sábado, 8 de abril de 2023

Páscoa das emoções e dos acalantos

 





Páscoa das emoções e das cores
Páscoa das flores brancas e escarlates
Páscoa das paixões e dos sabores
Páscoa com sabores de chocolate.

Pascoa dos ingênuos coelhinhos
Páscoa dos docemente enamorados
Páscoa dos afagos e dos carinhos
Páscoa dos seres apaixonados.

Páscoa das orações e dos acalantos
Páscoa, tempo de ternas lembranças
Páscoa do renascer dos encantos.

Páscoa, tempo de amar e de renascer
Páscoa, alegria dos adultos e das crianças
Páscoa, tempo de sonhar e de reviver!

Euclides Riquetti

No dourado da tarde



Na última noite de lua cheia, eu me lembro
Ela veio correndo
E tomou o lugar do sol.
Trazia estampado o seu sorriso
Aquele de que eu tanto preciso.
E era muito bonito
Do tamanho do infinito
Tão largo como o do girassol.

Na noite da lua plena
Minha alma me ordena
A escrever-lhe algo encantador:
Pode ser um verso, simplesmente
Mas tem que ser bem caliente...
Ou um poema inteiro
Bem real e verdadeiro
Com centenas de  palavras de amor.

E, nas outras noites,  quando andar pelas ruas
Verá que em todas as luas
Há beleza e charme.
Sim, porque elas nos trazem belas lembranças
De seu sorriso maroto, ou de criança
Dos sorrisos e de canções cantadas
Das amenidades e das gargalhadas
Na manhã azul, ou no dourado da tarde.

Apenas isso..
Bem assim!

Euclides Riquetti

Desculpa-me




Desculpa-me se eu não consigo ser
Tudo aquilo que sempre esperas
Se há  um dar e não há  um receber
Se fogem os sonhos e as quimeras...

Desculpa-me pela minha ansiedade
Talvez bem maior que a volúpia
Talvez seja minha a  fragilidade
Quando sou tomado de angústia...

Desculpa-me por não ser perfeito
Por não conseguir resolver tanto
Não sei se isso é o meu defeito...

Porém, tenho alma e sentimentos
E quando luto contra meus prantos
É porque não quero o sofrimento!

Euclides Riquetti

Por qual janela devo olhar?







Por qual janela devo olhar?
Pela da rua barrenta
Ou pela que me mostra o mar?

Por qual janela devo olhar?
Pela que  vejo a manhã cinzenta
Ou pela que me mostra o azul celestial?

Por qual janela devo olhar?
Pela que me leva até você
Ou pela que me quer afastar?

Você é quem escolhe
Quem determina meu destino:
Se faz de mim o amado lorde
Se faz de mim um mendigo
Se me mostra um caminho nobre
Ou aquele cheio de espinhos...

Há uma janela entreaberta
Que esconde indesvendáveis mistérios
Atiça minha mente inquieta
Me afunda em mil sortilégios.

(Mas há algo que emotiva
Que me acende minha paixão
Pois detrás daquela cortina
De onde vem a doce canção
Deve estar alguém que anima
Que mexe com meu coração).

Mas... por qual janela devo olhar?
Para poder encontrar
Aquela que me faz pensar
Aquela que pode domar
Meu indefeso coração?

Euclides Riquetti

Versos sulinos


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Quero te fazer versos sulinos
E reuni-los em poemas românticos
Que sejam ouvidos no Vale dos Sinos
E que ecoem até o Atlântico.

De Marcelino Ramos a Paraí
E das Missões até Nova Bassano
Que você possa  ouvi-los aqui
Em todas as horas e dias do ano.

Quero te fazer versos diversos
Espalhá-los por todos os rincões
E que em todo o nosso Universo
Alegrem e animem os corações.

De Passo de Torres a Canasvieiras
Em toda a bela orla marítima
Quero que eles abençoem as areias
E o chão quente onde tu pisas.

Quero, enfim, gringa sulina
Que abraces esta minha canção
Conservando tua alma de menina
E teu semblante de paixão!

Euclides Riquetti

A felicidades existe


 


Há felicidade existe


Há um ditado que diz

Que todo o filme pra ser bom

Tem que ter um final feliz.


Concordo com isso plenamente

Pois, se alguém disser o contrário

Certamente que ele mente!


Nunca ouvi tal ditado

Mas, como fui eu que inventei

Não pode estar errado...


Então, se você esperou

Aqui encontrar um poema triste

Errou: Não encontrou!


Por isso mesmo, acredite

Não espere por tristezas

Pois a  felicidade existe


E eu acredito nela!


Euclides Riquetti

Numa transcendência abismal

 


 



Numa transcendência abismal

Minha mente voa leve e flutua

Vai, na noite clara, cortejar a lua

E, na manhã fresca e natural

Pousa no teu universo colossal.


Navega com a força do desejo

Vai dar asas aos meus instintos

Pelos ares dos mares mais distintos

E, na oportunidade do ensejo

Chegar em teus lábios o meu beijo...


E, no andar simples e dileto

Universalizam-se os meus versos

Pelos céus deste planeta dispersos

Verte-se o abstrato no concreto

E te dou meus escritos poéticos. 


Euclides Celito Riquetti

Uma canção que aquece a alma

 





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Preciso daquela canção que aquece a alma
Como o vinho que me atiça os sentimentos
De seus olhos que me ajudam e me salvam
De suas mãos que curam meus ferimentos!

É a canção que nasce de sua terna poesia
Que você compôs com toda a singeleza
Versos que escreveu com toda a maestria
Rimas perfeitas, versos livres e sutileza.

Preciso ouvir a canção saída de seus lábios
E do afago que abranda os meus tormentos
O seu sussurro me deseja bons presságios
E eu retribuo com o carinho e meus alentos.

A canção que vem da poesia que você faz
É como bálsamo pra curar as minhas dores
Me traz de volta minha alegria e muita paz
E meu mundo se povoa de brancas flores!

Euclides Riquetti

Meus medos e meus segredos




Meus medos e meus segredos

Tenho medo de meus muitos medos
Não de meus segredos...
Tenho lá minhas preocupações
Vivo, intensamente, todas as emoções
Pois pra viver nunca é cedo!

Há uma fragilidade emocional
Algo que até  parece banal...
Não sei se é por zelo desnecessário
Se é cuidado extraordinário
Mas só quero nosso bem, não o mal!

Conflitos, que fiquem longe de mim
Que toda a confusão tenha fim...
Prefiro o sol que doura ao céu cinza
E que nenhum raio me atinja
Que cresçam as flores no jardim!

Sou apenas um ser comum
No contexto complexo, apenas mais um
Que quer viver normalmente
Nem sei quão intensamente
Aqui, ali, e ou em lugar algum

Apenas isso...
Bem assim!

Euclides Riquetti

No Sábado Santo, pensei em ti!

 


 



No Sábado Santo, aleluia!

Dia de renasccimento, de alegria

De chocolate que causa euforia

De erva-mate na cuia!


No sábado outonal, ensolarado

Os sorriso nos rostos das crianças

As mais venturosas lembranças

Do tempo já passado!


Na véspera do Domingo Pascal

Carinho dado e amor recebido

Versos publicados e correspondidos

No mundo imaginário e no real!


Fim de tarde do Sábado Santo

Amanhã um novo dia natural

Otimismo e esperança colossal

Dos anjos os clarinetes, de ti o canto!


No Sábado Santo, pensei em ti!


Euclides Riquetti

sexta-feira, 7 de abril de 2023

Um abraço eterno





Um poema romântico extraordinário
Algo assim, com palavras escolhidas
Escrevê-lo e guardá-lo num sacrário
Palavras singelas por você ouvidas...

Versos perfeitos, muito bem rimados
Estrofes harmonicamente organizadas
Pensamentos nossos tanto combinados
Almas gêmeas há muito encontradas...

Tão valiosos versos quanto um afago
Um passar de mão num rosto moreno
Por você eu me perco e me embriago...

Um poema de amor, algo até fraterno
O seu olhar sutil e meu amor sereno
Um beijo ardente, um abraço eterno.

Euclides Riquetti

Me perder em ti




Quero te beijar...

Me deliciar...
Quero te dar
Um beijo com gosto de chima...

Pode ser aquele roubado
Ou aquele duramente conquistado
Deliciosamente degustado
Com sabor de chima...

Um beijo depois de uma cuia de mate
Acompanhado de chocolate
Junto com o desejo que bate
No sorver de nosso chima...

Pode ser um beijo curtinho
Mas dado com todo o carinho
Levemente, de mansinho
Mas delicioso como o chima...

Quero mais do que um beijo de amigo
Quero um beijo caliente
Quero um corpo efervescente
Quero me perder contigo!

E dar-lhe um beijinho
Gostoso:
Com sabor de chima
E de Diamante Negro!

Euclides Riquetti

Ao cair da tarde

 




Ao cair da tarde, nuvens cinzentas vicejam

Ainda restam cantos de alguns passarinhos

Na capela, as pessoas rezam 

Pedem proteção para os seus anjinhos...


Ao cair da tarde, sintam

Que o tempo está passando para todos nós

Que os anos os movimentos limitam

E muitos viventes já restaram sós...


Ao cair da tarde, lembrem de tudo que o já vivemos

Quantas coisas bonitas nos aconteceram

Algumas frustrações que já tivemos

Mas os melhores momentos prevaleceram...


Ao cair da tarde, antes que a noite chegue escura

Façam uma oração em agradecimento

Beijem as mãos que as amparam e seguram

Tão forte como é vasto o nosso firmamento!


Ao cair da tarde...


Euclides Riquetti

07-04-2023






O céu recebeu quatro anjos



Nosso céu recebeu quatro anjos

São novas estrelinhas a cintilar

Saudados por cantores arcanjos

Crianças que ganharam novo lar...


Os anjos foram morar no céu

Para os pais muita dor e  tristeza

Aqui pequenos envoltos em véus

Para ali se tornarem realeza...


Anjinhos que perderam a vida

Que ceifada pela mão assassina

Nem sequer fora ainda vivida

Três meninos e uma anja menina.


Que Deus reconforte seus pais

E abençoe os avós e amiguinhos

Que o amor não pereça jamais

E Deus proteja todos os anjinhos.


Aos pequenos as minhas orações

Aos pais o meu amor e carinho

Saudados por coros de canções

Guarde Deus os anjos pequeninos.


Euclides Riquetti

07-04-2023













Deixe-me embalar seus sonhos





Deixe-me embalar seus sonhos e seu sono
Como se eu fosse uma canção de ninar
Da planta alvissareira quero ser o pomo
Que adoça seus lábios com o meu beijar...

Deixe-me cativar seu sorriso brilhante
Que tanto me seduz  e me faz contente
Maroto, ousado, muito lindo e cativante
Que adorna seu rosto de adolescente...

Deixe-me compor-lhe apenas um soneto
Simples como as canções que você canta
E no seu ninho ser ao menos um graveto...

E, depois, colha de mim o que lhe agrade
Pegue pra você o que mais lhe encanta
Me pegue, me tenha, me queira, me abrace!

Euclides Riquetti

Jogo de sedução




Não quero que me vejas como um fútil galanteador
Nem  quero despertar em ti uma faísca de paixão
Quero apenas que sinta em mim um poeta sonhador
Não como alguém vulgar que faz o jogo da sedução...

Não imagino que possamos dar luz a uma realidade
Apenas que possamos surfar nas ondas de uma ilusão
Em cada verso far-te-ei  uma jura de lealdade
Em cada um de meus poemas um recado ao teu coração...

Quero, sim, que penses em mim, como quero pensar em ti
Quero, sim, que tu me queiras, como eu quero te querer
Quero, sim,  que escrevas na noite, como quero escrever aqui...

Quero, sim, te seduzir, com palavras de amor e paixão
Quero, sim, que tu te percas, como quero me perder
Quero, sim, que guardes pra mim, a tua alma e teu coração...

Euclides Riquetti

Quando o vento soprar de leve...

 





Quando o vento frio soprar de leve
Balançando as cortinas suavemente
E a doce melodia chegar de repente
Para acariciar-te num sopro breve...

Quando o vento da manhã chegar
E acariciar teu rosto com a doçura
Acalmando tua alma branca e pura
Vais, certamente de mim lembrar.

Quando ouvires o triste lamento
Que o vento carrega de mim pra ti
Talvez perceba um ressentimento
Que não há como eliminar de mim...

Então nosso tempo já terá ido embora
E saberemos o que a vida nos toma
Ela que nos dá a subtração e a soma
Ele que se vai e nos deixa por hora.

Bem assim...

Euclides Riquetti

Ouro do sol e dos trigais ... 60 anos de emancipação - Parabéns!

 


 


Cidade de Ouro - SC -       



          Ouro do sol e dos trigais/Ouro dos nossos laranjais... Os dois versos que iniciam o Hino do Município de Ouro bem refletem o que ele sempre representou em termos de cultura,  força de trabalho e grande celeiro agropecuário do Vale do Rio do Peixe, onde se localiza,  em território catarinense.
          Já no início do Século XX, começou a receber corajosas famílias de descendentes de italianos que vinham  da Serra Gaúcha, grande parte deles de Caxias do Sul e Farroupilha, e foi-se constituindo num lugar próspero que muito os atraía, em razão das características topográficas  semelhantes  às de seus lugares de origem, tanto na Itália como no Rio Grande do Sul.  Era uma paisagem que lhes trazia sempre as mais  saudosas lembranças.
          A vila que originou a cidade foi fundada em 20 de outubro de 1906, mas a ocupação das terras deu-se ainda antes, existindo aqui muitas famílias de caboclos, que eram chamados de “brasileiros”, sendo que alguns deles chegaram a possuir grandes áreas de cultivo. Depois  vieram os colonos, que desbravaram seu território montanhoso.
          Hoje, a cidade com pouco mais de sete mil habitantes e que está comemorando seus 60 anos,  tem sua economia assentada na produção de frangos, suínos,  bovinos, milho, leite e erva-mate. Pequenas manufaturas e agroindústrias, em sistemas associativos, tornaram Ouro a Capital Catarinense do Associativismo. O Turismo é uma atividade  com crescente importância no contexto local. Um balneário com águas termais e a belíssima e verdejante paisagem rural são fortes atrativos.
          Com bons índices em Educação e Saúde, sua população é alegre e acolhedora, uma  gente que trabalha com afinco e que busca sempre o melhor. A religiosidade, com predominância católica, é representada pela  Padroeira, Nossa Senhora dos Navegantes..

Ouro comemorando seus 60  anos neste 07 de abril de 2023 - também Dia Mundial da Saúde. Que Nossa Senhora dos Navegantes nos proteja e derrame suas bênçãos sobre todos os seus filhos. 

          Vale a pena conhecer Ouro, uma cidade que tem grande importância no contexto histórico, social e econômico do Meio-Oeste Catarinense. 

Euclides Riquetti - Prefeito em Ouro de 1989 a 1992. 

Há uma loba voraz dentro de ti!

 


 


Há uma loba voraz dentro de ti

Capaz de atacar e de ferir...
Há uma alma oprimida e  assustada
Esperando a hora de ser libertada
Para buscar o teu "Ser Feliz":
Sim, há uma loba faminta dentro de ti!

Garras e  dentes afiados
Um coração que não quer ser domesticado
Mas que procura a desejada  liberdade:
O direito de ter o amor puro e verdadeiro
E de sentir a merecida felicidade
Em todos os dias ...  e no ano  inteiro.

Solta um uivo forte e assustador
E liberta-te do mundo opressor!
Exercita até mesmo a tua vaidade
Distribui sorrisos, abraços,  beldade!

Faze valer a tua capacidade infinita
De ser mulher poderosa e loba  bonita
De amar, de querer e de ser desejada!

Solta teu uivo, corajosa mulher
Há uma  loba voraz dentro de ti
Pois só  queres amar e também ser amada!

Euclides Riquetti

Nuven cinzenta

 

 



Não quero ser uma nuvem cinzenta
A confundir teu pensamento
Quero apenas diluir-me no firmamento
Vagar na atmosfera turbulenta.

Não quero ser apenas um relâmpago
A rabiscar a infinita escuridão
Apenas ser a relva a cobrir  o chão
Aparando a chuva que vem em cântaros.

E, mesmo no pisoteio dos passantes
Restar amassada para ressurgir
E, feita uma fênix emergir
Liberta do peso dos pisantes.

E, sorvendo a energia do sol que haverá de vir
Dizer-te: Vem e pisa em meu coração
Só não mates minha grande paixão
O grande amor que guardo dentro em mim...

Por ti, pra ti, para ti!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 6 de abril de 2023

Corres contra o tempo

 



Corres contra o tempo, invariavelmente

Sobes montanhas e desces por abismos

As marcas do tempo te açoitam fortemente

Não há mais tempo para novos heroísmos.


Não haverá de desabar esta tua fortaleza 

Nem ruirão os castelos que construímos...

Se ainda conservas teus traços de realeza 

Os singelos hinos hão de ressoar contigo.


Poetas notívagos, por onde andais agora

Por quais galáxias navegais no firmamento

Por quais caminhos vos afastais embora?


Ah, musas que me inspiram, como poderei

Retribuir o que fazeis ao meu pensamento

Ao bem me feito que me torna um Rei?


Euclides Riquetti

06-04-2023










Montes ondulados

 



Montes cingem a vasta imensidão

Indo em direção àquele verde mar 

Rompendo as barreiras da solidão

Inimagináveis são os rostos a sonhar:

Amada minha de todos os dias e horas

Mais do a rosa que rubra  aflora...


Com as lembranças de um passado 

Ando a poetar-te os meus versos

Rendo-me ao teu corpo moldado

Mais do que me entrego ao universo...

Irradias o teu sorriso leve de luz

Guirlanda a enfeitar sonhos dourados

Noites de frescor que nos seduz

Até que os anjos de olhos matizados

Nutram tua alma com seus bálsamos.


Pois que venham dias claros ou incertos 

Pra me trazerem o afago de tuas mãos

Pra que eu te sinta sempre aqui por perto

Alma com alma, coração com coração

Sou teu amor e te quero tanto, tanto

Juro-te o amor pra teu encanto. 


Euclides Riquetti

06-04-2023









Na agenda fugaz do tempo...

 




                    
                                                                                       Foto: A. Canela Castela



Caminhos por nós percorridos não mais se repetem
Quando nós não quisermos que eles se repitam
Perdem-se na poeira e na agenda fugaz do tempo:
Amizades voltam como vem e como vai o vento.
Fascinam-nos os corações agitados que palpitam
Doem os corpos cansados quando doem as almas
Catalisam-se as dores agudas nas noites calmas
Plena harmonia vem nos sonhos que se refletem.

Pagam-se os pecados quando não forem perdoados
Sorriem os rostos das antes moças, agora senhoras.
Toadas antigas invadem as casas pelas janelas
Paz contagiante vem das flores suaves e singelas
Fazem-nos lembrar dos belos dias, das boas horas.
Sei de teu amor, de teus abraços, tudo foi desejo
Provas de amor que me oferecem teu gostoso beijo
Materializam-se em versos com cuidado forjados.
Primores que escrevo, bela, apenas para te encantar
Cantados pra ti na solidão da praça, ou na beira do mar.

Doces lembranças me fazem sentir doces saudades
Prazerosamente, elas me reanimam e me deleitam.
Talvez que nossos caminhos possam ainda se cruzar
Vales e montanhas que os raios de sol os enfeitam.
Mais do que tudo, na vida, triunfam as verdades
Suaves notas das canções que te chegam  pelo ar:
Mares, oceanos e imensidões suscitam emoções
Alimentam-nos para a vida, nos reacendem paixões.

Euclides Riquetti

É tudo como se o tempo voltasse

 






É tudo como se o tempo voltasse...

Como se virássemos as folhas dos calendários

Como se os anos nunca  tivessem passado

Como se o nosso tempo tivesse parado

E não se contassem os aniversários!


É como se as ruas já não fossem as mesmas

Como se o asfalto não tivesse as pedras cobrido

Como se os nossos rostos não envelhecessem 

Como se antigas flores ainda florescessem 

E o papel de meus poemas não ficasse amarelecido...


É como se os adultos tivessem ficado jovens

E os ventos nunca tivessem açoitado os rostos

Como se ninguém tivesse tido desgostos

Se o mundo tivesse sido "love- desire- love"

E as fisionomias não se alterassem!


É como se o tempo voltasse...

E as horas não passassem

É  como se as ruas ainda não fossem regulares

Como se ainda trabalhássemos nos mesmos lugares

E você me visse passar...

E eu me lembrasse de você!


Euclides Riquetti

06-04-2023




Sexta-feira da Paixão - lembranças... apenas lembranças! - Revivendo!

 


 



         Tenho toda a sorte de possíveis lembranças dos dias de Sexta-feira Santa, ou Sexta-feira da Paixão. Vivi entre famílias muito religiosas: a de meu padrinho, João Franck, em Leãozinho, na época pertencente ao município de Capinzal, hoje Ouro; na de meu avô, o nono  Victório Baretta, na Linha Bonita; e na de meus pais, Guerino e Dorvalina, primeiro em Linha Bonita e depois em Capinzal, e no então distrito de Ouro. Imagino que você também, leitor, leitora, neste dia muito especial, esteja revolvendo seu passado e com sua mente navegando até pontos que estão registrados em sua saudosa memória.

          No Leãozinho, costumávamos ir à capela de Santa Catarina, onde as imagens dos santos encontravam-se cobertas por panos roxos e brilhosos. Ali, cidadãos como Victório Gusso, Danilo Pissoli, Primo Biarzi, os Tonini, Reina, Seganfredo, Andrioni, Santini, e outros, oganizavam a adoração ao senhor morto a via sacra e as rezas. Na Linha Bonita, na Capela de São José, Joaquim Casara era nosso capitão dos ofícios, auxiliado pelos Bressan, Baretta, Maziero, Dambrós, Viganó, Bazzo e outros.

          Mas é de quando passei a me entender como "gente', a partir dos oito anos, e voltei a morar com meus pais, ali em Ouro, que tenho as lembranças mais vivas. Passei a frequentar a catequese na Igreja Matriz, onde fiz meus primeiros amigos. Além das catequistas, venerandas criaturas, havia o temível Frei Lourenço, que nos metia muito medo. Frei Gilberto (Giovanni Tolu), era muito bem quisto por todos e Frei Tido o mais paizão e amigão de todos. Mas, quem mandava, era o terrível Frei Lourenço. Com este, tive uma grande decepção, uma vez que, na catequese, nos ensinaram que, quando encontrássemos um sacerdote na rua, devíamos dizer: "Viva Cristo!", ao que ele responderia "Rei". Pois que um dia encontrei-o ali na atual Rua Ernesto Hachman, em Capinzal, ele e sua batina marrom que combinava com a cor de sua barba castanha, falei o "Viva Cristo!", e ele nem me deu bola. Fiquei me punindo: "Será que fiz algo errado?!".

          Não, era apenas minha ingenuidade, minha infantil capacidade de perceber que as pessoas são diferentes uma das outras. Assim como os médicos são diferentes,  os médicos, os engenheiros, os policiais, os estivadores, os professores e as professoras, os políticos, os motoristas, as enfermeiras, as freiras, as putanas, as pessoas, enfim, são muito diferentes umas das outras, os sacerdotes também o são. Não há como classificar igualmente, todos os seres, masculinos ou femininos. E esse Frei Lourenço era osso duro de roer. Mas sobrevivemos...

          Hoje, volvi-me a refletir e a lembrar... lembrei-me, com certa tristeza, do último feriadão de Páscoa, o de 1972, que se iniciou na quinta-feira, dia 30, e findou no domingo, dia 02. Na quinta, saí às 6 horas da manhã de Porto União, em trem, e cheguei em Capinzal ao anoitecer. Fiquei ali três dias e, na segunda pela manhã, tomei o trem de volta para ir para ir à  Faculdade, em União da Vitória. São 44 anos já passados. Foi-se a juventude, foram-se os cabelos longos, veio o conhecimento, a família, a maturidade. Aquele feriadão foi um profundo divisor de águas em minha vida. Tive que tomar decisões importantes, nem sei se as melhores ou as mais certas, mas tive que tomar. Precisava trabalhar, não teria mais como dar-me ao luxo de ir passear na casa dos meus pais quando em bem quisesse, dar um rumo definitivo na vida...

           Então, nesta sexta-feira maior, muita reflexão... para mim, para vocês, para todos. E muitas orações também!

Euclides Riquetti