sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Mãos mágicas


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Mãos mágicas, pintam os sonhos do poeta
Na tarde discreta
Quando brilha o sol
Ou quando a chuva é incerta!

Mãos mágicas afagam peitos
Acariciam ombros bem feitos
Moldados com a arte Divina
Com habilidosos jeitos...

Mãos mágicas
Afagam rostos de pele macia
Abanam com leveza e alegria
Acenam nas partidas doridas
Mas pintam vidas coloridas.

Mãos mágicas ternas e eternas
Sensuais
Magistrais
Suaves e ternas...

Mãos mágicas que escrevem poemas
Descrevem infortúnios e dilemas
Mas desenham flores
De todos os matizes e cores...

Mãos mágicas que já embalaram as crianças
Que nos trazem as mais saudosas lembranças:

Apenas mãos...
Mãos doces e santas
Mãos mágicas!

Euclides Riquetti

Torta de morango, com nata - poema de amor?

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Quero torta de morango, com nata
Quero comer a delícia
Com um pouco de malícia
E te fazer uma serenata.

Quero torta de morango, com nata
Quero devorá-la inteira
Na tarde prazenteira
Em que o amor me arrebata.

Quero que tenha chantili
Recheio de coco e  chocolate
Enquanto meu coração bate
De tanto amor que tem por ti.

De  morango avermelhado
Quero com doce de leite
Que me queira, que me aceites
Sou eterno namorado!

Euclides Riquetti

Papai Noel Existe...

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         Saí de casa com apenas 1 ano e 47 dias. Não fui doado, fui carinhosamente levado pela minha madrinha, Raquel Vitorazzi Frank,  para morar com a família dela, em Leãozinho. Nascera minha irmã, Iradi, que teve por segundo nome Lourdes, pois morávamos a 100 metros de uma gruta dessa Santa, no Disrito de Ouro, então município de Capinzal. Naquele dia 09 de janeiro de 1954,  meu destino começou a se moldar. E moldou-se da forma que uma criança não quer, porque embora muito amado na casa onde vivi minha infância, eu tinha muitas saudades de meus pais.  E de meu irmão, Ironi, 5 anos mais velho que do que eu.  Acho que é por isso que sempre quis ter meus filhos perto de mim. (Agora  já mudei minha opinião sobre isso, acho que não importa onde eles estejam, mesmo longe, o importante é que estejam bem, tenham saúde, vivam bem). Senti muitíssimo quando eles foram tomando rumo próprio na vida. Agora estou feliz com isso, porque não foi uma ruptura, foi um ausentar-se "soft", eles sempre estão por perto...

          Minha ligação era  forte com a família, mesmo  morando fora. E, agora, nesses dias em que a sensibilidade se aguça, lembramos... Quem de nós, leitor (a), não lembra dos natais da infância, das expectativas sobre os presentes, as comemorações em família, muita comida boa, comer chocolate sem culpa, vestir-se com roupa nova, dos tempos em que o Papai Noel existia?

          Bem pequeno, me contavam aquelas histórias bonitas sobre o Bom Velhinho. E lá, na colônia, num método pedagocicamente involuntário, me educavam para acreditar, adaptavam a história aos seus costumes. O Bondoso não vinha em trenó com renas. Vinha montado a um burrinho, entrava pela janela à meia-noite, por isso tínhamos que ir dormir cedo e deixar as janelas abertas. Ele tinha um saco com presentes e deixava um para cada criança, tornava-mos muito felizes. E minha função, na véspera, era colher uns pastos e deixar num cochinho de madeira, um daqueles que eram usados para dar comida aos terneiros, para que o cansado burrinho, que viera do céu, pudesse reabastecer-se de energias e ir levar os presentes para as crianças da vizinhança.

          Para mim, essa figura lendária, adorável, bondosa, povoou minha mente fantasiosa até o Natal em que eu já tinha  três anos.   Eu estava na expectativa de ir buscar o pasto, arrumar direitinho no cochinho, (e também uma tigela de madeira com água, não esquecer de   deixar a janela aberta. Eu dormia no quarto de meus padrinhos, tinham uma "cuna" para mim, eu deitava e eles contavam-me histórias para que eu dormisse. E, naquela noite, 24 de dezembro de 1955, eu estava a fim de ver a chegada do velhinho, ver como ele era, como se vestia. Sabia que tinha barba branca, roupa vermelha, botas pretas. Mas não havia as imagens que hoje temos abundantemente nas mídias, nas vitrines das lojas, nos cartões, e até mesmo o Papai Noel que está na loja ou no shopping, pra que todo mundo veja.

          Minha ansiedade era muita, meu padrinho percebeu isso, e lascou: "Papai Noel não existe, vou te mostrar"! E pegou um pacote de cima do guarda-roupa, que meus pais haviam mandado,  em que estavam  meus presentes: um papai noel de chocolate, um reloginho de chocolate, balas, e uma blusinha  verde com listas horizontais brancas. Minha madrinha foi à loucura, brigou com ele, não deveria ter feito isso! Vieram a Alaídes, a  Catarina e a Delcia e diziam-me que o Padrinho estava mentindo, que o Papai Noel havia mandado os presentes, que ele viria depois para me entregar...  E foi muita confusão na minha cabeça. Na verdade, eu queria que Papai Noel existisse. Aquele velhinho,  produto da tradição, tinha que ser real! Não poderiam todas as historinhas que ouvi sobre ele serem mentira...

          Nos natais seguintes continuei a ganhar presentes. E continuei  a deixar um prato sobre a mesa da sala, um papelzinho com o nome, para que os presentes fossem colocados dentro. Aos oito anos, quando fui morar com meus pais na cidade, e conhecer as figuras de Noel nas revistas, comecei a me perguntar e estabelecer algumas verdades sobre as coisas: "Por que ele usa aquelas roupas de frio se é sempre muito calor no Natal? Se ele vem pela chaminé da lareira, então vai só nas casas onde tem lareira. Não tem como ele descer pelo cano de zinco do fogão. Aquela barba é de verdade ou é barba de árvore? E aquele Papai Noel das Casas Pernambucanas, que o Donato Pacheco leva nas casas para entregar presentes, é de verdade? E por que muitos amigos ganham bicicletas, revólveres de espoletas com rolo, bolas, até chuteiras, e nós só ganhamos roupinhas"? Mesmo assim, fiquei esperando pelos presentes do Bom Velhinho até 11, 12 anos. E propagando a fantasia para meus irmãos pequenos.

          Ah, como é bom o mundo da fantasia!!! Como é bom esquecer tudo e viver apenas para o que nos deixa feliz, sonhar...

          Aprendi a sonhar. E dividir meus sonhos com os outros. Amarrar um Papai Noel no telhadinho defronte à  janela de meu quarto, outro na da sala, colocar luzes coloridas na varanda, na cerca, nas árvores. deixar-me levar pelos sonhos. O sonho é real, enseja possibilidades que a vida muitas vezes não oferece. Sonhar me deixa feliz. Sunhar e poder dizer pata todos os amigos: FELIZ NATAL!

Euclides Riquetti
24-12-2012

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Obrigado, meu Deus!


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Meu Deus,
Tu que é tão bom
Tu que podes tanto, tanto
Eu te faço esta oração
Porque só Tu és Santo.

Meu Deus,
Tu que me  compreendes
Tu que me dás atenção
Eu peço e Tu me atendes
Porque me dás Tua proteção.

Meu Deus,
Tu que estás sempre comigo
Tu que estás em todo o lugar
Eu Te peço o bom abrigo
Porque quero estar em  meu lar.

Meu Deus,
Tu podes sempre contar
Com a minha fidelidade
Eu aprendi que se eu Te amar
Só vou ter a  Felicidade.

Obrigado meus Deus!

Euclides Riquetti

Papa Francisco e os celulares, Donaldo Trump e o seu twitter

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          Donald Trump esteve na China nesta quarta-feira. Lá o aplicativo twiter tem seu uso proibido. Mas ele obteve autorização para comunicar-se através dele. Aqui em Joaçaba, fiquei observando as pessoas que caminham pelo centro da cidade olhando para seu telefone celular. Em cada grupo de dez mulheres, às 13 horas da terça-feira, 6 estavam lendo e respondendo a mensagens. E no grupo masculino, 4  em cada dez homens com o celular na mão. Os mais jovens lendo alguma coisa. Os adultos apenas segurando o aparelho.

          Foi notícia no mundo o "pito" bem educado e elegante que o Papa Francisco passou nos que assistiam à sua missa na Praça de São Pedro, no Vaticano. Pediu que mantivessem guardados os seus celulares e que deixassem de tirar fotos durante a missa. Disse a fiéis, sacerdotes e bispos, que aquilo não era um espetáculo, mas sim uma celebração, uma missa.

          Na tradução do italiano para o português, pudemos observar que ele disse:  "vamos elevar nosso coração". "Ele não diz 'vamos elevar o celular para tirar uma foto'. Não, isso é feio!". Disse ainda:
"Eu fico muito triste quando celebro a missa aqui na praça ou na basílica e vejo tantos telefones erguidos. Não apenas dos fiéis, como também de alguns sacerdotes e, inclusive, bispos. Por favor! A missa não é um espetáculo", insistiu Francisco.

          Concordo com ele. Acho até que os turistas que estão por lá devem tirar as fotos, pois são grandes lembranças que guardam para si ou propagam nas redes sociais. Mas sacerdotes e bispos deveriam evitar isso. Embora que os religiosos "visitantes" também se sentem muito felizes e honrados em levar uma foto de uma missa de Francisco...
       

Euclides Riquetti
09-11-2017

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Amar com paixão

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Busco, não sei onde, a resposta de que eu preciso
Para a pergunta simples, algo me parece faltar
Talvez uma nuvem clara, quem sabe o teu sorriso
Pois sinto-me um notívago, um andante a vagar.

Procuro nas estrelas, talvez nos vastos oceanos
Nas montanhas marrom-cinza, talvez nos verdes vales
Na perdição dos corpos, dos pensamentos mundanos
O remédio para minha dor, a cura para  meus males.

Busco, procuro, mas não encontro nenhuma resposta
Procuro, procuro, mas não tenho um endereço certo
A vida não é apenas um jogo, nem uma simples aposta.

A vida é sentir com os olhos, é ver com o coração
É perceber o calor no inverno, e ver água no deserto
É a entrega da alma e do corpo, é amar com paixão!

Euclides Riquetti

O Seminário: boas lembranças!


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Seminário Nossa Senhora dos Navegantes - Ouro -

SC -  edifício azul, atrás de outro amarelo.


          Vivi minha infância muito presente no Seminário Nossa Senhora dos Navegantes, no então Distrito de Ouro, município de Capinzal.  Havia um Frei lá, João, depois o Frei Otávio, que eram os responsáveis pela educação inicial dos nossos futuros padres. Um  casarão que pertencera à Família Penso fora adquirido pelos Padres Capuchinhos e, com ampliações, comportava o Seminário. Os meninos estudavam no Mater Dolorum, até concluir o Primário. Depois iam para Riozinho, na região de Irati, no Paraná. Mais adiante, o Padre Adelino Frigo e o Victorino Prando estiveram na sua Direção.

      Lembro que o Martin Mikoski e o André Bocheco eram os braços direitos dos diretores nas décadas de 1960 e 1970.  Lideravam os meninos nas lides da roça, do estudo e das orações. Tomaram outros rumos, foram exercer outra vocação que não a do sacerdócio. Depois veio o Frei Orlando, que dirigia o jeep azul e a Ford, levando os seminaristas para trabalhar na granja deles. O esforçado Frei Orlando, compositor do Hino a Nossa Senhora dos Navegantes tornou-se sacerdote. Era uma alma bondosa. Continua sendo uma figura muito carismática. Com sua voz ressonante, enche os espaços das Igrejas onde canta.

          Eu tinha muitos colegas de aula que eram do Seminário. E também um primo. Tinham suas horas de estudos, as de orações e meditação, e ainda ajudavam na Granja dos Padres. Uma Senhora, Dona Aurora, era a mãezona de todos eles. Era uma matrona forte e respeitada, impunha respeito em talvez umas cinco dezenas de meninos afoitos.

          Aos domingos, iam para alguma comunidade, a pé, para jogar futebol. Lembro que o Luiz Frigo corria muito, tinha as pernas compridas e reclamava do juiz, normalmente um Frei.

          Quando a Festa de São Paulo Apóstolo  se avizinhava, eram colocados a pintar estatuetas de gesso do padroeiro, que eram trazidas de Curitiba. A batina marrom, um manto verde, o rosto marfim. Era mais ou menos isso. E havia alguns acabamentos que eram feitos pelo Frei João, para que o serviço ficasse bem feito. Ainda hoje há, em algumas casas no interior, exemplares desse São Paulo Apóstolo, que era benzido e vendido no Dia da Festa, 25 de janeiro, ou no domingo mais próximo. 

          No Colégio, os meninos eram bulidos, sistematicamente, por muitos dos colegas. Eles tinham umas características que os diferenciavam de nós, como por exemplo, na fala: Nós dizíamos "pra" e eles diziam "para". O Frei exigia que aprimorassem sua fala. Nós achávamos que aquilo era coisa de granfino. E diziam os esses nos plurais. E as declinações certas ao final dos verbos. Na sala eram comportados e isso nos deixava intrigados porque tinham mais prstígio do que nós que fazíamos nossas  inocentes  baguncinhas.  No futebol, eram melhores do que nós, porque em seu tempo livre, jogavam muita bola. Faziam petecas com palha de milho e penas de galinhas que eram uma maravilha. Tinham seu material escolar organizado, bem mais do que o meu, que não posso me citar como exemplo para ninguém, tamanho era meu desleixo. Por tudo isso os colegas buliam com eles.

          Eu ia diariamente ao seminário, era quase um deles. Algumas vezes me tentava a dizer que queria estudar para me tornar padre, mas  sabia que não tinha nenhuma aptidão ou vontade para isso. Acho que era por causa da companhia dos amigos. Aqueles que terminavam o primário iam para Irati e nós ficávamos muito tristes, pois só vinham para casa ao final do ano. Tinham que ficar lá em provação. Acho que isso levava  muitos deles a desistir de seu intento.

          Certa vez houve uma briga no Colégio e a minha turma de amigos ficou dividida, uns contra e outros a favor deles. Eu era a favor, pois aqueles meninos não incomodavam ninguém, mas havia uma cisma de alguns contra eles. Lembro que os contra eles desciam o morro rapidamente,  ao final da aula, antecipando-se aos seminaristas,  e amarravam as guanxumas  que havia ao lado dos carreiros para que, quando eles corressem, caíssem. E, depois, armavam uma algazarra para vê-los correr e caírem. Para nós, aquilo era divertido, não levam mais do que uns esfolões. Tinha um que era bravo, o Paulo Rosalem, que virou padre e soube que ele faleceu recentemente, em Capinzal.

           E muitos deles acabaram saindo  e tornando-se bons professores. Aliás, muitas das universidades do Oeste e Meio Oeste de Santa Catarina foram bem sucedidas porque ex-seminaristas tornaram-se professores delas, chegando ao Doutorado ou Pós-doc. E tornaram-se  diretores, reitores até. Mas também rechearam o mercado com profissionais liberais. Ou na área pública. A seriedade com que eram cobrados no estudo lhes deu uma base sólida de conhecimentos que lhes permitiu galgar escalas acima com relativa facilidade.

          Tenho boas lembranças daquelas tardes em que eu ia com um irmão pequeno participar das brincadeiras com os seminaristas.

          O Seminário Nossa Senhora dos Navegantes foi desativado, assim como os demais da região. Seus prédios são ocupados por escolas particulares, centros de administração pública e de múltiplo uso. Foi assim em Ouro, Luzerna, Ibicaré e Iomerê. No Paraná, em Ponta Grossa, um deles hoje abriga a Universidade Federal Tecnológica do Paraná.

          Nossa região, em razão de sua colonização italiana, era povoada de seminários. Os pais sonhavam em ter um filho Padre. Os filhos viam no Seminário uma maneira de sair de casa e estudar. E já valia para eles a regra de que "o futuro a Deus pertence". Talvez o Vaticano não tenha conseguido ter o número de propagadores do Evangelho que esperava, mas o certo é que muitos colégios e faculdades ganharam excelentes professores, ajudando a dar um ton de maior qualidade à nossa educação. Graças a Deus,  e não em nome de Deus...

Euclides Riquetti
28-01-2013

As naus da solidão

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Navegam, vagarosamente, nos mares de minha mente
As naus da solidão...
Vão de porto em  porto, vão de mar em mar
Procurando meu corpo para ancorar
Dando as costas à imensidão.
Navegam nas profundezas dos tempos, suavemente...

Navegam, através dos ventos e das as correntezas
Para  buscarem a doce calmaria
Que só eu lhe posso oferecer
Que só eu posso lhe conceder.
Navegam as naus da nostalgia
Pelos mares ignotos das  incertezas...

Navegam, lentamente, plenas de almas solitárias
As naus da solidão...
Vão, nas tardes, na noites, nas manhãs
Em suas andanças libidinosas  e vãs
Buscando a ilusão.
Navegam, sutilmente, as  naus solitárias!

Euclides Riquetti

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Sinfonia na manhã de novembro

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A sinfonia do passaredo me acorda
Nestes primeiros dias de novembro...
É o novembro das madrugadas quentes
É o novembro das almas  que se tocam
É o novembro dos pensamentos que atiçam as mentes...

Reviro as páginas antigas de meus bagunçados apontamentos
E me vêm à mente as  lembranças de momentos
De antigas primaveras, antigos verões
De antigos versos, antigas melodias e canções
Porque, simplesmente, é novembro!

É uma manhã pra  pensar em ti
É uma  manhã pra rezar por ti.
É uma manhã para olhar o céu e nada pedir
Apenas agradecer por estar aqui
Apenas me alegrar por existir!


Me voltam os embalos das noites e tardes dançantes
De corpos que bailam, que acalentam, que seduzem
Há  lábios rosados, azulados,  vermelhos que reluzem
Há  risos que me afagam e  mãos que me conduzem
Há um rosto num corpo, um corpo a me provocar...

Eu divago no despertar pela  soberana orquestra
Harmoniosa  na manhã de novembro, extensa aldeia em festa
Não haverá, jamais, outra sensação como esta:
Regida pela mão de Deus, habilidosa Maestra
Vem como a suave brisa,  vem me acariciar.

Euclides Riquetti

domingo, 5 de novembro de 2017

O vento que sopra na tarde

O vento que sopra na tarde
E que move as folhas da planta
Traz-me paz, sem mais alarde
E faz-me sentir qual criança.

Quando a primavera  chegou
Começou a mudar a paisagem
A flor se abriu, desabrochou
No vaso que abrigou a folhagem.

A juventude é assim:
Surge bela, como a flor
Ocupa os canteiros do jardim
Abre-se em sonhos de amor.

Ah, novembro - primavera!
Tempos de vida e de cor
Vem o sol que a gente espera
Traz na  tarde seu fulgor.
Euclides Riquetti

Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil - a redação o do Enem!

Lívia Gomes postou um tweet mostrando que foi para a prova vestindo a camiseta que coincide com o tema e virou meme no Twitter (Foto: Arquivo Pessoal )
       Lívia Gomes, de Erechim, RS, foi prestar seu exame do Enem usando
uma camiseta com estampa relacionada ao tema. Virou notícia. Parabéns
por ser adepta a causas assim.



          As diferenças entre os seres humanos nunca foi tão discutida como agora. E, a posição das pessoas, principalmente das que se utilizam das redes sociais para se manifestarem, passou a ser discutida e contestada por aqueles que têm opiniões diferentes sobre cada tema evidenciado. Os assuntos mais polêmicos dizem respeito às questões de gênero. Mas o cidadão que tem algumas limitações, como por exemplo o surdo, que importância tem nesse contexto?
         Ora, as pessoas com deficiências auditivas convivem em meio às demais sem chamar qualquer tipo de atenção. Sua deficiência não é aparente como a dos cegos ou dos que têm deficiências em seus membros,  sempre muito perceptíveis aos olhos dos demais, em razão da irregularidade dos movimentos. O padrão de elegância e beleza exige que se tenha corpo perfeito, esbelto, andar elegante. O  surdo é o que mais consegue passar sem dar mostras de sua insuficiência..
          Nas escolas, poucas vezes a deficiência de audição é percebida pelos próprios professores. Normalmente é a família que a descobre e que procura tratamento. Os casos mais graves, precisam ter o contato com comunicadores falantes da linguagem de libras. Apenas as escolas especializadas dispõem de professores que dominam esse tipo de comunicação, longe de ser universal.
          Ideal, mesmo, seria  que todos os que buscam a formação em cursos para o exercício do magistério tivessem a oportunidade de conhecer a linguagem de libras. A disciplina deveria fazer parte da matriz curricular de cada curso formador de professores. Afinal, com as pessoas cada vez mais submetidas à poluição sonora, o número de pessoas surdas tende a aumentar muito.
          "Desafios para a formação educacional dos surdos no Brasil"  foi o tema para a redação  no concurso do Enem em 2017. Algo que os candidatos não imaginariam que pudesse acontecer. E, depois de tantas polêmicas sobre a questão da perda ou não de pontos, ou o zeramento das notas às  redações para quem ofendesse os direitos humanos nas redações, o assunto em discussão passa a ser o enfocado. De qualquer forma, está dentro do tema tão discutido hoje em todos os meios de comunicação: as diferenças entre os seres humanos que convivem numa mesma sociedade. .

Euclides Riquetti
05-11-2017

Um poema de amor

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Não há manhã de sol que não seja agradável
Não há noite de luar que não o seja também
Não há tarde de chuva que seja interminável
Que não  se possa parar pra  pensar em alguém.

Não haverá mais amor numa carta chorosa
Não haverá  mais amor que em minha poesia
Não há, mas espero você, carinhosa
No canto que eu canto e que lhe leva a magia.

Não há nenhum dia que eu não componha um poema
Não há um só momento que eu não pense em lhe ver
Não há uma semana em  que eu não escreva
Um poema de amor, só de amor por você!

Euclides Riquetti