadorna foi lá pra Estância de São Pedro.

          Quando estávamos terminando o "Ginásio", no Juçá Barbosa Callado (no mesmo prédio do Grupo Escolar Belisário Pena, de Capinzal), ele foi nosso colega de aula. Havia o Chascove, o Osvaldino D ´Agostini, a Maria de Lourdes Savassi, a Erondina Moro, o Ivan Ramos, o Valdir Caresia, o Jair Nunes, o Jarmino Freitas, a Nelcinda Savi, a Soeli Penso (Moresco), os irmãos Nelci, José Carlos e Terezinha Andrioni, a Reanir, e muitos outros. Apareceu lá por uns tempos, mas não durou muito. Estudar não era com ele. Gostava, mesmo, era de dirigir carro. Mas era muito divertido, contava causos engraçados e piadas. Fazia piadas de sua mão em que faltavam dedos. Ria muito de si mesmo. Era uma pessoa bondosa, foi isso em toda a sua vida.

          As pessoas de minha geração, que viveram em Capinzal e Ouro, e muitos, muitos outro, conheceram muito bem o Cadorna. Sabem o que estou dizendo!

          Quando voltei de União da Vitória, onde fui morar para estudar, reencontrei-o. A partir de 1980, quando voltei ao Ouro, tornamo-nos companheiros na política. Foi militante em minha eleição, ajudou-me muito. Tinha muita amizade em todos os lugares do Município. Nunca pediu so  Poder Público nada para si. Viveu de seu trabalho, trabalhou até três dias antes de ser internado no Hospital e nos deixar. Nos últimos anos, trabalhou com a Família Cremonini, na Agropecuária Capinzal. Vendedor de produtos e insumos para a agropecuária, tinha as portas abertas em todas as casas da área rural onde  ia. Receber o Cadorna numa casa era só alegria. As crianças gostavam muito dele. Ele as chamava pelo nome.

          Poucas vezes o vi nos últimos cinco anos, depois que vim embora para Joaçaba. Antes, costumava encontrá-lo no Posto Dambrós,  no domingo pela manhã, ali no Ouro. Sempre tinha algo novo pra contar, tinha oipinião sobre tudo, principalmente sobre política. Sabia respeitar a todos e era muito admirado por isso.

          O Cadorna fez a sua parte, não foi uma folha em branco. Escreveu sua história com trabalho, honradez e honestidade. Deixou os filhos Ana Paula, Dirceu Júnior e Ricardo. Os três foram meus alunos. Também a neta Letícia, as irmãs Margarida Salete, Irene e Ana Maria, e o  mano Alfeu.  Foi alegrar os companheiros e amigos que já estão no céu.

          Esteja com Deus, amigo!

Euclides Riquetti
27-01-2014

         

Busque encontrar seu porto seguro

Quando em seu coração houver turbulência
Estiver abalada, ferida de agonia
Busque reencontrar a calmaria
Faça navegar o pensamento com maestria
Indo buscar motivação para a  existência.

Quando sentir que o céu de seu dia ficou escuro
E que o seu chão parecer ter-se aberto de repente
Cuide de analisar o que seu íntimo sente
Tome a atitude que precisar, firmemente
Para ir de volta ao seu porto seguro.

Busque encontrar quem lhe dê o apoio
Irrestrito, amplo e incondicional
Pois quem ama a ninguém quer o mal.

Procure agir do modo simples e natural
Na tarefa de separar separar o trigo do joio...

E, se a terefa lhe parecer difícil e penosa
Pense em mim, delicie-se com meus beijos
Na noite silenciosa, silenciosa, silenciosa...

Euclides Riquetti
28-01-2014

Despertando amor e paixão

Um encontro pode ser casual
Na rua, na praça, no cinema
Num shopping da área central
Ou apenas num telefonema...

Pessoas podem ter tropeços
Sonhos virando decepção
Mas pode  haver um recomeço
Após uma grande desilusão.

O que já  pareceu improvável
Algo inimaginável
Pode vir a acontecer:
O  mundo tem sutilezas
Que podem tornar-se boas surpresas...
Surpresas pra  mim, pra você.

Então, quando menos se espera
Surge alguém,  do nada
Que atiça o fogo apagado
Que anima o ser magoado
Despertando amor e paixão!

Euclides Riquetti
27-01-2014