sábado, 18 de janeiro de 2025

De quem é a noite?

 


 



De quem é a noite?

Dizem ser das estrelas cintilantes

Também dos namorados e dos amantes...

E, se for difícil vê-las?

Então se há de buscar a lupa

Ou o ouvido que escuta...


De quem é a noite?

É de quem de noite dorme

E de dia some...


E, se for muito escura?

Então poderei encontrá-la

Seduzi-la

Beijá-la

Apalpar seu corpo

E sua alma pura!


De quem é a noite?

Certamente sua e minha

Nossa...sua... todinha!


Euclides Riquetti

Na praia, de mãos dadas

 


 





Na praia, de mãos dadas

Vivendo a espera do verão

Energias já bem renovadas

Novos tempos de emoção.


Alimentando a fantasia

Sonhos buscados e vividos

Ah, é tanta minha euforia

Nada de corações partidos!


O pensamento meu em ti

Foi assim e assim o será

Foi assim quando era guri

Amor que veio para ficar!


Girou a roda do moinho

Água rolou, água desceu

E você no meu caminho

É só o que Deus me deu!


Euclides Riquetti

Cai a chuva macia no verão da gente


 









Cai a chuva macia no verão da gente

Nestas tardes quentes de dezembro

Vem refrescar o corpo e minha mente

Tem sido assim desde que me lembro...


Chuvas de verão,  sempre esperadas

Regam os milharais e molham a terra

E as carreiras de plantas enfileiradas

Que aqui vicejam desde a primavera.


Tornam tenras as tardes enfadonhas

Põem ânimo nos corpos preguiçosos

E refrescam as almas mais medonhas.


Mas, depois que ela vem e vai embora

Movem-se meus instintos pecaminosos

Então meu rosto ri e minh' alma chora!


Euclides Riquetti

Morando em República - Um bom modo de viver (Minhas histórias dos tempos de Porto União da Vitória e Rio Capinzal)

 


 



Morando em República - Um bom modo de viver (Minhas histórias dos tempos de Porto União da Vitória e Rio Capinzal)

          Morar em repúblicas de estudantes, principalmente quando se tem regras de convívio bem definidas e, sobretudo, quando as pessoas se entendem, é muito auspicioso. Posso falar disso de cadeira, pois morei numa dessas em plena juventude, em União da Vitória.

          Cheguei ali no final de fevereiro de 1972 e, após ficar três dias num hotelzinho, busquei uma pensão de custos compatíveis com minhas possibilidades. Encontrei a "Pensão Nova", ao lado da Prefeitura de Porto União, que de nova só tinha o nome. A primeira providência foi comprar um daqueles espelhos de moldura de madeira cor laranja, tão tradicionais, mais para ver minha cara de tristeza do que para corte de barba. Hoje, ainda fazem daqueles espelhos, iguaizinhos, só que com "soada" de plástico em vez de madeira.

          Os primeiros dias naquela cidade foram deprimentes. Ainda bem que as aulas começaram de imediato. Ia para a Fafi, ali na Praça Coronel Amazonas e, ao passar na frente de dois sobrados idênticos, visualizava uma placa" "República Embaixada do Sossego".  No térreo, depois, implantaram a lanchonete X Burguer. Imaginava que seria um sonho poder morar numa república, ter colegas e fazer amigos para conversar, trocar conhecimentos, viver alegremente. Lembrei-me de que em Capinzal havia uma, a dos funcionários do Banco do Brasil, e nela moravam, dentre eles, dois colegas e um professor meu: Valdir Marchi, Itamar Peter e Wolfgang Behling, o Professor Wolf. Este, era muito compenetrado em nos ensinar Matemática, sendo que ás vezes, distraído, colocava o giz entre os lábios e o cigarro punha entre os dedos, para escrever no quadro-negro.

          Meu sonho de morar em República tornou-se realizado graças ao Cabo Leoclides Frarom, meu amigo capinzalense que estava servindo no 5º BE.  Eu andava na calçada, defronte à Casa do Bronze, na Rua Matos Costa, quando passou uma viatura do Éxercito e escutei aquela voz conhecida que gritou: "Rua Professora Amazília, 408 - no Paraná" Passe lá amanhã! .  Fui!!!

          Veio o convite: "Quer morar conosco?" - Convite feito, convite aceito! Fui morar na "República Esquadrão da Vida", colegas muito leais e divertidos. Uma vez mandaram cartão de Natal com a mensagem:  "Nós, da República Esquadrão da Vida, neste Natal e Ano Novo, estaremos alertas e vigilantes" Era a senha  para sua proteção e o cumprimento natalino. 

          Já nos primeiros meses mudamos para o nº 322, da mesma rua. Morar quase 4 anos com a turma foi muito bacana! Quanto aprendi, quanto socializei-me! Primeiro, fui corrigindo minhas pronúncias erradas das palavras. Depois,  alguns hábitos. Minha parte Jeca foi ficando de lado...

          Fiz lá amigos que jamais esquecerei, pois muito me ajudaram: O Cabo  Dionízio Ganzala, que me deu suas chuteiras de presente e um livro de Inglês Básico. O Osvaldo Bet, que tinha já na época poucos cabelos, era faixa laranja no judô, e lá adiante conquistou a preta. O Cabo Backes, que era nativo do Lajeado Mariano, que num final de domingo, após um jogo do Iguaçu,  matou a galinha que a Dona Lídia criava numa gaiolinha e cozinhou sem retirar todas as penas, mas que matou nossa fome. O Evaldo Braun, que estava se despedindo, indo embora para São Paulo.

          Havia o  Aderbal Tortatto, da Barra do Leão, que trabalhava no Banco do Brasil, a quem chamávamos de "Pala Dura, o Impecável", porque se arrumava muito bem para ir encontrar-se com a fotografa de "A Fotocráfica", com quem se casou. O Tortatto, quando foi Cabo do Exército, atuava com jóquéi no final de semana para melhorar a renda... O Odacir Giaretta, marceneiro, palmeirense e coxa  fanático,  que tinha um sonho: Ser contador. Virou contador e foi montar escritório próximo ao estádio do Coxa, em Curitiba. E vieram o João Luiz Agostini (Milbe), que depois trouxe o Carlinhos, seu irmão. E o Eduardo, irmão do Osvaldo, que chamávamos de Betinho. O Mineo Yokomizo, o Japa, que me deu um sapato 39 (o meu era 42, mas usei mesmo assim...), trabalhava no Banco do Brasil, era meu colega de turma.O Francisco Samonek, que o Japa chamava de "Sabonete", ex-seminarista, do BB, agora lidera ações sociais na Amazônia. O Ludus, Luoivino Pilattri, de Tangará, era eventual e tocava violão.

         Mais adiante os cabos Godoy (de Caçador, Odacir Contini (de Concórdia)  e Maciel, também de Concórdia, com quem eu praticava meu Inglês. E o Cabo Figueira, que nos dias de temperatura abaixo de zero tomava banho frio, às 5 da manhã, para ter disposição durante o dia. E o Frei Guilherme Koch, parente do tenista Thomas Koch, parceir de Edson Mandarino. O Frei era Diretor do Colégio São José. Viera aprender como  era a vida real. O "Boles", cujo nome era Boleslau, que tinha um táxi, viera de Cruz Machado.  O Celso Lazarini, o "Breca" de Lacerdópolis, que fora  goleiro do Igauçu. O Celestino Dalfovo, o Funilha, que não gostava de enxugar os pés, era da região dos arrozeiros de Rio do Sul.

          E o Frarom  era nosso "Administrador", controlava as despesas da Mercearia, o ordenado da cozinheira, o aluguel. O convite dele foi muito bom, muou minha vida.

         Lá,  no Esquadrão da Vida, tínhamos uma geladeira que não funcionava. Tomávamos café preto da garrafa térmica, amanhecido, e comíamos pães franceses com margarina (cada um comprava a sua). Todos os dias tínhamos feijão, arroz e um ovo, mas seguidamente tínhamos bifes (um para cada um). De vez em quando saía uma limonada. Ganhávamos gelo para colocar no Q Suco e no Q Refresco,  da mãe do Neomar Roman (primo do Odacir Giaretta), que hoje é médico. Assistíamos às corridas do Emeron Fittipaldi na F1 pela janela. A mesma Senhora deixava a janela da sala dela aberta para vermos TV. Nos revezávamos em nossa janela para ver os "lances" da corrida. Ah, e no domingo, além de frango, tínhamos maionese... Que delícia, que mordomia! Como valorizávamos o pouco de que dispúnhamos!

          Foram esses, sim, os melhores anos de minha juventude. Ter morado com esses e  mais alguns, foi uma grande realização pessoal. Vivi, aprendi, vivi. Um bom modo de viver.  E há, ainda, muito para contar, oportunamente.

Euclides Riquetti
27-11-2012
Informação adicional: O "Ludus" faleceu há pouco tempo em Tangará - sua cidade natal. 

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Milhares de poemas, crônicas e artigos do escritor sul brasileiro
Euclides (Celito) Riqueetti

Seus olhos entristecidos

 


 


 


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Navegam seus olhos fundos,  entristecidos
Buscando no horizonte algumas respostas
Talvez buscando entender alguns desatinos
Escrevendo o poema certo nas linhas  tortas.

Navegam seus olhos bonitos nas incertezas
Buscando entender os difíceis mistérios da vida
No rio que leva distante,  em suas correntezas
Histórias de traumas, de lutas,  confrontos e brigas.

Navegam seus olhos com medo de ver as verdades
Estradas que levam no tempo, na busca da cura
E trazem consigo lembranças e muitas saudades
Dos tempos de amor, de ilusão e aventura.

Navegam seus olhos e,  ao longe, encontram os meus
Despertos na espera do encontro que tanto desejam
Que aguardam  respostas que venham de dentro dos seus
Respostam que acalmem meu ser e também me protejam.

Eu olho seus olhos, seguro suas mãos e você nem me vê
Em pensamentos, desejos, pecados, pecados, desejos
Só quero sentir o perfume sutil que vem de você
E, se possível, roubar de seus lábios apenas um beijo.

Um beijo do amor sentido e não correspondido
Um beijo para não mais ser esquecido!
Um beijo meu
Um beijo seu
Nada mais!

Euclides Riquetti

Loba Mulher

 


 



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Loba mulher dos sonhos cor-de-rosa
Loba mulher dos pensamentos que anuem
Dos lábios que me retribuem
Dos pecados que os meus diluem.

Loba mulher dos cabelos molhados
Desalinhados
Perfumados...

Loba mulher de cabelos e olhos encastanhados
Delicados
Encantados...

Loba mulher
Dos sonhos e encantos
Que provocam meus prantos
(Prantos nada santos...)

Loba mulher fervilhosa
Deliciosa
Dos sonhos azuis, dos sonhos cor-de-rosa:
Loba mulher!


Euclides Riquetti

Quando o vento soprar de leve...

 





Quando o vento frio soprar de leve
Balançando as cortinas suavemente
E a doce melodia chegar de repente
Para acariciar-te num sopro breve...

Quando o vento da manhã chegar
E acariciar teu rosto com a doçura
Acalmando tua alma branca e pura
Vais, certamente de mim lembrar.

Quando ouvires o triste lamento
Que o vento carrega de mim pra ti
Talvez perceba um ressentimento
Que não há como eliminar de mim...

Então nosso tempo já terá ido embora
E saberemos o que a vida nos toma
Ela que nos dá a subtração e a soma
Ele que se vai e nos deixa por hora.

Bem assim...

Euclides Riquetti

Tempo de amar (Te amo!)

 


 


 


 




Tempo de verão, tempo de amar
Tempo de sentir, tempo de paixão
Tempo de viver, tempo de sonhar
Tempo de sorrir, chorar de emoção!

Meu verão  dos sonhos e dos sabores
Dos rostos risonhos, olhos brilhantes
O verão do sol dourado e das flores
Das tardes encantadas e dos amantes!

Vida de alegria, da natureza cantante
Vida de harmonia e das belas cores
Vida muito feliz, crianças saltitantes
Vida para viver paixões e amores!

Tempo de amar o amor verdadeiro
Tempo de sonhar os sonhos da gente
Tempo de beijar teus lábios faceiros
Tempo de me perder perdidamente!

Euclides Riquetti

Sábado de sol e de cor mais uma vez!

 


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Sábado de sol e de cor
Dia de alegria desmedida
De andar livre na vida
Nada de trizteza, nem dor.

Sábado com muita euforia
Dia das doces sensações
De dar asas às emoções
Nada de melancolia.

Sábado dos corpos sarados
Dos corações atirando setas
Dos corações sendo flechados.

Dia de comemoração
Nas almas de todos os poetas
Que escrevem com amor e paixão!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Como se fosse sábado...

 


 




Engraçado...
Hoje me pareceu...
Como se fosse
Um dia de sábado!
E amanhã seria domingo
Um dia muito lindo!

Ora, meu pensamento faz calendários
Cria dias imaginários
Conforme sua conveniência...

Meus interesses se sobressaem
Enquanto as pessoas se distraem
E fogem da subserviência...

Fogem dos controles a lógica
Da vida metódica
O medo da mudança...

Mas há horas que se procuram
Novos e animadores horizontes:

Os horizontes que inspiram o poeta
Ele e sua pena indiscreta
Que corre sobre os papéis
Com versos amenos ou...
Cruéis!

Mas o poeta acanhado
Dá o seu recado:
O mundo é apenas uma passagem
E é preciso ter coragem
Para os novos desafios
Sejam nos dias chuvosos
Seja nos dias de estio.

E, não sei por que motivo
Mas há algo aqui comigo
Que me induz e impulsiona
A dizer que o que aprisiona
A ninguém faz bem.

E que todos os dias possam ser como os sábados
Com os pensamentos motivados
A pensar que o amanhã seja mais um domingo
Sempre adorável, sempre muito bem vindo!

Apenas assim...

Euclides Riquetti

Geração Jovem Guarda

 




Boas lembranças...reprisando!

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  Roberto Carlos, Vanderléa, Erasmo Carlos

  No início da década  de  60, o então jovem município de Capinzal, no Baixo Vale do Rio do Peixe, era composto também pelos territórios de seus distritos de Ouro, Dois Irmãos e Barra Fria. Em 1963, no dia 23 de janeiro, Ouro emancipou-se de Capinzal, abrangendo em seu território os outros dois distritos.  No mesmo ano, no dia 11 de novembro, concedeu emancipação aos mesmos, que se tornaram, respectivamente, Dois Irmãos e Lacerdópolis, sendo que o primeiro, adiante, passou a chamar-se Presidente Castelo Branco.

          Naquela metade da década, logo após esses acontecimentos políticos, surgia no Brasil  a Jovem Guarda, começando a aparecer  no cenário musical Roberto Carlos (o "Brasamora"),  Erasmo Carlos ( o "Tremendão") , Vanderléa ( a "Ternurinha"), Vanderley Cardoso (o "Bom Rapaz"),  Jerry Adriani (o "Coração de Cristal"), e Martinha, como principais expressões. Havia o Agnaldo  Rayol (o "Rei da Voz"), o Agnaldo Timóteo, que fazia sucesso com "Meu Grito", o Caetano Veloso, que adiante saiu-se bem com "Alegria, Alegria",  o Chico Buarque, com "A Banda", e o Ronie Von (o "Pequeno Príncipe"), com "A Praça". O Sérgio Reis, também da mesma geração, projetava-se com "Coração de Papel". Depois, virou cantor sertanejo. Havia outros, os preferidos pelos adultos, que nós, teenagers, chamávamos de "Velha Guarda".


         A Juventude e os teens curtiam muito as feras daquela hora, deixávamos os cabelos bem compridos, usávamos calças "boca-de-sino", uma camisas xadrez, de gola bem alta. As mulheres usavam "bomlon", arrumavam os cabelos à La Doris Day, e a charmosa Leila Diniz saiu para a praia grávida usando biquini, uma afronta aos costumes da época. Ah, leitor (a), tu deves ter sabido de todos esses acontecimentos, ou tomastes conhecimento deles algum dia. Foi uma época marcante de minha vida e da maioria de meus amigos.

          Pois bem, naquela época, o Colégio Mater Dolorum apresentava o seu novo e imponente prédio. Nós estudávamos lá, a sua quadra de esportes era um terrão com pedras, onde se jogava caçador e vôlei. Lembro bem que o colega Milvo Ceigol, irmão do Neivo, perdeu parte de seus dedos numa serra elétrica, na Marcenaria de seu tio Orestes Albino Fávero e, com os dedos cheios de mercúrio, gaze e esparadrapo, teimava em ser escalado para jogar vôlei. Depois, havia uma mesa de pingue-pongue, onde estrelavam a Vênus Siviero, a Marlene de Lima, a Ana Shiley Bragatto (agora Fávero, que quando perdia uma jogada esboçaba um sorrisinho delicado e afastava-se suavemente da mesa). Havia uma interna, a Rita, que era muito bonita, e que o pai a visitava de vez em quando, com um jipão. Os alunos de primário usavam calça de cor cáqui e camisa azul, as meninas saia e blusa dessas cores.  As alunas do Normal usavam saias bordô e camisas marfim. No Padre Anchieta, estudavam somente rapazes, camisa branca e calça azul. E a onda, na época, erta ouvier "iê, iê, iê". No ginasial, os rapazes no Anchieta e da garotas no Mater. É, não podia misturar menino com menina. E, no primário, quando alguém fazia bagunça, a primeira pena era ser colocado a sentar-se ao lado de uma menina.(Que humilhação, que vergonha...). E, os casos mais graves, eram levados para terem seu nome registrado no "Livro Negro" (Que medo!...). E diziam que os mais "fortes e disciplinados", iriam assinar o "Livro de Ouro". Nunca vi nem um nem outro, mas acho que existiam, não sei se sob as chaves da Irmã Marinela, da Irmã Fermina, da Irmã Terezinha. Esta, diziam que iriam dirigir a caçamba Ford, amarela, comprada para o transporte do material da construção do novo prédio. Mas o motorista acabou sendo, mesmo, o Lóide Viecelli.



          Enfim, nós, que vivemos e nos encantamos com nossos ídolos da época, também fizemos parte da história de nossas escolas, de nossas cidades. E, agora, espalhados pelo Brasil, vemos a geração que nos sucedeu buscando espaços também em outros países. Cada um vai fazer sua história onde acha que deve fazer. O mundo mudou mais do que podíamos imaginar. Mas as tecnologias permitem que nos aproximemos.

          É impossível esquecer de uma época tão boa de minha vida. E, certamente, também tua, leitor (a)!

Euclides Riquetti
15-06-2012

Ninguém é perfeito... vale a pena viver!

 






Ninguém é perfeito... vale a pena viver!


Sempre que se sentir incomodada porque algo não está como você quer
E seus planos não se realizam como gostaria ...
Sempre que os aborrecimentos lhe chegam para a atormentar
Atrapalhando seu sonho de mar em calmaria...

Sempre que você pensar em ouvir canções de amor e de paz ..
E acabar ouvindo apenas ruídos desagradáveis e dissonantes...
Sempre que você imagina que lhe digam um saudável bom dia
E acaba ouvindo apenas lamentos nada estimulantes...

Sempre que você mergulhar sua mente a navegar em saudosas lembranças
Porque quer lembrar de nossos momentos de alegria...
Sempre que você me procurar no horizonte azulado e com nuvens brancas
Porque quer  reviver momentos agradáveis e que trazem  nostalgia...

Lembre-se de que o mundo não é perfeito
De que as pessoas não são perfeitas:
Ninguém é perfeito!

Mas que, mesmo com todas as imperfeições
Vale a pena lutar
Vale a pena amar
Vale a pena viver!

Euclides Riquetti

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Cuide bem da chuva

 




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Cuide bem da chuva, deixe que ela caia
Não se afaste dela, fique na janela
Você e sua face singela
Não saia...

Cuide para que ela não molhe sua alma
Nem seu doce coração
Que continue caindo assim, bem calma.

Cuide para que ela não leve embora
Seus caros e ternos pensamentos
Pois uma alma desnuda, apenas chora!

Cuide da chuva com todo o carinho possível
Ampare-a e deixe-a seguir seu curso
A água, como você, é frágil e sensível...

Cuide, sim, de nossa chuva gostosa
Para que ela mantenha acesa a chama da ilusão
Para que ela esteja conosco nos bons momentos
Não nos dê as tormentas nem os sustos
Cuide para que ela caia lenta...prazerosa...

Tão prazerosa como você!

Euclides Riquetti

Beijo com sabor de vinho




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Quero um beijo com sabor de vinho
Com sabor frutado de madrugada
Um beijo sonhado
Desejado, esperado
Da mulher desejada!

Quero um beijo com muito carinho
Com o seco sabor do cabernet
Um beijo bem roubado de você
Daqueles que a gente rouba
E não consegue esquecer!

Um beijo que liberte os instintos
Que me incite, me energize
De vinhos de todos os matizes
Brancos, bordôs, rosados
De todas as varietais
Para eu não esquecer... jamais!

O seu beijo com sabor infinito
Com o delicioso sabor do Sanber
Que me faz sonhar onde eu ande
De dia, de noite, em todas as horas
Com a deliciosa cor de amora
Um beijo de vinho tinto
Mas que seja seu!

Euclides Riquetti

O primeiro verso

 




  
Gastei muito papel, talvez o caderno inteiro
Para escrever o poema ideal
Algo fenomenal
De todos os versos, o primeiro
O bonito, terno, sensacional.

Eu queria, certamente, encantar
Chamar toda a tua atenção
Fazer teu coração balançar
Tua cabeça repensar
Despertar amor e paixão...

Gastei todo o meu papel
Risquei e rabisquei ternamente
Até embaralhei minha mente
Busquei retratar com  pincel
Algo belo e  surpreendente!

Eu queria, certamente, chamar
Toda a sua  atenção
Dos seus olhos cor de mar
Os seus sonhos, seu sonhar
Sua alma e seu coração...

Sinceramente
Verdadeiramente
Apaixonadamente...
Apenas isso!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Quando a chuva parou de cair

 



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Quando a chuva parou de cair no telhado
E já era bem de tardinha
Restava o ar fresco e o chão molhado
A calçada lisa,  e a graminha
Suspendia as pétalas que caíram com o vento...

E elas se misturavam com as folhas já castanhas
E se confundiam com meus sentimentos
E com meus pensamentos
Nas horas tristes e estranhas...

E uma melancólica melodia vinha
De algum lugar
Para pousar
Em meus ouvidos e na pele minha!


E eu divagava...
Andava, em trenós ou andores
Eu, meus anseios e minhas dores
Eu, meus devaneios e meus desamores
A escrever-lhe meus versos
E a espalhá-los no universo
Enquanto eu chorava
Quando a chuva parou de cair!

Euclides Riquetti

Atrás da luz do sol

 



Atrás da luz do sol está o seu sorriso
Estão seus olhos meigos e brilhantes
Uma mulher muito doce e cativante
Com rosto de fada, com cabelo liso

A luz do sol me provoca e me atiça
Com seu inefável fogo de esplendor
Traz  essências de perfume e de flor
Cheiro de mulher, de mulher noviça.

Luz que se esconde atrás da luz solar
Luz que se embaralha no astro-rei
Luz que vem a mim para me beijar...

Atrás do astro sol há uma outra luz
Muito mais forte do que eu imaginei
Uma luz eu me atrai e que me seduz!

Euclides Riquetti

Enquanto o sereno cai...

 


 




Cai o sereno na gélida  madrugada
Na turbulência das negras almas
Vai serenar os corpos que andam na estrada
E caem gotículas nas suas peles alvas.

Cai para amainar as desavenças
Das mentes ávidas e atiçadas
Para abrandar,  tornar crianças
Mulheres de saias já  alongadas.

Cai o sereno e vem acalmar
Todos os corações aflitados
Para que se abram no esperar
Pelo Dia dos Namorados.

E enquanto o sereno cai
Faço pra ti minha oração
Meu pensamento navega, vai
Vai morar dentro do teu coração!

Euclides Riquetti

Busque, sempre, horizontes favoráveis

 


 



Busque, sempre, horizontes favoráveis
Não deixe de lutar pelo que você quer
Sobreponha -se aos seres indesejáveis
Fazendo valer sua condição de mulher.

Busque, nos mais recônditos lugares
O alento que sua alma tanto procura
Nas matas, montes, planícies e mares
Não deixe que tirem de você a doçura.

Busque, na calmaria da noite de lua
Os bálsamos pra cura de seus males
Busque os consolos para a vida sua.

E, depois de andar pelos caminhos
Vagar nas estradas estreitas e vales
Livrar-se-á das pedras e dos espinhos!

Euclides Riquetti

A Divina Arte


 


Eu divido contigo esta Divina arte

Nos céus, a mais perfeita das criações

Saída de Suas mãos mágicas na tarde

É o real que se sobrepõe às ilusões.


Isso vai além de nossa compreensão

Intima-nos a nos rendermos à essência 

Colorindo, com maestria, a imensidão

É o cenário verdadeiro, a eloquência!


E eu me tranporto para os teus  agrados

Carícias que eu retribuo docemente

Mais do que instintos e meros afagos.


E tu me esperas com os braços abertos

Enquanto eu te procuro incansavelmente

Procurando tatear os caminhos certos!


Euclides Riquetti

Um amor de universidade

 



Um amor de universidade

De juventude com energia

Ainda me traz nostalgia

E,  se valeu, ainda vale!


Um amor de universidade

Uma paixão de juventude

Sem  motivo para que mude

Pode ser que nunca acabe...


Um amor de universidade

Com um coração colegial

Paixão forte e muto natural

Não tem prazo de validade.


Um amor de universidade

Tempo de romance e poesia 

Ah, só lembrar com alegria

Com cheiro de felicidade!


Euclides Riquetti

16-01-2025

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História de um pescador muito Tchê! - crônica de memórias de Rio Capinzal

 


     

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         O Tchê era uma figura muita conhecida em Ouro e Capinzal. Era um homem de tez morena, tinha como nome Laurindo, acho. Mas, conhecido mesmo, era por "O Pescador Tchê". Por que "Tchê"? você pode perguntar. Ora, porque esta era a expressão vocativa predileta dele, equivale ao tchô, ao chê, aqui do nosso Sul, que os urbanos de nosso Sudeste chamam de "cara", os britânicos e americanos de "guy". Parafraseando o Obama:  O "Tchê", sim, é o Cara!

          Pois nosso Tchê era uma figurinha carimbada no ambiente pesca. Conhecido nas voltas e travoltas do Peixe. Até as pedras o conheciam e respeitavam. Simplório, calmo, tinha uma bicicleta bonita, reluzente, com espelho retrovisor preso ao guidom.  E uma buzininha tipo fom-fom, que usava para fonfonar para as crianças onde passasse. Andava a uns dez por hora, mas tinha muito cuidado para não atropelar ninguém.  Morana na "Rua do Cemitério", em Capinzal. E  sempre viveu de pesca. Dizem que foi o primeiro a obter "carteirinha de pescador". E, o forte dele, mesmo, era a linha de mão. Sabia "sentir" o peixe chegando no anzol. Farejava cardumes, não sei se pelo movimento das nuvens, do sol ou das águas. Conhecia todos os segredos do Rio do Peixe, desde o Poço dos Moresco, ali logo acima da Siap, passando pelos dos Campioni, pela Ilha, pelo da represa dos Zortéa, até chegar no do Zuchello. Conhecia cada barranco, cada sarandi, cada angico, cada guaviroveira, cada caneleira, cada pinheiro e cada cedro que houvesse numa extensão de uns oito quilômetros, em ambas das margens do Rio do Peixe.

           Com o tempo, já maduro, foi morar no Parque Jardim Ouro. Era apadrinhado pelo Werner da Silva, pelo Luiz Bonissoni e outros. Mas, com o tempo, com a morte desses, foi fincar morada lá na Linha Savóia, bem na margem do rio. Tinha uma casinha, um bote, e um pequeno arsenal de pesca. E um cachorro, pra cuidar da casa.  Dizem que ele ia pescar lambaris com o Armando Viecelli e, era tão amigo do mesmo, que quando este  se distraía, o Tchê tirava punhados da própria sacola  e jogava na vasilha do Armando, sem que ele percebesse.  Quando iam embora, tinham uma quantidade parecida. Mas a proporção de fisgada era mais ou menos de cinco por um. Em favor do Tchê, é claro. Mas ele não contava isso pra ninguém, não era de contar vantagem.

 Uma vez fui lá visitá-lo, convidá-lo para que fosse palestrar para estudantes, para explicar sua profissão e sua arte. Recebeu-me muito bem. Estava lá, isolado, numa curva do Rio do Peixe, mas feliz, Lá, no começo do território do Poço do Zuchello. Sabemos, todos, que era tão habilidoso e sortudo na arte de pescar, que as pessoas chegavam ali, colocavam linha ou caniço perto da dele, e nada. Mas, na dele, sempre vinham os melhores, mais bonitos. E , os seus segredos, duvido que os tenha ensinado para alguém...

          Contam muitas histórias sobre ele. O Barzinho, Aderbal Meyer, era expert em inventar histórias de pescador e atribuir os feitos ao nosso Tchê. As histórias que o Barzinho contava, e que encantavam todos os que o ouvissem, eram sempre muito engraçadas. Lembro de uma delas em que relatava o esforço do nosso Tchê  para retirar um serpelo de um exemplar de Dourado do Poço do Zuchello:  "... e aí, não é que o bicho me judiava um monte, tchê?! Eu ia dando uma corda pra ele, depois puxava um pouquinho, despois soltava de novo, que era pra mor de fazê o bicho cansá. E, despois dele cansado, eu ia puxando até trazê  ele pra cima do bote. E num é que ele vinha tudo suado, tchê?!" Suava o Laurindo,  fora,  e suava o peixe dentro d´água...Saía todo suado".

          Pois agora temos muitos pescadores ainda por aí... Tem o Bruno Fávero, O Hilário Lemes, popular Hile, o Deonir Biavatti, conhecido como Becão, e tem muitos outros. Mas não sei se algum deles herdou a manha do Tchê! O Tchê foi como o Roberto Carlos: "Sempre imitado, mas nunca igualado"! Ele tinha a determinação de Alexandre Magno, a impulsão de nossa Natália Zílio, a habilidade do Neymar, os cabelos do Tarcísio Meira, a ginga e a energia de uma funkete, mas só ele era nosso Pelé  da pesca: Laurindo, nosso Pescador, nosso Tchê, nosso Pelé das pescarias.

Euclides Riquetti
15-06-2013

Diamante negro

 




 
Diamante Negro
Um olhar acanhado, uma sutil timidez
A discrição, a virtuosa e doce sensatez
Uma lembrança, um sorriso,  um segredo!

Diamante que se enobrece com o passar dos anos
O mais singelo, magistralmente  lapidado
Soprepôs-se a tudo pelo tempo já passado
E ainda  resplandece e povoa meus sonhos profanos!

Diamante que exala elegância, charme, sensualidade
Mas que esconde, em si, mistérios indecifráveis
Sentimentos ocultos e infindáveis
Que esbalda a fragrância, o perfume, a veleidade...

Diamante de beleza singular
Diamante negro como a noite mais morena
Divindade cândida, dócil, serena
Preciosidade rara e sem par!

Diamante negro, mais do que um corpo bem esculpido
Mulher amada, musa, anjo deslumbrante
Mulher desejada, tal qual raro diamante
Mulher do sorriso de luz, do olhar eternecido!

Mulher diamante
Amada
Distante
Segredo
Que me traz medo!
Tão rara quanto...
Diamante Negro!

Euclides Riquetti

Como uma nuvem de chuva

 


 


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Como uma nuvem de chuva, você passou
Você foi embora, afastou-se de mim
Mas a lembrança, de você,  ficou
Você foi embora, foi  melhor assim?

Não era bem isso o que eu queria
Pois você dizia gostar tanto de mim
Onde foi o sorriso, onde foi a alegria?
Nunca diga nunca, será  melhor assim...

Como uma nuvem de chuva, o tempo passa
O tempo passar é uma verdade, sim
Incontestável, como a árvore da praça
Ficará só a lembrança, melhor assim...

O mundo é tão grande, ele dá tantas voltas
O mundo girar, é uma verdade, sim!
Coração  errante, não precisa de escoltas
Tudo vai virar paz, será melhor assim!

Euclides Riquetti