Fim de tarde:
O sol começa a se por
O coração a se opor...
E as almas ardem.
É fim de tarde!
Fim de tarde:
As sombras da noite se libertam
E flertam...
Flertam comigo
Contigo
Flertam...
Fim de tarde: a noite vem.
Vem, como as demais
Quando cessam os pardais
E há o encontro dos pensamentos casuais
Na noite que vem
Escura...
Fim de tarde:
Da noite emergente é o prenúncio
Da manhã que vem é prévio anúncio
É mais um fim de tarde:
Como as demais
(Não voltará, não, nunca, jamais)
O que vai, não volta mais...
Apenas volta, no firmamento
A lembramça de ti em meu pensamento.
Mas, como a tarde, tu também vais
E não voltas...(mais!)
Euclides Riquetti
sábado, 21 de junho de 2014
sexta-feira, 20 de junho de 2014
Pobrezinho, mas bem perfumado!
Tenho ótimas lembranças e saudades de meu amigo Padilha. Trabalhei com ele de 1972 a 1977 no Mallon, em União da Vitória. Iniciamos na Rua Clotário Portugal 974, e depois nos transferimos lá para a BR, um pouco depois do Café Primor, da família Krügger dos Passos. O Padilha era o perfeito "gente boa"! Ele o Sapo (Alcir Teixeira), eram os bambas em Caixa, Diferencial e Motor.
O barracão da oficina, agência Mercedes-Bez, era enorme. Havia a parte que dava de frente para a rua, em que, no térreo, trabalhávamos na Seção de Peças eu, o Mauro (Iwanko) e o Altamiro (Beckert). No kardex, a Alvina (Nunes Lell). Nosso chefe era o Silvestre Schepanski, um compridão que viera de Canoinhas. Jogara futebol no Santa Cruz. Tinha uma Synca Chambord em que a bateria não ajudava muito. Vinha de biclicleta para o serviço. Na oficina, o Solon Carlos Dondeo, que tinha uma novíssima Variant verde-oliva, comandava a tropa. O Carlos Konart era o recepcionista, que tinha o cargo charmoso de "Consultor Técnico". O Polaco (Dionízio Horodeski), o Justino (Polzin), o Miguel (Semianko) e o Ilmo, lidavam com caixas e diferenciais. O Sr. Luiz era ótimo chapeador. O Sr. Pedro, com o genro Airton, faziam a parte de ferraria.
O Padilha vinha à janelinha da Seção de Peças: "Bom dia, Euclides! O Respeito é a chave de todas as portas!". Eu o cumpimentava, ria. O Padilha era um ótimo astral, sempre tinha uma palavra amiga, um jeito bom de motivar os colegas. Pegava no pé todos. E ainda perguntava: "Como está a bonitona lá de cima? Será que vai trazer a folha hoje (de pagamento)? Referia-se à Sandra (Probst), uma moça de uns 19 anos, do escritório. E emendava; Ah, seu eu fosse mais novo!!!
De certa vez, o Padilha cometeu uma gafe sem tamanho. Ficou um tempão envergonhado. Ocorre que tínhamos um freguês, proprietário de um caminhão Mercedes LP-321, um "cara chata", azul, o Luiz Carlos Daldin. O Daldin tinha cabelo raspado, cabeça bem calva. Pois naquele dia viera um gaúcho muito parecido com ele e do mesmo tamanho, usando calças US Top, e com um caminhão idêntico ao dele. Precisava trocar uma mola da suspensão. Caminhão consertando, ele sentou ali defronte à recpção, ao lado esquerdo da entrada da oficina e ficou tomando um chimarrão. Havia uns exemplares do "Jornal O Comércio" e "Traço de União" para lerem, e algumas revistas. Pois o Padilha veio com a mão suja de graxa lubrificante Marfak e passou na cebeça careca do cara. Este, virou-se e olhou para o Padilha sem entender nada. O Padilha endoideceu! Passou a mãe engraxada na cabeça do cara errado. Só faltou ajoelhar-se para pedir desulpas... E os colegas vieram, todos, para ver o que acontecia.Uns zoavam e outros tentavam ajudar o mecânico a explica-se. Ainda bem que o gaúcho era "do bem e da paz", entendeu a brincadeira e foi lavar a careca com uma estopa embebida em gasolina...
O Padilha era muito feliz. E nos fazia felizes. Muitas vezes chegava na janela faceiro, cantando ou assobiando e dizia: "Pobrete, mas alegrete! Café preto, mas bem doce! Pobrezinho, mas bem perfumado!" Assim era nosso colega Padilha, o simpático amigo de quem nunca mais tive notícias...
Tenho muitas saudades de meus colegas lá da Mercedes da Rua Clotário Portugal. Depois, mudamos lá para a BR, onde novos funcionários foram contratados e a turma ficou bem maior...
Lembro, sempre com muita alegria, dos bons momentos que vivemos ali!
Euclides Riquetti
20-06-2014
O barracão da oficina, agência Mercedes-Bez, era enorme. Havia a parte que dava de frente para a rua, em que, no térreo, trabalhávamos na Seção de Peças eu, o Mauro (Iwanko) e o Altamiro (Beckert). No kardex, a Alvina (Nunes Lell). Nosso chefe era o Silvestre Schepanski, um compridão que viera de Canoinhas. Jogara futebol no Santa Cruz. Tinha uma Synca Chambord em que a bateria não ajudava muito. Vinha de biclicleta para o serviço. Na oficina, o Solon Carlos Dondeo, que tinha uma novíssima Variant verde-oliva, comandava a tropa. O Carlos Konart era o recepcionista, que tinha o cargo charmoso de "Consultor Técnico". O Polaco (Dionízio Horodeski), o Justino (Polzin), o Miguel (Semianko) e o Ilmo, lidavam com caixas e diferenciais. O Sr. Luiz era ótimo chapeador. O Sr. Pedro, com o genro Airton, faziam a parte de ferraria.
O Padilha vinha à janelinha da Seção de Peças: "Bom dia, Euclides! O Respeito é a chave de todas as portas!". Eu o cumpimentava, ria. O Padilha era um ótimo astral, sempre tinha uma palavra amiga, um jeito bom de motivar os colegas. Pegava no pé todos. E ainda perguntava: "Como está a bonitona lá de cima? Será que vai trazer a folha hoje (de pagamento)? Referia-se à Sandra (Probst), uma moça de uns 19 anos, do escritório. E emendava; Ah, seu eu fosse mais novo!!!
De certa vez, o Padilha cometeu uma gafe sem tamanho. Ficou um tempão envergonhado. Ocorre que tínhamos um freguês, proprietário de um caminhão Mercedes LP-321, um "cara chata", azul, o Luiz Carlos Daldin. O Daldin tinha cabelo raspado, cabeça bem calva. Pois naquele dia viera um gaúcho muito parecido com ele e do mesmo tamanho, usando calças US Top, e com um caminhão idêntico ao dele. Precisava trocar uma mola da suspensão. Caminhão consertando, ele sentou ali defronte à recpção, ao lado esquerdo da entrada da oficina e ficou tomando um chimarrão. Havia uns exemplares do "Jornal O Comércio" e "Traço de União" para lerem, e algumas revistas. Pois o Padilha veio com a mão suja de graxa lubrificante Marfak e passou na cebeça careca do cara. Este, virou-se e olhou para o Padilha sem entender nada. O Padilha endoideceu! Passou a mãe engraxada na cabeça do cara errado. Só faltou ajoelhar-se para pedir desulpas... E os colegas vieram, todos, para ver o que acontecia.Uns zoavam e outros tentavam ajudar o mecânico a explica-se. Ainda bem que o gaúcho era "do bem e da paz", entendeu a brincadeira e foi lavar a careca com uma estopa embebida em gasolina...
O Padilha era muito feliz. E nos fazia felizes. Muitas vezes chegava na janela faceiro, cantando ou assobiando e dizia: "Pobrete, mas alegrete! Café preto, mas bem doce! Pobrezinho, mas bem perfumado!" Assim era nosso colega Padilha, o simpático amigo de quem nunca mais tive notícias...
Tenho muitas saudades de meus colegas lá da Mercedes da Rua Clotário Portugal. Depois, mudamos lá para a BR, onde novos funcionários foram contratados e a turma ficou bem maior...
Lembro, sempre com muita alegria, dos bons momentos que vivemos ali!
Euclides Riquetti
20-06-2014
quinta-feira, 19 de junho de 2014
É noite...
É noite, dos pensamentos sem dono
É noite de novo...
É noite das estrelas prateadas
Das almas condenadas (perdoadas??).
Mas é noite!
É a noite dos namorados
É a noite dos sonhos encantados...
É a noite das orações
Das dores nos corações...
É, sim, é a noite!
A noite é dos amantes
Dos beijos provocantes
A noite é dos aflitos
Dos versos escritos e ditos
A noite é apenas a noite...
E, atrás daquela janela
Alguém se esconde.
Atrás da cortina singela
Uma voz responde:
Estou aqui...
Pensando em ti!
Somente em ti.
Em ti...
(Aqui...)
Euclides Riquetti
É noite de novo...
É noite das estrelas prateadas
Das almas condenadas (perdoadas??).
Mas é noite!
É a noite dos namorados
É a noite dos sonhos encantados...
É a noite das orações
Das dores nos corações...
É, sim, é a noite!
A noite é dos amantes
Dos beijos provocantes
A noite é dos aflitos
Dos versos escritos e ditos
A noite é apenas a noite...
E, atrás daquela janela
Alguém se esconde.
Atrás da cortina singela
Uma voz responde:
Estou aqui...
Pensando em ti!
Somente em ti.
Em ti...
(Aqui...)
Euclides Riquetti
quarta-feira, 18 de junho de 2014
O Amílcar e o Zap-zap da Nena!
Liguei para o Amílcar. Eu estava preocupado com as enchentes em Porto União e União da Vitória, onde tenho familiares e convivi com ele na juventude. O Celular da Tim está uma calamidade. Mais calamidade do que nas cidades onde choveu e os rios transbordaram. Então ele me retornou ligação por um telefone convencional. Disse-lhe que estava preocupado com a situação calamitosa, que vi fotos no facebook dos amigos de lá. O Bairro São Cristóvão totalmente coberto por águas. Assim o Rio da Areia, o São Bernardo, o Santa Rosa e os arredores da "Ponte do Arco". Na Manoel Ribas, havia água num longo trecho, bem depois do Túlio de França. Eu morei no número 1.000, em frente ao Posto do Zeca Ravanello e dos irmãos dele. A água estava uma quadra abaixo do Posto Ipiranga.
O Amílcar falou-me que até desistiram de entregar erva-mate nos mercados de lá. Muitos deles estão invadidos pelas águas. "Sabe, Riquetto, a Avenida Bento Munhoz, aquela que nóis costumava andá de bicicleta, tá tudo alagada. Mais de um metro de água. Lá onde tinha o campo do São Bernardo, tudo debaxo da água. As oficina mecânica, posto de gasolina, escolas, capela, madereras, tudo feio. Até o Governo anda por lá de alicópitro. Mais nóis sabemo, vai sê sempre assim. O rio vem sempre buscá o que é dele, o cisco que deixô na otra inchente."
Falei-lhe que tenho comunicação na internet com amigos que me relatam, a todo o momento, sobre a situação. E que aqui, graças a Deus, não aconteceu nada de grave, que o Rio do Peixe é violento, mas que, comparado com o Iguaçu, onde as águas andam lentas, não houve elevação em níveis preocupantes. Perguntei-lhe como está sua Nena, a neta, a filha, o genro, o pessoal de General Carneiro e de Palmas.
"Óia, Riquetto, tirando que o precio da erva baxô um poquinho, o resto a zente resolve. A netinha tá que é uma lindinha. A Nena tá grudada naquele zapezape do telefone que se iscuta e se vê gente. Otro dia, por causo desse zapezape fiquei sem gasolina no Gól. A bateria tava fraca porque tava frio e dexei o auto ligado e disse que era pra ela cuidá inquanto eu ia busca um Melhoral na farmácia e um pacote de Rinso no armazém. Lá eu incontrei o amigo Albino e ficamos falando de futebol. Quando cheguei in casa o motor do carro tava parado cum a save ligada. Funcionô mais de uma hora e ela num se alembrô de desligá. Resultado: foi-se a gasolina... Tudo por causa daquele zape-zape que ela num larga de mexê."
Tive que rir muito da indignação dele. Perguntei o que estava achando da Copa, do time brasileiro. Disse-me: "O Filipon percisa dá de "reio ou de soitera" nos jogador. Cambada de medroso. Contra o Méssico, ficarum o primero tempo lá atráis cum medo dos otro. E despois, só quando o zogo tava no fim é que foro pra cima deles. Bem feito que num ganharum. Mais asso que vamo ficá im primero no nosso grupo. Veza bem o que tá aconteceno quá Ispanha: ganharum a mala de vorta antes do tempo!"
Convidei-o a nos visitarem. Disse que é difícil porque a Nena, se é pra sair de Palmas, só pra General ver a neta ou para fazer umas compras em União da Vitória. Agora, com a situação tão anormal, nem isso.
Despedimo-nos combinando que, certamente, vamo nos encontrar em Canasvierias lá por setembro ou outubro. É sempre bom reencontrar amigos, não importa como são. Mas amigos de verdade, são verdadeiros mesmo em sua simplicidade.
Abração, amigão Amílcar!
Euclides Rquetti
O Amílcar falou-me que até desistiram de entregar erva-mate nos mercados de lá. Muitos deles estão invadidos pelas águas. "Sabe, Riquetto, a Avenida Bento Munhoz, aquela que nóis costumava andá de bicicleta, tá tudo alagada. Mais de um metro de água. Lá onde tinha o campo do São Bernardo, tudo debaxo da água. As oficina mecânica, posto de gasolina, escolas, capela, madereras, tudo feio. Até o Governo anda por lá de alicópitro. Mais nóis sabemo, vai sê sempre assim. O rio vem sempre buscá o que é dele, o cisco que deixô na otra inchente."
Falei-lhe que tenho comunicação na internet com amigos que me relatam, a todo o momento, sobre a situação. E que aqui, graças a Deus, não aconteceu nada de grave, que o Rio do Peixe é violento, mas que, comparado com o Iguaçu, onde as águas andam lentas, não houve elevação em níveis preocupantes. Perguntei-lhe como está sua Nena, a neta, a filha, o genro, o pessoal de General Carneiro e de Palmas.
"Óia, Riquetto, tirando que o precio da erva baxô um poquinho, o resto a zente resolve. A netinha tá que é uma lindinha. A Nena tá grudada naquele zapezape do telefone que se iscuta e se vê gente. Otro dia, por causo desse zapezape fiquei sem gasolina no Gól. A bateria tava fraca porque tava frio e dexei o auto ligado e disse que era pra ela cuidá inquanto eu ia busca um Melhoral na farmácia e um pacote de Rinso no armazém. Lá eu incontrei o amigo Albino e ficamos falando de futebol. Quando cheguei in casa o motor do carro tava parado cum a save ligada. Funcionô mais de uma hora e ela num se alembrô de desligá. Resultado: foi-se a gasolina... Tudo por causa daquele zape-zape que ela num larga de mexê."
Tive que rir muito da indignação dele. Perguntei o que estava achando da Copa, do time brasileiro. Disse-me: "O Filipon percisa dá de "reio ou de soitera" nos jogador. Cambada de medroso. Contra o Méssico, ficarum o primero tempo lá atráis cum medo dos otro. E despois, só quando o zogo tava no fim é que foro pra cima deles. Bem feito que num ganharum. Mais asso que vamo ficá im primero no nosso grupo. Veza bem o que tá aconteceno quá Ispanha: ganharum a mala de vorta antes do tempo!"
Convidei-o a nos visitarem. Disse que é difícil porque a Nena, se é pra sair de Palmas, só pra General ver a neta ou para fazer umas compras em União da Vitória. Agora, com a situação tão anormal, nem isso.
Despedimo-nos combinando que, certamente, vamo nos encontrar em Canasvierias lá por setembro ou outubro. É sempre bom reencontrar amigos, não importa como são. Mas amigos de verdade, são verdadeiros mesmo em sua simplicidade.
Abração, amigão Amílcar!
Euclides Rquetti
Abençoa, meu Deus, as pessoas de bem
Abençoa, meu Deus, as pessoas de bem
Homens e mulheres que, com muita nobreza
Ajudam animais e crianças indefesas
E aquelas que ajudam os velhinhos também.
Abençoa, meu Deus, os que sentem fome e frio
Os que, sem lar nem família, dormem ao relento
Ou, deprimidos e doentes, vivem em tormento
E também os flagelados da beira do rio.
Abençoa, meu Deus, as mães que choram de saudades
Pelos filhos distantes, ou os que não vão mais voltar
Também os pescadores que partem pro mar
E os operários que produzem para as nossas cidades.
Abençoa, meu Deus, este povo brasileiro
Que se honra com o trabalho e que cresce no estudo
Todos aqueles que sonham e que, acima de tudo
Defendem seus ideais com força de guerreiros.
Abençoa, meu Deus, as pessoas de bem!
Euclides Riquetti
17-06-2014
Homens e mulheres que, com muita nobreza
Ajudam animais e crianças indefesas
E aquelas que ajudam os velhinhos também.
Abençoa, meu Deus, os que sentem fome e frio
Os que, sem lar nem família, dormem ao relento
Ou, deprimidos e doentes, vivem em tormento
E também os flagelados da beira do rio.
Abençoa, meu Deus, as mães que choram de saudades
Pelos filhos distantes, ou os que não vão mais voltar
Também os pescadores que partem pro mar
E os operários que produzem para as nossas cidades.
Abençoa, meu Deus, este povo brasileiro
Que se honra com o trabalho e que cresce no estudo
Todos aqueles que sonham e que, acima de tudo
Defendem seus ideais com força de guerreiros.
Abençoa, meu Deus, as pessoas de bem!
Euclides Riquetti
17-06-2014
segunda-feira, 16 de junho de 2014
Anda, na Chuva!
Anda, na chuva
Caminha, na curva
Anda, no dia desensolarado
Cinzento, nublado
Mas anda na chuva!
Deixa que a água fresca encantarada
Molhe tua alma esbranquiçada.
Deixa que teu pensamento navegue, solto
Sobre um mar confuso e revolto
Mas anda na chuva!
Anda, na chuva da tarde, da noite, da madrugada
Caminha na manhã, esperançada.
Abre tua alma (alva) jazida em incertezas
Pensa em mim, pensa com leveza.
Pensa em mim, na curva, na chuva.
Mas pensa em mim!
Euclides Riquetti
Caminha, na curva
Anda, no dia desensolarado
Cinzento, nublado
Mas anda na chuva!
Deixa que a água fresca encantarada
Molhe tua alma esbranquiçada.
Deixa que teu pensamento navegue, solto
Sobre um mar confuso e revolto
Mas anda na chuva!
Anda, na chuva da tarde, da noite, da madrugada
Caminha na manhã, esperançada.
Abre tua alma (alva) jazida em incertezas
Pensa em mim, pensa com leveza.
Pensa em mim, na curva, na chuva.
Mas pensa em mim!
Euclides Riquetti
domingo, 15 de junho de 2014
Zortéa - Memórias Literárias e Poemas...
Quando cheguei para trabalhar no Distrito de Zortéa, interiorzão de Campos Novos, a vila era muito pacata. Havia a "Poderosa", ou seja, a Zortéa Brancher S/A - Compensados e Esquadrias - com pouco mais de 500 funcionários. Atendia todo o mercado nacional, o sul americano, e tinha grandes negócios com países europeus. Em 1977, cheguei para lecionar na Escola Básica Major Cipriano Rodrigues Almeida, convidado que fui pela Diretora Vitória Leda Brancher Formighieri e pelo esposo Aníbal, un gaúcho de Passo Fundo, Diretor Administativo da Empresa. Pela tarde, eu trabalhava no Financeiro. Adiante, passei a Assessor Administrativo.
A ZB era a empresa que mais empregava e tinha um faturamento extraordinário na época. Seus produtos eram de altíssima qualidade. Na Escola, eu lecionava Língua Estrangeira Moderna (Inglês), Língua Nacional (Portuguesa), e ainda tinhas algumas turmas de Educação Física e PPT (Preparação Para o Trabalho). Tínhamos uma escola muito apoiada pela empresa que disponibilizava moradia para os professores que não tivessem casa própria. Também garantia o mobiliário, a conservação, material de expediente, xerox e ainda liberava o telefone do escritório, o único da comunidade, para que a escola fizesse uso quando dele precisasse. Nunca vi, em nenhum outro lugar, uma escola receber tanto apoio privado.
Os funcionários da ZB eram incentivados a estudarem, tanto na Escola Major Cipriano Rodrigues Almeida, quanto em Capinzal, e na antiga FUOC, de Joaçaba. Aos do Ensino Médio pagava-lhes o ônibus. Aos universitários, auxiliava com combustível. Todo o empenho da empresa em apoiar a Educação gerou resultados altamente posiitivos, adiante. Embora tenha sido desativada, seu grande legado foi ter gerado cidadãos que estudaram, tornaram-se líderes. Houve uma campanha emancipatória e o Distrito tornou-se Município. Seus prefeitos e alguns dos vereadores foram meus alunos.
Independentemente das preferências políticas de quem mora lá, e eu respeito e admiro todos eles,
Zortéa ganhou muito em tornar-se Município. Eu mesmo, sempre avesso à criação de novos municípios, admito que, em que pesem os gastos com estruturas políticas e administrativas, as emancipações são válidas em distritos onde haja muita força e cultura de trabalho, como é o caso de Zortéa. Para quem conheceu aquela vila, é um orgulho poder andar em suas ruas bem asfaltadas, obras de artes correntes bem planejadas e executadas, edificações públicas bonitas e, já conhecemos, uma ótima estrutura para a Educação, desde a Creche até o Ensino Médio. Encantei-me, deveras, com a cidade.
Na quarta-feira à tarde, dia 11 de junho, retornei àquele lugar de onde guardo ternas e aprazíveis lembranças. Fui para conversar com os alunos da professora Izabeti Bonato (de quem fui profesor de 1977 a 1979), quando era adolescente. Dirigi-me à Escola Major, não sem antes dar uma passada pelas ruas da cidade. Na sala dos professores, reecontrei amigos e conheci outros. Estavam lá O Marcelo Jung, Diretor, e os professores e funcionários Edna, Sandra, Delci, Marisete, Fernanda, Denir e Raquel. Amáveis e receptivos, lembrei e mencionei sobre como era a antiga edificação, que foi destruída por um vendaval na década de 1980. Tinha uma biblioteca fabulosa, com muitos livros e coleções de revistas. Havia uma fileira de palmeiras que foram plantadas pela equipe do Sr. Cavichon, funcionário da empresa. A construção em tijolos aparentes fabricados a poucos metros. Os móveis na cor azul claro. As janelas de cinza bem claro.
Não há, também, como não lembrar com saudades dos colegas professores e funcionários daquele época...
Cerca de 110 alunos, foram trasportados até a Escola Novo Horizonte, localizada no Bairro Conceição, loteamento que, há 4 décadas, foi concebido pela família Santos, organizado pelo Oscar. Está totalmente habitado. A escola tem uma estrutura muito boa, dispõe de um auditório bem aparelhado, as mais modernas tecnologias estão colocadas à disposição dos alunos. Conversei com eles, dei-lhe um panorama de como poderiam escrever poemas e memórias literárias para a Olimpíada Nacional de Língua Portuguesa. Relatei sobre pessoas e famílias com quem convivi, declamei alguns de meus poemas e falei sobre as crônicas mais recentes, em que utilizei fatos e personagens locais.
Senti que houve empatia e interesse. De Zortéa saíram alguns jovens que se tornram doutores, foram estudar nas grandes capitais dos estados brasileiros e mesmo na Europa e Norte da América. Tenho centenas de ex-alunos que se sucederam muito bem trabalhando em diversos ramos de atividade, tornaram-se bons pais de família e até dedicados avôs e avós. É gratificante poder falar bem dessas pessoas e relatar que, mesmo em tempos muito difíceis, superaram obstáculos e foram buscar o conhecimento e o êxito em seus projetos pessoais e profissionais.
Ora, como foi bom rever toda aquela paisagem encantadora, observar a imensidão ao transitar pela Rodovia, lembrando das pessoas, das casas antigas, das quais poucas restam, pois foram substituídas por unidades maiores, melhor arquitetadas e mais confortáveis.
Espero ter deixado algumas sementes de minha experiência e que, aquela geração de alunos inteligente, bonita e saudável que esteve nos ouvindo, possa produzir poemas e memórias literárias não apenas para ganhar ou não os concursos, mas para marcar as épocas, a história das famílias e da comunidade, e os grandes acontecimentos dali.
Um carinhoso abraço, zorteenses!
Euclides Riquetti
15-06-2014
A ZB era a empresa que mais empregava e tinha um faturamento extraordinário na época. Seus produtos eram de altíssima qualidade. Na Escola, eu lecionava Língua Estrangeira Moderna (Inglês), Língua Nacional (Portuguesa), e ainda tinhas algumas turmas de Educação Física e PPT (Preparação Para o Trabalho). Tínhamos uma escola muito apoiada pela empresa que disponibilizava moradia para os professores que não tivessem casa própria. Também garantia o mobiliário, a conservação, material de expediente, xerox e ainda liberava o telefone do escritório, o único da comunidade, para que a escola fizesse uso quando dele precisasse. Nunca vi, em nenhum outro lugar, uma escola receber tanto apoio privado.
Os funcionários da ZB eram incentivados a estudarem, tanto na Escola Major Cipriano Rodrigues Almeida, quanto em Capinzal, e na antiga FUOC, de Joaçaba. Aos do Ensino Médio pagava-lhes o ônibus. Aos universitários, auxiliava com combustível. Todo o empenho da empresa em apoiar a Educação gerou resultados altamente posiitivos, adiante. Embora tenha sido desativada, seu grande legado foi ter gerado cidadãos que estudaram, tornaram-se líderes. Houve uma campanha emancipatória e o Distrito tornou-se Município. Seus prefeitos e alguns dos vereadores foram meus alunos.
Independentemente das preferências políticas de quem mora lá, e eu respeito e admiro todos eles,
Zortéa ganhou muito em tornar-se Município. Eu mesmo, sempre avesso à criação de novos municípios, admito que, em que pesem os gastos com estruturas políticas e administrativas, as emancipações são válidas em distritos onde haja muita força e cultura de trabalho, como é o caso de Zortéa. Para quem conheceu aquela vila, é um orgulho poder andar em suas ruas bem asfaltadas, obras de artes correntes bem planejadas e executadas, edificações públicas bonitas e, já conhecemos, uma ótima estrutura para a Educação, desde a Creche até o Ensino Médio. Encantei-me, deveras, com a cidade.
Na quarta-feira à tarde, dia 11 de junho, retornei àquele lugar de onde guardo ternas e aprazíveis lembranças. Fui para conversar com os alunos da professora Izabeti Bonato (de quem fui profesor de 1977 a 1979), quando era adolescente. Dirigi-me à Escola Major, não sem antes dar uma passada pelas ruas da cidade. Na sala dos professores, reecontrei amigos e conheci outros. Estavam lá O Marcelo Jung, Diretor, e os professores e funcionários Edna, Sandra, Delci, Marisete, Fernanda, Denir e Raquel. Amáveis e receptivos, lembrei e mencionei sobre como era a antiga edificação, que foi destruída por um vendaval na década de 1980. Tinha uma biblioteca fabulosa, com muitos livros e coleções de revistas. Havia uma fileira de palmeiras que foram plantadas pela equipe do Sr. Cavichon, funcionário da empresa. A construção em tijolos aparentes fabricados a poucos metros. Os móveis na cor azul claro. As janelas de cinza bem claro.
Não há, também, como não lembrar com saudades dos colegas professores e funcionários daquele época...
Cerca de 110 alunos, foram trasportados até a Escola Novo Horizonte, localizada no Bairro Conceição, loteamento que, há 4 décadas, foi concebido pela família Santos, organizado pelo Oscar. Está totalmente habitado. A escola tem uma estrutura muito boa, dispõe de um auditório bem aparelhado, as mais modernas tecnologias estão colocadas à disposição dos alunos. Conversei com eles, dei-lhe um panorama de como poderiam escrever poemas e memórias literárias para a Olimpíada Nacional de Língua Portuguesa. Relatei sobre pessoas e famílias com quem convivi, declamei alguns de meus poemas e falei sobre as crônicas mais recentes, em que utilizei fatos e personagens locais.
Senti que houve empatia e interesse. De Zortéa saíram alguns jovens que se tornram doutores, foram estudar nas grandes capitais dos estados brasileiros e mesmo na Europa e Norte da América. Tenho centenas de ex-alunos que se sucederam muito bem trabalhando em diversos ramos de atividade, tornaram-se bons pais de família e até dedicados avôs e avós. É gratificante poder falar bem dessas pessoas e relatar que, mesmo em tempos muito difíceis, superaram obstáculos e foram buscar o conhecimento e o êxito em seus projetos pessoais e profissionais.
Ora, como foi bom rever toda aquela paisagem encantadora, observar a imensidão ao transitar pela Rodovia, lembrando das pessoas, das casas antigas, das quais poucas restam, pois foram substituídas por unidades maiores, melhor arquitetadas e mais confortáveis.
Espero ter deixado algumas sementes de minha experiência e que, aquela geração de alunos inteligente, bonita e saudável que esteve nos ouvindo, possa produzir poemas e memórias literárias não apenas para ganhar ou não os concursos, mas para marcar as épocas, a história das famílias e da comunidade, e os grandes acontecimentos dali.
Um carinhoso abraço, zorteenses!
Euclides Riquetti
15-06-2014
Um Príncipe Poeta!
Eu quisera ser
Um príncipe encantado
Aquele por ti esperado:
Alto, ágil, sedutor!
E, de ti, apenas poder receber
E também te dar meu amor!
Eu quisera merecer
Um pouco de tua atenção
Que me quisesses de paixão:
Ter teu olhar envolvente
Poder fazer-me perceber
Sentir-me desejável e atraente!
Um príncipe galante e sorridente
Vestindo roupas brancas adornadas
Que, com sua espada afiada
Desafiasse os teus infortúnios e medos.
E que, no manejar da lâmina reluzente
Cavalgasse por entre florestas e vinhedos...
Um príncipe encantado, sim!
Envolto em vestes de cetim
Um príncipe cavalheiro, na certa:
Um príncipe poeta!
Euclides Riquetti
15-06-2014
Um príncipe encantado
Aquele por ti esperado:
Alto, ágil, sedutor!
E, de ti, apenas poder receber
E também te dar meu amor!
Eu quisera merecer
Um pouco de tua atenção
Que me quisesses de paixão:
Ter teu olhar envolvente
Poder fazer-me perceber
Sentir-me desejável e atraente!
Um príncipe galante e sorridente
Vestindo roupas brancas adornadas
Que, com sua espada afiada
Desafiasse os teus infortúnios e medos.
E que, no manejar da lâmina reluzente
Cavalgasse por entre florestas e vinhedos...
Um príncipe encantado, sim!
Envolto em vestes de cetim
Um príncipe cavalheiro, na certa:
Um príncipe poeta!
Euclides Riquetti
15-06-2014
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