sábado, 24 de agosto de 2024

O primeiro vento...



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O primeiro vento que roçou meu rosto
Trazendo-me um doce bálsamo floral
Veio para se impregnar no meu corpo
Na manhã de sol e de um mar colossal.

Veio suave e  me trazendo as gaivotas
Com seus gemidos e os seus planares
Olho, no oceano, as distantes ilhotas
E voa meu pensamento sobre os mares.

O mesmo lufar que me traz saudosas
As lembranças que me fazem feliz
Traz-me também a energia prazerosa
Que me impele a te querer e sentir.

Então, enquanto contemplo a calmaria
E me transponho pelo azul celestial
Eu me perco na nave da nostalgia
E busco te encontrar no espaço sideral!

Euclides Riquetti

Ame... perca-se...

 


 

 


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Ame!
Perca-se, perdidamente
Entregue-se totalmente...

Derrube normas, regras e conceitos
Mostre suas virtudes e defeitos
Suas inquietudes, suas atitudes
E ame!

Dispa-se vivamente
Desnude-se completamente
Esqueça os que se importam com seus jeitos
E aplauda quem rejeita preconceitos:
Ame!

Jamais esconda seu olhar apaixonado
Não disfarce os seus  sentimentos
Em nenhuns  momentos
Apenas cuide daquele amor
Que a procura esperançado...

Quebre comportamentos
Rompa o silêncio
Mergulhe nos prazeres que lhe fazem bem
Ame, com suas forças, limites ou cansaços
Com seus lábios, com sua alma e seus abraços
Mas ame!

Ame nos dias de sol e nas noites estreladas
Naquelas que exaltei em prosa e verso
Nos dias de chuva e nas tardes acaloradas
Ame tudo o que existe no Universo:

Ame!

Euclides Riquetti

Nossas escolhas

 




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Nossas escolhas

Todo o ser detém o poder do livre arbítrio
E, por ele, pode fazer suas escolhas
Pode amparar-se em sólido edifício
Ou agarrar-se à fragilidade das folhas.

Por escolhas erradas, poderá se arrepender
Pelas retilíneas, haverá o bem-usufruir
Mas tudo isso dependerá de cada ser:
De como se entregar ou de como reagir.

Se as escolhas equilibrarem razão com paixão
Se encontrará o ponto de serenidade
Não se maltratará um frágil coração.

Mas, se as escolhas se assentarem na ilusão
No sonho fútil, distante da realidade
Se terá que arcar com a dor da decepção.

Euclides Riquetti

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Eu sou o vento

 



 


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Eu sou o vento
Que acaricia seu rosto
Que alisa seus cabelos
E afaga seu pensamento.

Eu sou um  vento profeta
Que venta em todas as estações
Que sopra em toas as direções
Sou um  vento que se disfarça de poeta...

Eu sou o vento que sabe o que você pensa e  diz
Que se porta como um mago  adivinho
Que vem e vai de mansinho
E que, sendo profeta, prediz!

Sou vento, sim, apenas um vento assim
Assim,  com mãos para acariciar
Com lábios para te beijar
E coração pra te querer pra mim...

Euclides Riquetti

Depois da chuva


 




Depois da chuva

Desarme seu coração, abra-o com doçura
Deixe-o receber o carinho que lhe proponho
Permita-lhe receber, com amor e com ternura
Um cesto de belas flores, um turbilhão de sonhos.

Desarme seu coração, dê-lhe asas para voar
Deixe-o navegar pelas vagas da calmaria
Permita-lhe conquistar o direito de sonhar
Viver sonhos de vida, de amor e de alegria.

A vida é imperfeita e os seres também o são
Temos nossos erros, guardamos muitas virtudes
Vivemos a realidade, mas também nossa ilusão.

Porém, depois da chuva, volta-nos o sol bonito
Volta com sua beleza, energia e magnitude
Para  animar nossa vida e dourar o azul do infinito.

Euclides Riquetti

Meus versos de amor e poesia

 



 


(Meus versos de amor e poesia)

A primeira manhã outonal
Foi de uma indescritível beleza
Cenário de agradável sutileza
Uma pintura alegre, sem igual...

Ela me trouxe novos ânimos
Me trouxe ares purificados
Lembranças de lábios beijados
E de momentos magnânimos!

O primeiro dia depois do verão
Veio cinza e depois dourou-se
O céu nublado, então ensolou-se
Tingiu de encantos a imensidão...

E vivemos um dia de calmaria
Após alguns eventos adversos
Que intimidaram meus versos
Meus versos de amor e poesia!

Euclides Riquetti

Corpos que atraem, almas que enfeitiçam

 


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Corpos que atraem
Almas que enfeitiçam
Castelos que caem
Olhos que cobiçam...

Corpos que seduzem
Almas que pecam
Olhos que reluzem
Sonhos que se perdem.

Corpos da perdição
Olhos encantadores
Almas da forte ilusão
Encantos sedutores.

Corpo que alimenta
Uma  ilusão que cega
Alma que atormenta
E que nos leva...

E que nos entristece,
Deprime,
Enfraquece...
E, depois... redime!

Euclides Riquetti

Busque a paz

 


 



Busque a paz


Evite magoar as pessoas amigas
As de hoje, as de ontem, as antigas.

Busque a paz, onde quer que esteja
Procure  paz, quando quer que seja!

Seja cordial com quem lhe quer bem
Seja gentil e terá gentilezas também.

Busque a paz, onde quer que esteja
Procure  paz, quando quer que seja!

Acalme seu coração conflitado
E reencontre o seu mundo sonhado.

Busque a paz, onde quer que esteja
Procure  paz, quando quer que seja!

Não vale a pena radicalizar
A vida premia quem sabe sonhar.

Busque a paz, onde quer que esteja
Procure  paz, quando quer que seja!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

O tempo que passou


 



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O tempo que passou
Deixou rastros, deixou marcas.
Rastros nos caminhos, nas estradas
Marcas nos corações e nas almas.

O tempo que passou deixou-me lições:
O tempo que passou mostrou-me que as ilusões
São vãs e fugazes.
Mostrou-me que há  o bem, ou o mal
Em todos os lugares.
Mostrou-me que há as certezas
Mas também as incertezas
O ganhar e o perder
Os reais e os imaginários
Mas, todos, muito necessários.

Muitas vezes perdi, outras ganhei
Mas nunca desanimei.
Levantei-me em cada tropeço
E, por isso, meu Deus a quem tanto louvei
Eu vos agradeço.

A quem amei com paixão
A reafirmação
A quem me estendeu a mão
Minha eterna gratidão
E a quem me quis tanto bem
Agradeço também.

E, nas marcas que ficaram
Nas ilusões que se apagaram
Nos ânimos e desânimos
A constatação:
Viver é amar
É ser amado
No desejar
Também ser desejado!

É pedir a bênção de Deus...
E ser por Ele abençoado!

Euclides Riquetti

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Calor de verão (em tempo de Primavera)

 


 






Calor de verão

Em tempos de Primavera!

Ah, que me dera

Ter os dias esperados

De clima amenizado

Nem calor nem o frio

De dar arrepios...


Dias de sol forte

De Sul a Norte

De Leste a Oeste

De Oeste a Leste

Até a bela praia 

Onde você mora...


Mas, enquanto isso

Cuido de plantas e paredes

E, por não ter rede

Durmo numa King

Com molejo abençoado

E ar condicionado!


E, por maior ocupação

Faço poemas com devoção

Até encontro rimas razoáveis

Nas tardes e noites  de calor...

E me voltam lembranças de amor

Em nós inapagáveis!


Euclides Riquetti

O doce de teu beijo

 


 


 




Que bom que eu tenho olhos que te veem
Que bom sentir o doce de teu beijo
Que bom que tenho lábios que te beijam
Que bom sentir o olhar do teu desejo.

É bom ver-te vestida desse rosa
É bom  tocar tua pele tão morena
É bom ver-te bonita, assim formosa
É bom amar tua alma tão serena.

Melhor é abraçar teu corpo frágil
Melhor é te roubar o beijo grácil
De amor e de desejo revolvido.

Divino é mergular no teu abraço
Divino é me perder no teu enlaço
No corpo que me deixa enternecido.

Euclides Riquetti

A canção que vem das estrelas

 


 







Ouça a canção melódica que vem das estrelas
Que brota dos sentimentos e vai pelas estradas
Você pode, sim, facilmente percebê-las
Porque elas se deitam no céu nas madrugadas...

Ouça e preste bem a devida atenção
Cuide de cada nota por ela propagada
Guarde a melhor delas em seu coração
Fiz para você, minha eterna namorada...

A canção que vem das estrelas é meu presente
É algo que lhe dou para que sempre guarde
E, quando a alma de meu corpo estiver ausente
Ouça-a na manhã fresca  e na suave tarde!

Euclides  Riquetti

Uma estrela perdida no universo poético

 


 


 



Uma estrela perdida no universo poético

Acredito em anjos, que habitam entre nós

Admiro a natureza, que é a causa da vida

A solidão é a inimiga dos que vivem sós...

Apenas escrevo a poesia, não sou profético

Sou apenas uma estrela ofuscada e perdida

Que flutua, sem rumo, no universo poético!


Acredito em quem amou alguém mas perdeu

Também na oração de fé que anima e salva

E naquilo que alimenta todo o sonho meu. 

Meu desejo é apenas que volte a esperança

A confiança do corpo e a motivação da alma

E poder contar com sua lealdade franca!

Apenas isso... bem assim!


Euclides Riquetti

Zé da Barraquinha - Crônicas de Rio Capinzal

 


 



          O Zé da Barraquinha era um sujeito muito simpático. Tinha uma... barraquinha!

          O seu Zé estava instalado com seu comércio ali em anexo ao Hotel Imperial, da Dona Clementina  Goelzer. Ele tinha um jeito meio diferenciado de falar, tinha um sotaque peculiar. Como nunca soube o seu sobrenome, também nunca conectei isso bem, não pude saber qual  sua origem.  Não sei se era germânica, mas possivelmente que sim. Tinha jeito de alemão! Na época, íamos lá comprar canetas, cadernos, revólveres de brinquedo e bolicas de vidro.  Mas essas coisas também vendiam na Livraria Central, do Alfredo Casagrande.

          Se uma senhora precisasse de um diadema para segurar os cabelos, encontrava lá no Zé. Lembro que minha prima,  Salete Baretta,  adorava diademas. Para segurar seus belos e bem tratados cabelos escuros. Aliás, foi ela que me disse, um dia, que os  lavava com shampoo. Shampoo tinha para vender na farmácia.  O Palmolive era o melhor. Nem sei se havia algum outro... Na barraquinha não vendiam shampoo, mas vendiam aqueles espelhos que em todas as varandas de casas e nos banheiros tinha, os com a moldura alaranjada. Nossos italianos chamavam aquilo de "soada", não sei  por quê. Ainda vou descobrir... E foi assim que eu aprendi que as mulheres já estavam usando shampoo, uma maravilha tcnológica para dar mais brilho e leveza aos cabelos.

          Tinha até uma propaganda na TV nas décadas  de 1960 e 70: "Você está vendo minha voz? -Continua a mesma. Mas meus cabelos... quanta diferença!"

          O seu Zé da Barraquinha era muito atencioso e educado. Uma vez uma Senhora me pediu para ir lá comprar-lhe  uns grampos para cabelos. Foi lá por 1966. O Zé me disse: "Crampos, só loiros." É que ele vendia uns grampos de cor dourada, uma inovação para a estética. mais uma revolução. Mas a senhora me fez levá-los de volta porque ela  era conservadora. Queria os pretos. Estes, sim, combinavam com a cor de seu cabelo.

          O Djair Pecinatto, que era meu colega de Colégio e amigo do Zé, fazia uma brincadeiras, imitava-o. Eles tinham sua loja de calçados defronte à Barraquinha, ali onde é a Churrascaria Riquetti, dos meus primos. Quando o Pecinatto foi embora pra Lages, o Gabriel Casagrande, que veio de Piratuba, montou ali uma loja. Comprou o estoque e colocou sapatos bem bonitos. Tinha aqueles com "couro de cobra" e os com "couro de crocodilo", tudo coisa artificial. E meias vermelhas, que estiveram no auge da moda na virada de década. Até eu tive um par delas.

          Pois o Zé sumiu de Capinzal. E ninguém nuca mais o viu. Você, litor (a) deve estar-se perguntando por que o Zé vendeu a sua barraquinha para o Arlindo Henrique e foi embora. Pois eu acho que ele queria mudar de cidade. Penso que as pessoas devam ter ficado com saudades dele. Era simpaticíssimo. Depois da hora e nos domingos, costumava estar ali na Rua XV, normalmente em  frente ao Sanalma. Pegava, no máximo, um cinema à noie.

          Mas, como o mundo é mesmo cheio de surpresas, eis que, em meados da década de 1990, eu estava em São Miguel D´Oeste visitando meu cunhado Nei. Passamos perto  da Estação Rodoviária e o Nei perguntou-me: "Conhece aquele cara lá? Ele era de Capinzal, tem uma barraquinha aqui! Fui lá. Era o nosso Zé da Barraquinha. Conversamos, relembramos coisas alegremente. Você também deve ter conhecido o Zé. Ele continua lá, com os seus óculos, sua bondade, sua simpatia. Se não conheceu, sabe agora que ele existiu. E não foi uma página em, branco em minha vida. Tomara que ainda esteja bem. Ah, em tempo: Ele ainda vendia "crampos loiros".

Euclides Riquetti
13-03-2013

terça-feira, 20 de agosto de 2024

Alvorecer

 


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Alvorecer


Levanta-se, no céu, emerge de atrás dos montes
A luz da foguenta, quente, e avermelhada esfera
Vem tingir, com suas cores, a superfície da terra
Vem  por réstia nas águas dos lagos  e das fontes.

Como um grande bastidor que se suspende no ar
Obra-prima das mãos perfeitas do nosso Criador
Vem  para inspirar-me os versos para te compor
Um poema-oração para que nós possamos  rezar.

É um  alvorecer perfeito, a beleza que se exprime
Na paisagem divinal da bem-aventurada natureza
É o encantamento a revelar o sentimento sublime.

É neste universo amplo, incompreensível e sedutor
Que me entrego a ti, com toda a doçura e a sutileza
Que navego nas nuvens de nosso mundo de amor.

Euclides Riquetti

Eu te amei!

 


 


Eu te amei!


Sim, eu te amei e ainda eu te amo

Tenho absoluta certeza sobre isso

Amar-te é meu maior compromisso

É verdade, não há nenhum engano!


Deus me deu a capacidade de amar

E, com isso, ser também amado

Com equilíbrio, jeito de apaixonado

E ainda ser poeta para poder poetar!


Aprendi a combinar paixão e razão

E isso só se ganha com a maturidade

A vida nos remete à responsabilidade

A ditar as autorregras para o coração!


Enfim, adequar nossos sonhos e o real

Navegar nas nuvens, mas fixar raízes

Ser muito feliz e fazer outros felizes

E, pra ti,vai este poema fraternal!


Euclides Riquetti

Aromas de amor

 






Sopra o vento que vem do Sul e me traz as lembranças
Sopra o vento que leva os pensamentos e deixa as saudades
Sopra o vento que me transporta até minha infância
Onde eu reencontro os lugares e as antigas  amizades.

O vento que sopra lento é o mesmo que me acaricia
Que embala as folhas que o outono ainda não derrubou
Mas que me traz de volta cestos de nostalgia
Do amor ingênuo que, teimoso, não vingou!

O vento que sopra ternamente em ares angelicais
Me traz os perfumes das flores, das águas, das delícias
Dos campos verdes, das relvas e dos florais.

Sopra o vento que sacode a folha e que bafeja a  flor
Sopra o vento que me afaga em frescores e carícias
O vento sutil  que me embriaga e  me traz os aromas do amor!

Euclides Riquetti

Neve de 20 de agosto de 1965 - Uma paisagem europeia em Capinzal e Ouro



Há  59 anos, uma nevasca atingiu os estados do Sul do Brasil.  Reedito, aqui, a crônica que está publicada em meu livro "Crônicas do Vale do Rio do Peixe e outros Lugares - abril 2020:



Ouro - SC - Neve 1965 - foto arquivos RC -
Vista da Ponte Pênsil - antes do Rio, alojamentos
da Empresa Castello Branco S/A - que estava
restaurando a RFFSA


Capinzal SC - Neve 1965 - foto arquivo RC
Rua XV de Novembro - aos fundos OURO SC
antes do povoamento do Morro de Navegantes


          Quando se fala em épocas em que as pessoas viveram, ou mesmo para estimar quantos anos viveram, muitos têm o hábito de dizer:  "A fulana (ou o fulano), viveu mais de 100 anos, porque sempre me dizia que tinha presenciado x florações das taquaras".  Bem, uma pessoa que deve ter vivido muitas florações das taquaras foi o "Caboclo Estevão", que morou em Pinheiro Baixo, Ouro, e era homem de confiança de um de nossos pioneiros, o Veríssimo Américo Ribeiro, carroceiro. O Estêvão teria vindo com o colonizador da região de Vacaria-RS, trabalhou com os Ribeiro e depois foi para Bonsuecesso, e os que o conheceram dizem que ele era uma  pessoal leal e bondosa. Guardo comigo uma foto dele, cedida pelo amigo João Américo Ribeiro, que cuida da propriedade da família em Pinheiro Baixo. Ele deve ter vivido mais de 100 anos...  O caboclo tinha uma mão enorme. (O Benito Campioni, irmão da Márcia, minha colega de trabalho, também tem uma mão daquelas de segurar e derrubar boi no chão). Quando o encontro, brinco muito com ele sobre isso,  meu ex-vizinho, gente boa.

          Esse intróito todo, fi-lo para chegar ao assunto do título: as neves que tive o prazer de presenciar, e que marcaram, de alguma forma, a minha vida. Mas, diferentemente das florações das taquaras, ela não tem um ciclo definodo para vir.

          O inverno de 1965 foi muito forte no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Eu tinha doze anos, estudava no Ginásio Padre Anchieta, e começou a fazer muito frio naquela estação. Tínhamos uma casa nova, de madeira, bem desenhada, ali na Felip Schmidt, ao lado da Indústria de Bebidas Prima, onde produziam refrigerantes e engarrafavam vinhos e outras bebidas. Quando fizeram o "engarrafamento", escavaram o terreno e deixaram um barranco, que com as chuvas que precederam o inverno foi desmorronando, pondo nossa casa em risco de desabamento. Na noite do dia 19 para 20 de agosto, fazia muito frio. De manhã, meu pai, Guerino, acordou-nos cedo para vermos e espetáculo que se desenhava à nossa frente: Ali onde hoje há o Posto da Combustíveis da Família Dambrós, havia uns gramados e umas plantinhas sobre as terras que eram jogadas para formar um aterro, e tudo estava coberto de neve. A Ponte Nova estava recoberta por um manto alvo, e o mesmo era contemplado nos telhados das casas, a maioria de madeira. Até os cabos de aço de sustentação da ponte pênsil acumulavam camadas de neve. As ruas de Ouro e Capinzal pareciam aqueles caminhos que se veem em filmes,  numa autêntica paisagem europeia. Os poucos carros que havia, e as carroças e charretes, estavam todos recobertos pelo branco brilhante. Os telhados do Hospital São José, do Hotel Imperial, do Hotel do Túlio, do Cine Glória, do Cine Farroupilha, da Distribuidora de Peças e Acessórios, da Casa do Ernesto Zortéa, do Marcos Fortunato Penso, do Pedro Surdi, da Dona Dileta da Silva, do Adelino Casara, do Adelino Beviláqua, e de muitas outras edificações, era possível vê-los por nós, que observávamos a paisagem com nossos olhos originários do Ouro.

          O peso da neve mexeu com a estutura de nossa casa. Tivemos que abandoná-la. Fomos distribuídos nas casas dos parentes, dos tios Arlindo Baretta,  Adelino Casara e Victório Riquetti. Eu, fui para a casa da Tia Maria, do meu primo Moacir. Lembro-me bem, que à tarde, precisei ir à Comercial Baretta fazer umas compras para a tia, e meu único par de sapatos estava molhado, gelado. Fui com as chuteiras do Moacir, que tinha as traves altas , e que minha ingenuidade fazia-me pensar que a sola ficaria mais alta que a neve. Só ilusão: congelei os pés. Aulas suspensas. O Frei Gilberto (Giovani Tolu), suspendeu nossas aulas, estava muito feliz, porque via, aqui na América do Sul, a mesma nostálgica paisagem que sua mente trazia de sua infância na Itália.

          O Joe e a Bunny,  eram  norteameriacanos que atuavam junto aos Clubes 4-S no interior do Ouro, havendo um clube pioneiro em Linha Sul ( o primeiro de Santa Catarina),  moravam de pensão na casa do Sr. Guilherme e da Dona Mirian Doin.  Eles eram dos 4-H, clubes dos Estados Unidos da América que tinham as mesmas funções e objetivos que os 4-S do Brasil:  Head,  Hands, Heart, and Health, que em português entndíamos como: Saber, Servir, Sentir e Saúde.  Acostumados com a nove do Norte, fotografavam, faziam bonecos e esculturas. O Joe, que jogava basquetebol na quadra do Padre Anchieta com o Dr. Leônidas Ribeiro, o Rogério Toaldo e outros, era alto e usava óculos ( até para jogar). Ficou maravilhado com a neve. E, nós, tivemos que demolir nossa casa, da qual tenho muitas saudades...

         Como resultado do frio, houve perdas e animais nos sítios e fazendas. Lembro que houve muita mortandade de abelhas. Até mesmo o mel que vinha de Abdon Baptista, não veio mais. Não vinha mais o caminhãozinho carregado, com as latas de 20 Kg, com que estávamos acostumados. E o produto encareceu. AlIas, ficou sumido pelos anos seguintes, até que os enxames e as colmeias foram-se recompondo.

          Além dos eventos climáticos que resultaram na enchente de 1983, penso que a neve de 1965 seja o outro fenômeno que mais nos marcou.

          Ah, acho muito bonitas a neve e a geada. Mas, agora, com ar quente no carro, é muito mais fácil de encarar o frio. Viva a bela lembrança do passado!  E viva a moderna tecnologia!

Euclides Riquetti
Escrito original em 15-07-2012

Sentir o perfume de teus cabelos castanhos

 

 




 

 

Sentir o perfume de teus cabelos castanhos
O calor em teu corpo exuberante e sedutor
Beijar os teus lábios com frenesi e ardor
Distanciar-nos dos pensamentos mais tacanhos.

Sentir que teus olhos têm o brilho da alegria
O pulsar de teu coração que se acelera
Amar tudo o que fazes com paixão e quimeras
Que tenhas paz interior e permanente euforia.

Sentir em ti a mais intensa reciprocidade
A confiança que está na alma branqueada
Dividir contigo a nobreza da cumplicidade.

Somar sonho com sonho, vislumbrar horizontes
Querer da vida presente o que se teve na passada
Beber das águas das mais puras fontes.

Euclides Riquetti

Nas incertezas do tempo...


 


Fotos de Sereias

Nas incertezas do tempo


Flutuam nas águas serenas as sereias
Prateiam-se nos lustros raios solares
E, depois, vêm deitar-se nas areias
Vêm deleitar-se nas orlas dos mares.

Cantam, as sereias, os cantos líricos
Dançam, as sereias, as coreografias
Desfilam, nas areias, corpos líricos
Cantam canções de amor e nostalgia.

Enquanto as garças e  gaivotas voam
Os grunhidos espalham-se nas dunas
Nos rochedos, nossos gritos ecoam
Planam nos ares suas brancas plumas.

E se ocultam nas incertezas do tempo
As dores mais fortes e inimagináveis
Enquanto olho o mar e te contemplo
Nas lembranças suas, inapagáveis...

Euclides Riquetti

Lembranças...


 





Lembranças

É fácil falar do vento, que rima com o pensamento
Do ar, que vem do mar
Da flor, que revela o amor
Do sentimento, que remete no tempo...

É fácil falar do inverno, do amor eterno
Da desmedida paixão
Que explode no coração
E que leva do céu ao inferno!...

É fácil falar da terra, da alegria da primavera
Da planta que cresce
Do broto que floresce
Dos longos anos de espera!

É fácil falar de um porto e de um olhar absorto
Do dia do verão quente
Que queima a pele da gente
E do cansaço que mata o corpo!

É tudo muito belo !!!
Formosa inspiração !!!

Difícil
É lembrar de cada estação
Dia, mês, ano...
De cada beijo profano
De cada momento mundano
De corpo e alma em profusão...

E em cada olhar
Em cada pensar
Em cada lembrar
Querer que tu voltes
E não te ver voltar!...

Euclides Riquetti

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Plantaste as flores como tanto querias





Plantaste as flores como tanto querias

Orquídeas em troncos, beijos em vasos

Colheste a beleza e colheste a alegria

As cores diversas, e não foi por acaso.


Plantaste flores, foi o que quiseste fazer

Encheste todas as cinzentas floreiras 

Elas te dão a graça , elas te dão o prazer

Floriram alegres as tuas tardes fagueiras.


Plantaste flores, deste-lhes o carinho

Fizeste tudo com tuas dadivosas mãos

Até aquelas que só te deram espinhos.


Plantaste flores, melhoraste tua vida

Eu delas extraio a minha inspiração

Nos cravos cheirosos e nas margaridas. 


Euclides Riquetti

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Todos os mares do mundo

 



Todos os mares do mundo são seus
Desde os calmos aos mais bravios
Os que nascem nas geleiras e são frios
Todos os seus mares buscam os meus!

O mais perto de você, o mar Atlântico
Um oceano de águas e das paixões
De areias claras, de nítidas sensações
Que animam o poeta no tom romântico.

Os mares que povoam as madrugadas
Que ocupam seu pensamento jovial
São todos seus no seu espaço natural.

Então, sempre que estiver acordada
Fortaleça-se em mim, leia as estrelas
Que na noite escura você pode vê-las!

Euclides Riquetti

Todos os versos que eu carpintei



 






Gostaria de que tu lesses
Todos os versos que eu carpintei
Que compuseram as estrofes
Dos poemas que eu publiquei.

Carpintei alguns rimados
Alguns com cheiro de poesia
Outros bem elaborados
Para que tu os ouvisses um dia.

Gostaria de ver-te me ouvindo
Atenta às minhas declamações
Que eu sussurraria em teus ouvidos
Como as palavras das canções.

Carpintei dezenas, centenas deles
Carpintei, talvez, milhares.
Inspirados,  todos eles
Em teus sorrisos, em teus olhares.

Gostaria de ouvir, vindo de ti
De que gostas muito de ler
Todos os poemas que escrevi
E dos que ainda vou escrever...

Euclides Riquetti

Acariciar seus cabelos

 


 

 

 
 

Apenas deixe-me secar seus cabelos
Deixá-los leves, macios, e  sedosos
Cuidar deles com todo o meu zelo
Admirar seus ombros belos e  formosos
Perder-me em sutilezas e em  pecados.

Apenas deixe que eu os alise e afague
Com minhas mãos ansiosas de querer
E que de minha mente nunca se apague
A lembrança de cada olhar, de cada viver
E que por você eu me perca e me embriague...

Apenas diga que gosta de minhas carícias
E eu sou muito importante em sua vida
Que possamos dividir todas as delícias
Em cada beijo trocado e na paixão sentida
Sem ferimentos, sem dores, sem sevícias.

Euclides Riquetti