Dia dos pais, dia de reflexão! Dia de, quem ainda o tem,
dispensar-lhe o abraço carinhoso, dizer-lhe que o ama, talvez dar-lhe um
presente bonito, quem sabe uma camisa, uma calça, ou um par de sapatos.
Ou uma assinatura de jornal ou revista, quem sabe um livro. Dia de levá
- lo para um almoço, provavelmente ver um jogo de futebol, jogar uma
sinuca, tomar um sorvete. Dia de comemorar...
Recebi telefonema do filhão Fabrício, mensagem dele e da sua
Luana no blog. Moram em Maringá, não têm como dar-nos um abraço mútuo.
Telefonema da Michele, que mora em Ponta Grossa, sempre muito alegre e
preocupada com a gente. Abraço da Caroline, que veio almoçar conosco. A
Carol que nos deu a Júlia, com quem a gente se entende muito bem. Coisas
que muito valorizo, fico contente, gosto que me liguem a toda hora, que
me contem sobre o seu trabalho, o seu lazer, as suas inquietações.
Gosto deles, tenho amor extremado por eles,
Tive um pai maravilhoso, perdi-o em 1977, ele tinha apenas 55
anos. Guerino era seu nome, nome de "guerreiro". Era uma pessoa muito
culta, tenho muita semelhança com ele, assim como tenho com meu filho.
Lembrei-me, hoje, que minha mãe fazia um bolo para ele no Dia dos Pais.
Sempre! Ele comprava refrigerantes, coisa que não era muito comum na
época. E nós lhe dávamos alguma uma coisa, simples que fosse, tipo um
par de meias, algo assim. Mas era de nosso coração.
Mesmo depois de 38 anos, lembro-me dele como se tudo fosse
como na época. Sonho muito com ele. Ele sempre me parece estar bem.
Mostra sua calma, sua capacidade de compreender-nos. Quando ele se foi,
encomendei uma placa de bronze com sua foto em porcelana, com a gravação
de frase: "In médio virtus". Pode ser também "In médio stat virtus".
Foi a frase do filósofo Aristóteles que ele me mandou numa carta que me
escreveu nos temos em que eu estava na Faculdade, em União da Vitória,
para dar-me um conselho. A frase em latim, que me pauta até os dias de
hoje. "A virtude está no meio". Quando o encontrei, perguntei-lhe o que
queria dizer com isso. Respondeu-lhe: "Não seja um muito pra frente, um
prafrentex, como vocês jovens costumam dizer. mas nem um "pratas", um
para trás, que se deixa passar a perna pelos outros, ou alguém que não
acompanha a evolução das coisas, do mundo".
Foi uma grande lição que ele me deixou, além de muitas outras:
trabalhar e progredir honestamente, estudar, respeitar para ser
respeitado. Agora, lembrar sempre disso, rezar sempre por ele, ter isso
em conta e dar aos filhos o mesmo carinho que meu pai me deu...
Euclides Riquetti